POV Sadie & "Sadie"

Logo depois que minha mãe expulsou o Robert de casa, nos tivemos uma briga bem feia, não tinha visto motivos pra tanto drama. No final ela se desculpou comigo, mas de qualquer maneira eu também tinha parado de falar com o Robert. Ele não ligou, não mandou mensagem e nem deu sinal de vida. Se ele não quis manter contato mesmo depois de várias semanas, eu que não iria correr atrás dele. Aposto que usou a briga com a minha mãe como desculpa para se afastar. Hoje eu iria ficar em casa vendo alguns filmes, não estava me sentindo muito bem e também não estava nem um pouco a fim de sair de casa.

Jenny e Amy iriam vir pra ficar comigo, não sabia exatamente o que estava acontecendo comigo, mas eu tinha fraquezas repentinas, ficava enjoada com tudo e já dei até mesmo pra desmaiar. Não estava nem a fim de sair do quarto. 

Enquanto elas não chegaram, eu e meu fantástico pijama de morango fomos até a cozinha pegar umas coisinhas. Sorvetes, chocolates, sorvetes, biscoito, sorvete, bolo, Nutella e... Já mencionei sorvete?? Sorvete me fazia sentir melhor, principalmente de flocos e de uva, então peguei bastante. Seria uma festa do pijama pra amiga doente, já tinha deixado meus filmes prontos e já tava comendo meu sorvete de flocos, só faltava elas chegarem. Alguns minutos depois ouvi a campainha tocando, fui até a porta e quando a abri vi elas lá, mas o ruim é que o Robert também estava lá junto com o Arthur.

—Oie, vamos pular "tudo bem, novidades" e partir pra parte onde eu pergunto o que ele tá fazendo aqui. -perguntei indicando o Robert sem muita animação.

—Eu vim tentar falar com você… - ele falou me olhando.

—Hum... To ocupada hoje, tenta na próxima vida. -falei puxando as meninas pelo pulso. -Arthur, eu adoraria chamar você pra entrar e participar, mas é realmente só o dia das garotas. Bye. -falei e tentei fechar a porta.

—Eu acho que você não deveria ser tão grossa com ele. - Jenny falou me olhando. - Ele estava tentando se desculpar.

—Eu concordo com ela Sadie.

—Ele não pode fazer o que ele quiser e depois simplesmente chegar pedindo desculpas. Eu não estou falando que ele devia chegar no mesmo dia e falar como se nada tivesse acontecido, mas ele não deu sinal de vida por quase três semanas. Muita coisa aconteceu e se ele deu uma de morto por esse tempo deveria continuar até o resto da vida. -falei pegando meu sorvete e sentando. -O sorvete de vocês está na geladeira, podem pegar.

—Eu acho que você deveria falar com ele. Pelo menos tenta. - Amy falou se aproximando da porta e abrindo ela, deixando o Robert entrar, Jenny foi à geladeira pegar o sorvete dela. 

Olhei pra ele e depois me virei de costas, ficando com a cabeça encostada no sofá. Não queria olhar pra ele. Percebi ele se aproximando e se sentando ao meu lado. Mas apenas o ignorei.

—Bem... Nos vamos deixar vocês conversarem a sós. -Arthur falou puxando a Amy e a Jenny, que já estava com o sorvete, pra cozinha.

—Ham... Você está bem??- ele perguntou se aproximando mais um pouco de mim.

—Na medida do possível. -falei sem dar atenção a ele.

—Por quanto tempo vai ficar me tratando assim??- perguntou me olhando meio triste. - Eu sei que errei, sei que devia ter te ligado, mas eu estava confuso. Precisava de um tempo pra pensar.

—Espero que tenha certeza da sua escolha, porque muita coisa aconteceu. E eu percebi que apesar de sentir sua falta, você vive sumindo e eu não quero mais isso.

—Eu sinto muito por ter sumido por tanto tempo.

—O problema não foi você sumir e sim você não dar nenhuma satisfação durante as coisas que aconteceram. -falei o olhando. -Foram três semanas, você não deu sinal em nenhum dia. Eu sai a trabalho, fiquei a beira da morte e mesmo assim, com todos vindo aqui você nem mandou uma mensagem pelo Arthur. Eu queria saber como você ia fazer se eu não tivesse saído viva, como você ia fazer.

—E-eu não sabia do que estava acontecendo com você.

—Eu não acredito. Sua prima e seu melhor amigo vieram aqui e ninguém disse nada pra você. Muito estranho isso.

—Você acha que eles me contam as coisas??

—Se você perguntasse talvez. Mas é aí que eu lembro que fui a idiota que perguntava sobre você.

—Olha, eu estava preocupado com você. Mas você sabe que quando eu fico perto, sempre te trago problemas.

—Pelo menos estaria aqui.... -falei meio baixo.

—Eu não queria que você brigasse com sua mãe. Eu também estava com medo dela sair do país com você. - falei a olhando.

—Eu sei que minha faz de tudo pra me proteger, mas isso ela não faria. Além de tudo estar por aqui, esse foi o primeiro lugar onde eu realmente consegui ficar. Pela primeira vez nenhum humano arrumou confusão comigo. Acho que ela tiraria tudo isso de mim só porque você tentaria se afastar??

—Eu só espero que isso nunca aconteça.

—Fala como se você se importasse...

—Eu me importo, e muito.

—Você tem um jeito bem estranho de demostrar isso. Eu já estou me cansando de tudo que você faz.

—Eu estou tentando mudar. - falou me olhando.

—Acontece que você sempre faz a mesma coisa durante dois anos. Isso não é legal, enquanto você fica por aí, fazendo sabe-se la o que, eu trouxa fico em casa pensando em você, tentando saber o que você fazendo, se estaria com outra pessoa. -falei olhando pra ele e sentir meus olhos começarem a mudar. -Eu queria que você ficasse no meu lugar pelo menos uma vez pra ver como você se sente. Porque vira e mexe você fica agindo como um idiota e EU QUERIA NUNCA TER TE CONHECIDO!!—falei e percebi que já não era à mesma, minha visão estava mais apurada e eu ligeiramente mais branca, só queria sair e matar metade do mundo. Percebi que ele se afastou me olhando um pouco assustado e bem triste.

—Espero que esteja feliz pelo que fez.—falei olhando em seus olhos sem nenhuma expressão. Algumas sombras estavam se movimentando ao meu redor, mesmo que eu não esteja as controlando. -Você realmente acabou com a inocência dela. Eu devia acabar com sua vida... mas você já vai sofrer bastante.

—Eu não queria fazer isso.

—Ninguém nunca quer. Ninguém nunca quis matar, trair ou acabar com alguém, simplesmente acontece não é??—falei levantando ele no ar e o girando levemente. —Eu realmente sinto muito por ela, mas a culpa não é só sua, eu avisei pra ela não se entregar demais. 

—O que você vai fazer comigo??- perguntou meio assustado.

—Hum... Nada.—falei colocando ele no chão e levantando. —Eu vou sair, quando eu voltar melhor você não estar aqui. Agora eu tenho total controle. Obrigada Roberto.

Dei um sorriso de canto, ligeiramente maléfico e me virei em direção a porta, mas quando estava prestes a abrir vi o garoto me segurando pelos dois lados. Como ele fazia isso mesmo?? Os dois me puxaram pro sofá me fazendo ficar sentada enquanto eles me seguravam.

—Me solta agora, antes que eu machuque você bonitinho.

—Você não vai sair daí antes que eu consiga falar com ela.

—Ela não quer falar contigo e eu não tenho nada a ver com a relação de vocês. AGORA ME SOLTA!!!

—Não, eu preciso falar com ela. -falou meio sério.

—Não.—falei empurrando ele pra parede com sombras, mas não consegui me livrar de seus clones.

—Que droga, quando você vai parar de fazer isso??- falou tentando sair dali.

—Quando você me soltar. —falei cruel. -Não quero sujar meu carpete com sangue.

Vi ele se multiplicando e logo depois um deles tampando meus olhos, me deixando sem noção de quem era quem, então acabei soltando ele por não saber quem prender. Consegui sentir algum deles se aproximando e antes que eu pudesse falar alguma coisa, ele me beijou. Eu me remexi, mas não consegui me soltar, então no impulso acabei mordendo a pessoa. "Ele" destampou meus olhos e eu olhei em volta, havia uns cinco clones dele, mas o verdadeiro estava na minha frente com a mão na boca. Não era do meu feitio, mas fiquei com medo de ter machucado muito ele. Quando ele olhou pra mim a única coisa que eu fiz foi olhar pro lado o mais rápido e sério possível.

—Espera... Você gosta de mim??- perguntou com um sorriso de canto.

—Claro que não seu idiota.—falei o olhando séria. —Não tenho sentimentos nenhum por você.

—Tem certeza?? Então por que estava me olhando preocupada??

—Não estava. Você que tá pensando merda. Agora me solta antes que eu bata em você de novo.

—Você tem um jeito bem estranho de demonstrar que gosta de mim.

—EU NÃO GOSTO DE VOCÊ!!—falei empurrando ele novamente pra parede com sombras.

—Sabia que você fica linda com raiva?? -falou me olhando com um sorriso travesso, eu só desviei o olhar. 

—Você é um canalha.

—Eu vou admitir que até gosto quando você fala essas coisas, faz confirmar mais ainda que você gosta de mim.

—Não se iluda. Não sou sentimental, você está me irritando.

—Não precisa ficar negando, eu sei que você gosta. - falou sorrindo.

—Eu quero que você morra.—falei virando a cabeça.

—Eu também te amo.

—Vai se fuder.—falei me distraindo com o meu cabelo

—Só se você for comigo. - falou sorrindo.

—Tu me respeita porque eu não sou tuas negas.—falei olhando ele com raiva.

—Na verdade é sim.

Senti meu sangue ferver e tentei me levantar, mas os clones dele me seguraram.

—Por que não me solta e luta comigo feito homem??

—Eu não vou bater em uma dama, ainda mais quando ela esta completamente apaixonada por mim.

—Então me deixa te mostrar o amor das minhas mãos na sua cara.—falei envolvendo ele de sombras e o puxando pra perto. —Me solta agora.

—Não vou te soltar.

—Tá com medo??

—Nunca. 

—Me larga.—falei o olhando meio triste. -Por favor

—Eu não posso.

—Por favor... Você está me machucando...

—Eu não posso. - falou abaixando a cabeça.

—Mas você está me machucando...

—Nem estou apertando muito...

—Mas eu sou delicada, se soltar vai ver meu pulso roxo.

—Okay... - falou e depois os seus clones me soltaram.

Sem nem perder tempo eu pulei em cima dele e segurei suas mãos. 

—Agora vamos ficar quites.