Os amaldiçoados escrita por archangel of darkness


Capítulo 3
P.O.V. Sophie


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo demorou muito, mas até que estava bom. Espero que gostem e comentem caso tenha algo errado e eu possa logo arrumar.



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P.O.V. Sophie

Após a refeição, dirigi-me para sacada, junto de Rossella me apoiei ao parapeito da sacada e Rossella ficou ao meu lado, encostada de costas.

Após algum tempo em que ficamos conversando, Ririchiyo, que estava sentada no parapeito, nos percebeu. Ela ajeitou os óculos de leitura e ficou observando o que tinha a sua volta.

Pude ouvir quando ela murmurou sozinha de forma rude: “huh, eu não podia esperar muito mesmo. Só vim para estar sozinha”.

—Oh, dó. —Rossella deixou escapar, percebi neste momento que ela também observava Ririchiyo, mas olhava mais abertamente do que eu, que apenas olhava de canto.

—Dó? —Riri sorriu cínica, olhando de canto para Rossella. —Não sabia que acabou de descobrir o meu sentimento para você. —ela foi impulsiva de novo. Não, Ela não é ruim, ela apenas é impulsiva demais e eu percebi desde a primeira vez que a vi.

Ririchiyo voltou a ler e a sua expressão indiferente de sempre.

—Grosseirinha, não? Não se pode mais ter compaixão de alguém que esteja sozinha que lá vem patada! —Rossella rebateu, ela deve ter ficado magoada com Ririchiyo.

—Acha que devo gentileza para plebeus? — Ririchiyo voltou a encarara, mas agora diretamente. Eu não entendo bem qual a causa dela falar esse tipo de coisa...

—Claro que não. Mas acho que uma pitada de boa educação não faria mal a ninguém. Não quero problemas aqui! Podemos conviver numa boa ou a situação tá difícil, hein, princesinha? —Rossella disse. Ririchiyo, ao ouvir a última palavra, comprimiu os lábios e desviou o olhar. Por um momento, não me parecia a Ririchiyo de sempre, parecia alguém sem máscara.

Ririchiyo fechou o livro com certa brutalidade e tirou os óculos de leitura.

—Desculpe— Disse Ririchiyo— Só não me chame mais deste jeito.

—Deuses... —me manifestei— Ririchiyo, por favor, só fale o que realmente pensa. —Olhei diretamente para Ririchiyo. — e acho que ninguém gosta de ser olhado com dó— olhei de canto para Rossella.

—Rá do céu! Falei algo de errado? Desculpe-me— Rossella falou, mas sem tom de ironia.

—Não é que é errado— hesitei— mas ninguém gosta e para certar pessoas isso é arrasador.

—Não é algo errado... Eu só tenho lembranças tristes com isso e com este apelido— Ririchiyo estava sem expressão com a cabeça baixa.

—Ah, Deuses! — Rossella desencostou-se do parapeito e beija Ririchiyo no topo da cabeça— você me perdoa? —

—Perdoo— Ririchiyo falou calmamente. Pude ver que ela estranhou o ato, acho que Ririchiyo nunca teve muito contato físico desse modo. Contatos de carinho.

Fiquei satisfeita com a cena, me virei para entrar e dei uma risada bem baixa, como uma bufada, de contentamento.

Já era tarde da noite, apenas alguns aprendizes estavam acordados ainda e já estavam prestes a dormir. Me dirigi para a biblioteca, minha linda e bela biblioteca. Todas as noites dos últimos dois meses eu venho aqui para estudar sobre os egípcios, na verdade já estou cansada de hieróglifos.

Ao entrar na biblioteca, vi que Ririchiyo ainda estava acorda e estava sentada em um dos puffs, como sempre, lendo.

—Ainda acordada? —indaguei. Essa era uma das perguntas bestas que fazemos sem nem ao menos perceber.

—Eu gosto de vir aqui, ás vezes — bufou ao olhar para mim. — É mais calma e não tem gemte me incomodando.

—entendo—disse, entrando entre duas seções, onde havia um monte de livros. Me sentei para continuar os meus estudo. Depois de um tempo, já estava deitada de costas, lendo um livro que eu segurava acima de minha cabeça.

—Quem deita para ler em uma biblioteca...? —Ouvi Ririchiyo murmurar para si mesma.

—Quem gosta de ler deitada— sussurrei de volta, sem qualquer mudança em minha voz.

—Eu estava falando comigo mesma— falou com um tom e um sorriso cínico. Em seguida voltou a ler. Eu dei de ombros e mudei minha posição, colocando o livro no chão e ficando de bruços. Eu fico muito inquieta lendo.

Deve ter se passado uma ou duas horas desde que estávamos em silêncio, eu havia terminado dois livros e um pergaminho, já estava um pouco cansada. Arrumei o meu monte de livros, de forma que não atrapalhasse que fosse no meio daquelas seções. Sai da biblioteca e fui rapidamente até a cozinha, pegando um prato com biscoitos de chocolate e um copo de leite morno, sabia que ela gostava de comer isso enquanto lia. Voltei a biblioteca e deixei os alimentos numa mesinha baixa que havia ao lado de Ririchiyo.

—Se não quiser, guarde na geladeira antes de dormir. Boa noite Ririchiyo. —Sabia que ela iria recusar gentilezas, então apenas deixei ali para ela. Fui para o meu quarto, vesti o meu pijama e finalmente mergulhei naquela cama macia.

Não lembro quanto tempo demorei para dormir, mas devia ser por volta das 8h quando acordei, embora só tenha levantado as 9h.

Sempre que eu acordo estou desarrumada, não importa como estava no dia anterior, já tentei algumas... Coisas para fazer com que eu fique quieta, mas nada funciona e sempre acordo como se um furacão tivesse passado.

Desci para o café da manhã ainda de pijama, um conjunto de uma blusa de alça e um shorts, ambas as peças, brancas com estampa de morcegos. Meu cabelo estava desarrumado, preso em duas marias-chiquinhas.

Encontrei Rossella no hall de entrada, ela estava arrumada, cabelos penteados, vestido rosa de renda e sapatilha cor de pele.

—Bom dia— Cumprimentei-a com a voz arrastada. —o Que vai querer de café da manhã?

—Bem... —ela hesitou por um momento— qualquer coisa serve.

Fomos a cozinha e comemos o café da manhã sem conversar, eu nem conseguiria conversar se tentasse, sentia-me como se qualquer piscada que eu desse pudesse se transformar num cochilo. Assim que terminei de tomar o café, subi para me arrumar. Coloquei um casaco moletom com a estampa do exército e uma calça de moletom cinza por cima do meu biquíni de estampa de exército em tons de cinza. Após pentear o cabelo fui para o quarto de Rossella.

—Olá— bati na porta antes de entrar, Rossella estava sentada em sua cama. — a festa vai ser por volta da 1h, quando todos vão estar prontos, então já separe a roupa— mergulhei minhas mão no casaco e hesitei, reunindo coragem pra perguntar. — eu queria perguntar... Se o Napoleão estava no quarto do Walt, isso quer dizer que você viu ele... O Walt?

—Não, não o vi. Emy me assustou e eu gritei. O gato ficou assustado com o grito e saiu correndo. Nem cheguei a entrar no quarto dele.

—Ah... Confesso que tenho meio que curiosidade sobre conhecer ele. Desde que cheguei, não o vi uma vez sequer. — me sentei em sua cama, ao seu lado.

—podemos fazer isso juntas.

—Quer ir lá? — indaguei, levantando uma das sobrancelhas.

—Mais tarde, depois da festa.

—Ok, então— comecei a olhar o seu quarto, ela já havia se acomodado nele, todos os seus livros preenchiam todas as prateleiras, pelo menos esperava que fosse todos. Haviam muitos para ser apenas uma parte. — Posso olhar seus livros? —disse timidamente, cabisbaixa.

—Claro, só tenha cuidado— ela sorriu alegremente. Ela tinha um sorriso realmente bonito.

—Obrigada— me levantei da cama e comecei a olhas as estantes e os títulos que haviam em suas estantes. Peguei cuidadosamente um dos livros e passei a mão por sua capa, sentindo com as pontas dos dedos a capa. — Você tem livros realmente bons. — abri o livro e comecei a ler um pouo.

—Esse é o meu preferido! Chama-se “O mundo de Sofia”, de Jostein Gaarden.

—Você tem quantos livros? —tirei meus olhos do livro.

—A minha última contagem deu 798—ela parecia orgulhosa. Senti minha boca se abrir um pouco ao ouvir o número.

—Você tem Agatha Christie? — perguntei com uma pontada de esperança.

—Quem é essa? — Ao ouvir a pergunta senti meu coração doer um pouco.

—É uma autora de mistério... Pelo jeito você não tem... —soltei um pequeno suspiro.

—Pois é, não tenho. — Ela levantou-se e pegou algo no armário— já volto. — e entrou no banheiro. Eu fiquei por ali, olhando os livros.

Quando voltou, estava com um biquíni de estampa neon, nas cores laranja, azul, rosa e amarelo. Colocou um vestido branco de renda por cima e veio para perto de mim.

—Quer que eu ajude nos preparativos, Soph? — ela perguntou.

—Ah, só esta faltando terminar a decoração, sou uma completa noob nisso.

—Isso é JUSTAMENTE o meu forte! —alegrou-se. Senti-me aliviada.

—Que bom, então vamos— guardei o livro que tinha em minha mão e a fomos juntas para piscina. Ao lado de uma mesa encostada numa parede, havia uma caixa grande com vários enfeites de todos os tipos e cores.

Rossella deu uma rápida olhada na caixa e já foi me dizendo o que iríamos fazer. Fiquei muito feliz com isso, provavelmente só teriam alguns balões se fosse por minha conta. Logo estava tudo pronto. Haviam vários balões, tanto amarrados nos parapeitos quanto jogado pelos cantos. A mesa de comida e bebida tinha um lindo pano branco, e havia laços enfeitando-a. A comida foi a única coisa que fiz sozinha no quesito decoração. Estava tudo arrumadinho, de forma a parecer um grande Buffet. Haviam luzes de balada em quatro cantos e elas piscavam de acordo com a música que o computador tocava.

Rossella olhava tudo orgulhosa, eu apenas olhava a mesa orgulhosa.

—Uau... — disse impressionada, mas sem demonstrar muito— Você é boa!

—Ah, obrigada. É um prazer ajudar.

Riri saiu da mansão, indo para perto de nós. Ela não demonstrou muito se estava impressionada, mas acho que quanto estava quase a sair ela fez uma cara de surpresa por um nano segundo.

—Ah, Riri! O que achou dos biscoitos? — perguntei.

—Oi Rih! —Rossela a cumprimentou-a.

—Não estavam ruins... —Riri disse cruzando os braços. — Rih? Riri? — olhou para nós duas com uma das sobrancelhas sutilmente levantada.

—Ah, tive que inventar um apelido! Chamar de Ririchiyo é complicado e muito comprido. Chamarei você de Rih se não houver problema, é claro. —Rossella explicou.

—Achei que era mais fofo... — disse olhando um pouco para baixo. — tem problema?

—Não há problema, apenas não estou acostumada com apelidos.

Riri estava começando a ficar mais simpática, isso me alegrou muito.

—Cheguei! — Emy saiu também e veio para perto de nós, sorridente. Ela ficou um pouco longe da Riri, elas até hoje não se entendem muito...

—Emy! — Ross abraço Emy.

—Ah... A festa já vai começar. — Disse, olhando o meu relógio de pulso.

—Que festa? — Emy disse confusa. — sem contato físico, por favor.

—ah, ok... —Ross desvencilhou-se.

—Eu falei sobre isso ontem, lembra? Uma festa na piscina. —eu disse.

—Havia esquecido— Emy disse.

—Bem... Esta tudo pronto, agora é só começar. Estão com roupa de banho certo? — Riri e Ross assentiram.

—Eu não vou entrar na água, nem preciso. — ela sentou-se numa das cadeiras que haviam a beira da piscina, com um guarda-sol ao lado. Rossella tirou seu vestido, revelando seu biquíni de neon, e mergulhou piscina, fazendo a água espirrar para o lado, encharcando Emy. — idade mental de 7 anos? Sim ou claro? — Emy começou a ficar realmente irritada.

—Foi acidental, desculpa— Ross disse.

—Não desculpo não! Você é infantil, isso sim! Sempre com abraços, animada com tudo e saltitante como uma criança! Agora me perguntou por que não esta de fralda rosa com glitter.

—Eu sou infantil e você é cafona! E quem usaria fralda rosa com glitter?

—Eu cafona? E primeiro, que tipo de xingamento é esse? Estamos nos anos 90 ou vendo “As patricinhas de Bervly Hills”?

—Anh... Meninas— tentei chamar a atenção delas, mas nem sequer fui ouvida.

—Coloca essa cabecinha pra funcionar, meu bem, pois você anda vendo filmes demais! — Eu suspirei, era apenas uma briga boba. Olhei para o lado, tentando ver algo mais interessante, quando passeava o meu olhar pelas coisas que a Ross havia deixado em cima de uma mesa ao lado da cadeira, surpreendi-me ao olhar a escova que havia ali desaparecer. Olhei para a duas e nenhuma pareceu perceber, Ross parecia muito nervosa e suas mãos estavam apertadas em punho. — mas... o que? — Ross pareceu se acalmar um pouco e reparou que havia sumido algo.

—mas o que, o que? —Emy perguntou, ainda irritada.

—Não negue! Estou falando da minha escova de cabelo que acabou de sumir!

—Acho que você chegou no ápice da enjoeira para fazer drama com “minha escova sumiu” — Emy falou com uma voz fina no final.

—Parem vocês duas! —por fim gritei, ao perceber que iriam continuar a brigar. — Você não vai derreter por causa de água! Não chame os outros de cafona só por que a outra começou a ficar nervosa com você e disse bobagem!

—Ainda não entendi essa de eu ser cafona... — Emy murmurou.

—Daqui a pouco os mirins vão chegar— Ross bufou— vamos tratar de fazer as pazes, não quero ficar emburrada a festa toda. — Ela estendeu a mão para Emy.

—Ok... — Emy suspirou e apertou a mão de Ross.

—Eu vi a escova sumir... Você emite algum poder quando esta com raiva, certo? — perguntei a Ross.

—Se sim, só estou descobrindo isso agora... — Deu de ombros.

—Será que não foi uma peça idiota que alguém pregou só pra você ficar com raiva? — Riri disse, após algum tempo que ficou quieta.

—Acho que não... A escova apenas desapareceu, não foi feito de ninguém— Ross respondeu.

Antes que pudéssemos fazer mais teoria de onde a escova estava e de como sumiu, o barulho dos aprendizes fez com que a conversa acabasse. Eles saíram para a piscina e começaram a se espalhar, alguns já tirando o que vestiam para mergulhar, outros já trajados para nadar.

—São eles? — Ross perguntou.

—Sim, todos os aprendizes... Quer conhecer eles ou ir procurar a escova primeiro? — perguntei.

—Vou conhecê-los primeiro. Depois da festa eu procuro.

—ok— assenti e começamos a entrar no meio da bagunça, apresentei Ross a quase todos, eu acho. Conversamos um pouco com cada um que apresentei e no fim, voltamos a nossa rodinha, com Riri e Emy. Ficamos encostadas num canto, entre a parede da mansão e o parapeito.

—Então... — Ross olhava para algum ponto da festa— Esse é o Walt?

—Como assim? — me virei rapidamente, olhando para onde ela olhava. — Impossível... Achei que ele nunca saia do quarto. —disse, ainda mantendo a calma e dando um gole na bebida que havia em minhas mãos.

—Ele é um ser normal! — Ross falou como se explicasse isso a uma criança. — vê?

—Vi... —Walt estava encostado em outro ponto da parede da mansão. Parecia que ninguém queria se aproximar dele. Eu não sentia nada desagradável nele, mas em seus olhos... Parecia que havia algo diferente neles. Algo muito diferente.

—Vamos até lá! —Ross falou animada.

—Irão só vocês duas, né? Não queiro ir até ele não— Emy disse e Riri concordou com a cabeça.

—Ok, ok... — Eu disse e comecei a acompanhar Ross, que estava indo na minha frente, em direção ao Walt. — Oi — o cumprimentei ao chegar até ele. — Eu sou Sophie e essa é a Rossella. Prazer em conhecê-lo. —disse não muito animada. Walt olhou-nos de cima a baixo, e olhou ainda mais Ross.


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Notas finais do capítulo

Foi isso... Devo dizer e reconhecer que a briga entre a Ross e a Emy foi besta, mas elas não são personagens minhas, não fui eu que conduzi a briga.
Eu peguei um momento besta pra parar, né? Desculpa por isso, mas estava ficando grande demais. Infelizmente, por causa de como terminou o capitulo, a Riri, que deveria ser a próxima, não irá ter sua vez ainda. Pobre Riri, no nosso RPG ela realmente apareceu pouco. Muito pouco. Vou tentar concertar isso quando terminar a parte que estava no RPG.
Espero que tenham gostado e se viu erros, por favor diga, para que eu possa arrumar logo.



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