Da amizade ao amor escrita por Ana Magiero


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Vamos para mais um capítulo!!!



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João Lucas:

Depois que Du finalmente aceitou meu pedido de casamento, pensei em fazer algo especial para oficializar tudo isso e já até sei o que posso fazer para esse momento romântico. Estou fazendo voz de criança para os meus filhos, quando o médico entra no quarto. Ao olhar aquela cena, de mim falando com os bebês ainda na barriga de Du e ela sorrindo, o Doutor dá um sorriso.

" - Eu tenho ótimas notícias para dar aos dois" - anuncia ele. - " Eduarda, já que constatamos que você não recebeu nenhuma lesão mais grave com a pancada na cabeça, à tarde lhe daremos alta. Mas com uma condição." - diz o médico quando percebeu que estávamos animados com a notícia. Ambos respondemos um "Qual" sintonizado que nos fez rir, o médico continuou. - " Que você tire o resto da semana de descanso, e também perceberemos se ocorreu ou não alguma outra coisa, que não diagnosticamos na hora." - diz o médico.

" - Mas eu vou precisar ficar 24 horas por dia numa cama doutor? Tá brincando comigo né?" - pergunta Eduarda emburrada. Amo quando ela fica assim, os lábios dela formam um biquinho que tenho vontade de beijar toda vez que aparece. O médico dá risada.

" - Não, quando digo em repouso, é não fazer nenhuma atividade que irá lhe causar algum esforço. Por exemplo, você não poderá andar muito, não poderá se esforçar demais, vocês três ainda correm riscos se você se sentir mal." - diz o médico.

Após ele dizer isso sinto um pânico se fechando em torno do meu coração ao pensar que algum mal poderá acontecer a Du ou aos lekinhos, não irei deixar ela andar, se depender de mim, Du ficará na cama 24 horas sim por dia.

" - Pode deixar doutor, se depender de mim, os três terão muita saúde por muito tempo." - digo todo responsável. Depois que descobri que era pai, estou tentando me tornar mais responsável, pois muitas pessoas dependem de mim nesse momento. O médico faz um aceno com a cabeça, diz que irá preparar as papeladas da alta e sai, quando me viro, Eduarda está me encarando feio.

" - O que foi Du? Tá tudo bem? Você está passando mal?" - digo me afastando e indo chamar o médico. Ela agarra meu braço e não deixe que eu me afaste dela.

" - Não João Lucas, ainda não aconteceu nada. Eu não sou nenhum bebê que tem que ficar andando por aí com babá, tá me ouvindo lek? Se eu quiser sair, vou sair, entendeu? E nem você e nem ninguém vai impedir isso." - diz Eduarda. Percebo o quanto ela está irritada e que tentar convencê-la uma hora dessas não irá adiantar em nada. Por isso dou um suspiro.

" - Tudo bem, não estou querendo lhe proibir de sair nem nada, mas vou ficar de olho, sozinha você não saí, vai que você passa mal na rua e não tem ninguém para lhe socorrer? E aí, Du, não tem mais só você, sabe disso!" - digo pondo a mão sobre a sua barriga. Mal vejo a hora da barriga da Du começar a crescer e eu sentir os lekinhos.

" - Tudo bem, eu não tinha pensado nessa última parte. Mas enfurnada dentro de casa é que eu não fico. E ah, semana que vem já quero ir para a faculdade" - ela completa.

" - Você só pode estar ficando louca que pensa que vai na faculdade nesse estado né? Eduarda pelo amor de Deus, tu acabou de sofrer um acidente, não pode ficar fazendo esforço."

" - Olha só Lucas, educação em primeiro lugar lek, e outra não irei fazer muito esforço. Dá casa da minha tia até a faculdade, não é muito longe, dá para seguir tranquilo o caminho de busão, como estava fazendo antes." - ela diz simplesmente.

" - Preste bem atenção ao que vou lhe dizer Eduarda, pois só vou falar uma vez e não quero discussão, pois esse assunto não estará aberto para isso. Você não irá mais morar com a sua tia, você vai pra casa comigo" - ela tenta argumentar, mas continuo irredutível - " Já falei que esse assunto não está aberto para discussão. Você vai vir para casa comigo, assim poderá dormir até tarde antes de sair para faculdade, pois nós dois iremos." - digo dando um selinho nela.

Sei que ela vai querer discutir, mas ela me surpreendeu, disse que estava tudo bem e que talvez desse jeito fosse melhor. O médico volta dizendo que ela já está de alta e poderá sair. Ajudo ela a se vestir e juntos voltamos para minha casa. Lá somos recebidos por Silviano que diz que todos estão na Império, pois aconteceu algo que ele não sabe direito o que é. Subo com a Eduarda para o quarto deixo-a deitada ali e digo que volto logo.

Saio de casa e vou para uma joalheria, onde vou para escolher os anéis de noivado. Nós dois somos discretos ao nosso modo, por isso escolho duas alianças bem ao nosso jeito. No caminho de volta, compro um buquê de rosas vermelhas e deixo-o guardado no carro. Entro no apartamento e vou ver como Eduarda está, quando chego ela está dormindo então percebo que esse é o momento perfeito, desço as escadas e pergunto para o Silviano se ele não pode me arrumar umas velas ele vai para a cozinha e volta com umas quinze no máximo, agradeço, subo as escadas de novo, deixo as velas ali na porta, vou até o estacionamento pego o buque de rosas e subo com ele.

Assim que entrei no quarto de novo, Eduarda nem se mexeu, ascendo as velas, coloco o buque ao seu lado e vou até ela acordando-a com leves beijos em seu rosto. Ela demora um pouco para acordar, quando finalmente abre os seus olhos me olha e dá um sorriso discreto. Olha para o lado e percebe tudo o que eu preparei e dá risada.

" - Que isso lek? Para que tudo isso?" - pergunta se sentando na cama, ela pega o buquê de flores e cheira.

" - Eu sei que eu já pedi uma vez mas agora isso tudo é para oficializar. Eduarda, você aceita se casar comigo?" - digo me ajoelhando e tirando a caixinha de dentro do bolso. Olho para Eduarda que já está emocionada.

" - Sim, eu aceito" - diz. Coloco a aliança no dedo dela e ela faz o mesmo comigo. Nos beijamos, logo o beijo se torna mais ardente e tenho que parar, ela inda não pode fazer nenhum esforço. Interrompo o beijo rindo.

" - Você ouviu o que o médico disse, nada de esforço Du."

" - Mas que saco, eu prometo que não iremos fazer muito esforço. Vamos só ficar nos beijos então, mas por favor não para agora, caramba." - diz toda emburrada. Dou risada e passamos a noite nos beijos apaixonados.

O final de semana passou super rápido, Eduarda e eu passamos cada momento desses dias de folga juntos. Eu paparicava ela e ela me paparicava, toda minha família não acreditou o quanto eu mudei em tão pouco tempo. Na manhã de segunda-feira, acordo bem cedo, desço até a cozinha e preparo uma bandeja bem linda de comidas para o café da manhã. Subo as escadas com a bandeja e levo para Eduarda. Acordo ela com beijinhos e quando desperta vê o lindo café da manhã que preparei, ela meio que ataca a comida, acho que a gravidez já está fazendo efeito sobre ela. Digo à ela que iremos sair em vinte minutos para irmos para a faculdade.

Assim que ambos estamos prontos, ligo o carro e nos levo para faculdade, quando nós chegamos, todo mundo quer saber como a Du está e tudo o que aconteceu, tentamos explicar mais ou menos o que ocorreu, mas ambos não dizemos que ela está grávida ainda, mas eles perceberam o quanto estamos grudados e pela primeira vez vê a gente se beijando. Deixo a Du na porta da sua sala e digo.

" - Olha nada de fazer esforço hein? Se lembra do que o médico disse, tudo bem? Pensa em nossos lekinhos" - digo dando um selinho nela. Ela dá risada assim que está se virando para entrar na sala, ambos percebemos o Fernando nos olhando, Eduarda se vira para mim e diz

" - Lucas nada de confusão hein? Deixa o cara quieto, ok?"

" - Tudo bem, sem confusão, não vou aprontar nada!" - digo.

Um mês se passou fácil com essa rotina, íamos para a faculdade e depois eu ia para a Império trabalhar. Estávamos ambos cansados nesse último mês, mas estávamos felizes. No comecinho da semana de final de mês, paramos mais uma vez na sala onde Fernando dá aula para Eduarda, não sei como ainda consigo me controlar perto desse cara, por mais que agora todo mundo já saiba que estamos noivos eu percebo os olhares que ele lança em direção à ela e tenho certeza que um dia não vou aguentar isso.

Estava saindo da minha terceira aula, pronto para comer alguma coisa e pegar algo para Eduarda quando avisto Fernando conversando com Eduarda, percebi que ela estava tentando se esquivar mas ele pressionava. Teve um momento em que ele simplesmente esqueceu que estava em uma faculdade e gritou com ela, meu sangue ferveu e a partir dali eu não me segurei, quando eu me aproximava ele a segurou pelo braço com força e a puxou em sua direção, ela fez uma careta de desconforto, assim que estava próximo o bastante para ser ouvido, disse:

" - Será que dá para você largar a minha noiva?" - disse aparentando estar calmo. Eduarda me olhou espantada nem tinha percebido que eu vinha acompanhando a cena toda.

" - Olha só seu moleque, tu ta vendo essa mulher aqui, ela não é para o seu bico, você não está preparado para uma mulher dessas, você é moleque ainda." - ele continuou dizendo apertando o braço da minha noiva. Joguei a bolsa no chão e digo mais uma vez.

" - Olha, vou repetir mais uma vez, larga a minha noiva antes que eu parta a sua cara." - para falar a verdade, nem dei tempo para o cara pensar, dei um soco na cara dele, nessa reação ele soltou o braço dela e pedi que ela se afastasse, meio que a contra-gosto ela obedeceu. Eu estava com um ódio cego do cara, bati mais uma vez, mas ele também me bateu, só sei que teve um momento em que eu o joguei no chão e bati tanto, que se não tivessem tirado eu de cima dele, acho que teria matado o cara. - " Isso, é para você nunca mais se aproximar dela, pois se fizer isso eu te mato. Tá me ouvindo?" - digo gritando.

Me viro para Eduarda e ela vem na minha direção me perguntando se estou bem, respondo que sim e pergunto se está tudo bem com ela, quando ela sorri diz que sim e que agora ela tem um herói na sua vida, que nem as mocinhas dos contos de fadas, dou risada e a beijo com entusiasmo. Percebo que o meu celular está tocando e quando vejo quem está ligando estranho.

" - Oi mãe, o que a senhora quer? Ainda estou na faculdade" - digo

" - João Lucas meu filho, vêm para casa agora" - ela diz chorando, eu comecei a ficar preocupado, pergunto o que aconteceu e ela responde. - " O seu pai, João, o seu pai morreu."

E é quando o meu mundo desaba. O meu pai. O meu herói. O cara que sempre tentou me proteger de tudo e todos está morto.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo derrubou meu forninho e o de vocês??



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