Complicada e Perfeitiinha escrita por AliceCriis
Vinte
- Que coisa? – ela estreitou os olhos.
- Que não irá mudar seu comportamento comigo, depois de ouvir a história. Que vai continuar me tratando mau, e sendo a mesma babaca, perfeitinha e mau humorada de sempre. – ele respirou fundo.
- Sim – ela assentiu sem compreender.
- Então vamos á história... – ele mencionou, e olhou para o céu de novo. – Todo mundo acha que minha mãe desapareceu quando eu tinha duas semanas de idade, correto?
Alice assentiu.
- Mas na verdade não. Viemos de Nova York pra cá por isso. Meu pai quis esconder a mentira... Minha mãe conviveu comigo por toda minha infância. – ele sorriu desgostoso.
Alice simplesmente abriu a boca, com o choque.
- Não é só isso que vai te impressionar... eu garanto. – ele sorriu, de maneira sombria. – Meu pai e minha mãe se casaram por ela estar grávida de mim. Os pais dela eram rígidos e protetores dos bons costumes. E Renée engravidara por uma noite de bobagem jovem com meu pai... – ele revirou os olhos, e não a olhou – Vi desde criança, como o casamento de meus pais sempre, fora desastroso. Eles se odiavam. Basicamente. Eu tinha cerca de uns... oito á nove anos. E minha mãe foi á um concurso de jardinagem em Oklahoma. E o ônibus do curso se foi. – ele parecia estar revendo os momentos – E dois meses se passaram e ela nunca mais voltou. Nenhum registro na polícia. Nada. Ela desapareceu do nada. Nenhum registro em nada. Ela nunca participara realmente de algum clube de jardinagem. Ela sumiu. E eu fiquei.
“Nunca havia visto Carlisle daquela maneira comigo. Ele passou a beber todos os dias. E ficou violento... Muito violento... – ele fechou os olhos – e descontava em mim. Colocava toda a culpa em mim. Não era mais um cara racional. Deixava-me sangrando por oras em meu quarto... – ele tirou a camisa e mostrou suas costas... era cheia de cicatrizes. Ela não havia notado ontem... ontem ela tinha outro objetivo.
Os olhos de Alice se focaram de cicatriz a cicatriz... por toda a extensão das costas, seu peitoral, ombros, e uma longa e fina no pescoço... quase imperceptível.
- Oh meu Deus... – A mão de Alice elevou-se a sua boca, e recobriu tamanho espanto.
Os olhos de Jasper sorriam tristes.
- É por isso... – ele deu de ombros – eu não posso tolerar o que Carlisle me impõe. Não posso suportar o que ele manda. Não tenho que ser a perfeição pra ele. Tenho que ser o oposto. Mostrar que ainda estou no jogo. Firme e forte. – ele parecia cansado.
- Jazz... eu sinto muito... – a mão de Alice se moveu em direção ao rosto do jovem rapaz. Mas instantaneamente, ele esquivou-se dela.
- Você prometeu... – ele engoliu em seco. – Nada vai mudar.
Os olhos de Alice rolaram para a piscina abaixo deles.
- Desculpe. – ela sussurrou, e dei dois leves tapinhas no ombro do garoto. E avistou Cécilys e Honey, em cima de uma escrivaninha. Apenas os olhando. Sem dizer nada.
Alice caminhou pausadamente para o quarto adentro, deixando Jasper só. Solitário na sacada.
Ela caminhou e procurou seu bloco em algum canto de sua bolsa. E o encontrou. Sentou-se em sua escrivaninha e pegou a caneta.
É tão estranho... como é fácil ter uma visão tão completa. E depois... desfazer-se!
Como sempre foi fácil ver. Ver bem. Ver corretamente.
Ver e CRER no que eu via. Mas não é sempre assim que acontece.
Eu vi. Vi a verdade por trás da maluquice, desobediência e complacência.
Amizades vem e vão. Corações continuam palpitando.
E as emoções ficam confusas e turvas, como águas nervosas e febris.
Meu coração dói. E vejo que talvez minhas escolhas não sejam tão certas quanto deviam.
Estou confusa. Muito confusa.
Talvez o vilão, não seja MESMO o vilão... e talvez meu melhor amigo, não seja apenas isto...
Alice Brandon.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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