— Parecem ocupados – disse o belo rapaz de olhos verdes com um sorriso no rosto

— Impressão sua – Selena sai de baixo de Marco e se volta se arrumar – O que faz aqui? Achei que tinha morrido – Marco tossiu, ela revirou os olhos – Mas o diabo não morre tão fácil não é...

— Selena querida...senti falta do seu sarcasmo! Continua magnifica!

Ela deu as costas para ele indo em direção as escadas que levava para o segundo andar deixando o marido junto com o rapaz.

— Héctor – Marco disse estendo a mão para ele que recusou – O que faz aqui? Achei que estivesse no Afeganistão...

— Eu estava...porém tive que voltar para resolver alguns assuntos pendentes com algumas pessoas – disse se sentando no sofá...- Essa casa parece vazia onde está Stella?

— Casada – disse ele, Héctor paralisou.

— Como é? – disse ele rindo nervoso – Só pode estar brincando.

— Não! Não estou! Apesar de que não gosto do marido dela minha filha está muito feliz com Mac Taylor e seus dois filhos

— Ela teve filhos!? – ele perguntou ainda mais indignado, quase furioso.

— Ela não, ele teve com uma outra mulher mas ela morreu no parto... Stella ficou com a guarda das crianças e ele se casou com ela – disse ele enchendo um copo de whisky . – Como disse antes, eu não gosto muito dele mas as crianças são uma graça.

— É meio difícil de acreditar – ele fala tentando processar as coisas – Quando eu fui embora ela ainda era tão imatura, tão mimada, com pode sustentar uma família!!!

— O tempo a ensinou bem, demorou mas finalmente ele conseguiu.

—Então como fica minha situação?! Eu não me esqueci do nosso trato, pelo que lembro bem você nunca quebra uma promessa...

— O que pensa que está dizendo rapaz? Quem é você pra me cobrar algo? Você me deve muitas coisas Héctor, não esqueça quem te colocou no lugar em que você está hoje!

— Você me prometeu a mão de Stella! Eu exijo o que e meu!

— Acha que estamos em que século? Essa era já passou meu jovem você é livre e pode ter quem quiser...

— Ótimo, que sua filha, você tem exatamente 30 dias para me dar a mão dela, caso contrário eu mesmo irei resolver esse problema!

— Como ousa me ameaçar desse modo!! Quem você pensa que é!!

— Calma Marco...não fique tão nervoso, mas está avisado...30 dias...nada mais e nada menos do que isso – ele se coloca de pé e vai em direção a porta – Eu volto para buscar o que é meu.

Marco bufa, arremessando o vaso ao seu lado contra parede.

Era só o que faltava.

***

—Olha me desculpe – entro no quarto vendo Mac se preparando para dormir – Pela minha infantilidade no avião – ele suspira mas não me responde.

—Eu entendo – ele diz tranquilo ajeitando o travesseiro pra mim e para ele – Sei que está confusa em relação a tudo isso que estamos passando não a culpo pelo seu estresse, também ficaria assim se eu fosse você com meus pais.

Me aproximo dele ficando ao seu lado, pego sua mão e levo até meus lábios, eu não merecia aquele homem, era carinho demais e as vezes isso me irritava – mas a melhor parte de tudo isso, ele era meu melhor amigo.

—Tem alguma notícia sobre o que faremos quando chegar em NY? – pergunto olhando em seus olhos.

—Quando chegamos eu liguei para uma pessoa, ele disse que já está preparando tudo para nossa chegada, assim que chegarmos no aeroporto seremos recebidos pela Karen...

—Quem é Karen? – digo franzindo o cenho

— Uma amiga, não vá pensar coisas dona Stella

—É você quem está dizendo Taylor – ele arqueia uma sobrancelha.

—Está bem, chega por hoje né...vamos dormir amanhã temos muita coisa pra resolvermos.

— Vou ver as crianças – saio do quarto batendo a porta atrás de mim, não muito alto para não acordar meus anjinhos que ficava no quarto ao lado.

A porta já estava aberta, vejo Charlie deitado na cama de casal junto com Evan que estava agarrada a seu ursinho de pelúcia...puxei a coberta para eles e dei um beijo em cada um desligando o abajur. Quando estava prestes a sair ouço Charlie me chamar.

— Mamãe – ele disse num sussurro, sento na cama ao seu lado e ligo novamente o abajur do meu lado.

— Oi meu amor, achei que estivesse dormindo – falo baixo alisando seus cabelos

— Não consigo – ele diz – meu celebro ainda está acordado...

—Rsrsrs seu celebro é...está assustado? – ele assenti com a cabeça – Eu também estou, mas sabe o que faço quando estou assustada ou com medo – ele arregala os olhinhos e eu sorrio – Eu fecho os olhos e me imagino num lindo jardim com pássaros cantando e o sol brilhando forte me aquecendo...ou penso em comida mesmo – ele solta uma gargalhada o que me faz colocar a mão em sua boca rapidamente, olhamos para Evan ao mesmo tempo para ver se ela havia acordado, nada, dorme feito pedra igual ao pai.

— Comida é bom, vou pensar numa cidade feita de doces! Com um grande rio de chocolatnres que dão balas de jujubas – digo ele sorri...

— E montanhas de  brigadeiro com confeito granulado por cima!!!

— E nuvens de  algodão doceee – ele fecha os olhos com um sorrisão sorrio e bagunço seus cabelos. – Já chega meu amor ou a mamãe vai acabar comendo as paredes – ele ri mas logo começa a bocejar...

— Acho que meu celebro está cansadinho agora – ele diz eu sorrio feliz lhe dando um beijo na testa – Boa noite mamãe.

— Boa noite Charlie – cubro ele novamente e desligo o abajur, parando na porta olho para meus filhos novamente e sinto meu coração se encher de amor – Meu principezinho...

***

Entro no quarto outra vez e vejo Mac sentado na cama me esperando, ele cruza o quarto com os olhos até me alcançar, arrumo meu lado da cama e me deito olhando pra ele que sorri e vem por cima de mim, me beijando com carinho. – não havia malicia, apenas ternura, acho que nenhum de nós estava afim de sexo, apenas o aconchego dos braços um do outro.

— Eu te amo tanto – ele diz olhando para mim e passando o polegar em meus lábios o desenhando – Sou capaz de tudo por você...tudo...

— Eu te amo muito mais, obrigada por me dar lindos filhos! – ele sorri me beija outra vez.

Naquela noite, Mac e eu não nos amamos apenas ficamos a trocar carinhos e beijos, e dizendo um ao outro seus defeitos e suas qualidades, dizendo um ao outro o quanto nos amávamos, ele dormiu primeiro, enquanto eu apenas pensava em como seria nossa vida daqui pra frente, levei a mão no peito ao sentir um aperto que chegou a doer, nossa vida ia mudar, tanto pra ruim quanto pra boa.