Colorful escrita por Isabelle


Capítulo 18
Capítulo 17 - Sally


Notas iniciais do capítulo

[...] Estou ouvindo o que você diz
Mas simplesmente não consigo emitir um som
Você diz que precisa de mim
Depois você me derruba, mas espere
Você diz que sente muito
Não imaginava que eu fosse virar e dizer
Que é tarde demais para se desculpar
— OneRepublic



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A manhã viera como uma tonelada de problemas por cima de Sally, além de um barulho de chuva tão reconfortante. (a) Ela tinha certeza que ficaria menstruada em breve pois uma cólica tão grande a invadira, que não tinha nem como se movimentar. Seu corpo todo doía. E essa era uma das maravilhas em ser mulher. No momento em que você sabe que vai entrar no seu período, você apenas queria ser um homem, ou retirar seu útero, depois essa sensação passa. (b) Seus sentimentos estavam tão confusos como nunca. Ela sabia que na noite passada, se não fosse pelo cara dos assassinatos passar por eles, sabia que eles teriam se beijado.

Meu Deus, como tinha sido lerda.

Não sabia o que estava realmente sentido por ele, mas era tão grande e tão devastador. Ela sentira as mãos dele em seus cabelos aquela noite. Sentira o cheiro dele em contato com a sua pele. Tinha lido os olhos dele. Os olhos cinzentos que despertavam uma pulsação desregulada em seu peito. Aquele cabelo. Aquela barba rala. Os lábios. A curva de suas costas. As suas mãos na dele.

Ela soltou um sorriso, desses que fazem as outras pessoas sorrirem de tão lindo que ele é, e saiu da cama. Deu uma espreguiçada, e ainda meio sonolenta começou saiu do quarto de hospedes e começou a descer as escadas.

Sally não se lembrava.

Como poderia? Estava em total êxtase.

Ela só queria se lembrar da respiração dele em seu pescoço, dos seus lábios quase roçando nos seus, dos seus olhos, das suas mãos firmes em sua cintura. Ela sorria tão abertamente. Faziam anos desde que havia se sentido assim da ultima vez. Faziam anos que ela não deixava seu coração aberto a um garoto.

Ela não se lembrava de Carla na noite passada. Não se lembrava que Will havia ficado ali para conversar com ela, e por isso não imaginava que seu coração estava prestes a se partir, como um prato que cai de uma vez contra o chão.

Ela desceu o último degrau da escada olhando para baixo e se deparou com um sutiã; seus olhos se locomoveram lentamente para as duas pessoas que estava sobrepostas uma a outra, nuas, e cobertas por um fino lençol de flores. Ela não soube o que fazer. Sentiu seus pulmões queimarem. Sentiu seus olhos queimarem. Se sentiu tão burra. Tão estúpida.

Virou-se lentamente, e começou a caminhar de volta para o quarto. Ela estava se sentindo perdida. Um buraco estava sendo formado em seu coração, enquanto as lágrimas pesadas escorriam por seus olhos.

Nossa! Como podia ter sido tão ingênua a acreditar que ele realmente tinha sentimentos por ela? Como podia ter acredito que Noah, aquele menino que tinha prometido não se apegar, como podia ter deixado-o machucar seu coração daquela forma?

Ela separou as roupas que estava dispersa pelo quarto, pegou sua bolsa, verificou o dinheiro na carteira, e percebeu que tinha o suficiente para voltar para casa. Aquele era o único lugar que queria ir naquele momento, mas não se permitiria a passar mais nenhum dia com Noah. Não ficaria ali se torturando.

Escutou vozes no anadar debaixo, o que significava que os dois tinham acordado. Limpou as lágrimas rapidamente, ainda com o coração pesando.

Terminou de organizar as coisas e se virou, se deparando com Noah, usando somente uma bermuda, sem estar de camisa. Ele olhou perdido para ela quando a viu com a mochila nas costas, e toda vestida. Ficou com um olhar de desespero, mas ela conseguia ver que ele tentava se manter calmo.

― Onde está indo? ― Ele perguntou, tentando manter uma voz normal.

― Para casa. ― Ela tentou passar pela porta, mas ele a barrava.

― Como assim para casa?

― Para minha casa, sabe? ― Ela passou por debaixo de seu braço, e começou a descer as escadas. ― Onde eu vivo.

Ela conseguiu escutar o som do chuveiro, e sentiu sua veia queimar de raiva, ao mesmo tempo que queria cair no chão, e começar a chorar de um tanto que seus olhos ficassem inchados, mas que conseguisse tirar aquela dor de seu coração.

― Ei, a gente tá bem? ― Ele puxou seu braço, fazendo com que ela se virasse para ele.

Os olhos dela estavam coberto por lágrimas, e ele soltou seu braço quando a viu daquele jeito. Uma das lágrimas escorreu lentamente pelo seu rosto, e ele deu um passo para trás sabendo que ele era o causador daquilo. Sally não disse nada, ao contrário, ela apenas ficou o encarando, em total silencio. Ficou mostrando para ele o cafajeste que ele era somente por um olhar. Sabia que não poderia cobrar aquilo, já que nem ao menos estavam juntos, mas queria que ele sentisse a dor que ela estava sentindo. Que ele a fizera sentir, tudo aquilo em um olhar. Mas, assim que ela escutou o chuveiro desligando, ela apenas se virou e bateu a porta com toda força.

E como esperado.

Ele não a seguiu.




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