O segredo do Palhaço escrita por Antonio Carlos


Capítulo 3
Capitulo III




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603310/chapter/3

Gordon toma o café na esperança que ele o deixe acordado, uma tarefa realmente difícil, mas aquela montanha de papeis para ler diziam que ele não iria ver a cama durante um bom tempo, ele se encostou na cadeira e teria cochilado ali mesmo se uma voz não tivesse tirado seu sono.

– Boa noite Gordon - disse o vigilante das sombras - espero não estar atrapalhando nada.

Gordon levantou as mãos exasperado, mas nada disse sobre a entrada de Batman.

– não Batman nada muito importante na verdade - ele diz levantando - o que te trás aqui?

– preciso que você me ajude - o Batman falou se aproximando do computador do comissário - preciso que você me de o maximo de informação útil sobre a cidade de Iron Ville e um homem chamado Big Jack.

– Para que você precisa disso Batman? - disse o comissário arrumando os óculos e voltando a se sentar em frente ao computador.

– Porque de alguma maneira esse lugar e essa pessoa estão ligadas ao Coringa - Batman falou se apoiando ao lado da poltrona, o remédio para dor lhe dava sono, e ele percebeu que ia ter que parar de tomar.

Apos alguns minutos de pesquisa finalmente pareceu que havia dado frutos o trabalho.

– Bem Batman - disse o comissário apontando para o monitor - como você pode ver, Iron Ville é uma cidade bem longe daqui ao norte, uma cidade relativamente pobre e caótica como Gotham só que sem um Batman para ajudá-los a situação consegue ser pior, a cidade é dividida entre duas gangues rivais, os Black Dogs, liderados por Nosferatus Black e os Little Gang, liderados por Peter Jackson, também conhecido como Big Jack.

– Obrigado comissário - o comissário se virou, mas já não havia mais ninguém ao seu lado.

– de nada - disse ele voltando sua atenção novamente ao café.

Naquela noite Batman pegou sua aeronave e voou os quilômetros que o separavam de Coringa, ele sabia que naquela cidade, diferente do que acontecia em Gotham ele não teria aliados a que recorrer, por isso tratou de esconder a aeronave o mais rápido que pode e seguir o restante do caminho de moto.

Apesar de não conhecer a cidade e nem saber como ela realmente funcionava, ele sabia que bandidos gostavam de se vangloriar, beber em bares vagabundos, comer em restaurantes chiques, andavam em becos escuros e que para sua felicidade, costumavam soltar informações com relativa facilidade.

Nos dias seguintes ele passou o pente fino na cidade atrás de seu novo alvo, Big Jack, as noites ele passava em patrulha enquanto o dia ele dormia em uma casa abandonada já que oficialmente Bruce estava em um retiro espiritual no Tibet.

Apos uma semana de muito trabalho ele finalmente deu sorte e encontrou alguém que sabia onde ele havia se metido, segundo sua fonte apos ouvir falar que Batman estava atrás dele, Big Jack havia ido para o interior da cidade, um bairro tranqüilo chamado de Greenland.

A primeira coisa que Batman estranhou ao chegar ao endereço foi à falta de seguranças, não havia ninguém patrulhando a rua nem nada do gênero, não havia cães de guarda e as cercas não estavam eletrificadas, quando ele pulou o muro entendeu o motivo daquilo.

O Coringa chegará primeiro.

O jardim estava à imagem do caos, os guarda jaziam alguns mortos por tiro e outros desacordados, os cães estavam caídos, mortos com suas tripas reluzentes sobre a grama, a porta estava escancarada.

Batman seguiu através da porta em direção a sala, ele tinha a arma de tranqüilizantes em mãos para caso fosse necessário, mas a casa estava vazia, sem corpos, sem sangue ou sinais de luta.

Tudo que havia na casa era uma faca clavada na mesa, e nela uma carta.

" Amigo Batman, eu sabia que você viria atrás de mim, e na verdade me sinto feliz por isso, você foi o único com quem tive um contado prolongado nesses anos, por isso acho que você merece ver como a historia vai acabar, alias, se você aparecer no precipício Kenny vai saber que historia é.

Seu amigo, Coringa."

Sem perder tempo Batman faz o caminho de volta, o Precipício Kenny, sabia ele era uma parte conhecida da cidade, não muito longe dali, fazia fronteira com o mar e tinha uma queda de 40 metros.

Sua moto cortava as ruas vazias da cidade, por toda volta vagabundos e membros de gangue tremiam quando o viam, mas naquela noite ele tinha apenas um alvo: Coringa.

E novamente ele encontrou seu inimigo de longa data no momento próximo ao amanhecer, apos caminhar pelo meio da mata que havia ali ele, seguindo sua intuição foi direto para o ponto mais distante e de difícil acesso que havia e para variar. Estava certo.

O cheiro de pólvora ainda estava no ar quando ele chegou.

No chão havia três corpos.

Um homem velho e gordo, de cabelo ralo e bigode cinza.

Um menino por volta dos 13 anos loiro e magro.

E uma mulher magra e loira.

Não havia duvida, Big Jack e sua família, todos mortos, Batman olhou a cena horrorizado, inconscientemente lembrando-se da infância. Lembrou dos pais e de como ele teria ficado caso tivesse morrido naquela noite, atrás deles, a beira do precipício estava Coringa.

Novamente de costas para Batman e de arma em uma mão, enquanto em outra uma pasta preta era firmemente segura.

– Coringa... - disse o Batman se aproximando da família devagar para confirmar o que era certo - largue a arma.

– Oh... Claro - falou o Coringa sem se virar, era como se não tive visto Batman, embora o homem morcego soubesse que o Coringa havia o ignorado e apenas isso, estendendo o braço à frente e largou a arma no mar

– Céus Coringa porque matou essas pessoas? - Batman se levantou não estava muito longe dele agora

– uma vez ele me disse que não existia justiça - o Coringa se virou devagar como se saboreasse o momento - e eu provei que existe afinal de contas.

– isso não é justiça Coringa - Batman falou enquanto tentava ganhar tempo e pensar no que fazer - não importa o que tenham feito para você.

– Batman, nunca entendeu que eu não ligo para seu senso de justiça? - o Coringa deu um passo para trás - para o inferno com ele.

Ele então se abaixou e colocou a pasta no chão, Batman a olhou com cautela.

– não se preocupe amigo, não é uma bomba ou algo do gênero - disse ele esticando os braços - são apenas minhas lembranças, recordes de jornal, algumas fotos que recuperei, umas anotações, sei que vai achar interessante.

Os olhos do Batman se arregalaram ao perceber o que aquilo significava, era uma despedida.

– Coringa...

– Javier, Bruce... - disse o Coringa cansado - me chame de Javier nesse momento.

– Morrer não é a solução - disse o morcego estendendo a mão para ele - venha comigo

– Bruce... - Javier sorriu - já morri há muito tempo, agora estou apenas indo me juntar a quem eu amo e apenas isso.

Batman pula em direção a Coringa, tentando desesperadamente agarrá-lo, mas tudo que consegue é ver o rosto sorridente de Javier enquanto ele caia no mar.

Epilogo

Então Batman procurou o corpo de Coringa durante três dias e três noites, porem não o encontrou e dali mesmo ligou para um telefone em Gotham.

Bruce passou mais algum tempo ali naquela cidade lendo o conteúdo da pasta que Coringa, ou melhor, Javier lhe dera, percebeu com dor no coração, que uma das únicas pessoas que poderia entendê-lo fora durante muitos anos, chamado de inimigo.

Ele percebeu que Batman e Coringa eram duas faces da moeda dor, que Batman poderia ter sido Coringa e Coringa ter sido Batman, tudo estava ali a sua frente, como um homem solitário e sem dinheiro conseguiu ir para Gotham, como se envolveu no mundo do crime, como ele enlouquecera e se tornara Coringa.

E naquela noite partiu de Iron Ville para nunca mais voltar, levava consigo a maleta e chegou a Gotham ao anoitecer

– Patrão Bruce que bom velo vivo - disse Alfred e acrescentou em tom zangado - poderia ter me dado noticias.

– não Alfred - disse Bruce carregando a maleta a colocando no cofre - não poderia.

– Onde esta o Coringa? - perguntou Alfred olhando disfarçadamente para o jato

– em um lugar onde não poderá, mas causar problema - disse Batman soturno enquanto tirava apressadamente o uniforme e colocava uma roupa toda negra - mas eu preferia não falar sobre isso agora.

– Senhor, me atrevo a perguntar, o que existe naquela maleta?

– Existe uma historia Alfred - disse Bruce ajeitando a gravata, virara um mestre em troca de roupas rápida - uma historia que um dia lhe contarei, mas não hoje, pois estou atrasado.

– Atrasado para que patrão Bruce? - disse Alfred recolhendo o uniforme para ser lavado

– O enterro de uma pessoa importante - e antes que o mordomo tivesse tempo para falar algo, Bruce pula na moto e vai embora da caverna.

Sua moto e os caminhos que ele seguiu o levaram direto para o cemitério de Gotham, onde encontrou um enterro vazio, não haviam convidados nem mesmo corpo havia, por esse motivo o padre não fez sermão, falou algumas palavras de conforto para Bruce e justo deste fez um pedido a deus pela alma imortal daquele que partira e depois foi embora.

Bruce ainda ficou um tempo apos terminarem de enterrar o caixão vazio, e ele mesmo se ofereceu para colocar a lapide, e quando a colocou ficou lendo e relendo as palavras que escolhera ate que elas entrassem em sua cabeça para nunca mais saírem.

Aqui jaz Javier Kuvovisk

1965 - 2015

Um homem que soube ser um Coringa no baralho da vida


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e assim se acaba mais uma fanfic! (que até o momento em que escrevo essa nota) não possui nem uma review, mas a esperança é a ultima que morre.
Gostou? comente e mande para os amigos.
Não gostou? comente o que poderia ser melhorado.
Ate a proxima historia pessoal!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O segredo do Palhaço" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.