What We Are Today escrita por Pocky


Capítulo 1
Caput, odiável início.


Notas iniciais do capítulo

Oim *-*
Minha primeira fic, estou ansiosa, demorou para eu decidir em que categoria colocar essa trama, que na verdade foi baseada em uma fanart do anime Naruto. Isso é novo para mim e sinceramente, acho que não tenho talento para ficwrite, mas vou tentar :3
Sou uma garota que gosta de palavras, falação e doces, então comentários são como docinhos para mim. *-* nham
Ah, e essa música não tem nada a ver com um capítulo u3u ela só é legal por isso tá aí.



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… Shining up to the sky

‘Cause we got the fire, fire, fire

Yeah we got the fire, fire, fire

And we gonna let it burn, burn, burn, burn

We gonna let it burn, burn, burn, burn…

Eu me tornei o que sou hoje aos 5 anos de idade, não foi exatamente aos cinco, mas foi com essa idade que fui a minha primeira aula de música. Lembro-me como se fosse hoje, o momento exato que aquilo aconteceu, foi há um tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, sobre podermos esquecê-lo com o tempo. Porque de um jeito ou de outro ele colabora para o que você se torna, é uma parte de você e vai sempre estar ali.

Naquele dia, onde no pátio de uma escola mirim de música as demais crianças ao meu redor choravam para não ficarem, enquanto eu pulava ansiosamente ao lado da minha mãe a cada segundo, eu apenas pensava que eu finalmente seria tão boa quanto ela. No entanto, foi naquele mesmo dia que ela desmaiou repentinamente ao me buscar na aula, eu também pulava nessa hora, mas para me livrar dos braços dos enfermeiros que não me deixavam acompanhar minha mãe para a porta branca e grande, o barulho das rodinhas da maca me assustavam e aqueles enfermeiros também.

Horas depois meu pai e eu formos informados que minha mãe estava com câncer, e por mais que eu não tivesse a mínima ideia do que era aquilo, eu sentia que a perderia quando olhava os olhos de meu pai.

Minha mãe havia voltado para casa, e cantava com nunca, estava sempre cantando e eu gostava daquilo, me dava alegria e eu rodopiava dançando e cantando junto a ela para chamar a atenção de meu pai, que estava sempre resmungando o quanto minha mãe não deveria se cansar. Daquele dia em diante, as visitas ao hospital eram constantes e eu sentia que minha mãe perdia a força para cantar e que os olhos do meu pai ficavam tão escuros com o passar do tempo, mas minha mãe sempre me pedida para cantar e dançar, e mesmo eu me sentido meio triste pela situação dos meus pais eu gostava de fazer o que minha mãe pedia, porque ela se alegrava.

Eu já era conhecida pelo hospital inteiro, e também já conhecia cada canto dali. Lembro-me que certa vez encontrei um garoto que chorava contido pela morte de seus pais, eu continuei cantando como minha mãe disse para fazê-lo e até ofereci o coelhinho que carregava comigo, ele não parecia mais tão triste, e eu havia gostado da sensação de ser útil. Na verdade sempre havia crianças como aquele garoto por ali, e vendo a dor delas tão de perto eu sabia que não gostaria de passar por aquilo, mas era inevitável.

No meu aniversário de 7 anos minha mãe morreu, eu estava com ela no exato momento em que seu coração parou de bater, não sei dizer o que senti naquele instante, ou em outro quando enfermeiros seguravam meu pai que havia entrado no quarto perguntando aos gritos o que eu tinha feito. Eu não entendi naquele dia, mas com o passar do tempo percebi que ele me culpava pelo que tinha acontecido.

A voz e as palavras da minha mãe estavam sempre em minha cabeça. "Mesmo que não me veja mais, se lembre de que eu amo você e quero que cante sempre para eu te escutar onde quer que eu esteja. Baby, as pessoas morrem, mas não deixam de existir, você vai entender. Feliz aniversário.". Eu pensava o quão cruel foi a última parte, aquele nunca foi um aniversário feliz e nem ou outros adiante.

Eu sentia falta da minha mãe em tudo, e minhas atitudes ousadas passaram a ser tímidas e inseguras. Eu me sentia assim, insegura e desprotegida sem ela. Meu pai não ajudou muito nisso; não gostava quando eu cantava, na verdade nem da minha presença ele gostava. Ele havia me mandado para um internato na Inglaterra, e nos 3 anos que passei por lá, nas férias eu era mandada para outros países distante de casa, nunca eram férias realmente e meus aniversários nunca foram motivos para comemoração.

Então aos 11 anos eu bati o pé e voltei para casa nas férias pela primeira vez em tempos, meu pai havia casado de novo e eu não quis mais ficar ali, meu pai não se importou muito. Então houve uma audiência judicial sobre minha custódia, e minha avó materna ficou responsável por mim, mas faleceu logo depois, e eu passei a ser criada por minha tia Angeles que lembrava muito minha mãe, mesmo assim algumas vezes no ano eu ainda teria que ficar com meu pai, foi a decisão do juiz.

Eu mudei de casa e de escola, indo morar em um bairro nobre e saindo do internato, que meu pai havia me posto, para uma escola de prestígio. Angeles, ou melhor, Angie, era uma professora de canto e dança que apreciava quando eu cantava e rodopiava a sua volta, como quando eu fazia com a minha mãe, e ela igualmente me acompanhava, e mesmo que eu não cantasse mais tão abertamente como antes, quando cantava... eu quase podia sentir minha mãe me acompanhar. E nos anos seguintes eu vivi como uma garota normal...

– …We can light it up, up, up. So they can’t put it out, out, out…

Eh, mais ou menos. Mas ainda assim, normal.

–... got the fire, fire, fire. And we gonna let it…

– VILU! Se apresse ou vai chegar atrasada! – ouvi Angie gritar do andar de baixo, fazendo-me quase largar no susto meu celular que eu segurava como um microfone.

Angie ainda te mata querido celular.

Logo dei pausa na música e mais uma escovada no cabelo e fim. Só precisava descer para lanchar, eu já estava pronta... Quer dizer...

– Oh não! – minha imagem no espelho de corpo inteiro da parede me dizia o contrário. Eu havia me esquecido de por a saia xadrez do uniforme e o lenço-gravata, estando apenas com a camisa de botões branca, as meias brancas acima dos joelhos e os sapatênis negros, no lugar da saia o míni short saia de babados (roupas de baixo) ria da minha cara. – Droga de dia da bandeira, desnecessário usar uniforme. – e enquanto eu resmungava, catava a saia e o lenço, colocando-os apressadamente.

Uma das razões por eu não gostar dos inícios, eles sempre parecem enrolação. Digo isso porque é o que todo início de dia meu é, pura enrolação, comigo cantando e dançando em frente ao espelho, ou me esquecendo de pôr alguma peça de roupa, sem falar que levantar da cama é a parte mais difícil, é o início da enrolação. E por mais que eu não goste dos inícios, é impossível viver sem eles, então eu tenho que adaptá-los a mim ou me adaptar a eles.

– Violetta!

– Já tô indo! – gritei enquanto pegava apressadamente minha mochila e tudo que precisaria e corria porta a fora, descendo as escadas.

– Não desça as escadas corren...

CABUM!

Eh, talvez eu tenha me esquecido de mencionar as minhas quedas matinais.

– Você não aprende, não é? – disse Angie com uma risada nervosa, vindo me ajudar a levantar.

– Eu tô bem. – sorri abertamente como se nada tivesse acontecido, dispensando a ajuda – O que tem pra comer? Tô morta de fome!

Oi, meu nome é Violetta Castilho, e pensando bem, o que disse sobre meu passado me tornar o que sou hoje, pode ser realmente verdade, porém olhando para trás agora, percebo que passei esses últimos anos da minha vida, olhando para o leito de minha mãe e os olhos de desprezo de meu pai. O que sou hoje? Uma colegial, que perdeu ambos os pais, e que não se sente segura em um palco. Na verdade, a insegurança meio que se espalhou para várias áreas da minha vida. Cantar, dançar ou tocar algum instrumento, tornou-se algo como uma prece, somente só, oculta aos olhos e ouvidos de todos. A única exceção é Angie. Mas lembrando das palavras da minha mãe antes de morrer, penso que gostaria mesmo de voltar a ser aquela criança que rodopiava para todos e cantava para as crianças se alegrarem. Eu realmente gostaria.


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Notas finais do capítulo

Eu continuo ou minha tentativa de me tornar ficwrite foi fail? Preciso saber, essa é uma fic teste.
Até o próximo.
OBS: ESSA FIC TAMBÈM TÀ SENDO POSTADA NO SOCIAL SPIRIT COM O MESMO NICKNAME.