Trouble escrita por Rafa


Capítulo 1
Capítulo 1 - Nunca quis ser um problema para você


Notas iniciais do capítulo

Voltei, povo lindo o/
Agora que já me acostumei com o lugar onde estou morando vou regressar com minhas fics e decidi lançar essa em comemoração.
Essa fic vai ser apenas uma Shortfic com no máximo 5 capítulos, espero que gostem.
Boa leitura e até as notas finais ♥



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Nunca imaginei que um dia estaria aqui — escrevendo essas palavras para você, se é que esteja lendo ­— mas de fato estou. Não sei bem por onde começar, lembra que nunca fui boa em demostrar meus sentimentos? Talvez esse seja um de meus vários problemas, no entanto irei tentar deixar isso de lado e começar de uma vez com essa triste narrativa.

Não sei ao certo o porque de estar escrevendo isso. Tenho consciência de que nada irá mudar, mas, ainda assim, meus dedos correm sobre as teclas miúdas do notebook a minha frente, buscando uma maneira de esvaziar de vez meu coração angustiado.

Minha razão grita que começar pelo começo seja o mais logico, talvez de fato o seja.

Ninguém nunca havia me dito que amar seria fácil ou difícil, mas você havia me mostrado todos os lados desse sentimento.

Havia pensado varias e varias vezes como isso era possível, questionado o porque de sentir tudo o que estava sentindo, mas no fim, me entregar por inteira era tudo o que bastava para termos dado certo.

Não adianta reclamar, ser cabeça-dura também é uma de minhas irritantes características.

Sabe, Ichigo, quando te vi pela primeira vez já soube que você me causaria problemas, mas ainda assim você insistiu em se manter por perto. Você também era bem irritante, mas acabei por aceitar isso. Pensava que te aceitando de vez evitaria que os problemas aparecessem e se tornassem incontroláveis. Lindo engano! Também nunca tive um bom raciocínio quando o assunto era você.

Nunca fui uma garota excepcional ou algum tipo de clichê ambulante. Vivia apenas o mais normal e monotonamente possível. Minhas notas eram abaixo da media — parece que desenhar chappy durante as aulas incomodava alguns professores ­— eu definitivamente não me destacava em nada, mas ai chegou você, o meu oposto.

Ainda me lembro como nos vimos pela primeira vez.

Era nosso primeiro dia de aula da faculdade e você parecia todo animado cercado por seus vários amigos, ainda que a expressão carrancuda estivesse ali, seus olhos não mentiam. Posso dizer que naquele momento meu corpo se arrepiou.

Você parecia tão radiante que me lembrava o sol e isso me desconcertou, pois queria sentir muito mais daquele calor reconfortante que seus olhos emitiam, mas ainda assim eu neguei e te odiei por isso.

Eu era uma babaca egoísta e agora sofro as consequências disso. Viver sem você é meu castigo.

Talvez se eu não tivesse me mantido tão arrisca hoje ainda fossemos pelo menos amigos, mas eu também nunca fui uma garota fácil.

Cansada de ficar apenas ali — a te observar escondida — caminhei para minha primeira aula. Precisava ocupar a minha mente e te tirar de meus pensamentos. Você ainda era um completo estranho para mim e te ler tão facilmente me assustou.

A sala parecia se encher aos poucos enquanto os minutos se arrastavam e foi quando te vi novamente, com os mesmo olhos calorosos e a face mal-humorada.

Posso confessar que amaldiçoei os sete infernos ao vê-lo se acomodar ao meu lado, mas o que poderia fazer?

— Bom dia — saudou você me fazendo dar um pulo sobre a cadeira, enquanto um riso rouco escapa por seus lábios bem desenhados. Não imaginei que falaria comigo, mas você falou.

— Bom dia... — respondi incerta com uma raiva contida em minha voz. — Por que veio sentar aqui? — disparei sem perceber o quão ridícula estava sendo.

— Não sabia que esse lugar estava marcado — você resmungou, mas não se levantou.

— Pois esta sabendo agora — declarei arrogantemente, mesmo sabendo que ninguém sentaria ali de fato.

— Que pena, mas não vou sair. — Não sei ao certo o motivo que te levou a permanecer ali, afinal nunca perguntei, mas você me deixava cada vez mais curiosa e irritada.

Sempre odiei chamar a atenção e com você ali, todos passaram a me enxergar, principalmente suas pretendentes, elas queriam acabar comigo de todas as formas possível e isso acabou nos unindo cada vez mais.

Recordo-me com certa nostalgia sobre todas as situações inusitadas que Riruka Dokugamine nos fez passar.

Ela também foi um dos incontáveis problemas que você me trouxe, mas no fundo a rosada não era uma pessoa má, afinal se apaixonar por Kurosaki Ichigo era uma coisa fácil.

Entre todos os planos mirabolantes dela, vi-me junto a você e foi em uma noite de tempestade que o "nós" finalmente aconteceu.

Nunca irei esquecer daquele céu aberto somente para nós.

A lua estava encoberta pelas grossas nuvens de chuva e nós estávamos pressos em seu pequeno — e de certa forma, aconchegante — carro a caminho das montanhas.

Riruka havia convidado a turma toda para mais uma de suas festas loucas e acho que seu plano era me mandar para o lugar errado, mas você ficou comigo enquanto todos os outros corriam para o lugar certo.

Você nunca pareceu querer me deixar só.

— Tem certeza que esse foi o endereço que a Riruka te passou, maldita? — perguntou você com seu jeito "amoroso" de me tratar.

— É claro que tenho, seu morango podre! — rebati irritada. — Não me lembro de ter pedido pra você vir comigo — disparei saindo do carro que te pertencia na época.

Ficar sozinha com você não estava sendo bom para minha sanidade.

— O que esta dizendo, sua má agradecida?! — você gritou correndo atras de mim. — Volte já para o carro — mandou, segurando firme em meu braço, contado que fez meu coração disparar.

Aquilo não iria terminar bem.

— Você não manda em mim! — exclamei puxando meu braço em vão. Não que algum dia eu fosse admitir em voz alta, mas você sempre foi mais forte que eu.

— Deixa disso, Rukia — pediu você com seus olhos castanhos sobre os meus.

Pensei em lhe responder algo bem mal-criado, sempre fui muito teimosa, mas um raio intenso cortou o céu e a chuva logo começou a cair, o que nos fez correr alarmados para o carro, que já não podia ir para lugar algum, devido a lama ao nosso redor.

Encolhida contra o banco traseiro do carro, eu tremia de frio, nossas roupas estavam encharcadas e tudo o que mais queria era dar o fora dali, mas sabia ser impossível no momento.

O único som que podia se ouvir era o bater forte das gotas de chuva contra os vidros do carro. Nenhum de nos parecia a vontade para quebrar o silencio e eu me perguntava quando aquele clima tenso havia se instalado entre nós.

— Rukia — sua voz me atingiu como um raio. Você sempre fora imprevisível de certa forma.

— Fala, idiota — rebati ainda tremendo pelo frio. Nada se passava por minha mente naquele momento.

O que você diria a seguir?

— Posso... Posso me deitar junto a você? — sua voz me pareceu um tanto incerta e eu simplesmente não sabia o que lhe responder.

— Pra quê?! — indaguei sentindo meu rosto queimar, o frio parecia se dissipar somente com o som de sua voz.

— Não começa a fazer pergunta difícil a essa hora — resmungou você passando para o banco traseiro onde eu me encontrava. — Vamos morrer de frio se não nos aquecermos de alguma maneira — completou me envolvendo com seus braços fortes.

Sei que disse não haver nada de clichê em mim, mas ali estava você transformando meu mundo mais uma vez. O cinza virara um irritante cor-de-rosa e eu estava gostando disso.

Pode parecer bobagem, mas essa lembrança ainda faz meu estomago gelar.

Nunca senti nada tão intenso quanto aquilo que você me mostrou.

Sua voz, seu cheiro, seu corpo junto ao meu, a lembrança de tudo isso ainda me faz rolar sobre a cama desejando cada parte de você junto a mim.

Eu daria tudo para fazer amor com você, nem que fosse pela ultima vez.

Não sei se devia lhe contar, mas minha garganta se fecha ao escrever isso, meu peito ainda doí e eu simplesmente ainda seguro o choro.

Não quero mais chorar, porem essas lembranças não me deixam seguir em frente e é por isso que escrevo, só assim poderei partir.

Eu não devia te contar isso também, mas estou indo embora daqui dois dias. Não, não espero que vá me impedir. Não mereço isso, eu não mereço você, mas meu coração romântico ainda me faz fantasiar com a possibilidade no decorrer da madrugada.

Sim, é entre sonhos e pesadelos que passo minhas noites. Sonhos e pesadelos com você. Sonhos ou lembranças de nosso relacionamento feliz. Pesadelos sobre o ciumes e a desconfiança que me fizeram perde-lo, pesadelos sobre o olhar de decepção em sua face, pesadelos sobre nossas ultimas palavras. Palavras que me feriram, que feriram você, palavras que nos levaram ao fim, ao nosso fim.

Não sei se devo lhe narrar meu ponto de vista sobre o nosso termino, não sei nem se você me entenderia ou se me odiaria mais, porém quero deixar aqui tudo sobre nós e não acho justo não compartilhar isso com você, mesmo que já tenha tirado suas conclusões sobre esse fato.

Acho que se lembra que logo após nossa noite maravilhosa e confusa nas montanhas acabamos por engatar um namoro cheio de altos e baixos graças as armações de Riruka, que veio a desistir quase quatro meses após o inicio de nosso relacionamento. Pensei que com isso estaríamos em paz e isso durou quase um ano, mas é como dizem, antes da tormenta sempre vem a calmaria e foi justamente isso que aconteceu.

Ruiva e meiga eram as caracterizaras mais marcantes de meu mais novo problema, Inoue Orihime — sua prima — sim era a materialização da mais perfeita e irritante garota clichê. Ela deixava a maioria das mulheres no chão com sua beleza e eu sabia não ser párea para ela, afinal, quem escolheria a coadjuvante tendo a protagonista a seus pés? Ninguem. Era isso que eu pensava e também foi essa insegurança besta que fez nosso namoro desmoronar feito um castelo de cartas.

O ciumes gritava cada vez mais alto em meu interior enquanto ela se insinuava descaradamente para você. Juro que tentei me segurar e ignorar tudo o que ela me dizia e mostrava, mas vê-lo aos beijos com ela foi o estopim para tudo. Sei que deveria ter acreditado em você, ouvido suas explicações, mas eu estava ferida demais para isso, então apenas terminei tudo sem fazer escândalo ou derramar uma unica lagrima em sua frente.

Sei que fui fria e egoísta, mas eu já não sabia mais o que pensar e havia aceito a derrota da maneira mais covarde possível.

Agora diga-me, Ichigo, quando um animal esta ferido o que ele faz? Sim, ele se protege atacando e foi isso que fiz. Eu me protegi e te ataquei da pior e mais cruel maneira possível, confesso que fui uma verdadeira vadia, mas era minha unica maneira de me vingar por sua"traição".

Ulquiorra Schiffer era seu melhor amigo na época e sempre percebi seus demorados olhares em minha direção, mas nunca dei verdadeira importância a isso até precisar de alguem para esfregar em sua cara e foi assim que meu mais novo relacionamento começou e terminou em exatos dois meses — não consegui ser fria o suficiente para usar o moreno daquela maneira — mas não fora somente esse o motivo para tal final precoce, com tudo esse assunto sera abordado mais para frente. Ainda tenho muitas coisas a te falar e quero que leia até o fim para que tire suas próprias conclusões sobre essa carta, por isso deixo o melhor — ou pior, você que ira decidir — para o final.

Voltando ao enredo original, já estávamos a quase três meses separados e estava começando a me acostumar a viver sem você, não que fosse fácil, mas a distancia já não machucava tanto. Parecia que se não te visse, a coisa toda se tornava suportável e era por isso que passei a evitar tudo e todos que pudessem me ligar a você. Já havia mudado o turno do curso e pensava em me focar somente nos estudos nesse tempo que me restara e foi na primeira semana de aula do quinto semestre da faculdade que reencontrei Abarai Renji, meu melhor amigo de infância, o qual mantive contato durante anos apenas pela internet. Ele sabia de toda a situação e voltou para Karakura apenas para me ajudar. Sei de todos os sentimentos dele para comigo e é por isso que resolvi aceita-los de vez.

Não se preocupe e nem sinta ciumes, não é essa minha intensão ao te contar isso apenas quero deixar tudo claro entre nós.

Sabe, as vezes penso que se pudesse voltar no tempo tudo seria diferente, mas hoje sentindo apenas um pedaço de você a crescer dentro de mim questiono se valeria a pena.

Bom, acho que você já deve ter entendido mais ou menos o que quero dizer e estou cansada de meias palavras. Apenas lembre-se que nunca esperei nada de você e não vai ser quase oito meses após nosso termino que vou mudar de opinião apenas por estar esperando um filho seu.

Sim, é isso mesmo. Eu estou gravida e poderia esconder isso pelo resto da vida, afinal estou indo embora, mas em todos os mangás que li onde a mocinha desiludida esconde esse tipo de segredo ela acaba por se ferrar ainda mais, machucando todos os envolvidos e não quero que nem você nem nosso filho passe por algo assim, então assim que resolver tudo irei te contactar.

Bom, poderia parar por aqui, mas acho que te devo desculpas por varias coisas, então desculpa por ser tão cabeça dura, por não ser meiga e fofa, por não facilitar as coisas, por te decepcionar e principalmente, por não sumir de vez de sua vida e te amar cada dia mais.

Nunca fui a mulher certa para você e hoje vejo isso com clareza, mas não deixo de te agradecer por entrar em minha vida e muda-la para melhor. Obrigada por me dar uma razão para continuar, esse filho foi o maior presente que você poderia me dar, por isso, muito obrigada, de verdade e não leve tão a serio esses simplórios devaneios de uma mulher com todos os hormônios a flor da pele.

Nunca quis ser um problema para você. Então siga sua vida e quem sabe assim não tornemos a nos encontrar algum dia.

Kuchiki Rukia


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Logo volto com mais, então comentem, por favor....

Bom, falando para quem lê minhas outras fics, essa semana tem atualização, então fiquem ligados
Bjossssssssss



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