POV-Kevin

Estou voltando pra casa, meu pensamento ainda continua na Sam. Acabei de deixar a Rachel em casa, sei que o que estou fazendo é errado, ficar com uma pessoa pensando em outra! Mas eu preciso tentar, talvez a Sam não me espere pra sempre, quem sabe talvez ela tenha arranjado outro alguém! Esses dias atrás foi aniversário dela, eu quis ligar mas não consegui, então apenas enviei um presente pelo correio, nem sei se ela já recebeu.

Entro dentro de casa, meus avós pelo jeito saíram. Estou sozinho numa casa enorme, sem nada pra fazer então vou pro meu quarto. Sinto tanta falta do meu pai, por mais que nós não conversássemos direito, ele estava sempre ao meu lado. Eu me lembro de quando eu tinha 7 anos e perguntei a ele sobre minha mãe.

~Flash back on~

–Papai,papai!-digo puxando suas calças.

Ele se vira, me pega no colo e diz:

–O que foi, campeão?

–Me fala sobre a mamãe!

Meu pai sorrir, me leva até o meu quarto e me deita sob a cama.

–Sua mãe é a pessoa mais gentil e doce que já conheci! Uma vez, nós caminhávamos pela rua e um mendigo nos parou e pediu dinheiro. Nós só tínhamos dinheiro para o táxi e até a nossa casa era meia hora de viagem, mas sua mãe pegou aquele dinheiro e deu para o mendigo. Eu a olhei de modo torto e ela me disse: ''Ora, eles imprimem esse papel todos os dias e para nós nem faz diferença, temos sempre. Mas este senhor, terá apenas por alguns dias, então ele precisa mais que nós! Não brigue comigo por ter dado ao homem talvez uma chance de recomeçar.''

–Mamãe era boa?-perguntei com o dedo na boca.

–Sim, ela era!

~Flash back off~

Na época eu não entendia muito bem aquela história, mas agora entendo. Quando eu fiquei mais velho, meu pai me disse que foi por causa do que minha mãe falou pra ele, que ele passou a ser mais caridoso. Sinto falta dos dois, mas sei que agora eles podem finalmente ficar juntos...Novamente!
Fui lá fora, me sentei no gramado, coloquei uma música, olhei para o céu meio nublado e uma lágrima escorreu dos meus olhos, pois está música me faz lembrar meu pai!

Olá agora,
Aonde você foi?
Você me deixou aqui tão inesperado,
Você mudou minha vida
Eu espero que você saiba
Porque agora eu estou perdido
Tão desprotegido.

Em um piscar de olhos
Eu nunca pude dizer adeus.

Como uma estrela cadente
Atravessando a sala
Tão rápido, tão longe
Você se foi muito cedo
Você é uma parte de mim
E eu nunca serei
O mesmo aqui sem você
Você se foi muito cedo

Você estava sempre lá
Como uma luz brilhante
Em meus dias mais escuros
Você estava lá para me guiar.

Eu sinto sua falta agora
Eu gostaria que você pudesse ver
O quanto sua memória
Será sempre importante para mim,
Num piscar de olhos
Eu nunca pude dizer adeus.

Como uma estrela cadente
Atravessando a sala,
Tão rápido, tão longe
Você se foi cedo demais
Você era parte de mim
E eu nunca serei
O mesmo aqui sem você
Você se foi muito cedo.

Brilhe! Brilhe!
Em um lugar melhor
Brilhe! Brilhe!
Nunca será o mesmo.

Como uma estrela cadente
Atravessando a sala,
Tão rápido, tão longe
Você se foi cedo demais
Você era parte de mim
E eu nunca serei
O mesmo aqui sem você
Você se foi muito cedo.

Brilhe! Brilhe!
Você se foi tão cedo
Brilhe! Brilhe!
Você se foi tão cedo
Brilhe! Brilhe!
Você se foi tão cedo

POV-Samantha

Algumas horas depois eu pude ser liberada do hospital, Annie me deu o novo número do Kevin e disse que eu devia ligar pra ele. Não sei se estou preparada para ouvir a voz dele novamente, tive muita emoção para um dia! Allison estava me ajudando a entrar no carro, pelo jeito ela acha que eu não sei mais como andar. E o engraçado é que eu estou gostando dessa atenção!
Ian nos levou pra casa, e quando eu desci do carro Lucas saiu correndo e foi me abraçar.

–Sam!!-disse ele.

–Oi meu pequeno!-digo beijando sua cabeça.

Entramos em casa, eles estavam me mimando bastante. Subi as escadas e fui pro meu quarto, Lucas foi junto comigo enquanto Allison e Ian ficaram na cozinha, eles disseram que iam fazer lasanha, minha comida favorita.

–Senti sua falta!-disse Lucas.

–Eu também senti sua falta, vem senta aqui!

Lucas veio e se sentou do meu lado na cama. Ficamos conversando, ele me contou sobre os lugares que o pai dele o levou. Percebi que Lucas estava com um brilho no olhar, que nunca tinha visto antes, ele estava feliz! Fiquei feliz por ele, de repente ele se levantou correndo e saiu. Lucas voltou segurando um pacote.

–É pra você!-disse ele vindo até mim e me dando o pacote.

–Lucas!-digo sorrindo.

O sorriso se desfaz quando vejo quem me enviou, era do Kevin. Como? Por quê?

–Chegou hoje, acho que ele lembrou do seu aniversário!-disse Lucas me olhando.

Eu tentei sorrir novamente, mas não deu. Era duro demais e ainda nem abri o pacote, mas só de saber que ele se lembrou do meu aniversário dói muito!

–Lucas pode me deixar sozinha?-digo olhando para o pacote a minha frente.

Ele assentiu e saiu do quarto. Eu fiquei um bom tempo olhando para o presente, eu quero abri mas não sei se consigo. Botei a mão no bolso do casaco que eu estava usando e senti algo diferente, o papel com o número do Kevin, eu tinha me esquecido. Peguei o papel e o meu celular, disquei o número e fiquei encarando-o durante alguns minutos, até que resolvi ligar.

–Alô?–disse Kevin.

Há quanto tempo eu não ouvia a voz dele, meu coração batia mais forte, eu tentei dizer alguma coisa mas minha voz não quis sair.

–Alô?–disse ele novamente.

Ouvir a voz dele me deixou em choque, eu não imaginei ouvir a voz dele novamente, quer dizer, não pelo telefone.

–Eu sei que tem alguém ai, posso ouvir sua respiração!–disse ele já irritado.

Continuei em silêncio.

–Já chega, vou desligar!

–Não por favor, não desligue!-finalmente conseguir dizer algo.

–Sam?!–perguntou ele do outro lado.

–Sim, sou eu.

–Como conseguiu meu número?

–Annie me deu.-respondi ainda sem acreditar que estava falando com ele.

–Claro, Annie! Como ela está?–perguntou ele.

Fiquei um pouco chateada por ele perguntar sobre ela ao invés de mim, mas mesmo assim respondi.

–Sim, ela está ótima! Na verdade eu só liguei pra agradecer o presente.

–Ah claro e você gostou?

–Eu ainda não abri!-respondi sorrindo, mesmo que ele não estivesse vendo.

Ele riu do outro lado e perguntou.

–Por que não abriu, Sam?

–Não sei! É que...está sendo difícil ficar longe de você.-disse finalmente o que eu queria dizer.

Kevin respirou fundo e disse.

–Eu sei, me desculpe Sam! Não queria que fosse assim, mas não posso fazer nada. Eu sinto muito a sua falta!-ele disse.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos, era difícil demais ouvir a voz dele e não poder abraçá-lo.

–Algum dia iremos nos encontrar?-pergunto limpando minhas lágrimas.

–Claro que sim! Mas por favor, não chore por minha causa. Não quero te fazer sofrer!

Eu queria dizer tudo que estava sentindo, mas não consegui. Não queria dizer pelo telefone e sim pessoalmente.

–Kevin, não dá! Eu preciso desligar, ouvir sua voz e não poder te abraçar é horrível.

Ele não disse nada, mas percebi que ele também estava chorando.

–Eu te amo!-disse apenas isto e logo em seguida desliguei.

Joguei o telefone em cima da cama e deixei que as lágrimas viessem, junto com a dor e a saudade. Me enfiei debaixo das cobertas, fazendo com que o pacote caísse no chão, sai debaixo das cobertas e olhei para o pacote. Eu precisava abrir, precisava saber o que ele me mandou.

Peguei o pacote e resolvi abrir. Eram dois ursinhos de pelucia, um azul e o outro rosa e eles estavam de mãos dadas. Tão bonitinhos, tão fofinhos, coloquei os dois na minha cabeceira para que todas as noites antes de eu dormir, posso olhar para os dois e sentir o Kevin comigo...

Talvez isto seja um sinal de que ainda ficaremos juntos, que o nosso amor será para...Sempre!