Eduarda:

Eu estava em um estado de alegria e contentamento que ninguém poderia imaginar. Me ver livre das mãos daquele maníaco do Fernando e ainda por cima ver os meus filhos nascerem bem e com saúde, estava tão agradecida, que não sabia fazer mais nada além de agradecer à Deus e chorar. Assim que Cristina e Lucas colocou os meus filhos nos meus braços eu só pude olhar para o Lucas, que estava tão emocionado ou mais do que eu e lhe dizer.

" - Obrigada Lucas, obrigada por ter vindo me salvar e principalmente, por ter dado a vida aos nossos filhos. Obrigada por você ter aparecido na minha vida, tantos anos atrás. Eu te amo." - digo chorando. Obrigada meu Deus, por ter protegido à mim e aos meus filhos, obrigada por ter colocado o Lucas à tempo, para que ele realizasse o trabalho de parto.

" - Não Du, eu que tenho que agradecer por tudo o que você já fez por mim, e toda a felicidade que você proporciona na minha vida. Obrigado por ser o anjo da minha vida." - diz ele me beijando. Sinto em seu beijo o quanto ele me ama e o quanto está feliz com tudo o que aconteceu em nossas vidas.

" - Lucas, Eduarda, o trânsito começou a andar de novo. Vamos, vamos chegar logo em um hospital para que vocês quatro sejam bem cuidados." - diz Cristina e é quando eu percebo o estado de João Lucas, ele não se saiu tão ileso de sua briga com Fernando e mesmo assim, não aparenta sentir dor nenhuma. Ambos concordamos que era hora de chegarmos ao hospital.

" - Lucas, tem certeza que você está bem? Tu tá um pouco machucado lek, não tem mais nenhum lugar onde Fernando te machucou?" - pergunto preocupada, depois de toda a correria é onde a dor que tinha ao ser amarrada e maltratada por Fernando, volta.

" - Nossa Eduarda, você só sabe me impressionar a cada dia mais. É claro que eu estou bem, estou mais preocupado contigo que foi torturada, maltratada e acaba de ter filhos de um jeito super estranho, e está preocupada comigo? Sério? Para meu! Como você está? Está tudo bem mesmo com você?" - diz preocupado, se ajeitando ainda mais no banco detrás do carro. Cristina está correndo tanto com esse carro, que parece que está fugindo das chamas do inferno. Dou uma gargalhada, que surpreende à ambos.

" - Estou bem Lucas, nós três estamos bem, graças à você e à Deus, que sempre nos protegeu. Só sinto uma dor no rosto, por causa dos tapas que ele me deu, mas fora isso, estou em um estado completo de contentamento, então se acalme, pois se você começar a ficar nervoso, eu também irei." - digo acariciando o seu rosto. Nossos filhos se aconchegam ainda mais em nós e ambos olhamos para eles. - "Eles são lindos, não são? O Alfredinho me lembra você, Lucas" - lhe digo. Lucas me olha embasbacado não acreditando no que acabei de lhe dizer.

Já tínhamos havido algum tempo que estávamos pensando em nomes para os nossos filhos, e não sabíamos o que iriamos colocar, mas nesse momento, no momento em que peguei Alfredinho nos braços, me lembrei do que o pai do Lucas me disse no hospital, quando descobrimos que estava grávida. " - Ah, pode parar de ter vergonha de mim. Daqui a pouco você estará participando dessa família que é uma loucura, então nada de vergonha. Só gostaria de dizer uma coisa sobre o meu filho. Eu sei que ele ainda vai te dar muita dor de cabeça, disso tenho certeza, que ele irá te fazer chorar e você pensará que fez a maior burrada da sua vida aceitando o seu pedido de casamento, mas você quer um conselho de alguém que já viveu mais que você? Não deixe essa oportunidade passar, desde o dia em que vi vocês dois, soube que tinha mais sentimentos ali, do que uma simples amizade. Lucas me contou tudo o que aconteceu e ele errou feio, mas se tem uma coisa que posso dizer sobre o meu filho é: ele realmente te ama, e foi difícil para ele mesmo assumir esses sentimentos. Ele lhe dará tristeza, mas principalmente alegria, pois esse é o verdadeiro significado do casamento minha querida, estar junto apesar de tudo, estar por amor. E isso tenho certeza que vocês dois tem, por isso vocês serão felizes.", e não tinha forma melhor do que homenagear o meu sogro dessa forma. Já vinha pensando no nome da menina também, mas antes queria a opinião de Lucas, sou surpreendida por um beijo daqueles de tirar realmente o fôlego.

" - Mas o por quê disso?" - pergunto assustada.

" - Por além de você ter trazido alegria à minha vida, ter me dado esses dois anjinhos que estão aqui, está fazendo uma linda homenagem ao meu pai Du, obrigado mesmo. Se o coroa estivesse aqui ainda, ele também iria ficar emocionado. Obrigado." - diz me beijando mais uma vez. Fico toda boba com a demonstração de afeto e lhe pergunto.

" - E o que você iria fazer se lhe dissesse que estava pesando em chamar nossa filha de: Marta?" - digo rindo do seu jeito bobalhão.

" - Iria te encher de beijos e carinhos" - diz João Lucas rindo. Também estou rindo, esse momento não poderia ser melhor.

" - Ah, então você já pode começar a me paparicar, pois nossos filhos terão os nomes de seus pais" - digo rindo ainda mais, quando Lucas começa a me encher de beijos. Chegamos ao hospital e percebo que a Cristina está toda boba também com a homenagem que eu fiz ao José Alfredo, ela me abraça toda sem jeito, quando estou na cadeira de rodas e sussurra no meu ouvido:

" - Meu pai ficaria imensamente feliz, por essa homenagem Du, obrigada por se lembrar dele, em uma hora dessas." - diz chorando.

" - Olha Cristina, sei que não somos muito chegadas, mas mesmo assim, o pai de vocês merecia tudo isso." - digo lhe retribuindo o abraço.

Sou levada para dentro do hospital para ficar em repouso e fazer alguns exames, meus filhos vão para o berçário e Lucas, fui informada depois que acabou indo para a enfermaria, tratar dos seus ferimentos. Ambos odiamos hospital, e ter um remédio sendo passado no meu rosto, para curar os cortes e tirar um pouco da dor, me faz estremer e rir ao mesmo tempo. Me dão uns remédios para dormir e dores, assim que os tomos, começo a sentir toda a exaustão do dia cair ao meu redor. Me sinto tão relaxada que eu começo a pegar no sono, antes de apagar, tenho um vislumbre do meu sogro, José Alfredo rindo e me agradecendo. Depois disso, caío em um sono tão profundo e fortalecer, agradecida por tudo.