I swear, I lived. escrita por sameoldstory


Capítulo 1
Quinn & Puck.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603322/chapter/1

Puck estava ajeitando o quadro com algumas de suas medalhas por seu serviço nas forças armadas. A camisa estava com as mangas dobradas até os cotovelos, enquanto a gravata frouxa no colarinho dava espaço para alguns botões ficarem abertos, para que ele pudesse respirar.

- Bem ao lado do meu diploma. – Quinn murmurou com um sorriso no canto de seus lábios, piscando para o marido.

Puck apenas sorriu, virando o rosto em sua direção e deixando o quadro preso à parede, colocando a mão em volta de sua cintura. O vestido claro que ela trajava definia perfeitamente seu corpo. Quinn ajeitou rapidamente uma mecha de cabelo que caía por cima de seus olhos. O sorriso estava formado em seu rosto. O apartamento que eles haviam escolhido viver não era tão espaçoso, mas ainda assim era bonito. Califórnia. Quem diria que a Califórnia seria o local escolhido por Quinn e Puck para viverem. Um quarto ao lado de sua suíte já havia sido arrumado para receber uma garota, que agora já estava com quase dez anos. A placa colorida à mão na madeira, cortada por Puck estampava o nome da criança: Beth.

- Ela não vem aqui faz um tempo... – Quinn disse deslizando os dedos por cima do nome da criança. Puck assentiu, parando por trás da esposa e acariciando seu abdômen sutilmente, enquanto apoiava sua cabeça por cima de seu ombro.

- Mas em breve não poderemos dizer que o apartamento está tão vazio, não é mesmo? – Ele indagou. As mãos da loira sutilmente deslizaram por cima das mãos fortes de Noah. Não foi preciso dizer nada. Quinn já havia dado sua resposta.

Eles haviam descoberto da gravidez poucas semanas antes de serem convidados para voltarem para Lima. Da cozinha, já se sentia o aroma da comida que a agora advogada, Quinn, havia preparado após chegar do trabalho. Enquanto eles admiravam o quarto de Beth – que possuía até mesmo os pompons da mãe pendurados na parede e a jaqueta do pai em cima da cama, pois a garotinha vivia colocando-a quando sentia frio – o telefone acabou por tocar. Puck desvencilhou-se do corpo da mulher, dando alguns passos para trás e rumando até a sala, reconhecendo o número assim que o viu.

- Hey, o que houve? – Noah indagou com um sorriso nos lábios.

Quinn fechou a porta do quarto enquanto o marido estava no telefone, deslizando os dedos finos pela maçaneta e andando próxima à parede escura, parando na mesma e encostando o corpo contra a superfície fria, olhando para o marido, que logo desviou o olhar para ela. Seu sorriso manteve-se em seu rosto, e logo ele fez um sinal para que ela se aproximasse. Quinn franziu a sobrancelha, mas rumou em direção do telefone, parando próxima de Puckerman e indagando quem era.

- Alguém quer falar com você... – Puck disse entregando o telefone para a loira.

- Alô? – Fabray indagou com o telefone próximo ao rosto, confusa com quem podia ser. Pouco tempo depois, escutou uma voz de criança, que a chamava por “tia Quinn”. O sorriso não demorou para formar-se no rosto de Quinn, que respondeu rapidamente no telefone. – Estávamos arrumando seu quarto agora pouco, Beth! – Ela disse animada, com uma mão na cintura e os olhos brilhando. Talvez o único arrependimento do ensino médio foi nunca ter criado Beth, mas assim que ela entrou na universidade, Shelby fez contato com a garota. Agora ela tinha uma boa relação com a mãe adotiva de sua filha, e havia se tornado madrinha da criança.

- Diga pra ela que já está tudo arrumado pra quando ela quiser vir. – Puck murmurou no ouvido de Quinn, beijando sua bochecha logo em seguida. Quinn assentiu com a cabeça, passando o recado. A garotinha viria para seu apartamento passar uma semana com os padrinhos naquele mesmo final de semana.

Quando o telefone foi desligado, Puck já estava na cozinha, retirando a comida do forno, beliscando um pouco da carne com um garfo, sendo pego no flagra por Quinn, que não demorou para dar uma risada. O homem, com cara de surpreso apenas sorriu, querendo fingir que ela não havia visto aquilo.

- Você que ensinou a Beth a fazer isso, então. – A loira disse com um sorriso em seus lábios.

- Ela que me ensinou... – Puck tentou desconversar, dando uma breve risada.

A mesa foi servida. A mesa, com apenas quatro lugares, era pequena, mas perfeita para uma família do tamanho dos Fabray-Puckerman. Ambos trocavam de olhares constantemente. Puck estendeu sua mão até a de Quinn, acariciando-a e deslizando o polegar contra as costas de sua mão. Ambos ainda tinham em sua mente a última reunião no William Mickliney High School, agora uma escola voltada para as artes. Todos haviam visto pessoas que não viam há anos, conhecido outras, entre outras palavras, eles haviam reencontrado sua família.

- Brittany e Santana disseram que pretendem vir para cá no mês que vem. – Quinn disse encarando o esposo e aguardando por uma resposta dele.

- Me avise para arrumarmos o outro quarto para elas. Lembra da Zizes? – Ele indagou arqueando a sobrancelha. Com uma resposta de um aceno positivo de cabeça da mulher, ele continuou a falar. – Ela acabou entrando numa empresa desenvolvedora de alta tecnologia. Eu acho que ela vai acabar tendo um futuro brilhante.

- Eu espero que sim. E seu irmão, ele já decidiu se vai continuar na Juilliard? Porque estamos perto de Hollywood... Ele poderia fazer uns testes por aqui e passar um tempo conosco, se necessário.

- Se dependesse da Marley eles já estariam por aqui faz tempo. A Mercedes já disse que apoiaria a entrada dela numa gravadora.

- Bom, fale com ele. – Quinn disse piscando, levantando da mesa.

- Eu faço isso. – Puck levantou-se logo em seguida, retirando os pratos e as demais coisas. Não queria que Quinn fizesse esforço. Estava assim desde que soube da notícia da gravidez da esposa. Em sua mente, seria a primeira vez de fato que ele seria mesmo um pai presente, e não deixaria que nada o interrompesse ou entrasse em seu caminho.

Não demorou muito para que a noite chegasse. O apartamento tinha uma bela visão da cidade. Apesar da visão de vários prédios, o som dos carros e do trânsito não chegava até ali, pois o casal conseguiu um apartamento num andar alto. Puck estava encostado na janela da suíte, que possuía uma parede inteira de vidro, trajando apenas uma calça de moletom acinzentada. Enquanto pensava em toda sua vida, as escolhas que havia feito, sendo essas certas ou erradas, sentiu o toque da pele quente e macia da amada. Sua mão deslizava pelo abdômen do homem, e logo seu corpo encostou-se no dele, fechando seus braços ao redor de sua cintura num abraço apertado. Quinn beijou a parte superior das costas do marido, e logo ele voltou sua atenção para ela.

- Você algum dia imaginou que estaríamos nessa situação? – Ele indagou acariciando o rosto de Quinn.

- Acho que não. Minha vida era diferente até entrarmos no Glee. Você consegue imaginar como teria sido nossa vida se ele jamais tivesse existido? Provavelmente Finn teria criado Beth comigo, e ela teria lidado com a perda do suposto pai muito cedo. Não teríamos a maioria dos nossos amigos e pessoas que nos mantém por perto. Eu jamais teria ido para Yale e você nunca teria entrado para as Forças Armadas. Não estaríamos aqui juntos, eu e você. Nada disso teria acontecido. – Ela murmurou encarando-o no fundo de seus olhos.

- E parece que agora tudo acabou, não parece? – Puck indagou para a mulher, mordendo o lábio inferior, aparentemente triste.

- Aquela parte de nossa história acabou. Todos estão seguindo suas vidas... Mas isso não é motivo para dizermos que nossa vida acabou. – Quinn disse apoiando a cabeça no ombro de Puck, fazendo um carinho em seu peitoral. – Nós fazíamos parte do New Directions... E é assim que será nossa vida. Sempre precisaremos de uma nova direção. – Quinn fechou os olhos, sentindo o aroma do perfume de Puck, junto do próprio cheiro de sua pele. – Mas nunca deixaremos que as lembranças ou as mudanças que nos tornaram o que nós somos hoje sumam de nossa mente. Estamos felizes por sermos o que somos atualmente. E não devemos nos arrepender de nada. E sim sermos gratos.

Puck assentiu positivamente, pegando a mulher no colo e beijando seus lábios lentamente, fechando os olhos enquanto fazia tal coisa. Seus lábios deslizavam contra os dela enquanto os passos levavam ambos até a cama, deitando-a na mesma e se ajeitando ao seu lado. O moreno desligou o abajur antes de deitar, puxando a loira para cima de si mesmo e fazendo com que ela deitasse em seu peitoral. Sua mão envolveu sua cintura, e logo ambos começaram a dormir. Havia uma longa jornada pela frente. E ela tinha acabado de tomar uma nova direção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!