O rio de flores brancas (A viagem de chihiro) escrita por Spring001


Capítulo 24
Capítulo 24 - Espelhos


Notas iniciais do capítulo

Eu queria poder dizer mil desculpas à vocês pela demora e deixar bem claro que a fic ainda existe kkkkkk, mas eu estou em época de vestibular e não consegui tempo nenhum durante esses meses para conseguir postar então eu cheguei hoje e falei, folga para fanfics. Sinto muitíssimo à quem ainda lê, kkkkkkkkkk e espero que gostem



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Parecia que estavam andando há dias, no entanto, eram incapazes de sequer imaginar o horário do dia, ou da noite que estavam. O céu daquele lugar mantinha a constante coloração chumbo de nuvens como de chuva, mesmo sem uma gota cair de lá, exaustas pela caminhada que parecia nunca acabar, sabiam que andavam em círculos, mas não podiam desistir, sem encontrar aquilo que procuravam. Hiroyuki ainda estava desaparecido e a magia de Harumi parecia não ter grande efeito naquele lugar. Não havia sinal de Ankoku ou de Kohaku e cada vez mais sentiam que a fadiga tomaria conta do corpo de ambas.

— Temos que tentar algo – Suspirou Chihiro tentando emitir, na verdade, um grito, mas percebeu ser incapaz de fazê-lo devido a carência de força, escorregando para se sentar – Estamos andando no mesmo lugar há sabe lá quanto tempo.

Harumi pareceu não ouvir, olhava fixamente para o abismo onde as sombras ficavam, aparentemente sem medo das criaturas.

— Ele não conseguiu sair – Ela disse entre lágrimas, fazendo Chihiro se reerguer – Ele ficou preso no labirinto, Chihiro...

Parecia fazer um enorme esforço para gritar, mas assim como a própria menina, a exaustão não lhe permitiu extravasar sua dor, tentando acalmá-la Chihiro colocou a mão sobre o ombro da feiticeira, que cambaleou e deixou-se despencar no chão, a acompanhando a jovem se apoiou sobre os pés e esfregou-lhe costas enquanto via, Harumi derrubar lágrimas de desespero e tristeza.

— Vamos salvá-lo...- Chihiro falou, após um longo período de silêncio.

— Não somos muito boas nisso – Harumi afirmou.

— Não podemos desistir – Chihiro falou segurando a mão da feiticeira – Eles esperam por nós, eu sei disso.

Harumi não se levantou, mas limpou o rosto e sentou-se com as pernas cruzadas. Pediu à Chihiro que fizesse o mesmo em sua frente a olhasse nos olhos, quanto a menina a obedecia, a feiticeira tirou do pescoço o colar que, Chihiro sabia, havia sido presente de noivado de Hiroyuki.

— Dê-me suas mãos – Harumi pediu e assim foi feito. A feiticeira fechou os olhos e começou a recitar algumas palavras e seu colar, em sincronia tomou uma cor negra e antes mesmo de terminar o feitiço, a feiticeira arregalou os olhos e soltou as mãos de Chihiro.

Ela não falou nenhuma palavra, por um longo tempo, e assim Chihiro presumiu que o pior havia acontecido. Deixou que Harumi ficasse como quisesse o tempo necessário, durante esse tempo ela observou o lugar que estavam e ficou longos instantes olhando para o abismo. As sombras não faziam menção de se aproximar, diferente da primeira vez que tentaram atacar algumas vezes. Arriscando-se Chihiro se levantou e sentiu o olhar de Harumi sobre si, mas ela não parecia forte o suficiente para impedi-la, a garota andou devagar em direção a queda.

— Chihiro! – Ela ouviu a exclamação da feiticeira atrás de si, mas continuou seu caminho. Quando chegou a beirada viu as sombras tentarem se aproximar e para sua surpresa, baterem em algo.

— Venha cá! – Ela gritou para Harumi, que o mais rápido que conseguiu se aproximou – Está vendo?!

A feiticeira assentiu e ficou observando aquela parede que impedia as sombras de se aproximarem, então, olhou para todos os lados atentamente e pareceu chegar à algumas conclusões, Chihiro observou paciente enquanto ela esfregava as mãos que formaram em alguns segundos uma fumaça branca, que foi aumentando cada vez mais até completar o local que elas estavam. Era como uma caixa invisível, que não permitia a entrada ou saída das coisas.

— É como os portais da cidade – Chihiro concluiu – Por isso estamos andando em círculos...

— Temos que encontrar o correto...- Explicou Harumi – Aquele que realmente nos levará à algum lugar.

— Então, vamos logo...- Disse Chihiro e recebeu a imediata resposta afirmativa da outra que se aproximou dela. Foram de uma em uma parede da caixa, marcando com o fogo de Harumi aquelas que já haviam sido testadas. Haviam por volta de dez paredes e apenas na oitava elas conseguiram chegar em outro lugar.

***

Quando pularam em direção as sombras, em uma das paredes que havia no plano terrestre da caixa, Harumi e Chihiro caíram em um corredor, semelhante aos da casa de banho de Yubaba. Silencioso e com apenas algumas chamas coloridas o iluminando, alguns Kanjis tomavam conta da parede, mas não pareciam ter significados comuns, as garotas se entreolharam e pouco depois Harumi acendeu uma pequena chama azul em sua mão, elas então seguiram o caminho que lhes restara.

— Onde estamos? – Perguntou Chihiro, mas não obteve resposta, a feiticeira parecia tão em dúvida quanto a garota.

O caminho era mais longo do que esperavam e parecia mais obscuro a cada passo, até o momento que chegaram em um espaço redondo, semelhante à uma prisão, onde no meio, estava o corpo de Kohaku.

— Haku! – Exclamou Chihiro e imediatamente correu para ele, Harumi parecia estática e não moveu um músculo, a garota chegou e puxou-o para seu colo, sentiu as lágrimas percorrem seu rosto por completo, teria-o de novo em breve.

Depois de um longo tempo, Harumi se aproximou e assim como a menina, se ajoelhou para observar o irmão, passou lentamente os dedos por seus cabelos e sorriu, soltando um soluço feliz ao sentir seu pulmão subir.

— A alma dele não está aqui – Disse Chihiro.

— Sei que vamos resolver isso – Harumi respondeu – Mas, agora temos que sair daqui...

A feiticeira se levantou e pegou o colar de Hiroyuki.

— Harumi...- Chihiro disse – Sei que ele está vivo...

— Eu também – Harumi respondeu – Mas, não posso deixar vocês aqui mais...

— O que? – Chihiro perguntou surpresa, então Harumi colocou o cristal no chão, recitou um feitiço e pisou com força em cima do colar.

— Salvem-se! – Ela gritou enquanto Chihiro e Kohaku eram puxados pela magia da feiticeira.

O braço de Chihiro voou para os olhos tentando evitar uma forte luz que surgiu depois do que Harumi fizera, quando sentiu o equilíbrio retomar o seu corpo olhou para os lados e viu-se novamente no pântano. “Ela nos trouxe de volta” pensou Chihiro e mesmo se culpando de imediato olhou para baixo, para onde estava Kohaku. Ele estava sem camisa e com o peitoral machucado inteiramente assim como o abdome, as pernas tinham alguns ferimentos e seu rosto poucos cortes. Acariciou seu rosto cuidadosamente e ouviu a movimentação na casa de Zeniba.

— Menina! – Ela exclamou e quando viu Haku levou as mãos aos lábios – Vocês conseguiram! – Ela disse sorrindo, enquanto Chihiro balançava a cabeça em negação – Onde eles estão?

A menina olhou novamente para Kohaku e para o lago de onde havia retornado, então não aguentou mais e novamente, pôs-se a chorar.


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