Hope Can Be Born? escrita por Stuck In Dreams


Capítulo 1
Remembering The Past


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal...Bom, essa é minha primeira fic. Então não sei se vai ser boa.Enfim... Bora logo pro primeiro capitulo.Até lá em baixo...



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Flash back on:

Ouvi minha mãe berrando, desci as escadas correndo e logo senti um cheiro podre vir da cozinha, os gritos da minha mãe aumentavam cada vez que eu chegava mais perto do cômodo, assim que adentrei o lugar, vi uma das cenas que mais me assombra, minha mãe deitada no chão toda ensanguentada, sua barriga estava aberta e um homem todo desfigurado arrancava-lhe as tripas, ouvi minha mãe sussurrar um "adeus", o que fez meus olhos arderem e lágrimas rolarem pelo meu rosto involuntariamente, eu apenas gritei.

– MAMÃE, MÃE... SEU MONSTRO. – ela ainda respirava, o bicho olhou para mim.

Nesse momento meu pai adentra a cozinha e enfia uma faca na cabeça daquele ser, que eu duvidava estar vivo. Me ajoelhei ao lado da minha mãe, ela ainda estava acordada...

– Mãe, me desculpe por tudo que um dia eu te fiz de mal... Eu te amo muito. Você estará sempre em meu coração. – meu pai estava aos prantos ajoelhado do meu lado.

– Querida... eu te amo. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. – meu pai falava soluçando, eu mal conseguia respirar de tanto chorar.

– Eu amo vocês, e sempre protegerei vocês... Amor... cuide da nossa princesinha... – ela estava indo embora... Mal conseguia falar, eu já estava me afogando em minhas próprias lágrimas. – Minha filha... Seja forte... Estarei te protegendo lá de cima... te a-am...

Os olhos dela ainda estavam abertos, a sua boca também, mas ela não respirava mais, ela estava morta, eu sabia que ela já tinha ido, mas algo dentro de mim ainda esperava ela completar a frase; meu pai estava deitado de costas pro chão, ele chorava e soluçava... Minha mãe tinha morrido, os bichos estavam batendo na porta de entrada da minha casa, meu pai estava em estado de choque. Nós iriamos morrer se continuássemos ali, meu pai não reagia, eu estava triste, mas não morreria e não deixaria meu pai morrer.

Arrastei uma estante de livros e a coloquei em frente a porta por onde aquelas coisas tentavam entrar; corri e liguei a tv onde passava no jornal os procedimentos que devíamos seguir para tentarmos sobreviver. Assim como a repórter tinha instruído, coloquei muita comida enlatada, frutas e algumas garrafas de água em uma mochila, e em outra mochila coloquei algumas facas, duas chaves de fenda e um machadinho que achei largado na caixa de ferramentas do meu pai; estava tudo pronto subi para o segundo andar pegando também algumas peças de roupa para mim e para papai...

– Pai... Precisamos ir. - ele continuava em transe, chorando como um bebê, o que começou a me irritar. - Pai... - ele simplesmente me ignorava. – PAPAI... NÓS PRECISAMOS SAIR DAQUI...

– Me... me d-desculpe filha... – ele falou assustado, se despertando do transe.

– Vamos. – puxei o seu braço, fazendo ele levantar e ir para o segundo andar pegar alguns remédios e lavar o rosto, fiquei esperando ele na cozinha.

Olhei pro lado, avistando minha mãe. Lembrei que a repórter tinha falado, que pessoas mordidas virariam uma daquelas coisas, que eles chamavam de "andarilhos", "walkers" ou "zumbis"... Eu não deixaria ela virar um deles, minha mãe era uma pessoa boa, eu não deixaria ela matar pessoas. Me ajoelhei ao seu lado, peguei uma chave de fenda que eu tinha posto dentro do meu all star de cano alto, e a enfiei na parte de trás da sua cabeça, perto da nuca; olhei para mim naquele momento e me senti a pessoa mais insensível do mundo, eu estava enfiando uma chave de fenda no cérebro da minha mãe? Mas na verdade eu sabia que estava salvando ela de fazer coisas ruins. Após retirar a chave de fenda, a limpei na barra da blusa de minha mãe; me aproximei de seu rosto, depositando um beijo em sua testa e sussurrando um "eu sempre te amarei", me afastei um pouco com lágrimas rolando por toda minha face e passei as mãos sobre seus olhos, os fechando.

– Vamos filha... – meu pai fala descendo as escadas e chegando na porta que dava pra garagem, ele já estava melhor.

Depois daquele momento, fomos na delegacia pegar armas e munições, achamos uma ambulância perto da saída da pequena cidade em que morávamos, pegamos algumas coisas que julgávamos ser importantes e nos dirigimos para uma fazenda que pertencia a meu avô.

Após algumas semanas a fazenda foi invadida por vários walkers, tivemos que sair de lá; formamos um grupo de sobreviventes: eu, meu avô, minha tia, meu tio, meu pai, um militar e sua esposa uma enfermeira. Mas como nesse mundo tudo que é bom dura muito pouco, fomos separados...

Tudo aconteceu após um ano do início da praga, era de madrugada, eu e Joanna a enfermeira negra de olhos claros estávamos de guarda aquela noite; entrei no trailer para pegar alguma comida, porém não tinha percebido que Jô estava cochilando, enquanto pegava uma barra de cereais ouvi um grito fino e escandaloso, logo depois vários tiros, saindo do trailer vi o militar ajoelhado ao lado de sua esposa que tinha uma mordida enorme no seu braço, o lugar estava um caos, tinha walkers para todos os lados, meu avô estava a alguns passos de mim, corri em sua direção, quando me aproximei consegui enxergar uma mordida próxima ao seu ombro, o abracei forte e sussurrei um “te amo, adeus”, meu avô entrou na barraca e depois ouvi um tiro, nesse momento uma lágrima teimosa insistiu em percorrer minha face, mas ele estava indo pra um lugar melhor...

Após matar cerca de 15 walkers, eu entrei em desespero, todos os integrantes do meu grupo, estavam mordidos e alguns até mortos... Mas tinha um, que no momento é a única pessoa que tinha me restado, aonde está o meu pai?

– PAPAI...? - quem se importa se algum wlaker podia me ouvir? Preciso achar meu pai... Nesse momento braços fortes me envolveram, senti lágrimas molharem minha blusa.

– A-achei que tinha te perdido também filha... – ele falou entre lágrimas

– Mas não me perdeu pai... – apesar da vontade de chorar, eu não choraria, não seria fraca – Eu estou aqui, ok? – ele assentiu balançando a cabeça.

– Temos que sair daqui agora. – ele falou se recompondo e observando 10 zumbis se aproximarem do nosso antigo acampamento.

Pegamos o máximo de coisas que conseguimos, e adentramos uma floresta que cercava o acampamento, eu corria um pouco à frente de meu pai, as vezes ele se virava e atirava nos walkers que estavam mais próximos, até que um conseguiu alcançar ele, ouvi o seu grito e me virei pra ver outra das cenas que me mais me assombra, um walker tinha seus dentes podres cravados no pescoço de meu pai, outro walker conseguiu alcançar a perna de papai, atirei nos 3 que estavam se aproximando, corri na direção de papai e cravei uma faca no crânio do que mordia seu pescoço, e dei um tiro no que mordia a sua perna, não tinha mais deles ali, pelo menos por enquanto, ao olhar para o meu pai, soube que aquele era seu último momento em vida, me ajoelhei ao seu lado e deixei meu corpo desabar sobre ele, eu estava cansada daquilo, cansada de perder pessoas, e pela primeira vez após um ano, pela primeira vez após a morte de minha mãe eu chorei, chorei muito, cheguei a soluçar, meu pai me abraçava e acariciava meus cabelos dourados...

– Eu te amo papai... e-eu... te amo muito – eu tentava falar entre os soluços – Você será eterno em meus pensamentos...

– E-ei, princesinha... o p-papai – ele tentava falar, gastando o pouco de força que lhe restava – o papai te amo muito... v-você vai ficar bem...

– Eu sei que vou pai... – falei me levantando pra olhar seu rosto – mas o senhor vai fazer falta... e... a mamãe também...

– Você cresceu filha, amadureceu... – ele falou deixando cair um lágrima – eu tenho muito orgulho de você...

– Então esse é um adeus? – falei deixando que múltiplas lágrimas rolassem por meu rosto – eu não quero dizer adeus pai, não pra você, não no mesmo dia que disse para o vovô...

– Hey... não vamos chamar isso de adeus... Vamos chamar de.. – ele parou pra pensar, deixando escapar um sorrisinho de canto – vamos chamar de Boa Noite! Okay?

– Okay... – falei ainda entre lágrimas – Boa Noite papai, eu te amo.

– Boa N-noite... Minha princesa – ele falava fraco – também te a-am...

Ele simplesmente parou de respirar, e as lágrimas apenas continuaram a rolar pelo meu rosto, e assim como minha mãe, papai não conseguiu terminar a frase... “te amo”, era o que eles queriam falar; agora eu estou sozinha, completamente sozinha, Todos aqueles que eu amava se foram; depois de passar uns 10 minutos chorando ajoelhada ao lado de meu pai, tive que me recompor e criar coragem de atravessar uma faca no crânio dele, após fazer isso dei um beijo em sua testa e passei a mão sobre seus olhos os fechando, esvaziei a mochila dele colocando os itens mais importantes na minha, peguei sua pistola e prendi no meu sinto fornecido pelo falecido militar, estava me levantando do chão quando observei algo brilhar no pescoço do meu pai, me aproximei e vi que era o colar de minha mãe que tinha um pingente com uma foto de nós três, junto ao pingente, pude observar as alianças de meus pais... Retirei o colar do pescoço de meu pai, limpando ele na sua blusa e o prendendo em meu pescoço, peguei também o moletom que ele estava segurando e o vesti, aquele moletom era o preferido de meu pai...

Sai dali, limpei minhas lágrimas e segui por uma estradinha de terra, atirava apenas nos walkers mais próximos, ignorando completamente a existência de qualquer outro que estivesse mais afastado; eu me sentia completamente vazia, me sentia quebrada por dentro como se não valesse a pena viver, mas meu pai avia dito que se orgulhava de mim, então eu vou lutar até o fim para continuar viva... Não vou mais me permitir chorar, não vou mais ser fraca.

– Meus olhos arderão, mas lágrimas não cairão. – falei baixo mas decidida.

Flash back off:

– E mais uma vez, eu estou sofrendo pelo passado... – falava sentada na beira da cama com o colar de minha falecida mãe nas mãos – mas como eu falei naquele dia... “meus olhos arderão, mas lágrimas não cairão”.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso...Espero que tenham gostado, não terei datas certas para postar.XO XO, MM.



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