Uma Garota Perdida escrita por Lonely Girl


Capítulo 10
Happy Birthday to me!




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POV-Samantha

Já faz um mês que Kevin foi embora, hoje é dia 10 de outubro pra maioria das pessoas é apenas um sábado normal, mas pra mim não. Hoje é meu aniversário! Faço 16 anos hoje e vou comemorar sozinha, já que Allison não se lembrou, na verdade ela nunca lembrou e o Lucas está passando tempo de mais com o pai dele, desde daquela visita. Resolvi ir ao Paris Mountain States Park, ele fica ao norte de Greenville, já vim aqui algumas vezes geralmente minha escola faz excursão pra cá. Acabei descobrindo que um dos guias turísticos é meu primo, ele se chama Adam, ele é muito gentil comigo e como ele lembrou que hoje é meu aniversário, deu um jeito de que eu entrasse.

A história do parque é bem interessante, pelo que eu sei os Índios Cherokee uma vez habitou em Paris Mountain, diante dos homens brancos europeus que começaram a colonizar a América do Norte. O primeiro homem branco a se estabelecer no que hoje é conhecido como Greenville Coutry, era um irlandês da Virginia chamado Richard Pearis, ele se casou com uma mulher Cherokee. Os índios deram continuamente a Pearis terras que se estendia 10 quilômetros quadrados. Richard Pearis é a origem do nome ''Paris'' montanha.

A lenda em torno da montanha fala dos primeiros homens brancos para visitar a montanha. O chefe da tribo Cherokee tentou proteger a montanha e quando ele envelheceu, ele passou a responsabilidade a sua filha e seu marido. O marido falhou nessa tarefa e com raiva, a filha do chefe o matou.

Eu gosto de vir aqui porque é um lugar bem calmo e tranquilo, aqui me transmite paz. Adam me levou para uma área um pouco afastada do acampamento, onde tinha um espaço enorme e uma vista para o lago.

–Feliz aniversário, Samantha!-disse ele me abraçando e dando um beijo em minha bochecha.

Eu sorri e agradeci. Adam virou e foi embora, me sentei no gramado, fiquei um bom tempo olhando aquela paisagem linda e tirei o caderno de minha mochila, este não é o meu caderno/confessionário e sim onde eu registro todos os meus aniversários, faço isto desde que o comprei quando tinha 8 anos e Allison tinha deixado um pouco de dinheiro na época. Neste caderno, escrevo sobre como está sendo o meu aniversário, onde estou, com quem estou e o que estou fazendo e também escrevo o meu ''pedido''.

10 de outubro, 2015.

Estou no parque Paris sentada no gramado, em frente ao lago... Que lugar perfeito para esquecer de tudo. Hoje é meu décimo sexto aniversário, eu tinha esperança de que fosse diferente, talvez porque eu tenha conhecido o Kevin.

Kevin é um garoto que eu conheci alguns meses atrás e acabei me apaixonando, mas ele teve que ir embora. Agora estou completamente sozinha, sem ninguém para me alegrar ou animar! Não quero ficar lamentando sobre minha vida, nem nada disso.

Quero apenas fazer meu pedido: ''Tudo que eu peço, é que eu tenha amor e carinho daqueles que nunca me deram, e que as pessoas não se afastem de mim. ''

Com amor, Samantha...

Guardo meu cardeno na mochila e tiro meu celular com o fone de ouvido enrolado nele e faço uma seleção de 10 músicas, algumas para me deixar alegre e outras para me fazer chorar.

1º All by myself- Celine Dion

2º Lies- Evanescence

3º Lost in Paradise- Evanescence

4º Complicated- Avril Lavigne

5º Dark Side- Kelly Clarkson

6º Fucking Perfect- Pink

7º Disappear- Evanescence

8º Ingenua- Dulce Maria

9º Save Me- Hanson

10º Tomorrow- Avril Lavigne

Depois de tanto chorar e cantar, peguei minha mochila e sai dali. Agradeci ao Adam por ter me deixado ficar ali e fui embora, quando estava chegando perto de casa vi um carro preto parado, achei que era o pai do Lucas trazendo ele de volta, mas quando vi quem descia do carro, abri um sorriso involuntário e andei em sua direção.

–O que faz aqui?-pergunto sem tirar o sorriso.

–E você acha que ia esquecer o aniversário da minha filha?!-disse Ian tirando de dentro do carro um presente.

Eu o abracei e agradeci.

–Então não vai abrir o seu presente?-perguntou ele apontando para o pacote que estava em forma de um livro e todo coberto de um papel presente rosa com flores.

Eu sorri e com o maior cuidado do mundo, rasguei o papel de presente e realmente era um livro.

–Então gostou?-perguntou Ian um pouco ansioso e nervoso com a resposta.

O nome do livro é Sonhos, é o livro da série The Soul Seeker. A escritora do livro é a minha escritora favorita, Alyson Noel, também autora da série Os Imortais. Eu sou apaixonada pelos livros dela e o que eu estava louca para ler era este mesmo que o Ian me deu!

–Se gostei?! Eu amei...obrigada Ian!-digo o abraçando, desta vez quase pulando em seu colo.

Ele riu e me apertou bem forte.

–Me lembrei quando você me contou quem era sua autora favorita e como você já leu a série completa dos Os Imortais, escolhi esse.

Eu só sabia sorrir agora, sou completamente apaixonada por livros, principalmente o gênero fantasia, eles me fazem esquecer minha vida e fazer minha mente viajar para lugares diferentes e mágicos.

–Sua mãe está em casa?-perguntou Ian.

Desde que Ian e eu começamos a nos aproximar, ele sempre pergunta sobre a Allison, acho que ele tem a esperança de que ela o aceite de volta. Eu por outro lado, acho isso impossivel, pois Allison não parece ser capaz de amar alguém além dela mesma.

–Não sei, quando eu sai ela não estava!-digo enquanto admirava meu livro.

Ian suspirou e eu perguntei:

–Você ainda ama a Allison?

–Por que você não a chama de mãe?-perguntou ele indignado.

Me encostei no carro, apertei o livro contra meu peito e disse:

–Não sei muito bem o motivo, a chamo de Allison desde que me entendo por gente! Talvez seja porque não a vejo como mãe.-respondi olhando dentro dos olhos de Ian.

Ele queria fazer outra pergunta, mas resolveu deixar de lado. Fiquei olhando pra ele, procurando alguma semelhança entre nós dois e percebi que herdei a forma do rosto dele, a cor dos olhos e do cabelo, o resto era da Allison. Ian é um homem muito bonito, inteligente e engraçado!

–Como a Allison era quando vocês se conheceram?-perguntei fazendo ele esquecer seus pensamentos.

Ian passou a mão nos cabelos, deu um sorriso meio sem graça, se encostou no carro bem ao meu lado e disse:

–Ela era a garota mais linda do colégio. Allison tinha os cabelos da cor do sol, os olhos castanhos claros que mais pareciam verdes, os lábios rosados, todos os garotos babavam por ela e as garotas a invejavam. Sua mãe tinha muito talento para dança, ela fazia aula de balé e queria se tornar uma grande bailarina.

Enquanto Ian contava, eu tentava imaginar a Allison que ele descrevia, com um pouco de esforço, eu consegui.

–E como vocês se conheceram?-pergunto dando uma de curiosa.

Pra falar a verdade, eu estava sim, muito curiosa pra saber como meus pais se conheceram. Allison nunca me contou sobre seu passado, nunca conversamos como mãe e filha, estamos sempre brigando.

–Um dos meus amigos ia dar uma festa e eu fui, todos os alunos do colégio estavam lá. As garotas se esfregando com os garotos e uma menina meio baixinha, de cabelos loiros de vestido vermelho curto num canto sozinha. Eu nunca tinha visto uma menina tão linda quanto ela, e até hoje não conheci. Fui me aproximando dela e a chamei pra dançar. Dançamos a noite inteira e depois eu a levei para casa e roubei um beijo!

Quando Ian parou de falar, eu comecei a rir e ele ficou me olhando sem entender nada.

–Do que você está rindo?-perguntou ele começando a rir da minha risada.

Eu parei de rir, pelo menos um pouco, tomei fôlego e respondi a pergunta.

–Desculpa, é que a história de vocês parece que saiu de um daqueles filmes dos anos 80.- terminei de falar e voltei a rir.

Ian começou a rir junto comigo e concordou.

–Está bem, você tem razão!-disse Ian parando de rir.

Continuamos conversando, a conversa estava bem legal até que ele me perguntou sobre o Kevin.

–Bom, ele teve que se mudar!-respondi engolindo seco.

Coloquei o cabelo no rosto, tentando esconder a tristeza que era clara só de olhar em meus olhos. Ian me virou de frente pra ele, vendo que eu estava chorando enxugou uma de minhas lágrimas e me abraçou bem forte.

O abraço dele era cheio de amor, compreensão, carinho e solidariedade. Tudo o que mais precisava agora, tudo o que eu mais desejava. Foi ai que me toquei, Ian estava fazendo seu papel de pai e só queria meu bem.

–Obrigada!-digo me soltando de seus braços.

–Pelo o quê?-pergunta ele passando a mão em meu rosto.

–Por estar aqui e por ter lembrado do meu aniversário.-olho dentro de seus olhos que estavam brilhando.

Ele me puxou para um abraço, desta vez mais apertado e disse:

–Eu sempre estarei aqui!

Toda dor que eu senti durante todos esses anos, sem saber quem era meu pai, sem ter um colo pra chorar, sem ter alguém pra me abraçar, sem ter alguém com que eu possa sempre contar, desapareceu! Enquanto Ian me abraçava, meu coração sorriu e pela primeira vez depois que Kevin foi embora, eu me senti...Feliz!


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