I swear, I lived. escrita por sameoldstory


Capítulo 6
Sebastian e Brody.


Notas iniciais do capítulo

Lembram do combinado dos comentários? Então, houveram apenas dois. E escolhi o primeiro comentário, pois é o que havia combinado com vocês!
Sugestão do leitor: Mark Garcia KiLipe.



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Primeiro dia em NYADA. Não havia entendido como demorara tanto para poder conseguir uma vaga. Iria matar Blaine quando o encontrasse. Ser bonzinho não havia o ajudado muito de uns anos para cá. Mordeu o lábio inferior, respirando fundo e ajeitando seu topete. As chances de que encontrasse Kurt ou Blaine pela cidade eram consideravelmente grandes, mas para sua felicidade, eles não tinham como manter-se no Upper West Side. Mordeu o lábio inferior, dando as primeiras passadas e andando diretamente para sua aula de canto naquele dia. A turma era consideravelmente grande, o que o levou a ficar razoavelmente tímido. Outra coisa que havia perdido com o tempo era sua confiança. Maldito Blaine.

Nem apresentou-se, apenas deixou a mochila no chão e sentou ali mesmo, cruzando as pernas, que estavam esticadas, e apoiando as mãos no chão como apoio para o corpo, que debruçava-se para trás. Sua camisa branca era sobreposta por um suéter azulado, e a calça jeans azul e o par de all star o deixavam de um jeito mais descolado. Bocejava esperando por seu professor, que já estava atrasado, só então escutando alguns murmúrios de outros alunos. “Dizem que ele é o maior prodígio de Cassandra July, por isso conseguiu uma vaga em NYADA assim que se formou.” “A cada ano que se passa ele vem se destacando cada vez mais em peças da Broadway, até mesmo foi convidado pra interpretar o Fantasma em O Fantasma da Ópera.” Procurava não prestar tanta atenção naqueles murmúrios, mas admitia que ficou curioso sobre o que diziam, afinal não era todo dia que se tinha aula com um astro da Broadway.

– Então vocês são os novatos. – Um homem com um bronzeado natural e os cabelos jogados para cima, com uma camiseta preta e uma calça igualmente preta cruzava a sala. – Sejam bem vindos. Para os que não sabem, sou Brody Weston. Irei dar essa aula para vocês até o final do semestre, e até lá, metade de vocês já terá saído.

Sebastian engoliu em seco, controlava-se para manter-se bonzinho, mas sabia que aquela competição não seria nada amigável. O moreno começou a apontar para algumas pessoas e pediu para que cantassem uma música qualquer, com apoio da banda ou não. Em sua mente, Smythe pensava em cantar algo mais calmo, e tranquilo, mas ao mesmo tempo, pensava em como fazer isso e destacar-se.

– Você, mauricinho. – Brody apontou para Sebastian. – Não parece fazer parte desse lugar.

O moreno riu, nervoso, balançando a cabeça negativamente. Murmurou um xingamento qualquer em tom que ele não ouvisse, e voltou a distrair-se com mais algumas apresentações, procurando manter a calma, mas sabia que aquilo já estava quase impossível. Brody era quase incompreensível, e pelo jeito, ele pegaria em seu pé. As apresentações foram passando, assim como o tempo, e Sebastian notava que ele jamais era chamado. Seu estômago se contraía. Tinha medo que não pudesse cantar nem mesmo provar seu valor. Três garotos já tinham desistido só naquela aula.

– Já foram quase todos, não é? – Brody indagou, olhando para o relógio. – A aula está encerrada. – As pessoas começaram a se levantar, assim como Sebastian. – Aos que ainda não se apresentaram. Continuem sentados. Os demais estão liberados.

Sebastian sentou-se novamente, bufando. Restava apenas ele, obviamente. Toda a turma saiu, e quando o fizeram, Brody andou até a porta, encostando-a. Voltou a andar em direção de Sebastian, e logo sentou-se numa cadeira próxima, fazendo um sinal para que ele fosse apresentar-se. O moreno mal teve tempo de colocar-se em pé e já escutou as palavras ácidas e frias de Weston que saiam de seus lábios.

– Caso não se sinta confiante, também pode sair. Mas não precisa voltar, mauricinho. – Ele falou, com um sorriso no canto dos lábios. – Esse lugar não parece fazer seu tipo.

Sebastian franziu a sobrancelha, fechando as mãos em punho. Retirou o suéter, abrindo alguns botões da camisa e dobrando a camisa até a altura dos cotovelos, encarando Brody assim que ele se virava, piscando para o mesmo e colocando um playback direto de seu celular, já que a banda também havia sido dispensada. Virou-se de costas mais uma vez, ouvindo a melodia tocar, e logo canalizou toda a raiva que estava sentindo de seu professor, assim como toda a raiva que ele procurou conter em todos aqueles anos. Foda-se, o Sebastian de verdade estava de volta.

– You used to dealing with basic bitches. Basic shit. All the time. – O moreno começou a cantar, virando o rosto na direção do professor. – I’m the new classic, upgrade your status. From a standby to a frequent flyer. – Ele piscou para o professor, ajeitando o colarinho e acenando para o professor com a cabeça.

Brody mantinha-se quieto, mas os olhos não saíam do moreno, que começava a cantar e andar em volta do professor, encarando-o e mostrando a postura típica de convencido e arrogante que Smythe há tanto tempo estava escondendo. O professor não queria dar o braço à torcer, mas de fato estava surpreso com a criatividade que surgiu, assim como a energia que aquele mauricinho tinha. A música aos poucos ia passando, e não tardou para chegar numa das partes favoritas do moreno.

– Once you go great, you never go good. – Ele piscou mais uma vez, fazendo alguns movimentos com o corpo, aproximando-se sutilmente do professor, que ainda estava sentado na cadeira. – You never go back, even if you could. – Aproximou-se mais do professor. – I’ll show you my way, I got that good-good. – Cantou esta parte deslizando a mão por seu abdômen, parando por cima do volume de sua calça e apertando-o com certa vontade. – You never go back, even if you could.

Assim que a apresentação acabou, Brody ficou sem reação. Sebastian tinha um pouco de suor escorrendo por suas têmporas, e com o corpo levemente suado por conta dos movimentos exagerados. Era apenas a aula de canto e o garoto tinha provado que sabia dançar, interpretar, e é claro, cantar. O professor levantou-se, andando em direção de Sebastian, que respirava acelerado, mas aos poucos começou a acalmar-se. Olhou para o professor, que ainda o encarava, e não demorou para que ele o encarasse diretamente nos olhos.

– Foi uma postura ousada para uma tentativa de me impressionar. – Brody manteve o olhar sério.

– E funcionou? – O moreno indagou, passando a mão pela franja suada.

– Pode acreditar que sim. – O professor piscou para ele.

Sebastian interpretou mal os sinais, e lentamente aproximou seu rosto do professor, como se fosse beijá-lo, até ser empurrado contra o piano pelo mais velho, que o encarou sério.

– Sou hetero. – Ele murmurou, olhando para os lados.

– Sério? – Sebastian indagou, ajeitando-se no piano, ficando sentado. – Eu podia estar bêbado naquela balada, mas eu me lembro bem de rostos. – Ele falou, deslizando sua mão pelo ombro de Brody e por seus braços. – E de braços...

– Não era pra você se lembrar disso... – Brody corou. – Ninguém sabe de mim por aqui.

– Não estou dizendo para você se assumir e namorar comigo. – Sebastian riu, debochado. – Eu valho um pouco mais que isso. – Ele disse, deslizando o indicador pelo abdômen forte do mais velho. – Mas, se eu precisar de uma nota... Ou quem sabe só alguém para me aquecer em dias frios...

– Você sabe que eu posso te expulsar por isso... – Ele gaguejou falando, olhando para a mão do outro que já deslizava por sua calça, acariciando sutilmente seu membro, que já estava ganhando vida.

– Sei... Mas você não parece nem um pouco afim de me mandar sair daqui. Na realidade, acho até que você quer “entrar”. – O garoto riu rapidamente, aproximando seus lábios do pescoço do professor, começando a beijá-lo lentamente, de forma completamente carregada de luxúria. O professor não demorou para gemer, e logo o puxou pelos cabelos, grudando seus lábios nos seus.

Sebastian podia sentir o sabor de sua língua na dele, o calor de seu corpo, a sua pele macia e seus músculos duros, que contrastavam perfeitamente. Seu cabelo na nuca, que estava completamente curto facilitavam os arranhões do moreno naquela região, e não demorou muito para que o garoto abrisse o zíper do professor, como se fosse transar com ele ali mesmo.

– Não. – Brody murmurou, segurando sua mão com toda sua força. Ele definitivamente era mais forte que Sebastian.

No momento em que Sebastian iria perguntar por quê, o garoto acordou. Seu corpo estava completamente molhado. Seu apartamento estava com a janela aberta, e sua cueca fazia com que seu membro apertasse naquele tecido. Não demorou muito para que ele virasse o rosto para o lado, pensando que tudo era apenas um sonho, até encontrar o rosto de Brody, adormecido em sua cama e com uma aparência cansada. A ausência de roupas pelo lençol o fazia relembrar tudo daquela noite. Seu sonho havia sido apenas a lembrança de quando ele havia conhecido seu professor, e agora namorado, dois anos antes. Já havia passado por alguns altos e baixos com ele, mas agora Brody já havia se tornado um grande astro da Broadway, ironicamente dividindo palco ocasionalmente com uma de suas ex namoradas, Rachel Berry. Sebastian, por sua vez, estava em seu terceiro ano de faculdade, e já tinha feito algumas pontas como figurante. Com sorte, conseguiria algum trabalho num futuro próximo, mas naquele momento só queria acordar Brody e poder concluir o que não fez no seu sonho. E foi o que fez. Sua mão logo cutucou o ombro do mais velho, que murmurou algo parecendo bravo, mas quando os beijos percorreram seu pescoço, ele acabou cedendo e abrindo os olhos. Não era a primeira vez que Sebastian tinha aquele sonho, e Brody torcia para que não fosse a última.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo gente, como ambos ficaram completamente distantes do final da série, quis ousar um pouco e ser mais fantasioso, nesse caso.
Lembrem-se, podem escolher quem vocês querem no próximo capítulo até sexta-feira, caso contrário, será de minha escolha.
Continuem lendo, favoritando e comentando!