Complicada e Perfeitiinha escrita por AliceCriis


Capítulo 16
Quinze




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Alice se agarrava forte ás costas de Jacob, que acelerava debilmente sua motocicleta.

 - Não é longe... – avisou ele, com um sorriso em sua voz.

Alice tentou manter-se calma. Mas ela estava se sentindo suja. Estava mentindo pra Jacob. O único com o qual sabia cada segredo de sua vida. A conhecia melhor que qualquer um que estivesse respirando neste mundo. Compartilhar uma coisa desta com Jasper Cullen? Era tão bizarro. Confiar nele, então? Quase impossível. Mas era apenas isso que ela ia conseguir. Apenas incertezas. Jake dirigia para trás da propriedade da família de Alice, e em seguida encontrou uma trilha velha. Antiga e mais antiga. Com algumas flores que restavam nas beiradas do caminho, e no fim da estradinha, um enorme e frondoso carvalho.

 Ele se lembrou! – Alice pensava, e sua mente comemorava.

Um balanço pendia de um dos grossos galhos da árvore frondosa, e em cima se aninhava um agrupamento de tábuas, e um fio de energia pendia por cima de um telhado fajuto.

 Ele se lembrou... – Alice ainda comemorava mentalmente.

 - Bem... Acho que chegamos. – anunciou ele, encostando a motocicleta á alguns passos do caule da enorme árvore. Ele fitou Alice, enquanto descia de sua moto. Ela parecia perdida em pensamentos. Envolvidas com lembranças velhas, quase esquecidas no fundo de sua memória.

 Ela retirou o capacete, e caminhou com os olhos perdidos com tantas recordações.

 - Alice? – ele chamou arrepiando os cabelos com uma de suas mãos – Achei que gostaria de ver o “cafofo”. – ele sorriu.

 - Você... lembrou!  - ela exaltou.

 - Vamos... suba! – ele a incentivou, a seguir pelas escadas de madeiras, pregadas ao tronco da árvore.

 - Isto... está aqui á uns dez anos, Jake! Como confia nessas madeiras velhas? – perguntou ela, desconfiada.

 - Arrumei tudo aqui, ontem... – ele parecia envergonhado de seu feito. E Alice apenas o enviou um sorriso, e subiu sem pestanejar mais. Jacob a seguiu, fielmente.

Enfim, ela pois seus dois pés sobre a madeira firme da casa na árvore. E um turbilhão de emoções passou por dentro de si mesma como se algo a afetasse mais e mais. A cada segundo se quadruplicando de tamanho.

 - Então? – perguntou Jacob ofegante.

 - É... como... exatamente como era... – Alice parecia soluçar. E enfim abriu a porta que estava trancada com o segredo do armário dela na 5ª série. E quando achou que não poderia ficar mais surpresa...  ela viu o que a esperava.

 Uma televisão velha que foi consertada por ela e Jacob, uma antena que mais parecia um monte de sucata retorcida, dois sofás de luva de beisebol, um frigobar pré-histórico, um fogão á lenha entupido de cinzas, quadros de frutas que Alice e Jacob pintaram na escola, fotos de ambos quando tinham 7 anos numa cabine de fotos, redes penduradas canto a canto da casa, retratos velhos, e espelhos quebrados pendurados em todas as paredes, uma cômoda com coisas dela, e outra ao lado com as de Jacob.

 Jacob ficou ali parado, como um bobo observando-a mexer em tudo como se acreditasse que aquilo era um sonho, quando uma súbita lembrança o alcançou...

 

 - Vamos Jake, me dê metade disto! – Alice insistia em pegar as tábuas roubadas da garagem de Billy.

 - Acha que vou te fazer quebrar suas unhas? – Jacob imitou Mercii.

 - Me dê logo, essas drogas! – Alice roubou dos braços magrelos de Jacob, uma boa quantia de madeira, e continuou a arrastá-las pelo caminho.

 - Bella nem Rose podem saber que estamos fazendo isso... – avisou Jake, fingindo seriedade.

 - Sim, a gêmea e a Rose, iriam contar a Esme que estou carregando tábuas roubadas por aí... – Alice revirou os olhos e jogou as madeiras aos pés do grande carvalho.

 - Bem... podemos começar com os pregos? – perguntou Jacob, revirando o monte de materiais roubados.

 - Sim... se você os encontrar... – zombou Alice.

 - Aqui... – ele levantou um pacote cheio de pregos.

 - Martelo? – ela perguntou.

 - Aqui... – ele assentiu.

 - Podemos começar então. – ela disse, organizando as coisas que Jacob iria precisar. 

Ele sempre fora um gênio em cálculos, e sabia ser arquiteto mirim como ninguém.

O celular de Alice tocou.

 - Alô? – atendeu ela.  – Estou com Jacob, mãe... Onde estou? Bem... estou caminhando um pouco. Exercício ajuda no crescimento, entende? Por onde? Ah, acho que estamos na frente da casa dos Esxeculer. Sim. é. Até mais tarde mãe. Ok. Não vou me perder. Até... – desligou.

 - Super protetora? Imagina... – zombou Jake.

 - Como se seu pai não verificasse todos os locais que você foi, quando chega em casa... – Alice revirou os olhos, e beliscou o cotovelo dele.

 - Bem... estas são da escada, entende? – apontou ele para uma pilha de tábuas. Ela assentiu – Então não misture-as com estas... – apontou para outra pilha. – Entendeu?

 - Claro como água. – assentiu.

 - Vamos... me alcance os pregos. – Jacob e Alice partiram ao trabalho mais uma vez.

 

~~*~~

 

- E aí? Está bom para a senhorita? – Jacob fez reverencia, e abriu passagem para que Alice escalasse as escadas da casa na árvore.

 - Bem... veremos como está por dentro com a minha fantástica organização... – gabou-se.

Jacob apenas revirou os olhos.

Ambos subiram as escadas e olharam a organização e decoração que Alice fez.

 - Foi um bom trabalho, Alie... – elogiou Jake.

 - É claro que foi... – ela deu de ombros e começou a mexer no televisou desmontado.

 - Quer ajuda? – perguntou Jacob, abaixando-se ao lado de Alice.

 - Sim, me passe a chave de fenda... – pediu ela, distraída. E assim ele o fez. – Agora me alcance o spray de cola... – pediu novamente.

 - Onde ele está? – retorquiu o jovem.

 - Atrás da caixa de ferramentas... – resmungou ela, girando alguns parafusos para dentro do televisor. – Obrigada. – disse ao pegar o frasco.

Alguns minutos depois...

 - E “voila”... – disse ela,. Ligando a TV, na tomada improvisada e conectando os respectivos cabos.

E a TV ligou.

 - Oh meu Deus! – exclamou Jacob – E não é que você concertou? – Admirou-se ele.

 - Esperava o que em, senhor vara-pau? – retrucou ela, em gargalhadas.

E o dia de ambos, foi divertido, comendo bolinhos e muffins que a Senhora Plony havia preparado em segredo para Alice.

 

~~*~~

 

Jacob se entupia de doces durante a tarde – o que provavelmente a amável esposa de Billy detestaria saber. Seu celular tocou, avisando uma nova mensagem.

 “Jake, me encontre no cafofo. Tenho uma coisa pra contar para você. Alie.”

O coração de Jake palpitou forte. Alice queria contar algo a ele. E isso o deixou inquieto. Deixou seus doces e bobagens em cima da cômoda da sala, e correu escadas acima, á procura de sua preciosa caixinha dourada. Enfim, ela estava onde sempre a guardava. Em um cantinho discreto de uma gaveta. Ele abriu a caixinha, e a pequena pepita de granito esculpida por ele, mostrava um rosto pequeno e cabelos espetados; Alice.

 Desceu correndo até chegar á sua bicicleta na garagem. Ele cuidava da caixinha dourada em seu bolso esquerdo como se seu coração estivesse ali.

 Ela finalmente entendeu... – ele pensava, e parecia soltar fogos de artifício por toda a extensão de seu corpo. Seus pés parecia voar de tanta felicidade. E enfim, ele avistou a garotinha baixa de cabelos espetados, rodopiando abaixo do enorme carvalho.

 Ele não ligava de ofegar, apenas largou sua bicicleta em qualquer lugar e correu até ela.

 - Aqui estou. – ele sorriu radiante, olhando nos olhos dela. Alice crescera, se tornara uma pré-adolescente assim como Jake, tinha olhos mais verdes do que antes. Sua estatura ganhava formas femininas, e seu gênio se tornava complacente.

 - Jake! – ela arfou e rodopiou mais uma ver em torno de seu próprio eixo. – Você não vai acreditar, com quem eu estou namorando!

O pequeno peito de Jacob foi seu poço fundo e inimaginavelmente sem fundo. Nada mais tinha cor, e o mundo era um lugar frio e gélido.

 - James Kameroon!

E ele segurou as lágrimas e sorriu robóticamente – Bom pra ele...


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demoora, novamente... estou cheia de provas e trabalhos - é... ainda!
Então deixe suua indicação - se achar q eu mereço... claro' '-'



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