Transcendente escrita por Wina Hayate


Capítulo 5
Capítulo 5 - Mensagem


Notas iniciais do capítulo

Olha aí o capítulo prometido! Antes tarde do que nunca não é mesmo? -qq e.e
Espero que gostem! Se gostarem mandem um review, se tiver algo que as incomodarem também mandem, sempre bom saber no que se pode melhorar :3



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Anne respirava fundo pela falta de ar, tinha contado tudo a Ethan, cada detalhe de sua vida até ali. Ele olhava confuso e incrédulo para a xícara a sua frente, tentava processar as palavras da moça que roubava sua atenção.

– E sua avó? Conseguiu contato com ela? – ela viu aqueles olhos brilhosos cravarem nos seus.

– Não... Não tentei ligar para ela na casa do Keita – terminava sua torrada não acreditando que conseguiu comer mais uma vez.

– Ela tem celular? – os olhos violetas fitava com atenção o aparelho celular que ele tirava do bolso e estendia para ela.

– Tem sim, mas melhor não, tenho medo de conseguirem rastrear – seus olhos carregavam tristeza, mas ele sorriu carinhosamente incentivando a ligar.

– Não vão, posso garantir – Anne digitava os números e esperava ansiosamente, seu estômago se revirava de medo e ansiedade.

Alô? Quem deseja? – a voz doce de sua avó soava por de trás do celular.

– Vó? Vó você está bem? – o alívio se apossava de seu corpo.

Anne? Anne! Por Deus, onde você está? Eu estava tão preocupada – a voz da senhora ficava chorosa.

– Eu estou bem vó, não se preocupe – ela juntava coragem e falava – Preciso que a senhora saia daqui, vá para outro lugar! Fui seqüestrada por um vampiro, ele vai matar a senhora, eu fugi da casa dele.

O que? Minha menina – o choro era ouvido por Anne, aquilo partia o coração dela – Onde você está?

– Na casa de um... – Anne olhava para Ethan, seu olhar estava fixo nela, um olhar curioso – ... um amigo.

Você vai ficar bem meu anjinho, vou ligar para um amigo, conheço quem possa te proteger – a avó ainda chorava- Anne... Não acredito nisso, não pode ser verdade.

– Sinto muito vovó – sua voz estava carregada de pesar – Não se preocupe comigo, estou segura.

Vou confiar no que diz, mas vou conseguir ajuda, vou sair do país e vou buscar ajuda.

– Vá com cuidado, saiba que eu te amo – as lágrimas caiam pelo rosto de Anne agora- Tchau vó.

– Se cuide e que o seu anjo da guarda a proteja, te amo minha pequena flor, até breve – o telefone fico mudo e ela devolveu a Ethan.

– Obrigada – as lágrimas ainda desciam pelo seu rosto, como se teimassem em sair.

– Tinha que ter me dito antes que queria ligar para ela.

Pontier não dizia nada só chorava, colocava tudo o que estivera guardando para fora de si, não ligava que Ethan estivesse vendo-a chorar, aquilo não importava. O ruído da cadeira de Ethan ecoou pela sala, caminhou até a moça e sentou-se na cadeira ao lado dela. Seus dedos pálidos tocaram a bochecha dela limpando as lágrimas e novamente ela não se importou, na verdade ela o abraçou e se pôs a chorar ainda mais.

Uma mistura de alívio e tristeza estavam no coração de Anne, alívio por sua avó estar viva e tristeza por estar vivendo essa situação. Aos poucos foi parando de soluçar e chorar e percebeu que estava abraçada ao rapaz e este fazia um leve cafuné em sua cabeça. Só agora tinha percebido como ele cheirava tão bem, seu cheiro era muito melhor que de Keita, muito mais viciante e chamativo, se surpreendeu por não ter reparado isso antes. Entretanto, ela achava aquilo perigoso demais, não sabia se controlar e tinha medo de machucá-lo, rapidamente ela desfez o abraço – por mais que não quisesse- e passou a mão no rosto tentando tirar os caminhos de lágrimas por seu rosto.

– Está melhor? – os cabelos negros dele roçaram na mesa quando abaixou a cabeça para vê-la melhor.

– Estou, muito obrigada – ela tentava não olhá-lo, estava com vergonha pelo o que aconteceu.

– Hoje vamos começar uma pequena mudança – aquilo atraiu a atenção dela e lá estava o sorriso de canto dele, seu estômago se revirou e as borboletas dentro dele pareciam furiosas.

– Que mudança?

– Seu cabelo, comprei uma tinta, vamos?

Ela assentiu e aceitou a ajuda dele para se levantar, Ethan pediu para que esperasse no luxuoso banheiro do primeiro andar e lá estava. Ela achava aquilo exagerado demais, pra quê tantos detalhes dourados e prateados? Não o culpava, conseguiu perceber que não era escolha dele. Na mão dele havia uma caixa de tinta marrom, daria adeus aos seus fios dourados cor do Sol. Daria adeus a uma parte da sua vida, não poderia jamais ouvir novamente seus pais a chamando de “solzinho”.

Após Ethan ter lavado o cabelo dela com todo o cuidado com a ducha, passou a tintura e sentou0se ali do lado dela na borda da banheira.

– O que eu vou aprender? – sua voz era curiosa, se perguntava que tipo de coisas aprenderia com ele.

– Sobre as leis, as famílias, sobre os membros mais influentes e como se portar – ele olhava com tédio para o teto – Desculpa pela sessão tortura, mas é necessário.

– Já vi que era obrigado a estudar isso tudo e não gostava – o riso de Pontier fez com que ele virasse para ela.

– Sempre achei que isso não me levaria a lugar nenhum, preferia ler livros e estudar outras coisas.

– Ler livros? Então é um leitor de... hum... vejamos... Clássicos? Aventura? Romance? Mistério? – ela bombardeava ele de perguntas, aquilo o deixava encantado.

– E você leu minha mente? – respondia ele apertando o nariz dela de leve.

– Só disse os gêneros que gosto – um bico de birra surgiu nos lábios dela.

– São meus preferidos também, já sei que vai enlouquecer quando ver a biblioteca.

– Sempre quis ter uma – os olhos lilases brilhavam.

– Depois eu te levo lá, já está na hora de tirar a tinta

Os cabelos de Anne agora estavam castanhos escuros, o que ressaltava mais ainda seus olhos e para completar Ethan cortou um pouco o cabelo dela e deu um jeito para que ficasse diferente.

– Gostou? – perguntava ele de frente para o espelho com ela.

– Eu achei que fosse odiar, mas pelo contrário, adorei – ela olhava assustada para ele – Onde aprendeu a fazer isso tudo?

– Com o tempo se aprende – disse ele em seu tom misterioso – Está muito bonita Alícia.

– Não me chame assim, não é meu nome – seu olhar passou para de tristeza.

– Agora é, mas tudo bem, não te chamo assim em casa – ele dava um sorriso sutil – Vou ter que dar uma saída, vou deixar alguns livros para você estudar ta bem?

– Tá legal.

Seus olhos captaram o movimento de Ethan, ele pedia para segui-lo e assim o fez. Pode ver que ele entrava em uma sala ampla e aquele cheiro delicioso entrou por sua narina, não era sangue, era um cheiro bem conhecido. Um cheiro que ele simplesmente amava sentir, era o cheiro de suas paixões secretas.

A sala estava abarrotada de livros até o teto, Morgan a olhava curioso, achava graça vendo os olhos violetas brilharem de tanta felicidade. Aproximou-se da estante e tirou dois livros dela, um pequeno e um grande.

– Tome, esse aqui são sobre as famílias – ele entregava o livro de couro para ela – E esse aqui eu acho que você vai gostar.

– É sobre o que? – o sorriso não conseguia sair do rosto da menina enquanto pegava o livro – Ah! Orgulho e Preconceito!

– Já leu?

– Não, só vi o filme – seu sorriso era sincero, tinha poucos momentos assim.

– Então se gostou do filme, vai amar o livro – ele remexia a mão no bolso da calça – Vou indo, qualquer coisa me ligue, deixei o numero anotado na mesa da sala com um celular pra você.

– Celular pra mim? – ela olhava confusa.

– Espero que goste de branco, aceite como presente – o sorriso de canto ganhava forma deixando-a desnorteada.

– Não precisava gastar dinheiro comigo – suas bochechas ardiam de vergonha.

– Precisamos nos manter em contato, não é algo inútil, vou indo te vejo mais tarde – Ethan pegava a mão de Anne e dava um beijo nela – Um bom dia Anne.

– Bom dia Ethan – ela sorria recolhendo a mão e via ele sumir pela porta, seu próximo passo era estudar as famílias, sentou-se e abriu o livro mergulhando nos estudos.

*~*~*

Já era o anoitecer quando Keita recebeu a notícia de um servo seu, tinha ficado furioso. Não lembrava o que tinha acontecido, como ela fugiu e o motivo de ter um galo enorme na cabeça. Para piorar a situação seu irmão não acreditava que ela tenha fugido sem nenhum motivo e ele desconfiava que foi algo que seu irmão mais velho tinha feito.

– E para onde ela foi? – perguntou o albino mais velho.

– Eu não sei senhor, mas tinha um rapaz de cabelos pretos com ela – o garoto de casaco cinza tremia dos pés à cabeça.

– Cabelos pretos? E o que mais? – Keita cruzou seus dedos e olhava de forma pensativa.

– Só isso meu senhor.

– Ele por acaso se vestia com roupas escuras e tinha um ar meio rebelde? – o rapaz que estava sendo interrogado arou para pensar um pouco.

– Sim senhor, acho que tinha olhos azuis também ou eram cinzas? Realmente não consegui ver, eles saíram correndo – ele respondia rapidamente.

– Por qual motivo você não foi atrás? – Keita agora olhava com raiva para ele o deixando ainda mais nervoso.

– Eu queria que meu lorde soubesse o quanto antes da sua fuga.

– O quanto antes? ISSO FOI ONTEM SEU IMBECIL! – Keita se irritava pela incompetência de seu servo.

– Meu senhor, eu estava tentando descobrir o paradeiro dela, me perdoe – ele fazia uma reverência um tanto exagerada.

– Vocês são uns imprestáveis, mandei reforços para te ajudar, mas NINGUÉM CONSEGUIU PEGAR UMA GAROTINHA – ele se levantava furioso – Armand, tire esse infeliz da minha frente antes que eu o mate.

– Sim meu senhor.

Na mesma hora Armand guiou o rapaz para fora da sala, mas Keita não era bobo, tinha suas dúvidas quanto ao homem que levou sua preciosa menininha bonita e faria questão de fazer uma visita a ele. Uma visita cordial, na mesma hora pegou o celular e enviou a mensagem.

De: Keita Finelix

Para: Ethan Morgan

Adoraria tomar uma xícara de chá com meu amigo, creio que tenha novidades para mim lá da Inglaterra. Não apenas da Inglaterra! Soube que tem uma amiguinha nova e adivinha! A minha menina bonita fugiu, lembra dela? A que falei na mensagem passada? Ah Ethan, meu caro, ela tem um sangue divino :)

Abraços e até amanhã ao cair da noite.


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