Colorful escrita por Isabelle


Capítulo 6
Capítulo 5 - Noah


Notas iniciais do capítulo

Estou escrevendo o futuro
Estou escrevendo isso em voz alta
Nós não falamos sobre o passado
Nós não falamos sobre o passado agora
— Paramore



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Meus olhos se abriram lentamente observando o teto. Meu ventilador rodava lentamente em uma circunferência bagunçada, e eu ficava seguindo aquele seu movimento. Meu corpo sentia frio, já que estava somente de cueca, e minhas costas doíam, mas nada doeu mais do que ouvir o som do chuveiro. Meu coração gelou, e eu tive por um minuto um acesso de raiva ao ver que ela dormiu na minha casa, nos meus arredores, mas logo depois essa sensação passou.

Me levantei levemente, e preparei café, um café bem forte para me despertar. Abri minha geladeira e encontrei aquela pilha de waffles recém feitos, e percebi que talvez a presença dela não fosse tão ruim. Não peguei os waffles, preferi tomar meu café primeiro, enquanto meus olhos passaram pela minha cozinha tentando achar qualquer coisa que a presença dela naquela casa tivesse modificado, mas por enquanto tudo parecia normal.

Estralei as costas ao sentar no meu sofá, e peguei meu notebook, fiquei focado em ver algumas coisas da central, junto com coisas fúteis como minhas redes sociais, tentando ignorar totalmente a presença dela ali dentro, mas no momento em que ela se sentou ao meu lado e tentou me dar um selinho, aquele momento de paz perdeu o rumo.

― Foi ótimo te conhecer. ― Eu disse e coloquei a mão em sua cintura, a levando para a porta.

― Você tem meu número, certo? ― Ela perguntou antes de sair.

Qual o nome dela? Qual o nome dela? Qual o nome dela? Qual o nome dela? Alguma coisa com C.

― Claro, tenho sim, Ca... Cam... Car..

― Carolaine! ― Ela exclamou ― A noite passada ainda está afetando você? ― Ela perguntou e bateu o dedo no meu nariz.

― Claro, a noite passado, a turbulência do trabalho, você, e tudo mais… ― Eu sorriu de lado.

― Então nos vemos hoje a noite? ― Ela perguntou delicadamente.

― Eu te ligo. ― Fechei a porta, e sorri.

Caminhei até a minha geladeira e percebi que haviam waffles preparados, meus olhos sentiram o cheiro daquilo e parecia estar muito bom, então resolvi comer. Não sabia cozinhar, somente algumas coisas que tive que me virar, mas a maior parte das vezes eu comia em restaurantes, ou no serviço. Meu horário era muito agitado.

Me espreguicei, e fui ao banheiro, tentei tomar o banho mais relaxante de todos, mas as batidas na porta de entrada ficavam cada vez mais fortes. Revirei os olhos e bufei, pegando uma toalha azul e enrolando envolta da cintura.

Meus pés molhados deixavam uma trilha de água pelo caminho, mas eu não me importava, apenas fui até a porta e a abri.

Celeste estava parada ali, olhando para mim com um sorriso super carismático. O medo subiu por minha espinha, pois ela nunca era carismática. Podia fazer apenas pouco tempo que vivia ao lado deles, mas em todo esse tempo, Celeste nunca, nunca mesmo, batia no meu apartamento com um sorriso daqueles.

― Tudo bem, seja lá o que eu fiz, me perdoe, eu nunca mais faço, eu mudo de casa, só para de sorrir para mim. Eu juro que mudo, Cely, juro mesmo. ― Disse em tom desesperado, mas, ao mesmo tempo, de brincadeira.

Ela soltou um sorriso maligno de canto de boca.

― Para de encarar meu corpo, honre seu homem. ― Eu disse e tampei meu abdômen com as mãos.

― Pelo amor, Noah, o abdômen do Will bate de cem no seu, você já viu aquilo? ― Ela disse como se fosse obvio.

― Não costumo lamber com os olhos os abdomens de outros homens, como você faz, mas de boa.

― Enfim, ― Ela fez um barulho com a garganta, ― Eu tenho um horário amanhã na editora, por conta do meu livro que vai ser publicado e tudo mais, então preciso que cuide da Mandy.

Amanda, era a pequeninha, filha dos dois. Tinha sido uma gravidez inesperada, e causado muito abafamento pelo que Will havia me contado, mas ele nunca abria a boca para me contar os detalhes. Eu adorava Mandy, ela era um amor de criança, mas não sabia se tinha toda essa responsabilidade.

― E a sua babá maravilhosa? ― Eu perguntei fazendo um olhar relaxado.

― Ela deu em cima do meu marido, e não deu muito certo. ― Ela sorriu. ― Mas, por favor.

― Não sei se tenho responsabilidade para… ― Não terminei de dizer, pois Sally estava olhando para mim assustada de uma distancia segura, vendo que eu estava só de toalha.

Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, e ela tinha aqueles olhos verdes focados em mim e na Cely, enquanto em seus lábios uma risada começava a brotar. Ela também estava bem diferente do habitual, usando uma calça jeans, com uma blusa caída no ombro com uma estampa psicodélica.

Celeste encarou-a, e depois se virou para mim, me olhando com cara meio estranha, como se ela conseguisse me chamar de safado somente com um olhar. Seu olhar ficou alternando entre mim e Sally, até que Sally começasse a se aproximar de nós dois.

― Eu jurava que a menina da outra noite era loira, mas ela ficou morena, e bem mais bonita. ― Sally encarou Celeste.

― O que? ― Celeste perguntou indignada. ― Acha que eu dormi... com isso? ― Ela olhou para mim com desgosto e riu. Não uma risada discreta. Ela gargalhou. ― Eu tenho um marido, e eu lutei muito pra conseguir chegar aonde estou, então não mesmo.

― Ah, ainda bem, você é muita areia pro caminhãozinho dele. ― Sally disse e eu olhei insultado para ela.

― Amei ela. ― Celeste afirmou. ― Sua namorada?

― O que? ― Nós dois exclamamos ao mesmo tempo.

― Eu pareço um homem de namoradas? ― Eu perguntei revirando os olhos.

As duas olharam para mim, depois uma para a outra e riram. Me senti perdido entre as duas, elas mal haviam se conhecido e já tinham virado amigas? Qual é a dessa com o universo feminino?

― Mas, Oi, eu sou a Cely. ― Celeste estendeu a mão, e Sally a segurou.

― E eu sou a Sally. ― As duas riram como velhas amigas, e eu ainda olhava indignado ao ver Celeste fazendo amizade, e sendo simpática daquela forma.

― Você entendeu sobre amanhã então certo? Certo. ― Ela sorriu para mim mais uma vez, realmente me assustando. ― A tarde a deixo aqui.

― Tudo bem, eu acho, mas se…

― Se acontecer qualquer coisa com ela, Noah, qualquer coisa. ― Ela apontou o dedo para meu rosto e entrou no seu apartamento novamente.

― Ela sim é uma mulher determinada. ― Ela disse e passou por mim, observando cada detalhe de meu apartamento. Ele estava totalmente desorganizado, mas apenas dei de ombros.

― Você ainda não viu nada. ― Eu sorri. ― Vou colocar roupa e já desço.

― Sério? ― Ela viu a comida no balcão. ― Se você ficar comendo essas coisas vai acabar perdendo isso. ― Ela apontou para meu corpo.

― Não vou perder isso. Isso está na família a muitas gerações. Isso é trabalho duro. Isso...

― Cala boca, e vai trocar de roupa. ― Ela disse comendo meus waffles na cara dura.

Subi até meu quarto, e coloquei apenas uma bermuda jeans, com uma camisa verde água. Passei a mão rapidamente pelos cabelos desorganizados, e voltei para onde ela estava. Nos dez minutos que eu levei para me trocar de roupa, ela já tinha achado um pote de sorvete no meu congelador, e feito uma ótima mistura entre waffles, sorvete e mel.

Os olhos dela estavam focados em comer, enquanto nos dois não mantivemos uma conversa nesse período. Eu tinha centenas de perguntas para fazer a ela, mas nenhuma delas parecia sair. Os olhos dela estavam tão perdidos, desfocados, e suas mãos dançavam com o garfo demonstrando que estava nervosa.

― Precisei terminar uns trabalhos como disse… ― Ela falou como se lendo meus pensamentos.

― Mas não foi só isso, não é? ― Eu perguntei terminando de comer o último waffle.

― É muita bagunça para sua estrutura frágil humana. ― Ela sorriu e guardou o prato praticamente intocado na geladeira.

― Por que se fecha tanto? ― Eu perguntei ajudando-a a lavar a louca. ― Tipo, eu to aqui, pode me contar qualquer coisa.

― Não, eu não posso. ― Ela disse brava.

― Claro que pode. Sou policial, sei guardar segredo. ― Eu cheguei bem pertinho dela. ― Você está gravida não está?

A risada dela eclodiu, o que me fez sorrir e ter o objetivo alcançado.

― Sim, de dois meses, mas o carinha não quer assumir o filho. ― Ela disse tão séria que eu olhei horrorizado. ― Você sabe que é mentira. ― Ela me deu um cutucão com o cotovelo.

― Sério, me conta. ― Eu parei de enxugar as louças.

Nós dois ficamos nos encarando, ela com aqueles olhos verdes, eu com meus olhos cinzas, as duas cores conflitando. Ela parecia determinada a se manter fechada daquela forma e não tinha como quebrar aquela barreira gigante que ela havia construído para alta proteção.

― Espera um pouco, como achou meu apartamento? ― Eu perguntei, parando para refletir que ela nunca havia ido ali antes.

― Te persigo, tem câmeras em cada canto de você, cada canto do apartamento, do seu carro...

Eu resolvi entrar na brincadeira.

― Então você sabe que aqui, ― Puxei o prato da mão dela, e coloquei a mão em um lugar da pia que a deixava presa a mim, ― Nesse lugar da pia, tem uma escuta policial? ― Cheguei mais perto dela, sentindo sua respiração bater em meu pescoço, ― E você sabia que aqui, coloquei a mão pouco longe de sua bunda. ― Tem uma faca que eu uso em emergências? ― Eu sorri. ― E bem aqui, ― Eu coloquei a mão em sua cintura e colei seu corpo ao meu, ― Tem uma menina que está louca por mim?

Ela jogou as sobrancelhas olhando exatamente para meus olhos, e passou a mão pela minha cintura, chegou bem perto do meu pescoço, me deixando desprevenido, e puxou meu braço para o lado, fazendo com que ela conseguisse ter completa movimentação, o que a fez sair de meus braços.

― Sério que tem uma faca ai? ― Ela abaixou e sorriu ao perceber que não era mentira.

― Precaução nunca é demais. Nunca mesmo. ― Eu disse ainda sentindo sua pele em contato com a minha.

― Deve ser bem legal ser policial, e sair por ai combatendo o crime das forças do mal..

― Sou policial, não super héroi, pés no chão Sally. ― Revirei os olhos brincando.

― Sabe, é muito injusto, você é ruivo do olho cinza. ― Ela disse indignada, passando a mão pelos meus cabelos. ― É policial, e tem esse corpo.

― Você é morena dos olhos verdes; e tem esse corpo também, fica quieta.

― É, mas eu não sou policial, isso te deve dar tantos pontos com as mulheres.

― Sim, mas eu já cansei de usar minha roupa de policial toda vez que eu vou transar com uma mulher, elas não tem outro fetiche?

― Fala para mim que isso é uma brincadeira. ― Ela perguntou meio assustada.

― Claro… ― Eu disse meio duvidoso.

― Tenho que passar em casa, antes de ir para a faculdade, você me daria uma carona? ― Ela sorriu limpou as mãos.

― O que você faz da vida? ― Eu perguntei.

― Bem, minha faculdade é integral e trabalho nos fins de semanas, já te falei isso. ― Ela abriu a porta do apartamento, e foi indo até ao elevador.

― Não a parte da facul, mas da antena a cabo sim. ― Eu entrei junto a ela, com as chaves da moto.

Tinha ganhado minha moto preta simples, quando tinha passado na faculdade e precisava de algum veiculo para me locomover.

― E você? ― Ela perguntou estranhando. ― Quando você estuda?

― Estamos meio que numa parada, e eu tenho o estagio com a polícia, por exemplo, para ser perito preciso ter alguma área, e eu escolhi direito que parece ser a que mexe mais com leis e tudo isso, e que eu sei que eu vou ter que ter uma maior abrangência.

Saímos do elevador em silencio.

― Meu Deus, bonito, ruivo e inteligente. ― Ela fez um aceno com a cabeça. ― Seu guarda me bata, me prenda, faça tudo comigo...

Eu soltei uma risada genuína. Mas uma risada que deve ter durado no mínimo uns três minutos.

― Essa foi a melhor de todas. ― Eu disse ainda rindo, e tentando subir na moto. ― Mas podemos voltar pro meu apartamento se quiser.

― Cala, e sobe. ― Ela disse e sorriu.

Ela subiu atrás de mim e enroscou as mãos na minha cintura. Todo meu corpo estremeceu aquele toque, mas eu somente sorri sentindo o peso do seu rosto encostado contra as minhas costas. Eu não conseguia entender de nenhuma maneira aquela garota. Ela era um cubo mágico com vários lados, onde quando você organiza um, o outro se bagunça.

O vento balançava os cabelos dela, mesmo com o capacete rosa da hello kitty. Não me perguntem o por que eu tinha aquilo. Parei bem em frente a sua casa, ela desceu encarando o portão, e olhou levemente para mim. Um sorriso brotou no canto de seus lábios, e ela ficou sem saber o que dizer.

― Quer entrar? ― Disse sorrindo. ― Meus avós não estão em casa e …

― Então está me convidando para entrar numa casa onde só estaremos você e eu? Olhei para ela sorrindo. ― Parece uma proposta bem valida.

― Sim, mas entenda que não vai encostar em mim de maneira alguma.. ― Ela pegou a chave e abriu o portão.

A frente da casa era bem simples, um teto rebaixado, com uma pequena área onde havia uma mesinha redonda com um vaso de margaridas cercada de banquinhos de madeira. Havia também um tipo de jardim simples, com algumas outras flores além das margaridas. Dentro de sua casa, a sala era o primeiro cômodo. Era simples, com dois sofás de couro que faziam barulho quando você se sentava, uma televisão antiga de trinta e duas polegadas. Havia também, uma mesinha ao centro, onde havia uma planta verde bem cuidada. A casa cheirava naftalina e desinfetante, mas preferi não comentar isso com ela.

Esperei Sally voltar com o que seja lá que ela tinha ido buscar, e fiquei passando a mão no sofá. Ele era estranho e ao mesmo tempo de uma espessura legal. Ela voltou com uma bolsa verde água que parecia estar empanturrada de livros e cadernos.

― Tem aula a tarde hoje? ― Eu perguntei sem entender muito bem.

― Sim, tenho tipo um estagio e preciso chegar lá às uma. ― Ela se sentou do meu lado, não parecendo incomodada com o sofá.

― Você faz integrado? ― Eu perguntei reparando no teto que era feito de madeira, com alguns barulhos estranhos vindo de lá.

― Sim, eu não comentei isso com você antes?

― Não me lembro, mas... ― Parei de ficar analisando a casa e me foquei na sua bolsa que tinha uma pasta meio preta para fora com uma série de desenhos. ― Isso são seus desenhos?

― Não, não são. ― Ela disse muito rápido, deu um pulo do sofá e tirou a pasta da bolsa, a abraçando.

― Não vai querer brigar comigo, então me de a pasta. ― Eu disse me levantando e dando um passo em sua direção.

Ela sorriu maliciosamente para mim, e saiu correndo com aquilo na mão. Eu como não queria ficar em desvantagem corri atras dela também. Foi algo bem imaturo para duas pessoas daquela idade, mas, mesmo assim, continuamos. Estava determinado a tirar aquela pasta dela a qualquer custo. Consegui a encurralar em um canto, em que ela ficou presa a parede abraçando a pasta. Cheguei bem devagar, e grudei meu abdômen as suas costas. Ela começou a rir levemente, mas sessou quando eu mudei seu cabelo, tirando ele do lado esquerdo de seu pescoço, e fui descendo a boca devagar. Toda sua pele se estremeceu no momento em que minha boca entrou em contanto com ela.

― Noah, para. ― Ela disse levemente, mas ainda queria aquela pasta.

― Me desculpa mocinha, mas vou precisar te revistar. ― Disse e passei a mão por sua cintura.

Ela ficou toda travada, mas ainda arrepiada, passei as mãos por seus braços, e ela fez força para que eu a soltasse, e ela se virasse de frente para mim. Seus olhos ficaram em rumo ao meu, e ela deu aquele olhar. O olhar que penetra sua alma. Sua boca parecia tão próxima, mas eu estava apavorado. Dei um passo para trás, e ela ergueu uma sobrancelha.

O portão estralou e seus olhos pularam das orbitas, senti sua respiração descompassada, e o desespero.

― Droga! ― Ela gritou consigo mesmo. ― Preciso que suba pro meu quarto, agora. ― Ela disse e me levou até a escada, que ficava entre a copa e a sala. ― Por favor, te tiro daqui rápido.

― Tudo bem. ― Comecei a subir as escadas que rangiam sobre meus pés.

― Primeiro quarto, ao lado do banheiro. ― Ela sussurrou e saiu andando.

Subi o resto das escadas, e entrei no quarto que ela me informou. Era totalmente simples, com apenas um guarda roupa marrom mediano, sem uma porta, onde eu podia ver alguns desenhos. Como uma garotinha de cabelos marrons segurando a mão de uma mulher de cabelos loiros, ambas estavam de costas caminhando na praia. Outro era um autorretrato de Sally. Contudo ela tinha desenhando seu rosto com vários planetas ocupando os olhos, boca, e tudo mais..

Uma cama simples com uma roupa de cama branca, com flores rosas, e um pequeno criado mudo, onde havia um abajur, e uma foto, em que havia Sally com um sorriso lindo usando um chapéu de praia. Ela parecia ter uns dezessete anos.

Me sentei em sua cama, e esperei por uns quinze minutos até que ela viesse me buscar de novo. O clima agora estava muito mais tempo, e ela não tinha mais aquele ar de brincadeira. Descemos a escada em silencio total, e saímos da casa com tranquilidade.

― Eles não perguntaram sobre minha moto? ― Eu perguntei com medo que ela entrasse em encrenca.

― Falei que era no vizinho. ― Deu de ombros. ― Obrigada pela carona.

― Não tem problema nenhum. ― Eu sorri. ― Não quer vir almoçar?

― Não tem necessidade, mas obrigada mesmo, Noah. ―

― Tudo bem, quer que eu te leve a faculdade depois? ― Eu perguntei, não era meu costume falar aquilo para menina. Para ser sincero, para qualquer uma.

― Não precisa, eu me viro. ― Ela se virou. ― Adeus, Noah. ― Ela disse mais como se fosse um adeus para sempre, do que momentâneo.

― Sally? ― Eu disse.

― Sim? ― Ela se virou.

― Está usando a calça de ontem. ― Eu fiz um sorriso safado. ― A que eu elogiei. Quer me seduzir?

― Eu já seduzi. ― Ela sorriu e fechou o portão.

Não entendia o que se passava com ela, o que se passava em sua cabeça, mas sabia que não podia ficar cutucando. Quanto mais forçasse a falar, mais sabia que ela se fecharia, e isso acabaria em um grande problema. Então por hora, só coloquei meu capacete e liguei a moto.




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