Living in Hell - Fanfic Interativa escrita por Saulo Poliseli


Capítulo 5
Capítulo 05 - Dias de Sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse nas Notas Finais do capítulo anterior, vou dizer qual foi a decisão de Mark.

A) Separar o grupo em dois

E um recado: Caso algum de vocês lê as Notas Finais antes do capítulo, recomendo que não façam isso porque terá spoiler.

Enfim, agora o capítulo.
Boa leitura!



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Paul, Anne e Ariel estavam em uma cozinha de uma das casas da rua, Paul liderava as duas pedindo que elas fossem aos quartos para vasculhar enquanto ele procurava por comida na cozinha. Paul ia enchendo a sua mochila gradativamente, Anne e Ariel traziam alguns suprimentos que poderiam ser úteis e entregava para Paul continuar enchendo a mochila.

Os três trocava de casa quando não encontrava mais nada em uma e foi assim até Paul conseguir encher aproximadamente 85% da sua mochila. Agora eles estavam em uma casa aos pedaços, paredes e vidros quebrados, no telhado da casa havia um grande buraco que dava pra ver o céu, quase todos os móveis da casa estavam tombados, igual as outras casas que eles tinham explorado.

Paul ouviu grunhidos em um dos cômodos da casa, imediatamente ele colocou seu dedo indicador em seus lábios pedindo silêncio as garotas que o acompanhava. Paul foi caminhando cautelosamente em direção do barulho, com uma mão atrás de seu corpo fazendo sinal para que Anne e Ariel não o seguisse. Ele estava em um corredor que tinha algumas portas fechadas, e em uma delas era onde os mordedores estavam, tinha um papel na porta que estava escrito com giz de cera: "Mamãe e papai aqui dentro".

Ao ler isso Paul imaginou que tinha sido uma criança, tudo denunciava que era uma criança que tinha escrito aquilo, o giz de cera e o "mamãe e papai". Os olhos de Paul se encheram de lágrimas, aquilo o fez lembrar da família que ele tinha antes do apocalipse começar.

Paul era mecânico e passava a maior parte da sua vida dentro de uma oficina, trabalhava dez horas por dia e seu chefe era um filho da puta aproveitador e ganancioso. Lawrence, o chefe de Paul, sabia que ele não tinha concluído os estudos nas escolas, e nem tinha feito nenhum tipo de curso ou faculdade, e por isso ele aproveitava para fazer Paul trabalhar mais que os outros funcionários e pagar menos pelas horas extras. Caso Paul se demitisse iria demorar meses ou até anos para conseguir outro emprego, e sua mulher, Joanne, tinha câncer de cérebro e foi afastada do serviço que tinha, e o seu filho, Paul Jr., ainda era uma criança de oito anos. Com o seu único trabalho, Paul não conseguia pagar o tratamento de sua esposa, por isso a sua família e a família de sua esposa ajudava o máximo que conseguiam, ambas as famílias eram humildes e não tinham muito dinheiro, e eles também eram honestos e nem pensavam em assaltar um banco ou uma loja para pagar o valor absurdo do tratamento.

Quando o apocalipse começou, Paul perdeu sua esposa nas primeiras horas do surto, e perdeu o seu filho no terceiro dia, ambos foram devorados pelas criaturas que tomaram a terra. Depois disso, ele vagou sozinho procurando por um local seguro e com pessoas para interagir, fazendo com que ele não esquecesse sua família, mas que fizesse ele pensar menos naquilo. Paul pensava em sua esposa e filho o tempo todo, tinha pesadelos todas as vezes que ele dormia, e isso o estava deixando louco.

Certo dia, Paul estava desidratado e literalmente morrendo de sede e de fome, ele procurava por comida e água em um pequeno bosque, quando foi surpreendido por sete mortos-vivos que o cercou, qualquer lado que Paul escolhesse correr ele sido pego por um, e ele não tinha nenhuma arma de fogo ou arma branca, Paul tinha sobrevivido até aquele momento na sorte, correndo dos mordedores e se escondendo.

Ele já estava cansado disso tudo, não suportava a dor de ter perdido sua família e estava à beira da loucura. Simplesmente fechou os olhos e esperou que fosse devorado por aquelas coisas, mas ouviu disparos e abriu os olhos para ver o que era. Viu um homem de cabelo liso e negro longo até as costas, barba por fazer, e uma garota ruiva, também com cabelo longo. E foi assim que Paul conheceu Harry e Chelsea.

[...]

Harry, Dave e Mark estavam dentro de outra casa, já tinham conseguido alguns suprimentos como: tomate e ervilha enlatados. Mark estava visivelmente mais calmo, o mesmo conversava com Dave dizendo que na próxima vez ele iria caçar junto com o Texano.

Harry estava no andar de cima, onde tinha somente quartos com as portas trancadas, ouviu um barulho dentro de um dos quartos e colocou sua orelha na porta para ouvir melhor.

– Quieta! Não se mexa! – Era uma voz masculina.

Harry desceu as escadas rapidamente e silenciosamente, foi ao encontro de Mark e Dave, e disse o que ouviu lá em cima. Os três subiram as escadas e pararam na frente da porta, Mark fez sinal para Dave se afastar um pouco, ficando escondido no corredor fazendo a cobertura dos dois.

Mark e Harry se olhavam, Harry assentiu e então Mark deu um chute forte na porta, a arrombando e apontando sua arma, junto com Harry, para um homem e uma moça que estavam dentro do quarto.

[...]

– Paul? Você tá bem? – Perguntou Ariel, quando viu que o amigo estava chorando em silêncio.

– Estou... – Respondeu secando as lágrimas e limpando seu rosto – Estou bem, não se preocupe.

Ariel olhava fixamente para Paul, não entendia o motivo dele estar chorando mas sentiu pena dele. Ela ficou olhando para ele como estivesse pedindo para ele contar o que tinha acontecido, e Paul resumiu falando da sua família e que aquele bilhete na porta o fez chorar. Anne voltou para a cozinha, enquanto Paul conversava com Ariel, e saiu da casa sem dizer nada.

Ariel abaixou a cabeça por alguns segundos, o suficiente para se distrair. Os dois mordedores que estavam dentro do quarto saiu por um buraco que tinha na parede de outro corredor que eles não tinham visto. Quando Ariel levantou a cabeça viu os dois, e gritou:

– Merda! Atrás de você! – Ariel sacou sua pistola rapidamente e deu um tiro certeiro na cabeça do mordedor que estava mais longe de Paul.

O ex-mecânico se virou rapidamente, deu dois passos para trás tentando se distanciar ao mesmo tempo que tentava sacar sua faca, mas foi tarde demais, a mamãe do garotinho que morava na casa mordeu o pomo-de-Adão de Paul, o arrancando do seu pescoço, fazendo o sangue do Paul esguichar.

Ariel gritou em desespero, ela não pôde fazer nada, a ação foi rápida demais e ela não teve reflexo e velocidade o suficiente para salvar Paul, sem contar que a morta-viva estava na mesma direção de Paul, ou seja, não tinha possibilidade de Ariel atirar na mulher sem acertar Paul.

– Droga! – Ariel se deslocou um pouco para o lado esquerdo e apontou sua pistola para a mulher que tinha mordido Paul, mas viu que atrás dela vinham mais mortos-vivos – Não, não, não...

Ariel ficou parada olhando a situação, calculando se seria possível pegar a mochila de Paul sem ser mordida por alguma criatura, e viu que não teria tempo para fazer isso. Se virou e disse:

– Me desculpe, Paul – E correu para fora da casa.

[...]

– Larguem as armas ou atiramos em vocês! – Exclamava Mark.

O homem e a moça fizeram o que Mark ordenou, o homem tinha uma shotgun e uma pistola, e a moça só tinha um facão. Harry recolheu as armas e começou a revistar os dois, enquanto Mark ainda apontava a arma para eles.

– É policial? – Perguntou Harry, recolhendo duas algemas que estava no cinto do homem. Ele não respondeu.

Harry fez com que os dois se ajoelhessem no chão e os prendeu com a algema, deixando as mãos deles nas costas. Harry se afastou deles e se encostou na parede.

– Por favor, não nos mate – Pediu a garota.

– Você pede para não matarmos vocês, mas aposto que iria nos matar na primeira chance que tivessem – Disse Mark, com um tom de voz sério e frio.

– Claro que não... Vimos vocês entrando na casa pela janela e nos trancamos aqui, se nós fosse matar vocês não teríamos essa postura – Disse a garota, olhando para Mark e Harry.

– É inútil Wendy, fique quieta – Disse o ex-policial.

– Wendy? E você, como se chama? – Perguntou Mark, olhando para o ex-policial.

– E isso faz diferença? – Respondeu de forma fria e grossa.

– Quando se tem uma arma apontada pra sua cabeça, sim, faz muita diferença – Rebateu Mark de forma sarcástica.

– Me chamo Paul, e respondendo ao outro ali... – Disse fazendo um sinal com a cabeça em direção à Harry, mas mantinha o olhar fixo em Mark – Eu era policial, e teria o prazer de jogar você em uma prisão.

– Você fala demais. Sabe, eu poderia deixar você e a garota presos sobre um poste e deixá-los para aquelas coisas devorarem vocês – Ao dizer isso, Wendy se mexeu tentando se soltar inutilmente, estava aparentemente assustada – Viu? Ela não quer isso, então acho que é melhor você ficar quieto e não ela – Completou Mark, debochando do ex-policial.

– Por favor, nos deixe ir embora... – Repetia Wendy, mas Harry a interrompeu:

– Mark, vamos levá-los até a madeireira. Como o Dave disse: Quanto mais gente no grupo, maior é a nossa chance de sobreviver – Harry continuava encostado na parede, e de braços cruzados.

Mark começou a fazer várias perguntas para os dois, era uma forma de conhecê-los um pouco melhor. Depois de uns dez minutos fazendo diversas perguntas para eles, Harry os soltou mas guardou as algemas e a pistola de Paul em sua mochila, e também o facão de Wendy, deixando os dois completamente desarmados.

Os quatro saíram do quarto e encontraram com Dave, ainda escondido no corredor, Mark passou por ele e fez um sinal de positivo para Dave. Agora os cinco estavam caminhando na rua.

– Paul, certo? Temos outro Paul no grupo – Disse Dave, gentilmente.

– Então podem me chamar de Clark.

Na frente dos cinco vinham Anne e Ariel, estavam à aproximadamente uns trinta metros de distância e parecia que estavam discutindo.

– Se você não tivesse saído da casa sem avisar, ele estaria conosco! – Gritava Ariel, encarando Anne, estava nitidamente furiosa.

– Eu já disse que tinha ido pegar alguns morangos que tinha visto no jardim da casa! – Anne também gritava.

– Foda-se os morangos! Você prefere esses míseros morangos do que a vida de Paul? Você é uma louca! – Ariel continuava gritando, e os cinco que vinham em direção delas ouvia tudo.

– Cala a boca sua vadia, você não vai me culpar por sua incompetência! – Após dizer isso, Anne deu um tapa forte no rosto de Ariel, deixando uma marca vermelha da forma da mão dela.


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Notas finais do capítulo

Galera, só pra deixar claro, quando eu fazer isso que fiz com o Paul (escrever um pouco sobre a história do passado do personagem), não significa que ele vai morrer no capítulo. Então, se eu fizer isso com o personagem de vocês, fiquem tranquilo que ele não morrerá, como foi no caso do Paul.

Essa explicação ficou um pouco confusa, mas espero que entendam o que eu quis dizer. kkkkk