Ruin escrita por Cabbie


Capítulo 6
Five


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos comentários! Foram tantos, que eu tive de me apressar para postar o mais rápido possível. EJAOEJOSJAS Enfim, boa leitura.



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Capítulo Cinco

Até segunda feira, vizinha.

Aquelas palavras ecoaram em minha cabeça o tempo inteiro, como tivessem se recusado a me deixar em paz. E agora, que havia chegado o tão esperado dia, eu me via encurralada, esperando o próximo passo de Tobias Eaton.

Guardei alguns de meus livros no armário, mas pegando outros para a próxima aula, meio distraída. Empilhei os livros e os segurei firmemente em meus braços, torcendo para que não caíssem no chão.

De relance, pude observar Tobias Eaton caminhando justo no corredor em que eu me encontrava. Seu melhor amigo, Ezekiel, lhe contava algo que o estava fazendo rir. Assim que ele passou por mim, Tobias encostou, por meros segundos, seu braço no meu. Com isso, fiz uma cara feia para ele, ainda tentando equilibrar os livros em meus braços.

– Você não consegue nem fazer isso sozinha, Careta? – Ele provocou, dando um pequeno sorriso enquanto me encarava.

– Me dê algum crédito – retruquei, minha voz transbordando ironia – Nem todos têm a grande sorte de serem tão perfeitos como você.

Ele sorriu para mim, enquanto Ezekiel olhava para nós, meio desconfortável.

– Se você for educada, posso te ajudar com isso – continuou Tobias.

– É uma pena que eu tenha faltado nas aulas de educação – sorri de volta, enquanto continuava a andar, tentando me manter o mais longe possível dele.

No entanto, é claro que ele não me deixaria sozinha tão fácil assim.

– E, para você, é uma pena que eu não goste de ser ignorado – e pegou todos os livros de minhas mãos, levando-os consigo enquanto andávamos até minha sala de aula, no segundo andar – Te vejo mais tarde, Zeke.

– Como quiser – o amigo dele respondeu, enquanto sorria sarcasticamente para mim e andava pelo caminho oposto.

Olhei para Tobias, que me encarava de volta. Na realidade, passei o começo do dia achando que ele ia me ignorar, assim como tinha feito nas três primeiras aulas. Tudo o que ele fez fora passar por mim, sem dar quaisquer indícios de que falaria comigo. Christina, é claro, não deixou de zombar de mim por conta de eu ter ficado um pouco decepcionada com aquilo.

– Achei que fizesse parte do seu plano continuar com o esquema não-falar-com-Tris-Prior – eu comecei, quando ficamos em silêncio.

Ele franziu a testa.

– Veja isso como uma troca de favores, então – Tobias sorriu, quando eu tropecei em um dos degraus – Viu? Imagine se fosse você quem estivesse levando esses livros. Já teria derrubado todos eles. Como consegue ser tão desastrada?

Dei de ombros.

– Talento – e depois acrescentei: - e uma grande falta de coordenação motora.

– Agora entendo o porquê de alguém viver faltando em algumas aulas de educação física.

– Ei – eu protestei -, eu não falto tanto assim! Foram só duas vezes.

Quando chegamos até minha sala, achei que Tobias fosse me devolver os livros logo na porta, para que ninguém visse ele comigo. Mas, ao contrário do que eu pensava, ele entrou na sala de aula, ainda carregando os meus livros, e colocando-os cuidadosamente em minha mesa, como se não fosse nada demais.

– E com isso – ele começou -, acabei de ignorar o outro plano de não-ser-visto-com-Tris-Prior.

Ele estava quase saindo da sala quando se virou para mim, acrescentando:

– A propósito, você me deve um favor.

E foi embora, enquanto Christina vinha até mim, parecendo mais sorridente do que nunca.

– Ai, meu Deus – ela guinchou, como se ainda não acreditasse no que aconteceu - Vocês dois são tão lindos juntos. Definitivamente, o casal do ano.

– Não somos um casal, Christina. E ele nem sequer gosta de mim.

– Acho que aquele beijo o fez repensar sobre isso, então – e apontou um dedo na minha cara -, porque, se antes ele não gostava de você, agora, sem dúvida, pode apostar que ele gosta.

Ignorei ela, sentando-me em minha cadeira. Christina deu uma gargalhada, zombando de minha cara irritada para ela. Virei o rosto para a lousa, desejando que o professor já estivesse na sala, porque seria bem mais fácil fingir que eu não fiquei afetada com o Christina dissera. Agora, no entanto, ela podia ver nitidamente as expressões constrangidas em meu rosto.

Depois que a aula começou, Christina não disse mais nada. Só depois que as aulas acabaram, ela viera falar comigo novamente, o humor nunca sumindo de seus olhos.

– Ainda em estado de negação? – Ela me perguntou, abraçando-me carinhosamente pelos ombros – Não se preocupe, vai passar.

– Christina! – Eu reclamei, dando uma cotovelada nela – Poxa, estou achando que você a única com uma obsessão pelo Tobias aqui. Se quiser namorar ele, vá em frente. Vai me fazer um grande favor.

Por um breve momento, observei Christina ficar tensa com o assunto namoro. Então, tão rápido quanto veio, ela voltou a sorrir novamente.

– Não posso fazer isso. Sou o cupido de vocês, sua estúpida. E o cupido não pode namorar o cara do casal no qual ele está tentando juntar.

– Esclarecedor.

Christina riu, dando-me um beijo na bochecha, assim que sua mãe ligou, avisando-a que já tinha chegado para levá-la para casa. Com isso, fui andando até em casa.

Constantemente, observei alguns típicos caminhões da mudança passando pelo mesmo caminho que eu estava fazendo. Franzi a testa, deduzindo que estariam levando as coisas de Tobias e de sua mãe até sua nova casa, que, por ironia, era ao lado da minha. Isso me fez gemer com o pensando, intrigada por ter Tobias Eaton como vizinho.

Então, de repente, um dos caminhões havia parado, fazendo-me olhar para ele, em dúvida. Assim que eu vi o vidro ser abaixado, notei um Tobias me encarando, em diversão. Fiz uma careta e continuei andando.

– É assim que você me retribui? – Ele disse, um pouco alto – E pensar que eu ia te oferecer uma carona.

– Ah, que romântico – eu ri, devolvendo seu olhar de diversão – Meu príncipe veio me salvar. Ah, Deus, e eu pensando que ia morrer só com o pensamento de dar só mais alguns passos até minha casa.

– Cale a boca e sobe – ele continuava a sorrir.

Assim que a porta se abriu, Tobias me estendeu a mão para que eu subisse. Ao seu lado, o motorista nos olhava, parecendo um pouco irritado por ter de parar para dar carona a alguém. Os bancos eram um pouco pequenos, por isso, tive de dividi-lo com Tobias.

Senti meu rosto corar pelo pouco de espaço que tínhamos um do outro. Na realidade, não tínhamos quase nenhum espaço. Meu braço estava arrepiado com o contato de sua pele com a minha, e Tobias, notando isso, me deu um sorriso de escárnio, antes de voltar seu olhar para frente.

Naquela hora, me arrependi de ter aceito a carona, pois, constantemente, eu sentia um dos dedos de Tobias tocar a minha pele desnuda por conta da camiseta um pouco curta que eu usava. Uma de suas mãos estavam em meu quadril, como se ele quisesse me segurar. Eu o encarava, irritada pela brincadeira, mas incapaz de tirar sua mão de mim, meio entorpecida pelo arrepio que percorria todo o meu corpo.

Assim que descemos, senti-me ficar mais do feliz por poder entrar na minha casa e sumir da vista dele, mas, quando Tobias também desceu, ele acabou me parando, segurando gentilmente o meu braço.

– Ei, você não vai fugir assim. Você me deve um favor, lembra? – Eu fiz uma cara de desentendia para o que ele disse, fazendo-o rir – Não faça essa cara, você sabe que sim. Pelos livros.

– Ah, eu sabia que eu não devia ter concordado com aquilo. Agora, veja o que serei obrigada a fazer – e fiz uma cara teatral, como se eu estivesse sofrendo com a ideia.

– Sim – e apontou para as caixas no caminhão – Me ajude a levá-las até em casa. Prometo que te deixo pegar as que tiverem as coisas mais leves.

– Que gentil – eu resmunguei, causando uma risada nele.

Realmente, eu havia pego as caixas mais leves. Segui Tobias até sua casa, como se eu perguntasse, silenciosamente, se podia entrar. Como ele não respondeu, eu apenas o segui até o seu quarto, depositando as coisas no chão.

Sua casa não era muito diferente da minha, pensei. A estrutura era a mesma, e apenas a localização de alguns cômodos era tanto quanto diferente, mas, se não fosse por isso, as duas casas podiam ser praticamente idênticas.

Fizemos a mesma coisa com as caixas por uns quinze minutos, até que o caminhão estivesse completamente vazio. Com isso, Tobias esfregou suas mãos umas nas outras, parecendo aliviado.

– E esse foi o último. Agora só temos de esperar minha mãe voltar – e trancou a porta para, logo em seguida, sentar-se no sofá que havia ali, jogado aleatoriamente no meio da sala.

Notei que já haviam algumas coisas na sala. As janelas já tinham cortinas em volta, e o tapete cobria uma boa parte do piso. Fiquei curiosa para saber como a sala ficaria, assim que estivesse totalmente pronta.

– Nós? – Eu questionei, colocando minhas mãos na cintura.

– Sim, nós – ele retrucou, como se fosse óbvio – Depois de ter te salvo de uma longa e chata caminhada, como você mesma diz, você acabou me devendo dois favores. O primeiro, você já cumpriu, levando as caixas. Agora, esse é o último.

– E eu achando que havia conseguido me livrar de você – sentei-me no sofá ao seu lado, notando o súbito silêncio se instalar sobre nós.

Tobias havia fechado os olhos, parecendo não querer estabelecer uma conversa. Assim que tive a certeza de que seus olhos estavam mesmo fechados, coloquei-me a observá-lo, vendo seu peito subir e descer com a respiração. Ele parecia tão confortável, como se apreciasse o fato de eu estar ali, com ele. Eu sentia um formigamento estranho em minha mão, como se eu estivesse tentada a empurrar para longe alguns de seus fios de cabelo, assim que os notei cobrindo um pouco o rosto de Tobias.

Assim que cedi a ideia, movimentei-me para mais perto de Tobias. Ele parecia tão tranquilo, e me perguntei se ele já havia caído no sono tão rápido assim. Observei-o apenas por mais alguns instantes, antes de colocar minha mão em seu cabelo.

– O que você está fazendo? – Ele perguntou, assim que abriu os olhos para me olhar.

– N-nada! – Eu guaguei, sentindo-me uma completa idiota.

– Você estava me observando dormir, Tris? – Os olhos de Tobias brilharam em diversão com o pensamento, e eu me sentia cada vez mais claustrofóbica com sua súbita aproximação.

– N-não – eu disse mais uma vez, cada vez mais constrangida.

– Ah, porque eu acho que você estava.

Por favor, alguém me tire daqui!

– Isso não importa, não é? – Eu atirei de volta, tentando achar uma saída para aquela conversa.

– Por que você está tão nervosa, Tris? – Ele perguntou, seu nariz quase encostando no meu – Você está constrangida?

– Não! – Eu neguei mais uma vez.

– Ah, então por que você está tão vermelha?

Assim que eu ia lhe dar mais uma resposta esfarrapada, Tobias deitou-me no sofá, ficando por cima de mim. Eu arregalei os olhos, em puro estado de choque. Seus braços seguravam minhas mãos por cima de minha cabeça, e eu estava tão atordoada, que não conseguia entender como havíamos chegado àquela situação.

– Meu Deus – eu sussurrei, assim que senti seus lábios em meu pescoço – Tobias, pare com isso. TOBIAS!

Tobias continuou a me ignorar, largando minhas mãos e segurando-me firmemente pela cintura. Meus protestos se perderam em minha boca, incapazes de serem ditos mais uma vez. O calor de seu corpo contra o meu era quase insuportável, e, assim que suas mãos viajaram mais uma vez, naquele mesmo dia, por debaixo de minha blusa, eu sabia que estava perdida.

Ele beijou meu pescoço mais uma vez. Depois, seus lábios foram em direção ao lóbulo de minha orelha, fazendo-me ouvir sua respiração acelerada. E, droga, droga, quando ele apertou minha bunda, eu tive de gemer, e gemer, e mais uma maldita vez. Meus braços foram até suas costas, apertando-o mais de encontro ao meu corpo.

Minhas mãos viajaram em seu cabelo, assim que ele começou a retirar minha blusa, e beijou minha barriga desnuda. Por um breve momento, ele ficou observando meu sutiã, parecendo tentado em retirá-lo. E, confesso, eu estava tão entorpecida, que deixaria que ele fizesse isso. Mas Tobias estavam ocupado demais distribuindo beijos mais para baixo, mais para baixo de meu corpo, alcançando o cós da minha calça jeans.

Arranquei sua camiseta com extrema violência, assim como ele fez com a minha calça jeans. Novamente, ele colocou o seu corpo contra o meu, deixando-me sem ar pelo contato. Minhas mãos arranhavam suas costas, assim que ele apertou meu peito. Sentei-me para tentar fazer com que eu recuperasse um pouco de meu ar, assim como o próprio Tobias. Novamente, ele agarrou minha bunda, fazendo-me sentar em seu colo.

As mãos de Tobias brincavam com os meus cabelos curtos, enquanto eu me pressionava mais, mais, mais contra ele. Agora, eu sabia que não havia mais espaço entre a gente. E, assim que minhas mãos foram até seus ombros, apertando-os e sentindo sua pele quente contra meu toque, eu queria que ninguém, ninguém atrapalhasse esse momento.

Ele beijou o colo de meus seios, suas mãos movimentando-se lentamente para o fecho do sutiã. Brinquei com os fios de seu cabelo, enquanto ele olhava para meus lábios, fazendo-me pensar que ele me beijaria.

Mas ele não o fez, pois, naquele momento, sua boca estava ocupada demais em meu pescoço, assim como estavam minhas mãos, subindo e descendo por sua nuca, enquanto eu gemia, mais do que entregue. Assim que eu senti que o fecho do meu sutiã havia sido aberto, eu gemi, enquanto Tobias escorregava a alça dele por meus ombros, lentamente.

No entanto, ele não chegou a retirá-lo, pois, naquele momento, o som da porta sendo destrancada nos fez cair em si. Ele me olhou assustado e eu retribui o olhar, enquanto pegava minha calça e camiseta no chão. Tobias fez o mesmo com sua camiseta, pondo-a rapidamente, assim como eu fazia com minhas próprias roupas.

– Parece que eu esqueci alguma coisa – murmurou alguém do lado de fora, fazendo ser possível ouvir o som de compras sendo postas no chão e o barulho do porta-malas do carro sendo aberto.

Arrumei meus cabelos, tentando deixá-los no lugar. Tobias, parecendo tão afobado quanto eu, estava ocupado demais tentando ficar calmo. Assim que ouvimos, mais uma vez, o barulho da chave na porta, nos jogamos no sofá, conversando sobre coisas aleatórias, embora nossa atitude fosse suspeita pelo tanto de nervosismo que nos rodeava.

– Ah, Tris! – Exclamou Evelyn, assim que me viu – Como vai, querida?

– Eu vou ... – Eu limpei a garganta – Estou bem.

– Fico feliz em saber disso – e sorriu calorosamente em minha direção – Você vai ficar com a gente hoje?

– Ah, não – eu me apressei em dizer – Estou... Estou de saída.

Evelyn parecia mais do que confusa, mas não lhe dei quaisquer explicações. Ao contrário, saí depressa, lançando, antes de tudo, um olhar para Tobias, que dizia, com todas as letras, um: temos de parar com isso!

Tomando um longo suspiro, eu me permiti ficar calma, caminhando apressadamente para minha casa, perguntando-me como eu ia sobreviver agora, com Tobias Eaton sendo meu vizinho.

Estou ferrada. Definitivamente, ferrada, ferrada, ferrada!

– Que droga! – Eu gritei, atirando-me em minha cama.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Querem me matar por ter estragado o momento? EJAOEJOAS



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