Para sempre amigos. escrita por Ninguém


Capítulo 39
Capítulo 39 - Por que ?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que estão comentando , acompanhando e favoritando a fic , vocês me dão forças para continuar escrevendo . Mais um capítulo fresquinho para vocês .



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Depois de sair do apartamento do Comendador , a menina do cabelo vermelho pega um táxi até o aeroporto . No caminho checa através do celular os próximos internacionais que iriam partir em poucas horas .

Ao chegar ao seu destino paga o táxi e se dirige ao guichê da companhia aérea e compra sua passagem . O avião decolaria em quarenta e cinco minutos então sem tempo a perder ela vai para o portão de embargue .

Quase perde o voo pois a fila do raio x tomou metade de seu tempo . Como iria de primeira classe é uma das primeiras a embarcar . Ao sentar em sua poltrona na janela fica pensando se fez a escolha certa , mas não chega a nenhuma conclusão .

Soa o anuncio para desligar os telefones celulares e todo o tipo de eletrônicos , e ao pegar seu celular para desligar vê na tela de bloqueio uma foto sua e do Lucas e várias ligações perdidas e inevitavelmente começa a chorar .

O voo é tranquilo porém mesmo estando com todo o conforto que a primeira classe oferecia não conseguiu dormir , o João Lucas não saia da sua cabeça nem um minuto sequer .

Após aterrissar e desembarcar a Eduarda segue para pegar um táxi . Quando o taxista pergunta o destino , pede que a leve para uma imobiliária . O homem faz o que lhe foi ordenado e em poucos minutos a menina do cabelo vermelho está saindo do veículo em frente ao prédio em que ficava a imobiliária .

Ao entrar pede para falar com um corretor , e depois do mesmo lhe mostrar através do computador a foto e orçamento de várias casas de diferentes tamanhos e localizações , a menina dos cabelos vermelhos acaba optando por uma casa simples porém aparentemente aconchegante e que acima de tudo estava dentro do seu orçamento que não era lá muito grande pois tinha apenas o dinheiro que ela havia tirado de sua poupança então teria que maneirar para que ele durasse o máximo possível .

Felizmente a casa já estava desocupada e ela poderia se mudar naquele mesmo dia , como não tinha pertences e tudo já era mobiliado não teria nenhum problema para fazer a " mudança "

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A menina do cabelos vermelho entra naquela casa típica de subúrbio , era pequena mas nem tanto , tinha três quartos e o tamanho da sala e da cozinha era o necessário para que ela conseguisse se sentir confortável .

Coloca primeiro o pé direito e depois o esquerdo na esperança que aquele simples ato a trouxesse sorte . Sabia que sua vida iria mudar , sabia disso desde o momento em que subiu naquele avião que a levaria para longe , para longe do Lucas , do seu passado , mas para perto das dificuldades que teria que enfrentar agora sozinha e mais perto ainda de um futuro que nunca tinha imaginado para si .

Ao olhar envolta vê que a casa era exatamente como o corretor a havia descrito , o chão de madeira escura contrastava com as paredes cobertas por um papel de parede branco com alguns detalhes em dourado , a cozinha e os banheiros como o prometido estavam reformados e os quartos tinham um bom tamanho .

Eduarda - É aqui que a gente vai morar agora meus amores . ( Diz passando a mão em sua barriga e deixando lágrimas escorrerem pelo canto de seu rosto )

Ela fica assim durante algum tempo até que ouve a campainha tocar e vai atender a porta .

Desconhecido - Hello . ( Fala segurando um prato com cookies nas mãos )

Eduarda - Oi , quer dizer Hi .

Desconhecido - Você é brasileira ? ( Pergunta após de reparado na troca de palavras )

Eduarda - Sou .

Desconhecido - Graças a Deus apareceu alguém que fala português , não aguentava mais falar inglês . Eu sou Alexandra sua vizinha , mora aqui na casa da frente . ( Diz a última frase apontando para sua moradia )

Eduarda - Meu nome é Eduarda , pode entrar .

As duas entram na casa e se sentam no sofá .

Eduarda - A quanto tempo você mora aqui ? ( Pergunta tentando ser a mais educada possível , a gravidez e o estresse da viagem e dos últimos acontecimentos a tinham deixado acabada e tudo que ela desejava era dormir um pouco ) .

Alexandra - A uns nove anos , meu marido é daqui nos conhecemos enquanto eu fazia um mochilão pela Europa com minhas amigas . Que tal nós irmos tomar um café , conheço um lugar ótimo . E como você acabou de chegar de viagem acho que deve estar morrendo de fome .

Agora a nova vizinha tinha acertado em cheio , a Eduarda estava morta de

fome .

Eduarda - Só deixa eu pegar minha bolsa .

Alexandra - Os biscoitos . ( Diz lembrando da existência deles )

Eduarda - Brigada .

Após pegar o que tinha que pegar e colocar seu sobretudo devido a temperatura negativa que estava no exterior , a Eduarda e sua conhecida saem pelas ruas do subúrbio de Londres e andam até chegarem em um café com aparência aconchegante e mesmo com o frio que estava fazendo as duas preferem se sentar nas mesas de fora .

Alexandra - Essa é a minha história , tenho três filhos lindos , um marido maravilhoso , meu próprio negócio , e mesmo com alguma dificuldades que sempre aparecem posso dizer que sou feliz . ( Fala quando após já estarem um tempo sentadas e aguardando os chocolates quente e sanduíches que pediram chegarem acaba de contar a trajetória que a levou acabar naquele lugar ) Agora me conte como você uma jovem que não deve ter mais do que vinte anos veio parar em um subúrbio de Londres sozinha .

Eduarda - Bom não é tão sozinha . ( Diz pousando a mão em sua barriga )

Alexandra - Você está grávida ?

Eduarda - To .

Alexandra - Com toda essa quantidade de roupas eu nem tinha percebido , de quantos meses ?

Eduarda - Cinco .

Alexandra - E o pai do bebê ?

Os olhos da menina dos cabelos vermelhos começam a se encher de lágrimas e por um estante achou que voltaria a chorar .

Alexandra - Me desculpa . ( Diz vendo o estado em que sua vizinha tinha ficado devido a pergunta que fizera )

Eduarda - Não tem problema , você não fez nada de errado .

Alexandra - Se não quiser falar não se sinta obrigada , só queria te conhecer melhor . Afinal é o única brasileira que vejo a um bom tempo .

O garçom chega com a comida .

Eduarda - O nome dele é João Lucas . ( Fala após as duas permanecerem um pouco em silêncio apenas saboreando seus pedidos )

As duas passam a manhã inteira naquele café , aos poucos a Eduarda vai se abrindo e conta toda sua história para a Alexandra que ouve em silêncio apenas as vezes se pronunciando para perguntar sobre algo que não tinha entendido ou para tirar alguma duvida .

Alexandra - Você foi muito corajosa em vir pra cá .

Eduarda - Não . ( Diz Eduarda negando com a cabeça ) Fui covarde isso sim , não tive coragem suficiente ara continuar lá e enfrentar a situação .

Alexandra - Fez o que achava melhor , e é isso que importa .

Eduarda - Tenho medo de ter feito a escolha errada .

Alexandra - Não pense nisso querida , olha agora você já está aqui e tem que se preocupar com esses dois bebezinhos que ainda nem nasceram .

Eduarda - Você tem razão .

Alexandra - Com tudo isso perdi a noção do temo , as crianças já devem estar me esperando na escola , quer me acompanhar .

Eduarda - Pode ser .

As duas vão até o colégio andando , e enquanto caminham a Alexandra vai apresentado parte da cidadezinha para Eduarda que olhava tudo com atenção .

Desconhecido - Mamy , você demorou . ( Diz um menino de cabelo loiro que estava bagunçado por causa do vento )

Alexandra - Desculpa meus anjinhos . Eduarda esses são meus três pestinhas . A Miley ( Fala apontando para uma garotinha de no máximo uns quatro anos , como seu irmão também tinha os cabelos loiros ) , a Emily ( Diz direcionando seu olhar para a menina que estava no meio ) e por fim o Noah .

Eduarda - Oi .

Emily - Quem é você ? ( Pergunta a garota que parecia ser a mais velha entre os três )

Alexandra - A Eduarda é nossa nova vizinha .

Miley - Você é do Brasil ? ( Pergunta entusiasmada )

Eduarda - Uhun .

Alexandra - Que tal a gente continuar essa conversa lá em casa , está muito frio aqui e não quero ver ninguém doente .

Os cinco seguem em direção a casa e durante todo a caminho as crianças tentam descobrir o máximo de informações sobre a nova vizinha que responde todas as perguntas achando engraçado ver eles tão agitados em conhece-la .

Alexandra - Emily e Noah lição de casa .

Noah - Mas mamy . ( Fala tentando apelar mas é interrompido )

Alexandra - Sem mas , daquia pouco o pai de vocês chega daí é que não irão fazer mesmo os deveres .

Os dois mais velhos seguem emburrados pelo corredor .

Miley - Mamãe posso ver desenho ?

Alexandra - Pode meu amor .

A menina saí correndo da sala .

Eduarda - Eles são lindos .

Alexandra - Brigada .

As duas se sentam no sofá .

Eduarda - Acho que eu vou indo .

Alexandra - Se precisar de qualquer coisa é só tocar a campainha .

Eduarda - Brigada por tudo .

Alexandra - Não tem que agradecer , vizinhos são pra essas coisas .

A menina do cabelo vermelho entra em casa acaba , não aguentava mais ficar e pé e por mais que seu corpo insistisse para que ela fosse logo para cama , decide tomar um banho antes . Liga a aguá da banheira e só então se dá conta de que não tinha outra roupa para por . Quando saiu do apartamento dos Medeiros não levou nada além de sua bolsa para não levantar suspeitas .

Ao sair do da banheira se seca e veste por cima de suas roupas íntimas apenas uma blusa , por mais que estivesse congelando lá fora , a casa permanecia aquecida devido ao aquecedor .

A cada passo se sente mais cansada e logo que se deita na cama sente falta do Lucas ao seu lado , dos braços dele envolta do seu corpo , do peso dele no colchão , do seu cheiro . Mais esses pensamentos teriam que ser adiados , suas pálpebras já tinham começado a pesar e seu corpo implorava por descanso .

Na manhã seguinte ao acordar olha para os lados e se lembra de tudo o que tinha acontecido . Porém ela não podia mais viver no passado tinha que encarar a vida , se levanta da cama e se arruma .

Como a casa não tinha comida , e ela não tinha roupas decide sair para comer alguma coisa e depois passar em algum mercado e lojas de roupas . Ao pisar na rua começa a se arrepender de ter levantado da cama , o clima estava quase polar .

Não sabe muito bem onde ir , Alexandra já tinha lhe mostrado alguns lugares da pequena cidade porém ainda a menina do cabelo vermelho desconhecia a maioria . Vai até o café onde havia ido no dia anterior mas dessa vez não se senta na varanda .

Após acabar de tomar café , sai pelas ruas em busca de uma loja de roupas . Felizmente ela não tem que andar muito para encontrar . Ao entrar uma vendedora em falar com perguntando se precisava de ajuda , a menina do cabelo vermelho nega e começa a procurar roupas que goste .

Depois de um tempo finalmente acho algo que lhe agrada , uma blusa preta de manga comprida com o slogan de uma banda gravado . Ela fica aparada com a peça em mãos , na duvida de comprar ou não .

Então vê uma garota que não devia ter mais do que dezesseis anos que pelo horário estava cabulando aula , pegar uma blusa igual na arara .

Eduarda - Ta na hora de crescer Eduarda . ( Diz para si mesma )

Coloca a peça no lugar de origem e sai em busca da vendedora que lhe tinha oferecido ajuda . A mulher deveria ter uns trinta anos , era bonita seus cabelos loiras estavam presos em um coque , e sua roupa impecavelmente passada .

Com a ajuda da vendedora a Eduarda consegue escolher peças que com certeza seriam aprovadas pela Imperatriz Maria Marta caso ela as visse . Vai até o caixa e depois de pagar segue para o mercado .

O dia passa sem maiores acontecimentos , ela passa a maior parte do tempo vendo televisão , quando dá a hora do almoço vai para a rua e come em um restaurante . Mesmo tendo comprado comida no supermercado a menina do cabelo vermelho não sabe prepara-las e nem estava com vontade de aprender a fazer isso .

A campainha toca enquanto a Eduarda estava acabando de sair do banho . Ela rapidamente se troca e vai abrir a porta .

Alexandra - Vim ver como você estava . ( Fala entrando na casa )

Eduarda - Eu to bem , me adaptando sabe como é que é .

Alexandra - Eu fiquei pensando em tudo que você me disse ao seu repeito ontem e só não entendi uma coisa .

Eduarda - O que ?

Alexandra - Onde estão seus pais em meio a tudo isso ?

Aquela era uma boa pergunta e nem ela própria saberia responder .

Eduarda - Na Itália .

Alexandra - Mas eles sabem que você está aqui , correto ?

Eduarda - Na verdade nem eles sabem .

Alexandra - Seus pais devem estar desesperados , eu mesma iria surtar se um dos meus filhos fizesse isso .

Eduarda - Eu pensei em contar a eles , mas e se contarem pro Lucas ?

Alexandra - Faça-os prometer que não o farão , mas conte a eles .

Eduarda - Ok , você me convenceu .

Alexandra - Mas me conta , como você vai sobreviver morando aqui .

Eduarda - Não sei , acho que vou tentar arrumar um emprego só que não sei fazer absolutamente nada .

Alexandra - Se quiser pode trabalhar comigo na confeitaria , eu to precisando mesmo de alguém para me ajudar .

Eduarda - Você tem certeza ? Eu não sei nem fazer brigadeiro direito .

Alexandra - Não tem problema isso você aprende rapidinho .

Eduarda - Então se é assim , quando começo ?

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Maria Marta - Lucas por favor coma alguma coisa , se continuar assim vai acabar ficando doente .

João Lucas - To sem fome . ( Diz enrolado nas cobertas )

As últimas semanas não tinham sido fáceis para o caçula da família , após a partida repentina da namorada o filho mais novo do homem de preto entrou em um estado lastimável . Se recusava a comer , a trabalhar , até mesmo se levantar da cama .

Nos primeiros dias procurou a Eduarda incansavelmente , porém a cada hora sua esperança de encontra-la diminuía . Ela poderia estar em qualquer lugar do mundo e mesmo com os esforços e contatos do Comendador , não tinham conseguido uma pista se quer dela .

Por causa da carta que a menina do cabelo vermelho deixou , a polícia não podia fazer nada pois ela não estava desaparecida apenas tinha ido embora . Os pais dela voltaram para o Rio de Janeiro no mesmo dia em que souberam do ocorrido , entretanto nem eles tinham qualquer notícia sobre ela .

Todos estavam desesperados afinal ela já estava com a gravidez avançada , não sabiam se tinha dinheiro para se manter e a possibilidade dela estar passando alguma necessidade atormentava a todos .

Maria Marta - Por favor meu filho , cama só um pouco pelo menos . ( A matriarca da família estava desesperada a três dias o João Lucas se recusava a comer qualquer coisa )

João Lucas - Já falei que to sem fome .

Maria Marta - Você vai acabar morrendo .

João Lucas - Qual ia ser a diferença ? A Du não esta mais aqui mesmo .

A Maria Marta fica sem palavras , sabia que o filho amava a Lek Lek mas não acreditava que era tanto .

José Alfredo - João Lucas levante . ( Ordena o Comendador chegando no quarto )

O filho não fica indiferente com a ordem lhe dada pelo pai .

José Alfredo - Já chega João Lucas , a Eduarda foi embora e você tem que aceitar isso . Ficar o da inteiro nessa cama não vai traze-la de volta muito menos se recusar a comer vai fazer isso .

Aquelas palavras foram as mais difíceis que o homem de preto teve que dizer em todo sua vida . Foram duras ele sabia porém necessárias assim como todos , não aguentava mais ver o filho naquele estado deplorável . Justamente o filho que sempre estava em ativa , vê-lo daquela forma era dolorido demais .

José Alfredo arranca o edredom da cama e arrasta o filho até o box onde liga a água fria do chuveiro . No início o João Luca se rebate tentando se livrar dos braços do pai que o forçavam a ficar debaixo da corrente de água gelada , porém com o tempo foi se acalmando e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto se misturando com a água .

João Lucas - Por que ela fez isso pai ?

José Alfredo - As mulheres são algo complicado de se entender .

João Lucas - Eu a amo .

José Alfredo - Eu sei meu filho .


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Notas finais do capítulo

Eu vou começar a programar os capítulos para saírem em um determinado horário para não correr o risco de deixar vocês seus capítulos . Alguma sugestão de que horas eu devia postar ?
Pergunta do capítulo - O que vocês fariam se tivessem na situação da Du ?
Nos vemos nos cometários , beijos .