Tokyo Ghoul: Festival de Carne escrita por L Athan
Notas iniciais do capítulo
Este prólogo foi uma forma de apresentar os dois personagens principais, aproveitem a leitura.
Já era noite quando os primeiros respingos transparentes desciam do céu e se encontravam com as estradas, prédios e lixo do 14º Distrito, e era acima de um dos prédios que ele observava o movimento da multidão na rua agitada. Um manto cinza fosco o cobria e agora se tornava úmido e pesado perante a chuva que caía, seu capacete com uma máscara de gás acoplada era parcialmente escondido pelo capuz do sobretudo que trajava.
Pôs-se de pé na margem do prédio e sentiu o ar gélido da noite e os respingos de chuva lhe abraçarem com um frio que fazia esqueletos tremerem, deu as costas para a rua e seguiu saltando de prédio em prédio, escutando uma voz dentro de seu capacete, emitida por um comunicador embutido a ele.
– Ele está indo na sua direção –
– Entendido –
Saltando de um prédio para um dos muitos postes de luz da região, pôde avistar seu alvo e puxou uma espécie de lança-dardos, enchendo os pulmões de ar e colocando a boca em uma das entradas da arma disparou um tranquilizante no perseguido, que se defendeu ativando seu kagune e usando-o como escudo.
– Ele caiu –
– Ótimo, continue a perseguição –
– Entendido –
Saltando entre os postes de luz e em seguida para o calçamento, entrou em uma das vielas e pulou entre as paredes até chegar ao topo de uma das casas, correndo pelo telhado saltou em um caminhão que passava na rua e segurou-se na lataria ao fincar as unhas e perfurar o latão como uma faca perfura manteiga, o caminhão se aproximava cada vez mais de seu alvo, embora não atingisse a mesma velocidade que ele. Saltando, deixou que seu kagune fosse liberado da parte de trás de sua cintura e rasgasse seu manto, a carne ghoul, ou células rc, tomou a forma de inúmeras correntes num tom negro com veias vermelhas passando por suas extremidades, alguns olhos se dividiam irregularmente pela extensão das correntes e passavam a se movimentar inquietantemente. Algumas das correntes se prendiam nas paredes dos prédios e impulsionavam-no para frente enquanto outras permaneciam livres apenas acompanhando a movimentação.
O ghoul que perseguiam virou-se para encará-lo, observando que fugir seria impossível pois logo no fim da rua aparecera outro participante do confronto.
– Bom trabalho, eu posso assumir daqui em diante – soou uma voz do capacete, comunicando-o, mas ele parecia ignorar o aviso e avançou pra cima de sua caça alcançando uma velocidade absurda, ambos os kagunes estavam em jogo e a disputa encontrava-se entre correntes e um machado de duplo gume que ligava-se à parte traseira do ombro do ghoul alvo – Norin! Eu disse que assumo NORIN! – ele já não ligava mais para o comunicador, seus sentidos se focaram apenas na parte mais emocionante de uma perseguição: o momento em que o caçador alcança o caçado e o consome. O golpe de início do confronto foi dado por ele, Norin, que usou uma das correntes para dedicar um golpe frontal contra o “caçado” que se defendeu contrapondo a haste de sua arma (lê-se kagune) contra o golpe de seu combatente, bloqueando-o com êxito. A corrente então modificou sua rota, agarrando-se na haste do machado e impossibilitando qualquer movimentação futura que possa ser realizada, as inúmeras correntes livres atacaram todas de uma única vez, para o desespero de seu oponente, perfurando por completo a carne do indivíduo e espalhando o sangue que escorria pelos destroços junto das entranhas e órgãos que escapuliam para fora do corpo destroçado, as pontas metálicas que atravessavam o ghoul fincavam-se no asfalto e imobilizavam o cadáver.
Norin agora mergulhava num êxtase imenso, por baixo de sua máscara de gás ele sorria intensamente e da maneira mais sincera possível, se contorcendo de prazer enquanto tinha suas gargalhadas abafadas pelo capacete. Apenas não notara que mesmo com seu oponente morto, suas correntes continuavam a perfura-lo várias e várias repetidas vezes, mesmo após já terem entrado centenas de vezes em sua carne, já não havia sangue para escorrer, havia apenas os restos mortais destroçados e correntes negras com seus olhos avermelhados observando tudo ao redor, construindo um caixão de metal e sangue.
De repente, tudo ficou escuro, e Norin agora flutuava nas trevas de sua mente, mergulhado num oceano de memórias até que – Acorda! – um bofete lhe pegou na bochecha esquerda, agora livre da proteção do capacete. Levantou-se para olhar o céu azul e as nuvens que circulavam ao seu redor até que fixou seus olhos em Uce, seu irmão, embora apenas por consideração. – O que foi? Você estava se contorcendo, estava tendo pesadelos? – ele olhou para Norin com pena, e Norin detestava qualquer pena direcionada a ele. – É mais ou menos isso. – cortou logo, não estava a fim de lembrar mais ainda seu passado.
Seu passado obscuro.
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Gostou? Continue acompanhando, saíra o primeiro capítulo assim que você piscar os olhos!