Meu CEO escrita por Ana Beatriz Fahndrich


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

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Eu não queria acordar, contudo a dor em minha cabeça havia me despertado — parecia que estavam martelando-a —, sem contar a luz do sol que entrava pelas persianas e iam em direção aos meus olhos. Pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade e observei o cômodo em que estava. Aquilo era um quarto, de fato, mas não o meu quarto.

— Droga!

Sentei-me rapidamente, dando-me conta de que estava completamente nua por baixo da colcha que me cobria da cintura para baixo e puxei o pano cobrindo também os seios.

— Onde é que eu estou?

Levantei-me, enrolando-me na colcha e andei pelo quarto, vendo minhas roupas jogadas ao chão junto com roupas masculinas. Arregalei os olhos.

— O que foi que eu fiz?

Uma voz vinda de fora do quarto me despertou de meus pensamentos. Segui o som até chegar na sala e ver um homem próximo à janela de vidro, que ia do chão ao teto, falando ao telefone.

Detalhe: ele estava só de toalha.

Não me liguei do que ele estava falando, afinal era falta de educação, então passei os olhos pelo cômodo analisando-o. Estava impecavelmente arrumado e era tudo muito chique. Notei que o homem terminou de falar ao telefone e agora observava o movimento lá em baixo. Pigarreei chamando sua atenção e ele então virou-se para mim.

PUTA MERDA!!!

— Bom dia, dorminhoca! Ou devo dizer boa tarde?

Eu. Não. Acredito.

O homem parado à minha frente, completamente nu com apenas uma toalha escondendo seus países baixos e um corpo de tirar o fôlego era ninguém mais ninguém menos que James Collins, meu chefe.

Eu. Transei. Com. O. Meu. Chefe!!!

— B-Boa tarde, Sr. Collins.

Ele entortou a cabeça, um sorriso torto brincando em seus lábios.

— Acho que depois do que fizemos você não me precisa me chamar assim.

— Tem razão, er... — Balancei a cabeça negativamente, — acontece que eu não me lembro de ontem à noite.

Ele franziu o cenho.

— Nada? Bem, isso é decepcionante. Foi uma delícia.

Ele se aproximou, porém eu dei dois passos para trás, o que o fez parar e me fitar curioso.

— Eu preciso colocar uma roupa.

Corri até o quarto e tranquei a porta para o caso de ele vir atrás de mim. Mesmo que ele tenha visto tudo ontem à noite, essa ideia me deixava vermelha como um pimentão e não me convencia de que ele podia ver de novo. Quando finalmente estava coberta com o meu vestido preto de couro, que na verdade eu nunca usei antes e não sei o que ou quem me convenceu a usá-lo ontem, sai do quarto. Procurei pelo Sr. Collins até encontrá-lo na cozinha preparando o almoço. Ainda de toalha. Ele olhou para mim e analisou-me dos pés à cabeça. Senti as bochechas esquentarem.

— Você fica linda com esse vestido, mas ainda prefiro você sem ele.

Engoli em seco. Ele riu.

— Por que está sem jeito? Ontem você estava bem devassa.

— Devassa?

— Muito — sussurrou.

— Creio que a bebida aumenta a minha libido. De qualquer forma, eu nunca bebi tanto a ponto de acabar na cama de um estranho e com uma dor de cabeça horrível.

Ele apontou para a mesa e eu sem hesitar sentei-me. Ele se aproximou e entregou-me um copo com água e uma aspirina.

— Isso vai fazer você se sentir melhor.

E então ele saiu. Aproveitei o momento para reorganizar meus pensamentos.

1º Eu estava no apartamento do meu chefe porque eu transei com ele

2º Eu não me lembro de nada da noite passada.

3º Eu não sabia o que ainda estava fazendo aqui.

James apareceu na cozinha interrompendo meus pensamentos. Usava agora uma blusa branca e uma calça de moletom cinza.

— Devo dizer que fiquei desapontado por você falar que dormiu com um estranho. Eu sou seu chefe, trabalhamos juntos há cinco anos.

Ele se aproximou novamente, agora com um prato e um copo com suco. Colocou-os na minha frente e ao sentir o cheiro da comida ouvi meu estômago roncar.

— Obrigada. — Após dar a primeira colherada, respondi: — não foi bem isso o que eu quis dizer. É que o senhor não está no meu círculo de amizades.

Ele sentou-se na cabeceira da mesa e me olhou com uma sobrancelha erguida.

— Quer dizer, nossa amizade é super profissional. E não é correto ir para a cama com o chefe.

Um sorriso divertido surgiu nos lábios de James.

— Por que está fazendo essa cara?

Ele me olhou e seu sorriso aumentou.

— Você é fofa.

Franzi o cenho.

— Eu não sou fofa.

— Ah, você é sim. Mas me diga, Lola, você realmente não se lembra de ontem?

— Não.

— É uma pena.

— Por que não me conta?

— Tem certeza?

— Oh, meu Deus! Não precisa!

Ele riu gostosamente.

— Você vai se lembrar, fique tranquila.

— Eu preciso ir embora.

— Você comeu quase nada. Alimente-se primeiro e depois eu te levo pra casa.

— Não precisa, eu posso ir sozinha.

— Na verdade, precisa sim. Você me ligou ontem à noite pedindo carona porque não tinha dinheiro pro táxi.

— O quê? Droga.

James riu. Ele me convenceu a terminar de comer e então eu fui procurar minhas sandálias que por sinal estavam dentro do piano de cauda. Isso James não sabia como foi parar ali. Minha bolsa pelo menos estava sobre a mesinha de centro da sala e tudo o que eu costumo levar quando saio à noite estava comigo. Menos dinheiro, no caso.

— Tem tudo aí? Não está esquecendo de nada? — Perguntou assim que eu parei em sua frente. Ele usava uma calça jeans e uma blusa polo azul.

Tão diferente do CEO com quem eu trabalhava nos dias de semana.

— Sim e não.

— Tudo bem. Então agora nós vamos pegar o carro na minha garagem e eu levo você até sua casa, — disse seguindo para o elevador, que ficava no hall de entrada.

— Sua garagem? — Perguntei após entrar. Ele apertou o botão para as portas se fecharem. — Você tem uma garagem particular? — Ele balançou a cabeça confirmando. — Por quê?

— Você vai ver.

O resto da descida até a tal garagem de James foi silenciosa. Eu estava totalmente sem jeito perto daquele deus grego com quem eu dormi e não me lembrava do quão gostoso foi. Por que, é claro, eu duvido que ele não dá conta do recado.

Quando as portas do elevador finalmente se abriram e nós entramos na garagem de James, eu finalmente entendi.

— Wow, wow, wow!

Ele soltou mais uma vez aquela risada gostosa que eu ouvi poucas vezes em cinco anos.

— São todos seus? — Perguntei sem acreditar.

— Cada um deles.

— Meu pai amado! — Exclamei me aproximando de um dos carros. — Esse é um Rolls Royce Phantom?

— Você gosta de carros?

— Tá brincando comigo? — Eu ri e ele me acompanhou. — Nós vamos em qual?

James se aproximou de um Bentley Continental e apertou um botão da chave, desbloqueando o carro e fazendo os faróis piscarem.

— Uau! É magnífico!

— Conhece esse?

— Mas é claro! Um Bentley é o sonho de consumo de todo ser humano.

James concordou e abriu a porta do carona para mim em um gesto cavalheiro, o que me pegou de surpresa, afinal os homens de hoje em dia não eram mais assim. Pelo menos nenhum dos que eu namorei abriram fizeram essa gentileza.

— E então, você vai entrar ou não? — Ele perguntou, despertando-me de meus pensamentos. Balancei a cabeça como se para afastá-los e sorri.

— Claro, obrigada.

~ / / ~

Se você imaginou que o caminho foi silencioso e a tensão poderia ser cortada com uma tesoura, você errou. Fomos o caminho todo conversando sobre carros e se havia alguma tensão, não foi possível senti-la. James não estava tornando as coisas difíceis e eu era grata por isso, mas quando o carro finalmente parou em frente ao meu prédio, voltei a ficar sem jeito. Soltei-me do cinto de segurança e olhei para James.

— Obrigada pelo almoço e pela carona, Sr. Collins. Me desculpe por te incomodar ontem à noite ou causar algum vexame. Eu não sou responsável pelos meus atos quando estou bêbada.

James entortou a boca.

— Por favor, Lola, me chame só de Jamie. Você não deu nenhum vexame e sobre o que fizemos juntos, não coloque a culpa na bebida, — sorriu malicioso.

Droga, eu devia estar mais vermelha que a maçã da Branca de Neve!

— Okay.

Abri a porta e já estava saindo quando senti meu corpo sendo puxado para dentro do carro, para os braços de James e logo em seguida seus lábios estavam sobre os meus. A princípio, não reagi. Isso estava mesmo acontecendo? Quer dizer, por que eu estou surpresa se fizemos coisa pior ontem à noite? Mas eu não me lembrava do quão bom poderia ser e, meu Deus, se o beijo já era uma delícia, imagina o sexo!

— Agora você pode ir, — disse após finalizar o beijo. Me deu um beijinho de esquimó e fitou meus olhos. — Até mais, baby.

Ai, meu Deus! Ele citou Cinquenta Tons de Cinza? Como ele sabe que eu gosto? Ou ele gosta e eu não sei? Hum.

— Tchau.

Saí do carro um pouco atordoada pelo beijo e entrei rapidamente no prédio, cumprimentando Jack, o porteiro, e indo em direção ao elevador.

~ / / ~

— Finalmente! Pensei que passaria o dia todo fodendo com o Sr. Gostosão, — disse Mila, que estava sentada no sofá com Christian, nosso gato, ao seu lado.

Sim, nós temos um gato chamado Christian.

— O-O quê?

— Fodendo, transando, fazendo nheco-nheco.

Rolei os olhos.

— Eu não transei com ele. — Ela me olhou como se dissesse “conta outra”. — Quer dizer, não transei hoje.

Mila riu e se levantou, vindo até mim. Segurou em meus ombros e ficou me encarando.

— O quê? — Perguntei franzindo o cenho.

— Você gosta dele?

— O quê? — Ri descrente.

— Você está... Sei lá, diferente.

— Será que é porque eu acordei na cama do meu chefe e provavelmente perderei o emprego amanhã? OH, MEU DEUS! — Levei as mãos à cabeça.

— Para! Ninguém vai perder o emprego, — disse abanando a mão. — Mas voltando o assunto, o que eu quero dizer é que você nunca esteve “assim” por nenhum outro cara com quem você dormiu.

— “Assim” como? — A olhei de soslaio.

— Assim! — Ela apontou para mim. — Com esse brilho nos olhos e esse sorriso.

— Eu não estou sorrindo.

— Ah, você está sim, — ela riu colocando as mãos na cintura.

Rolei os olhos.

— Eu vou tomar banho e dormir um pouco até essa dor de cabeça passar.

— Quer um remédio?

— O Sr. Collins já me deu.

— Sr. Collins? Você deu pra ele e agora o chama de senhor?

Parei no caminho e olhei para Mila com a maior de cu.

— Você não presta.

Ela gargalhou.

— Estou sendo realista, gata.

Bufei e entrei em meu quarto, trancando a porta para não ser incomodada e fui direto para o banheiro, tirando a roupa no caminho. Após um banho demorado, quentinho e relaxante, coloquei meu pijama da Pantera Cor-de-Rosa e literalmente me joguei na cama. A dor de cabeça aliviou um pouquinho, o que me permitiu cair em um sono profundo, o qual eu não sabia que poderia ser esclarecedor.

~ / / ~

Um dia antes...

— Mila, você viu aquela minha bolsa da Chanel? — Perguntei entrando no quarto de Mila, que ainda estava na cama já que hoje era seu dia de folga.

— Tá no meu guarda-roupa. Eu ia te entregar, mas quando cheguei em casa você estava dormindo e depois eu me esqueci. Pode pegar aí, tá na segunda porta.

— Valeu.

Peguei a bolsa, esvaziando-a e voltando para o meu quarto. Coloquei tudo o que precisava nela e voltei para o quarto de Mila para me despedir e então, finalmente, sair de casa.

No caminho para a Collins Marketing and Advertising, passei em uma Starbucks para comprar o meu café e o do Sr. Collins. Sim, eu era a secretária do presidente da mais poderosa empresa de marketing do país. Apressei meus passos ao olhar no relógio e perceber que faltavam cinco minutos para começar meu expediente. Para a minha sorte, não estava longe da CMA. Assim que cheguei, cumprimentei as recepcionistas e corri até o elevador, que já estava quase fechando, porém Roger, o ascensorista, impediu e esperou que eu entrasse para apertar o botão do último andar para mim.

— Bom dia, Roger, e obrigada!

— Bom dia, Srta. Garcia. Não há de quê!

Como sempre, o elevador demorou para finalmente chegar ao último andar, mas eram oito e meia e o Sr. Collins só chegava depois das nove. Sem contar que, na verdade, meu expediente começava às nove, mas eu sempre chegava meia hora antes para ajeitar algumas coisas no escritório do Sr. Collins. Conclusão: eu não precisava me preocupar.

Entretanto, imagina a minha surpresa quando o entrei no escritório e encontrei o meu chefe sentado em sua mesa concentrado em seu MacBook. Ele ergueu seu olhar para mim, que o fitava esbugalhadamente.

— Er... D-Desculpe-me, Sr. Collins. Eu não sabia que o senhor chegaria mais cedo hoje. Eu vim ajeitar seu escritório, mas se quiser, eu posso voltar outra hora.

Ele ficou me encarando por alguns segundos até voltar seus olhos para o laptop e dizer:

— Tudo bem, Srta. Garcia. Entre.

Entrei, fechando a porta atrás de mim e fui até sua mesa, que estava um pouco bagunçada, começando a ajeitar as coisas sobre ela.

— Então quer dizer que a senhorita chega vinte e cinco minutos antes todos os dias para arrumar meu escritório?

— Trinta minutos, — corrigi. — É que hoje eu me atrasei. E eu não o arrumo por inteiro, afinal as faxineiras já fazem isso. Mas elas têm medo de mexer em sua mesa para o caso de algum papel importante sumir, então eu combinei com elas que ficaria responsável por ajeitar essa parte.

— Entendo.

Olhei para ele, que me fitava. O olhar impassível e a mão no queixo.

— E você faz isso sem cobrar hora extra?

Eu ri.

— Não é nada demais.

— São meia hora. Somando isso todos os dias, sabe quanto eu teria que te pagar caso você me processasse?

Parei de arrumar as coisas imediatamente e o encarei levemente magoada.

— Eu nunca faria uma coisa dessas, Sr. Collins.

Continuei ajeitando sua mesa e não falei nada durante o processo, meu chefe também havia se calado. Ao terminar, saí de sua sala sem dizer um “a” e fui até minha mesa começar o meu trabalho. Alguns minutos depois Pamela apareceu um pouco afobada.

Aff! Quem eu quero enganar? Ela estava muito afobada.

— Bom dia! — Cantarolou. — Lola, minha flor, você não vai adivinhar!

— Ganhou na Mega Millions? — Perguntei com um toque de humor, já sabendo o que ela faria a seguir: me mostrar o dedo e rolar os olhos.

— Há há, muito engraçado.

— Fale, amiga. Eu estou digitando, mas estou prestando atenção em vossa senhoria.

— Adivinha quem está na pista?

— Na pista?

— Solteiro, Lola! Acorda!

Olhei para ela.

— Quem?

— Thomas! — Ela deu pulinhos... er... afobados.

— E?

— Como e? Você sabe da minha paixão platônica por ele.

Ri e balancei a cabeça negativamente.

— Como você mesma disse, platônica.

— Não por muito tempo, — piscou. — Agora que ele está solto na área e eu linda, glamorosa e solteirona, ele não vai me escapar!

— Estou torcendo por você, — sorri.

Pam ia dizer mais alguma coisa, porém foi interrompida com a imagem de Sr. Collins saindo de sua sala. Ele nos encarou curioso e Pam coçou a nuca.

— Vim trazer suas correspondências, Sr. Collins, — disse entregando os envelopes para ele.

— Obrigado, Srta. O’Callaghan.

— Bem, eu... Eu vou voltar para o meu setor. Até mais, Lola. Tchau, Sr. Collins.

— Até, flor.

Sr. Collins apenas acenou com a cabeça e esperou que o elevador se fechasse para olhar para mim. O que eu fiz? Continuei meu trabalho enquanto sentia enrubescer sob o seu olhar.

— Srta. Garcia.

— Sim? — Olhei para ele, que pigarreou e disse:

— Me desculpe pelo o que eu falei no meu escritório. Não foi justo com você, uma funcionária tão eficiente e confiável.

— Sim, não foi justo, — voltei meu olhar para o iMac em minha frente, voltando ao meu trabalho, contudo meu chefe estava carente de atenção e se debruçou sobre minha mesa, apoiando ambas as mãos nela, ficando bem próximo a mim.

Ai. Meu. Deus.

Minha respiração falhou no momento em que encarei de pertinho seus olhos azuis intensos como um mar em fúria. Pisquei repetidas vezes até me acostumar com sua proximidade.

— Você me perdoa?

— C-Claro, — minha voz saiu pateticamente como um suspiro.

Ele sorriu e ergueu o corpo ficando ereto novamente.

— Ótimo.

E então voltou para seu escritório.

— Que porra foi essa? — Sussurrei.

Com a respiração ofegante, fui até à pequena cozinha, pegando um como com água e bebendo rapidamente.

— Jesus toma conta! — Levei a mão à testa.

— Está se sentindo bem, Srta. Garcia?

Deu um pulinho de susto quando o Sr. Collins entrou de repente na pequena cozinha. Levei a mão ao peito.

— Te assustei?

— Não. — Recuperei minha postura e terminei de beber água, jogando o copo no cesto de lixo logo em seguida.

— Eu preciso que faça uma cópia desse contrário e entregue a Thomas pra mim, — entregou-me um envelope. — Diga a ele que eu preciso que ele revise o mais rápido possível e entre em contato comigo.

— Sim, senhor. Mais alguma coisa?

— Sim... — Cerrou os olhos. — Tem certeza que está se sentindo bem?

Pigarreei.

— Claro.

— Então pode ir.

— Com licença, senhor.

Saí do cômodo como um cãozinho medroso.

~ / / ~

— Finalmente! Pensei que você não vinha mais. — Disse Patrick assim que cheguei ao restaurante próximo à CMA, onde marcamos de almoçar. Ele se levantou e eu cumprimentei-o com um selinho rápido, sentando-me logo em seguida.

— Desculpe, eu estava atolada de tarefas na empresa. Mas me conta, como está sendo o seu dia?

Ele suspirou e sentou-se. O garçom se aproximou, entregando-nos o menu e logo fizemos os pedidos. Pat esperou ele se afastar para me responder.

— Mandei o manuscrito do meu livro para minha chefe. Ela prometeu ler, mas eu não estou com muita fé.

Coloquei meu celular no vibratório e o deixei sobre a mesa.

— Não pode pensar assim! A negatividade é o que faz as coisas desandarem. Seja mais confiante, você é um ótimo escritor e eu tenho certeza que se ela ler, vai publicar!

— Você é a melhor pessoa para fazer a autoestima de alguém subir. Deveria trabalhar com isso e não ser escrava de um magnata.

Rolei os olhos e ri.

— Vou ignorar seu comentário.

— Isso não é uma brincadeira, Lola. Você fica mais tempo com esse homem do que comigo, que sou seu namorado.

Ergui as sobrancelhas.

— Perdão? Eu não fico com ele, eu trabalho para ele.

— Você chega mais cedo e é a última a sair todos os dias. Nós quase não temos tempo para ficar juntos.

— Não sou a última a sair, o pessoal da faxina ainda tá lá quando eu vou embora. E tem o Roger também. Enfim, aonde você quer chegar com isso?

— Que bom que fez essa pergunta, — sorriu praticamente se esquecendo do assunto anterior. — Você sabe que eu estou para me mudar.

— Sei...

Cerrei os olhos já imaginando o que ia dizer.

— O apartamento já foi comprado e a mudança está programada para esse final de semana.

— Aham...

— Vem morar comigo.

S-a-b-i-a!

— Já conversamos sobre isso, Pat.

— Pense, Lola. Nós nos veríamos todos os dias, dormiríamos na mesma cama. Você não gostaria de acordar e me ter ao seu lado?

Suspirei cansada.

— Eu moro com a Mila há tanto tempo e não posso deixá-la assim. Nós dividimos as despesas do apartamento, ela não tem condições de administrar tudo sozinha. Pensei que você havia entendido.

— Não, Lola, eu não consigo entender. Você me coloca como último plano na sua vida. Eu estou cansado disso!

Droga! Isso não vai acabar bem.

— Pat, me escuta...

— Não, Lola, escuta você! Eu não pensei que eu teria que fazer isso, mas a verdade é que eu me cansei.

— O-O que você quer dizer?

Ele ficou me olhando por alguns segundos.

— O que eu quero dizer é que eu vou te dar uma chance de escolher.

— Hein?

— Ou você vem morar comigo e vamos fortalecer nossa relação, ou acabamos com isso de uma vez. Do jeito que está não dá mais.

Cheguei para trás, as sobrancelhas erguidas.

— Patrick, eu lhe disse, não posso sair do apartamento e deixar Mila com todas as despesas, ela não pode pagar sozinha.

— Tudo bem, então conversa com ela e pede pra ela procurar outra pessoa para dividir o apartamento com ela. Eu espero até lá.

Rolei os olhos.

— Já conversamos sobre isso, não vai rolar. Pelo menos não agora.

Patrick assentiu e desviou o olhar parecendo pensar por alguns segundos.

— Quer saber? Eu acho que você não gosta de mim tanto quanto eu gosto de você.

— Pelo amor de Deus, estamos mesmo discutindo isso agora?

— Sim, Paola, nós estamos!

Levantei as mãos na altura dos seios.

— Olhe só para você, está parecendo a mulher da relação. Apenas pare! Se alguém aqui não gosta o suficiente, essa pessoa é você, que não procura entender o meu lado e muito menos respeitar minha decisão

— Escuta aqui...

— Escuta aqui você! — Levantei-me e apontei o indicador para ele, que se calou. Algumas pessoas pararam para nos observar, mas não liguei. À esta altura do campeonato eu já estava irada. Mesmo assim, eu falava baixo, não gostava de showzinhos. — Não vou deixar que você fale comigo como se eu fosse uma qualquer! Se você está cansado do nosso relacionamento de quantos anos mesmo? Ah, seis meses. Então eu estou exausta. E eu concordo com você, do jeito que está, não dá mais. É por isso que eu tô caindo fora. Acabou, Pat!

Nesse momento o garçom chegou com os nossos pedidos.

— Desculpe, mas não vou querer mais. — Peguei minha carteira para deixar o dinheiro da minha parte, mas desisti e guardei o dinheiro de volta. — Você paga, amor. — Me aproximei de Patrick e me abaixei, sussurrando em seu ouvido antes de sair dali revoltada, mas triunfante: — espero que seu pinto caia.

~ / / ~

— Ei! O que aconteceu, amiga? — Pam entrou na cozinha com a preocupação estampada no rosto. — Vim assim que ouvi seu recado.

— O idiota do Patrick aconteceu, — bufei. — Fomos almoçar juntos e ele teve a audácia de dizer que eu não gosto dele o suficiente, acredita nisso? Só porque eu disse que não ia morar com ele agora. Eu falei que não podia por causa da Mila, mas era mentira, é óbvio. — Eu falava andando de um lado para o outro enquanto Pam só observava e escutava. — Quem em sã consciência vai morar com alguém que está namorando há seis meses? E tem mais! Ele colocou o Sr. Collins no meio disso tudo, disse que eu passo mais tempo com meu chefe do que com ele. Arg!!! — Levei as mãos à cabeça.

— Lola, se acalme! Senta um pouco, vem. — Pam me puxou pela mão, fazendo-me sentar numa cadeira e preparou um copo com água com açúcar.

— Obrigada. Você acredita que ele me fez escolher entre morar com ele ou não? E disse que se eu não fosse morar com ele, nós terminaríamos de vez. Porque “do jeito que está, não dá mais”, — fiz aspas com os dedos.

— E o que você fez?

— Terminei com ele.

Pam arregalou os olhos. Dei de ombros.

— Ele me deu direito de escolha e eu escolhi não ficar com ele.

— Posso fazer uma pergunta? — Perguntou coçando a cabeça.

Assenti.

— Você gosta mesmo dele? É que você parece mais com raiva do que chateada por terem terminado.

Parei alguns segundos pensando na resposta. Suspirei.

— Sabe, Pam, nem eu mesma sei. Quer dizer, há casais que começam a namorar já amando um ao outro, outros aprendem a amar durante o namoro. Eu acho que faço mais o estilo do primeiro. Não acho que eu, repetindo, eu, conseguiria partir para um relacionamento sério com alguém que conheço há pouco tempo já amando a pessoa. Sei lá, amor é uma questão muito relativa, — dei de ombros e terminei de beber a água.

— Bem, eu não concordo. Eu amo o Thomas e o conheço há anos, mas o que eu realmente sei sobre ele além do que os jornais e revistas sobre empreendimento falam? — Sorriu triste e eu lhe acompanhei.

~ / / ~

Eram cinco horas, o que significava que faltavam três horas para eu ir embora. Meu expediente na verdade acabava às cinco, mas eu fazia hora extra. E antes que você pergunte, o Sr. Collins pagava por esta. Talvez Patrick tenha um pouco de razão quando disse que eu passava tempo demais no trabalho. Mas isso era algo indiscutível, afinal, era para meu bem-estar. Era com o meu salário que eu pagava minhas contas, comprava meus sapatos, e estava sempre indo ao salão de beleza. Do que eu podia reclamar?

O dia não estava quente, mas eu suava. Estava revisando os eventos do dia seguinte da agenda do Sr. Collins quando meu celular apitou. Era uma mensagem de meu chefe me pedindo para que fosse até à sala dele. Coloquei um lápis como marca-página da agenda e fechei-a. Levantei-me para ir até o escritório e foi quando tudo girou e foi ficando preto enquanto eu sentia meu corpo caindo, querendo, mas sem força para pedir ajuda.

~ / / ~

— Srta. Garcia?

Ouvi uma voz suave soprar baixinho, mas estava tudo escuro e eu não via ninguém.

— Hmm...

— Ela está acordando. Pegue um copo com água, Srta. O’Callaghan.

A voz continuava baixa e calma, mas eu ainda não podia ver o dono dela.

Tente abrir os olhos, menina burra.

E foi o que eu fiz, porém logo fechei quando a claridade do lugar os irritou. Pisquei algumas vezes para me acostumar com a luz e então pude ver um homem loiro de olhos azuis em minha frente.

— Lindo, — sussurrei extasiada.

Ele riu.

Eu tinha leve impressão de que já o tinha visto antes.

— Um anjo.

— Não, Srta. Garcia. Sou eu, Sr. Collins, seu chefe.

Arregalei os olhos voltando à realidade e sentei-me.

Ai. Meu. Deus.

— Sr. Collins, — sussurrei.

— Eu.

— Ai, que vergonha! — Escondi meu rosto com as minhas mãos.

Ele riu e pegou minhas mãos, abaixando-as. Ele estava sentado na beirada da poltrona preta de couro de seu escritório, a qual eu estava deitada segundos antes.

— Está tudo bem.

— O que aconteceu? Por que eu... — Parei de falar, me sentia um pouco grogue, mas sabia que ele me entendia.

— Você desmaiou. Eu lhe pedi que viesse até meu escritório e segundos depois ouvi um barulho do lado de fora, corri para ver o que foi e a senhorita estava desmaiada no chão.

Pamela entrou correndo segurando um copo com água.

— Demorei porque estava decidindo se trazia água normal ou com açúcar. Acabei trazendo normal.

Entregou-me o copo.

— Obrigada.

— A senhorita anda tendo muitos desmaios? — Perguntou Sr. Collins.

Balancei a cabeça negativamente.

— Você disse que foi almoçar com o Pat e vocês discutiram, — disse Pam. — Isso foi antes ou depois de vocês almoçarem?

— Antes.

— E você não ficou para almoçar?

Sr. Collins e eu olhamos para ela como se a resposta fosse óbvia.

— Eu não ficaria para almoçar com um cara que acabei de terminar.

Droga! Eu estava falando da minha vida pessoal perto do meu chefe.

— E não comeu nada? Nem um sanduíche?

Neguei com a cabeça.

— Então está explicado, — disse Sr. Collins.

Abaixei a cabeça, olhando para o restinho de água que ainda tinha no copo.

Sr. Collins se levantou e foi até sua mesa, pegando sua carteira e tirando duas notas de dentro dela.

— Srta. O’Callaghan, vá até aquele restaurante próximo à empresa e compre algo para a Srta. Garcia comer.

— Não precisa, — eu disse.

Eles não me deram atenção e Pam pegou as notas, saindo do escritório logo em seguida.

Levantei-me a fim de ir até minha mesa e voltar ao meu trabalho, porém Sr. Collins veio até mim, forçando-me a sentar novamente.

— O quê?

— Fique aí.

— Eu preciso voltar ao trabalho.

— Esqueça o trabalho por hoje. Você desmaiou, ainda está fraca. Depois que comer alguma coisa, te levarei até sua casa.

— N-Não precisa, eu moro aqui perto.

Ele lançou-me um olhar que dizia que o assunto estava encerrado e eu desisti. Fiquei sentada olhando para o interior do escritório enquanto Sr. Collins estava em sua mesa, olhando para mim. Eu devia estar parecendo que passei uma tonelada de blush no meu rosto. Finalmente Pam chegou com um hambúrguer, o que eu estranhei.

— O senhor pediu para eu ir até o restaurante, mas eles servem comidas finas e acho que é inapropriado para cinco horas da tarde. Provavelmente ela iria comer e depois não jantaria, — rolou os olhos. — Então eu trouxe um hambúrguer que é mais para um lanche.

Sr. Collins riu e assentiu.

— Tudo bem, Srta. O’Callaghan.

Pam sentou-se ao meu lado e entregou-me o hambúrguer. Meu estômago roncou ao sentir o cheiro delicioso. Pam riu. Devorei o sanduíche em cinco minutos.

— Olha, você estava mesmo com fome.

— Obrigada, — olhei para Sr. Collins e para Pam, que sorriram.

— Você está se sentindo melhor? — Ela perguntou, colocando meu cabelo para trás.

Assenti.

— Estou.

— Quer que eu lhe acompanhe até em casa?

— Não precisa, o Sr. Collins vai me levar.

Ela olhou para nosso chefe, que assentiu, e voltou a olhar para mim.

— Tudo bem, — sorriu e eu logo soube que o que ela estava pensando. A repreendi pelo olhar. Pam riu. — Eu tenho que ir, me liga quando chegar em casa, okay?

Assenti. Ela se despediu de mim com um abraço, acenou para Sr. Collins, que retribuiu e se foi.

— Podemos ir? — Ele perguntou.

— Sim. — Levantei-me, dessa vez ele não me impediu. — Eu preciso juntar as minhas coisas.

Ele assentiu e eu saí do escritório, indo até minha mesa e juntando minhas coisas. Desliguei o computador e peguei meu celular. Sr. Collins saiu do escritório já com sua pasta transpassada e fomos até o elevador. Ele apertou o botão do térreo.

— Olha, tem certeza? Eu moro aqui pertinho, posso ir andando. Já me sinto bem melhor.

— Tem medo que eu saiba onde a senhorita mora?

Ri e balancei a cabeça negativamente. Sr. Collins pareceu se remexer desconfortavelmente.

Ao sairmos do edifício da CMA, o motorista do Sr. Collins, Lewis, nos esperava ao lado de um Audi Quattro SUV. Tentei esconder minha fascinação pelo carro, mas Sr. Collins já sabia que eu apreciava o automóvel por conta das vezes que fomos a reuniões ou eventos durante o dia fora da CMA e ele vira em meu rosto a admiração pelo Audi.

Sim, eu adorava carros.

Sr. Collins abriu a porta para mim e eu agradeci, entrando no banco de trás logo em seguida. Ele deu a volta, entrando e sentando-se ao meu lado.

— Lewis, vamos deixar a Srta. Garcia em casa primeiro.

— Sim, senhor.

Meu chefe olhou para mim.

— Está se sentindo melhor?

Assenti.

Não demorou para chegarmos em frente ao prédio onde eu morava com Mila. Sr. Collins fez questão de me levar até à porta de meu apartamento para ter certeza que eu não desmaiaria de novo.

— Mais uma vez, não precisava fazer isso.

Ele rolou os olhos.

— Quer parar de ser teimosa e agradecer?

Arregalei os olhos não acreditando na forma informal a qual ele se referiu a mim e ri.

— Obrigada, Sr. Collins. Obrigada por se preocupar e... cuidar de mim.

Inocentemente mordi o lábio. Sr. Collins cerrou os olhos.

— Por nada, Srta. Garcia.

~ / / ~

Estava saindo do banho quando ouvi o barulho de alguém chegando. Era Mila, ela não estava em casa quando cheguei. Coloquei meu pijama e enrolei meu cabelo em uma toalha. Saí do banheiro e vi minha melhor amiga colocando algumas bolsas sobre o sofá.

— Posso saber onde a senhorita foi? — Perguntei, com as mãos na cintura, fingindo ter alguma autoridade sobre ela, que riu e me mostrou o dedo.

— Meu pagamento saiu e eu fui comprar aquele sapato lindo da Gucci que eu vi semana passada, aí passei em frente a um bazar e vi algumas peças lindas e baratinhas. Não resisti, — riu. — Mas e aí, alguma novidade?

Sentei-me na poltrona de um lugar só e abracei meus joelhos.

— Você não vai acreditar.

Mila sorriu animada e correu, sentando-se na mesinha de centro de madeira, ficando de frente para mim, e olhou-me ansiosa.

— Conta! Conta!

— Primeiro: Patrick e eu terminamos.

— Wow! Como assim, minha jovem?

Lhe contei o que aconteceu na hora do almoço, detalhando do jeito que Mila gostava e ela soltava exclamações.

— Caramba! — Levou a mão à boca. — Finalmente, hein? Temos que comemorar!

Gargalhei. Mila sempre foi clara comigo quanto a sua aversão por Patrick, e cá entre nós, eu acho que ele sabia.

— Você é birutinha.

— Vá logo procurar seu melhor vestido de noitada enquanto eu vou tomar meu banho. Hoje é sexta-feira e nós somos duas solteiras à procura de um boy magia para uma noite de sexo.

Ri alto.

— Você é! Eu vou ficar na minha e voltar para casa sóbria.

~ / / ~

3ª pessoa narrando

Algumas horas depois...

Jamie havia acabado de jantar e agora estava apreciando a vista fora de seu apartamento quando seu celular tocou. Franziu o cenho preocupado ao ver o nome de sua secretária no visor. Atendeu imediatamente.

— Srta. Garcia? Aconteceu alguma coisa?

— Olá, chefinho! — Ela riu do outro lado da linha. — Como vai o Sr. Gostosão?

Jamie ergueu as sobrancelhas.

— Está bêbada, Srta. Garcia?

— Uh, ele é tão formal! — Disse fazendo voz de criança. — Bêbada? Buft! — Riu. — Eu tô super sóbria.

Jamie riu não acreditando no que estava acontecendo.

— Por que está me ligando?

— Bem, Mila e eu saímos para comemorar o término do meu namoro com aquele abestado do Patrick e gastamos todo o dinheiro em bebida, o que não foi uma boa ideia porque agora ela tá de agarramento com um boy magia aqui do meu lado e eu quero ir embora. Sabe como é, segurar vela é um saco! — Pelo seu tom de voz, Jamie tinha quase certeza de que ela estava fazendo bico. — Então eu pensei que, talvez, você pudesse vir aqui me buscar, sabe...

— Me diz onde você está, — disse já indo pegar a chave do carro.

— Eu não sei, “peraí” ... Mila, onde a gente tá?

— Eu tô no céu!

— Não, bobinha, qual o nome desse bar?

— Molly’s.

— Se chama Molly’s.

— Estou indo.

~ / / ~

Ao chegar no pub, Jamie teve um pouco de dificuldade para encontrar Lola, mas finalmente conseguiu achá-la sentada mexendo no celular ao lado de um casal que precisava de um quarto urgente. Ao se aproximar, viu que ela jogava Pou. Ao sentir alguém se aproximar, Lola olhou para cima e sorriu ao ver que era seu chefe.

— Jamie! — Gritou e levantou-se rapidamente, pulando sobre ele.

Jamie cambaleou para trás, mas conseguiu se firmar no chão e segurar Lola.

— Srta. Garcia.

— Oh, esqueça as formalidades, delícia. Me chame de Lola.

Jamie riu.

— Tudo bem.

— Oh, Mila vai pirar!

— Por quê?

— Quando eu disse que ia ligar para você, ela quis apostar que você não viria. E olha só, você está aqui, o que significa que eu ganhei e vou ter que receber cinquenta dólares amanhã, — sorriu triunfante.

— Vocês fazem esse tipo de coisa quando estão sóbrias também? — Perguntou rindo. Lola rolou os olhos.

— Estamos sóbrias, okay? — Disse trocando as palavras. — Agora vamos sair daqui.

— Não vai se despedir de sua amiga?

— Ah, é...

Lola se aproximou do casal para se despedir, porém tropeçou e caiu sobre eles. Jamie se aproximou para ajudá-la a se levantar.

— Eita, — sorriu para ele.

— Olha, ele veio mesmo! — Mila disse um pouco abobada.

Jamie franziu o cenho. Pelo o que conhecia sobre Paola na empresa, sua secretária séria, formal e culta, não podia imaginar que ela passaria a noite de sábado enchendo a cara até cair em um pub. Não que estivesse julgando, longe disso! Lola era livre para fazer o que bem entender e isso não mudaria a imagem da funcionária séria que ele tem dela.

Lola se despediu da amiga e seu acompanhante e partiu com Jamie para fora do pub. Tropeçou três vezes, mas não chegou a cair, nem precisou que Jamie a carregasse. Já dentro do carro, ela foi teimosa para colocar o cinto de segurança, mas James insistiu, dando-lhe um olhar repreendedor e ela encolheu-se e obedeceu.

— É para o seu bem, — ele avisou. — Você vai me agradecer.

Ela deu de ombros.

— Onde fica sua casa?

— Pra que você quer saber? — Perguntou olhando para a janela, apertando freneticamente o botão de subir e descer o vidro.

Jamie respirou fundo.

— Para te levar até lá.

Ela olhou para ele e sorriu maliciosamente.

— Na verdade, eu estava pensando que você me levaria até sua casa.

James cerrou os olhos.

— Não acho que seja uma boa ideia.

— Eu acho que é, — mordeu o lábio.

Por um momento, Jamie ponderou a ideia e a imagem de Lola e ele passando o resto da noite juntos em seu apartamento, seu quarto, dividindo a mesma cama e fazendo uso prazeroso dela veio em sua mente. Não podia negar que achara Paola sexy desde o primeiro momento em que a vira, e mesmo que escondesse dela e dos outros, não podia negar para si mesmo a atração que sentia por ela. Contudo, ele não podia fazer isso, ela era sua funcionária e estava bêbada e ele seria um canalha se se aproveitasse disso. Respirou fundo, piscando algumas vezes. Balançou a cabeça negativamente e pigarreou.

— Vou te levar até sua casa.

— E se eu não te falar onde eu moro? — Sorriu triunfante.

Jamie balançou a cabeça negativamente.

— Tudo bem.

Na verdade, não seria má ideia ela ir para seu apartamento. Ele poderia ajudá-la e a colocaria para dormir no quarto de hóspedes.

~ / / ~

Durante todo o caminho, Lola foi olhando pela janela, deixando o vento bater em seu rosto enquanto olhava maravilhada para as luzes dos postes. Ao chegarem, ficou abraçada a Jamie durante todo o trajeto do elevador até o apartamento dele. Assim que as portas se abriram, disparou-se a entrar, olhando ao redor.

— Uau! É muito bonito... e organizado para um homem que mora sozinho.

Jamie arqueou uma sobrancelha.

— Como sabe que eu moro sozinho?

— Bem, as fofoqueiras de plantão dizem que você, a, é solteiro; e b, seu único irmão mora em uma casa, logo, você mora sozinho.

— Eu poderia dividir o apartamento com alguma amiga neurótica que não suporta desorganização.

Lola balançou a cabeça negativamente.

— Não, esse lugar tem uma áurea solitária.

Jamie ficou olhando para ela, observando-a enquanto ela observava sua sala. Seu cabelo estava um pouco desorganizado e sua maquiagem borrada, mas ainda sim ela estava linda. O vestido justo que realçava suas curvas com um decote que fazia seus seios dizerem “Olá, me coloquem em sua boca”. Jamie balançou a cabeça afastando os pensamentos e se aproximou de Lola.

— Venha, vou pegar algo para você vestir. Não deve ser confortável dormir com um vestido desse.

— Acho que não preciso de roupa para o que vamos fazer.

Jamie respirou fundo, tentando manter o controle e ignorando o que ela disse. Lola o seguiu pelas escadas e pelo corredor, até entrarem em um luxuoso quarto. Ela foi até à parede de vidro observar a vista enquanto Jamie entrou em seu closet, procurando por alguma roupa sua que não ficasse grande nela, mas foi impossível achar. Acabou decidindo por uma calça de moletom cinza e uma blusa branca. Contudo, qual foi sua surpresa ao sair do cômodo e encontrar Lola completamente nua a sua espera, encarando-o como uma felina? Jamie não conseguiu dizer algo, nem sair do lugar. Ficara petrificado observando cada pedacinho do corpo de Paola e desejando tocá-lo.

— O-O que é isso, Srta. Garcia? — Gaguejou.

Lola riu e se aproximou dele, segurando na gola de sua blusa.

— Por favor, Jamie, me chame de Lola. Tenho certeza que seria lindo meu apelido sendo pronunciado por esses lábios perfeitos, — sussurrou próxima à boca dele e o empurrou até à cama, fazendo-o cair deitado sobre o colchão e subindo sobre ele.

Começou a desabotoar a blusa que ele usava, trilhando um caminho de beijos pelo peitoral de Jamie, que fechou os olhos. Ao terminar, subiu e tocou os lábios dele com os seus. Jamie tocou a cintura dela, apertando-a e fazendo-a gemer em sua boca. Suas línguas estavam sincronizadas em uma dança sensual que fez Jamie perder a noção de com quem ele estava. Desceu os beijos pelo pescoço de Lola, mordiscando-o e sugando-o enquanto ela suspirava em seu ouvido.

— Devo dizer que queria fazer isso desde o primeiro dia em que nos vimos, chefinho.

E foi então que James voltou à realidade e parou o que fazia. Empurrou Lola para o lado com cuidado e se levantou.

— Desculpe, mas não vai rolar!

— P-Por quê? O que eu tenho de errado? Não sou boa o bastante para você?

James se aproximou dela e segurou seu rosto com ambas as mãos.

— Nunca mais repita isso! Você é linda, Lola, uma mulher incrível, mas não posso fazer isso com você. Não está consciente de seus atos e pode se arrepender amanhã. Você é graciosa e eu me sinto atraído por você também, mas não sou o tipo de homem que se aproveita da situação.

Os olhos de Lola estavam lacrimejados e suas bochechas super coradas.

— Desculpe.

— Por favor, não chore. Se depois de sóbria você ainda quiser isso, pode ter certeza que estarei disposto em aceitar. Mas provavelmente você não se lembrará de nada amanhã. — Afastou-se. — Vou preparar o quarto de hóspedes para você dormir.

Depois de deixar o quarto pronto, Jamie voltou até seu quarto para chamar Lola, porém encontrou a mesma dormindo em sua cama. Suspirou cansado. Estava nua, o que significava que teria uma surpresa quando acordasse. Ele pensou em vesti-la, mas isso poderia acordá-la, então aproximou-se, puxou a colcha sobre ela, cobrindo-a. Pegou a roupa que caíra no chão, apagou as luzes e saiu do quarto, indo dormir no quarto de hóspedes.

~ / / ~

Lola narrando

Acordei em um pulo, sentando-me e olhando para o cômodo em que estava. A respiração ofegante e o coração disparado. Aquele era meu quarto e do lado de fora da janela o sol estava se pondo. Então fora apenas um sonho? Mas parecia tão real! Imagens de eu acordando nua no quarto do Sr. Collins, almoçando com ele, vindo para casa com ele me veio à cabeça e então eu me recordei. Não foi apenas um sonho, foi uma lembrança do que acontecera na noite passada. Levei as mãos à cabeça e gritei.

Mila entrou no quarto assustada. — O que aconteceu?

— Não! Não! Não! Não! — Senti meus olhos lacrimejarem.

— O que foi, amiga? — Sentou-se na beirada da cama. — Por que está chorando?

— Eu sou uma vadia, — sussurrei. — Queria estar morta.

— Quer parar de incorporar a Lana Del Rey e dizer o que aconteceu? Estou ficando preocupada. Por que você é uma vadia?

— Ontem à noite, — funguei, — o Sr. Collins e eu não transamos. Eu me insinuei para ele, me joguei em cima dele literalmente como uma biscate de quinta categoria, mas ele me respeitou manteve o controle.

Mila ficou me olhando enquanto tentava assimilar o que eu disse.

— Ele é gay?

— Não, ele disse que se depois de sóbria eu ainda quisesse algo com ele, ele estaria disposto a aceitar. Ai, que vergonha! — Escondi meu rosto com as mãos.

Mila riu e me abraçou.

— Não fica assim, amiga.

— Nunca mais eu vou beber na minha vida.

— Oh, você vai sim.

— Eu acho que vou pedir demissão.

Mila soltou-me e me olhou repreendendo-me.

— Aí já é demais!

— Ele vai me demitir mesmo, o que custa eu me antecipar?

— Ele não vai te demitir.

— Como você sabe?

Ela ficou me encarando enquanto pensava em alguma resposta.

— Eu apenas sei.

— Eu não posso perder esse emprego. É tudo para mim.

— E está pensando em se demitir?

— Minha cara está queimando, Mila! A imagem que o Sr. Collins tinha de mim era de uma funcionária séria e culta e eu estraguei isso ontem com a Lola vadia. Ele deve estar pensando o pior de mim.

— Ele disse algo que mostrasse isso?

— Não, ele disse que eu sou uma mulher incrível, — sorri.

— Mas hein? Uau! E você ainda diz que ele está pensando o pior de você? Amiga, você tem probleminha? Se eu fosse você, estaria colocando minha melhor roupa e indo até o apartamento dele agora.

Olhei para Mila como se ela tivesse feito a maior descoberta da humanidade.

— É isso!

— O quê? — Me olhou com os olhos cerrados.

Levantei-me e fui até meu guarda-roupa.

— Você vai até lá? Sério?

— O que eu tenho a perder? Não é como se eu chegasse lá e fosse recebida por alguma vizinha que ele costuma comer. Isso é coisa de romance de banca.

— Okay, mas para que exatamente você está indo lá?

Virei-me e me escorei na porta do guarda-roupa.

— E-Eu não sei, eu...

Mila sorriu maliciosamente.

— Você quer transar com o seu chefe?

Senti minhas bochechas esquentarem.

— Eu não sei o que é, mas tem algo nele que me deixa louca imaginando como seria ter uma noite com ele.

— Wow! — Ergueu as sobrancelhas.

— Ele tem um magnetismo que me atrai e sim, eu quero transar com ele.

— Já pensou que a razão de você ficar tão focada no trabalho possa ser o Sr. Collins? Talvez o motivo para que você queira tanto continuar nesse emprego seja ele.

Balancei a cabeça negativamente.

— Eu não tinha pensado nisso.

— Eu vou perguntar apenas uma vez, é atração carnal ou algo mais?

~ / / ~

O táxi parou defronte ao enorme edifício em que James morava e eu fiquei alguns minutos olhando para cima, viajando na altura do prédio espelhado. Quando finalmente percebi que estava tempo demais ali, fui em direção à entrada e o porteiro abriu a grande porta de vidro para mim. Cumprimentei-o e avisei que vim ver o Sr. Collins. Ele pegou o interfone e avisou que eu estava aqui. Após desligar, disse-me que James estava à minha espera. Lhe perguntei qual era o andar de seu apartamento e o homem sorriu e disse que o Sr. Collins morava na cobertura, o que já era de se esperar. Agradeci e fui até o elevador.

Quando as portas finalmente se abriram, dei de cara com James no hall me esperando. Usava uma bermuda bege e uma blusa polo preta. O cabelo desgrenhado e úmido.

Droga, ele estava lindo. Como sempre.

— Que surpresa agradável, Srta. Garcia. Suponho que tenha vindo até aqui porque se lembrou de ontem à noite.

Parei bem à sua frente e cruzei os braços.

— Como pôde mentir para mim?

— Foi apenas uma brincadeira. Se você não se lembrasse depois, eu diria a verdade.

— Não sei se posso confiar no senhor.

Ele sorriu, fez sinal para que eu o seguisse e então saiu em direção à sala. Foi até o bar.

— O que quer beber?

— Água. — Ele arqueou uma sobrancelha. — Pretendo não beber novamente.

— Você sabe que vai, não sabe?

Assenti.

— Espero que não tão cedo.

— Por favor, sente-se.

Ele foi até à cozinha e voltou com uma latinha de refrigerante e um copo e entregou-me. Agradeci. Voltou para o bar e preparou um drink para ele antes de sentar-se ao meu lado.

— Mas afinal, a que devo a honra de sua presença?

— Vim lhe pedir desculpas.

— Desculpas?

— Sim, pelo vexame de ontem. Por ter ligado para você e pedido carona, feito você me trazer para sua casa e o pior, me jogado em cima de você. Quero dizer também que não costumo beber muito, menos ainda fazer essas coisas.

— Entendo. Mas foi bom você ligar para mim, senão poderia ter acordado na casa de um estranho.

— E talvez ele não me respeitaria como você fez. Obrigada.

— Disponha.

Abaixei meu olhar para minhas unhas e ele ficou observando-me. Tocou minhas mãos com as suas.

— O que está lhe incomodando?

Balancei a cabeça negativamente.

— Vamos, Lola, sei que tem algo para me dizer, afinal, não viria aqui. Poderia conversar comigo na empresa amanhã.

— O senhor não vai me despedir?

— Isso nem passou pela minha cabeça.

Sorri aliviada.

— Fico feliz por isso.

— Você é uma ótima secretária, eu duvido que poderia encontrar outra como você.

Então eu caí na real.

Quer dizer, enquanto vinha para cá, eu assumia para mim mesma que durante todo esse tempo eu sempre gostei do Sr. Collins e o que me prendia naquele emprego que todos sonham em ter, mas não durariam um mês se entrassem, era ele. Eu gostava de vê-lo chegar com sua bolsa transpassada, que lhe dava um ar despojado. Gostava quando ele me chamava de Srta. Garcia, mas sempre quis ouvi-lo me chamando pelo nome. Adorava quando ele aparecia de óculos na empresa, mas acima de tudo, amava quando ele me lançava aquele sorriso quebrador de pernas quando compartilhava sobre um contrato importante que conseguiu fechar. Recordei-me das vezes que o acompanhei em reuniões, em como ele sempre foi cuidadoso comigo quando viajamos juntos para conferências e das vezes em que acordei frustrada por ter sonhado com ele e ignorei para que isso não me fizesse uma tola apaixonada e atrapalhasse meu trabalho. Afinal, eu não podia perder o emprego e ficar sem ver meu chefe. Não foi fácil admitir que o que eu sentia por James ultrapassava o profissional. Quer dizer, eu tinha consciência de que ele tinha atração por mim, ele havia deixado isso claro, contudo, se fosse apenas atração e nada mais? O que seria do meu coração se eu entregasse a ele, mas ele não o quisesse?

Foi por pensar assim, que cheguei à conclusão de que não deveria ter vindo até aqui e deveria ir embora.

— Lola? — Ele chamou percebendo que eu ficara calada por alguns minutos.

— Obrigada, Sr. Collins. É gratificante trabalhar para o senhor e receber elogios. — Ele sorriu. Levantei-me. — Eu preciso ir.

Ele se levantou.

— Agora? Mas você acabou de chegar. Ou mudou de ideia quanto ao motivo que a fez vir aqui?

Balancei a cabeça negativamente.

— O único motivo era vir me desculpar.

— Por que eu acho que está mentindo? — Sussurrou.

Suspirei. E fui em direção ao hall de entrada. Sr. Collins me seguiu.

— Por que está com medo?

— Não estou com medo.

— Se não estivesse, não estaria fugindo de mim.

Bufei e me virei, ficando de frente para ele.

— Quer saber a verdade? Eu estou fugindo mesmo. Pois é, eu sou uma medrosa. Eu me lembro do que você diz ontem à noite e eu vim até aqui por isso, porque eu quero você, mas não apenas por uma noite. Mas sei que o senhor não está afim de um compromisso sério, menos ainda com uma funcionária sua. — Senti meus olhos lacrimejarem. — Então eu acho que é melhor e mais seguro para mim eu não me entregar. — Virei-me e apertei o botão do elevador.

— Lola... — Sussurrou.

Olhei para trás.

— É, eu gosto de você, Sr. Collins. Fazer o que, né? — Dei de ombros. — Foi mal!

As portas do elevador se abriram e eu entrei. Apertei o botão do térreo e me virei, ficando de frente para Sr. Collins, que me olhava.

— Lola...

— Jamie.

As portas começaram a se fechar e eu fechei os olhos, porém um barulho me assustou e eu abri os olhos, vendo James colocando o braço entre as portas, impedindo-as de se fecharem e abrirem novamente. Ele entrou no elevador.

— O-O quê? — Sussurrei.

— Você é uma tolinha, — disse se aproximando.

— Obrigada pela parte que me toca.

Ele sorriu e se aproximou mais, colando nossos corpos. O ar sumiu.

— Não é possível que durante os cinco anos que trabalhamos juntos, você não percebeu meu interesse por você, — segurou meu rosto com ambas as mãos. Tremi.

— Você quer dizer a atração sexual que sente por mim.

— Oh, minha Lola, o que eu sinto por você vai muito além de atração sexual.

Minha Lola.

— C-Como?

— Não foi amor à primeira vista. Quando você entrou em minha sala para a entrevista de emprego...

— Você soube que eu seria sua secretária. Você disse isso.

— Sim, mas isso foi por sua confiança em sua competência. Já lhe disse também que admiro isso.

Assenti.

— A atração estava presente desde esse dia, mas foi com o convívio que eu passei a gostar de você. Foi por ser otimista, comprometida com a empresa, responsável, cuidadosa. Seu jeito calmo e doce de falar, a forma como fica vermelha quando dirige a palavra a mim.

Sorri e abaixei a cabeça. Ele riu e levou a mão ao meu queixo, fazendo-me olhar para ele.

— Eu não podia tomar alguma iniciativa, afinal sou seu chefe e não sabia se seus sentimentos por mim eram recíprocos. Não podia arriscar te perder, porque além de perder uma funcionária excelente, eu perderia a dona do meu coração.

— A-A dona do seu... coração... — Sussurrei.

Ele sorriu e me deu um selinho. Colou nossas testas e disse:

— Eu te amo.

Abri a boca para falar, porém nenhum som foi emitido.

— Acho que alguém ficou sem fala, — riu. Abaixou uma de suas mãos até minha cintura, puxando-me mais para ele.

— Você me ama! — Sorri. Ele assentiu. — Eu te amo, Sr. Collins! — Abracei-o.

— Eu acabei de dizer que te amo e você me chama de senhor? — Riu.

— Okay, desculpa, — ri. — Jamie. — Pigarreei e disse com um tom baixo e sensual — Jamie.

Ele sorriu maliciosamente, os lábios entreabertos e os olhos cerrados.

— Sim?

— Posso pedir uma coisa?

— É claro que pode, — sussurrou.

— Me beija?

Sem dizer mais nada, Jamie pegou minhas mãos, levando-as até seus ombros, onde eu entrelacei-as em seu pescoço, e, com uma mão em minhas costas e outra em minha nuca, beijou-me urgentemente, acabando com toda necessidade que tínhamos de estar nos braços um do outro.

Fim?

As portas do elevador se abriram, assustando-nos e fazendo Jamie se afastar de mim. Não quero nem imagina no nosso estado: ofegantes, cabelos e roupas bagunçadas. Estávamos no térreo do edifício e um casal de idosos que esperavam o elevador nos olharam reprovadores. Sorri para eles tendo plena consciência de que estava vermelha como um pimentão. Eles entraram, ficando de costas para nós e apertaram o botão de seu respectivo andar. Olhei para Jamie, que coçou a nuca e olhou para mim. Sua expressão de quem estava lutando para não rir foi o que me fez cair na gargalhada e ele se rendeu logo em seguida.

Agora sim, fim.


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