Ela disse, Ele disse escrita por Beandrader


Capítulo 34
Tudo azul


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Hahaha demorei né? Mas vou falar, esse enem foi um demônio na minha vida! E ainda tive vestibulares pra fazer e cheguei hj de viagem enfim! Estava exausta demais, maasss eu estou aqui, com um capitulo recomeço e aposto que vcs vão gostar! hahahaha boa leitura ❤



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Meses depois

Passadas as festas de fim de ano, agora estava tudo pronto para começar. O apartamento da tia de mamãe estava me esperando. Era alto, cheio de janelas, todo azul. Vista mar. Havia sido chamado assim, porque quando arquitetado, seria alto o suficiente para poder ver as praias do litoral de São Paulo. Era realmente lindo. O bairro também, mas isso não era completamente relevante, se levarmos em consideração que ele se encontrava na famosa Avenida Paulista. Encarei o taxista uma última vez e segurei firme minhas malas, gostaria de ajuda para subir com tudo aquilo para o décimo segundo andar. Carreguei toda a bagagem até o hall de entrada e pude ver o porteiro me encarando com um sorriso divertido. Ele era baixinho e com poucos fios no meio da cabeça, moreno, magro, mas aparentava ser novo, e agora cruzava os braços parecendo se divertir com o meu cansaço ofegante.

– Bom dia...- suspirei cansada, afinal eram muitas malas, e é valido lembrar que eu as carreguei, sozinha.

– Bom dia flor do dia! - ele sorriu e simpático e me estendeu a mão - sou o Emerson, como você pode perceber sou o porteiro - eu apertei sua mão e sorri levemente.

– Prazer Emerson, sou a Isabella, nova moradora do...- peguei meu celular que mostrava os dados do endereço e do apartamento - 456 - então ele ergueu as sobrancelhas e sorriu novamente, parecia se divertir com algo

– Prazer Isabella, você me chamar de Emy mesmo...- eu assenti e ele continuou - então quer dizer que a dona Andrea deixou finalmente alguém entrar no castelo? - eu franzi a testa e ele gargalhou, caminhando até o elevador e apertando o botão

– Desculpa...acho que não entendi muito bem...- falei enquanto juntava todas as malas para colocá-las no elevador

– Ah...- ele riu irônico e me olhou como se eu estivesse brincando - vai dizer que você não sabe que a dona Andrea nunca abriu esse apartamento ai pra ninguém? Mas ai também né - ele ergueu as mãos pro alto - quando vem, vem a zona toda aqui na minha portaria! Porque não basta ser uma! - nesse momento a porta do elevador se abriu e então eu parei subitamente

– Como assim "não basta ser uma"? Tem mais gente ai no apartamento? - falei e ele ergueu novamente as sobrancelhas e se arrastou para colocar a bagagem junto comigo no elevador

– É tem - ele reclamou com uma expressão de desgosto - ontem chegou uma moça um pouco mais velha que você, moradora do 456 também! - terminamos de colocar as malas e ele suspirou - bom, já te ajudei a levar tudo, agora pra ir pro seu apartamento você pode se virar não é? - ele perguntou e eu sorri assentindo. Mas a dúvida de quem era a outra moradora me corroeu por dentro. Chegou ontem? Mais velha que eu? Esse papo estava muito estranho. Pensei isso enquanto subia até o décimo segundo andar. Consegui fazer com que a porta ficasse parada tempo suficiente para que eu saísse e tirasse todas minhas coisas lá de dentro. Encarei a porta do apartamento um tanto insegura. E se essa moradora não gostasse de mim? E se ela não quisesse que eu ficasse? E se a tia Andrea tivesse desistido de me deixar morar ali e eu ficasse sem teto? Balancei a cabeça dispersando os pensamentos e peguei a chave que eu tinha na bolsa de ombro. Coloquei na fechadura e girei a maçaneta. Abri a porta e encarei o apartamento, era amplo, tinha uma sala, e de cara eu podia ver a cozinha atrás de uma típica bancada. Arrastei minhas coisas para dentro e caminhei pelos cômodos. Parei em frente ao corredor, dei meia volta até a sala e decidi que era a hora de falar. Pigarreei alto e juntei coragem

– Tem alguém em casa? - perguntei incerta e a porta do banheiro se abriu. Pisquei duas vezes para ver se eu não estava tendo uma alucinação ou algo do tipo. Uma morena alta com cabelos escuros e lisos, e grandes olhos castanhos saiu de lá com um sorriso largo nos lábios. Ela parecia que havia saído de alguma novela, tamanha era sua beleza. Caminhou até mim ainda esbanjando beleza e simpatia e disparou

– Oi! Eu sou a Natália, prazer...- estendeu a mão e assim que eu apertei ela me esmagou em um abraço. Nos soltamos e eu ainda muito sem graça fiquei a encarando curiosa. Ela aparentemente não era antipática ou algo do tipo. Aparentava ser uma garota legal.

– Sou a Isabella...- eu disse meio sem graça e ela coçou a garganta

– Bom era pra eu ter chegado depois de você, isso explica sua cara confusa, meu vôo acabou sendo adiantado e eu vim antes! - minha expressão deve ter continuado de completa confusão, porque ela riu como se tivesse ouvido uma piada, com aqueles olhos castanhos tão lindos e o sorriso de comercial de pasta de dente. Merda. Ela era linda. - A Andrea, dona do apartamento é minha madrasta mas me cria desde pequena, é como se fosse minha mãe - ela olhou em volta do lugar e deu de ombros - eu sou lutadora profissional de muay thay, mas estudo medicina...sabe como é né, preciso dar continuidade a profissão da mamãe...- eu assenti, apesar de não seguir os passos de mamãe, porque provavelmente eu não cantava bem como ela, imaginava como deveria ser motivo de orgulho fazer o mesmo que os pais, e o que se ama também.

– E você veio ao Brasil como estudante ou como lutadora? - ela mexeu nos fios lisos e sentou no sofá acompanhada por mim

– Eu vim como lutadora, vou participar de um campeonato...- ela torceu o nariz e fez uma careta engraçada - o problema é que ele é um tanto extenso, então tive que transferir meu curso pra uma universidade daqui, por isso me instalei no apartamento - ela arregalou os olhos, e fez uma cara interrogativa - espera aí...você não sabia que eu moraria aqui por um tempo? - eu neguei. Não tinha muitas informações sobre como funcionaria aqui, na verdade, mamãe só me deu o endereço do prédio e disse que o lugar estava liberado e pronto pra me receber, me senti uma completa intrusa ali.

– Minha mãe quando quer é avoada, ela não me disse muita coisa, só que eu poderia vir e me deu o endereço daqui...- eu falei e dei de ombros, ela sorriu gentilmente e se levantou

– Ótimo! Eu ia odiar ficar sozinha aqui, e a Andrea me disse que você cozinha? Então não vou passar fome! - rimos juntas e ela apontou pro corredor, que como todo o apartamento, era azul. - vem vamos! Vou te mostrar seu quarto! Posso te chamar de Bella? - eu assenti e ela continuou - acho que vamos nos dar muito bem Bella!

(...)

Eu havia acabado de sair do correio. Minha carta, finalmente havia chego. Estava caminhando pela praça quando dei de cara com João.

– Oi Pedro! - ele disse com um sorriso gentil. Eu suspirei. Não havia mais porque de tratá-lo com essa frieza. Eu já o havia perdoado, mas o orgulho não me deixava permiti-lo se aproximar.

– E ai Johnny! - cumprimentei e ele arregalou os grandes olhos verdes. Eu estendi minha mão e quando ele esticou a dele, fiz o gesto que dava início ao nosso cumprimento e ele sorrindo me seguiu.

– Cê parece feliz hein...alguma novidade? - ele perguntou apreensivo, acho que não acreditava que eu estava ali falando com ele

– Uma grande novidade! Você nem vai acreditar! - ele bateu as mãos e esfregou, com aquele olhar curioso

– Fala logo Pedro! Agora fiquei curioso! - eu ri alto e mostrei a carta pra ele enquanto abria o papel rasgado.

– Isso eu já percebi...mas você sabe o que é isso? - ele negou com a cabeça quando mostrei a carta - Essa é a carta que me parabeniza por ter passado na universidade pro curso de música...em São Paulo!


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Notas finais do capítulo

E ai? Alguém acha que essa ideia do pedroso foi de propósito? Será que ele vai mesmo? já sabem né?! Dúvidas e sugestões, criticas e opiniões estou aqui! Beiju ❤