Obrigada escrita por Carol Drozdov


Capítulo 1
One shot




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/602730/chapter/1

No mundo moroi, a maior ameaça que nós temos são os strigois. Embora isso seja verdade, não deveria ser considerada pela maioria a única. Nós somos diferentes dos humanos, nossos sentidos são mais sensíveis, mas ainda assim somos mortais. Isso significa que várias situações podem ser ameaçadoras, inclusive um simples roubo.

Eu estava na fila do supermercado com o Eddie ao meu lado, esperando para passar os doces quando me lembrei que tinha esquecido de pegar a farinha de trigo.

- Eddie, esqueci da farinha, só um minuto, vou lá pegar. – Assim que eu me virei, Eddie puxou minha mão de volta.

- Sozinha? – Ele perguntou, claramente não aprovando a ideia.

- Hm, sim. Por Vladimir, Eddie, não vai acontecer nada, eu não devo demorar nem três minutos.

- Eu vou com você. – No momento que o meu guardião disse isso, eu encarei ele incrédula.

- E a fila? – Perguntei.

- A gente pede para alguém guardar.

- Você está exagerando, sabe disso, né? – Perguntei, enquanto Eddie dava de ombros e sorria como se quisesse se desculpar. Mas não adiantava, eu já estava incomodada com esse tratamento de proteção excessiva, então, continuei – Vai lá, eu fico aqui guardando a fila.

- Jill... – Ele começou, mas eu cortei.

- Vai logo, Eddie, antes que chegue a nossa vez. – Falei friamente, Eddie percebeu o tratamento e acabou indo atrás da farinha.

Dei graças a Saint Vladimir por isso, normalmente, eu gostava de ter Eddie por perto, mas eu andava me sentindo tão angustiada pelos efeitos do espírito que acabava ficando irritada facilmente.

Mal Eddie saiu pelos corredores, um cara com casaco preto apareceu atrás da menina que me atendia, ele sacou uma arma, apontou para ela e disse baixo:

-Passa o dinheiro, sem movimentos bruscos. – Assim que ele disse isso, olhou para mim e para o cliente que estava na minha frente (nós éramos os únicos que podíamos ver a arma e ouvir a ameaça) e avisou – Fiquem quietos.

Engoli a seco e tentei não me mover, esperando que nada acontecesse e que Eddie voltasse logo. A vendedora passou todo o dinheiro do caixa bem rápido, então achei que o ladrão fosse ir embora, mas ao invés disso, ele apontou a mesma na cabeça da vendedora e atirou. Não consegui impedir o grito de terror que atravessava a minha garganta. Eu não sabia o que fazer, na verdade, eu não tinha o que fazer. Eu não conseguia nem parar de encarar o ladrão com a sua arma.

Eu tinha visto ele matar a vendedora e eu vi, logo depois, ele matando o cliente que estava a minha frente. Assim que o fez, o assassino apontou a arma para mim e eu continuava parada. Eu não conseguia parar de encarar o revolver que ele segurava, quando, finalmente, achei que ele fosse me acertar, eu vi uma sombra atrás do bandido. A sombra desarmou o marginal e o derrubou rapidamente, deixando-o desarcordado. Ela deixou a arma de lado e abriu caminho até a mim.

Quando a sombra me alcançou, segurou minha mão e me puxou, chamando meu nome. Foi ouvindo sua voz que eu percebi que a sombra era o Eddie.

- Jill?

- Hm? – Respondi meio incerta, meu coração ainda não estava batendo normalmente e eu me sentia assustada e cansada.

- Você está tremendo. – Eddie afirmou, na mesma hora ele tirou seu casaco e o pôs sobre mim. Depois continuou – Espero que isso melhore, você está em choque. Vamos sair logo daqui.

Dito isso, ele colocou seu braço em volta de mim em um gesto protetor e me guiou até o carro. Antes que nós entrássemos eu comecei a chorar.

- Jill?

Eu não respondi, apenas virei minha cabeça na direção oposta ao Eddie.

- Jill, olhe para mim. – Assim que Eddie fez esse pedido, eu solucei, mau sinal, eu estava prestes a chorar ainda mais. – Olhe para mim. – Ele pediu de novo. Relutantemente, eu virei meu rosto até ele.

- Você vai ficar bem. – Eddie afirmou, olhando fixamente para os meus olhos. Eu queria parar de chorar, contudo, o desespero parecia tão grande dentro de mim que eu não conseguia, então, eu só assenti como resposta.

Ele ficou me olhando com preocupação, parecia querer um sinal de que eu ia ficar bem, então, eu pedi baixinho:

- Podemos sair daqui?

Um minuto depois estávamos no carro a caminho da casa de Clarence. O percurso foi silencioso, pois aos poucos eu fui me acalmando enquanto Eddie dirigia calado. Pude perceber que ele toda hora me checava, verificando se eu ainda chorava, se eu parecia estar mais tranquila e melhor.

Depois que chegamos na casa do moroi, estacionamos o carro e antes que Eddie entrasse, eu falei:

- Eddie?

- Sim? – Ele perguntou olhando para os meus olhos.

- Não saia de perto de mim da próxima vez, por favor. – Pedi, encarando os olhos dele de volta. Sua expressão demonstrava tanto carinho que eu me sentia comovida.

- Juro que não sairei. – Eddie afirmou seriamente e antes que eu respondesse, sua mão acariciou meu rosto. – Eu não vou deixar nada acontecer com você.

Meu coração começou a bater forte de novo e eu me senti corar; não sabia se isso estava acontecendo por causa da mão dele ou da preocupação que ele mostrava, só sei que de repente, senti a necessidade da proteção dele.

- Promete? – Perguntei.

- Sim. – Eddie respondeu com um certo tom de determinação na voz.

Depois disso eu não agüentei mais, eu precisava dele, não só das promessas, eu precisava sentir ele. Não só porque eu estava tremendamente apaixonada pelo meu protetor, mas também porque ele me fazia sentir segura e bem. E naquela hora, era exatamente aquilo que eu precisava, por isso, eu o abracei. Enquanto meus braços puxavam Eddie mais para próximo de mim, meu corpo grudava no dele. Eu o peguei de surpresa, pois ele primeiramente não retribuiu o abraço, mas logo depois ele abraçou de volta. Apoiei minha cabeça em seu ombro e fiquei ali por mais um tempo, até ouvir ele falar:

- Jill, eu não...

- Shh... – Falei, interrompendo-o. – Eu só preciso disso por mais um minuto. – Pedi com a voz rouca.

Eu fiquei abraçada a ele por mais alguns momentos, sentindo o calor do corpo dele passar para o meu, até que eu senti sua mão acariciar a minha nuca. Olhei para os olhos de Eddie e nós nos encaramos por mais alguns segundos, até a gente começar a se beijar.

Meu protetor usava as suas duas mãos, uma que não parava de acariciar a minha nuca e outra que segurava a minha cintura. Eu não conseguia parar de beijá-lo e nem queria, eu tinha desejado este beijo há muito tempo e Eddie tinha me dado justamente quando eu mais precisava do seu carinho. Ele era gentil, mas ao mesmo tempo, eu podia sentir que ele estava se segurando para não passar dos limites.

Quando finalmente nos soltamos, Eddie não parava de olhar para os meus olhos, exceto para encarar a minha boca. Ele não parecia mais um guardião que deveria parecer parcial em qualquer ocasião, seus olhos estavam cheios de emoções e eu tentava identificar cada uma delas. Preocupação, carinho, paixão. Foi quando ele me deu a mão, que eu percebi que tinha algo a mais que ele sentia: amor. Isso me deixou muito surpresa, além de feliz. Nós dois sorrimos um para o outro e eu esperei que ele me beijasse novamente.

Sua boca macia me beijava com paixão, seus braços me envolveram novamente. Seu corpo largo em volta de mim fazia-me sentir ainda mais protegida com ele. Enquanto eu o beijava, eu sabia, não havia ninguém em que eu confiasse mais do que Eddie. Por isso, quando nós nos separamos, eu agradeci, esperando que ele entendesse que era por tudo. Por me manter a salvo, por me fazer sorrir, por me ajudar, por me fazer sentir segura,...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A falta de fanfics jeddie ainda me incomoda um pouco, então, eu tentei mudar isso com essa one shot. Espero que tenham gostado, até mesmo porque eu pretendo fazer mais. Haha



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Obrigada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.