Death escrita por aboutanightmare


Capítulo 7
Mais uma Carter


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está mais um capitulo. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/600026/chapter/7

– E por que exatamente você quer que eu vá a essa festa? – Rammona perguntou desconfiada.

Samantha sorriu docemente.

– Pelo prazer de sua ilustre presença. – respondeu. Damon e Rammona ergueram uma sobrancelha para ela. – O que? Sou um monstro, mas tenho sentimentos!

Rammona ficou intrigada com a declaração de Samantha, mas resolveu não falar nada sobre o assunto.

Ela bufou.

– Tenho escolha?

Samantha sorriu.

– Obviamente. – ela disse e Roma se surpreendeu. – Você pode ir conosco... ou ficar aqui com a Barbie Caroline.

– Eu vou! – Rammona gritou desesperada.

Damon gargalhou.

– Não esperava outra reação! – ele limpou uma lagrima.

– Ótimo. – Sam disse. – Vamos à história... Você deve saber que uma de suas antepassadas foi uma rainha...

– Sim – Roma confirmou. – Minha mãe costumava dizer que ela era majestosa, sofisticada, corajosa e...

– Uma vaca! – Sam interrompeu. – Acredite em mim, não teria gostado de conhecê-la.

– Percebi que você se sente desconfortável com minha família. – Roma disse.

– Desconforto não. Ódio, rancor, raiva, uma pitadinha de nojo. – Samantha disse roendo uma unha. – Mas desconforto não.

– Okay... estou ansiosa para saber com você desenvolveu esse “ódio, rancor, raiva, uma pitadinha de nojo, mas desconforto não” por ela. – Roma disse sorrindo e Samantha prosseguiu.

FLASHBACK ON

A mulher diante do espelho apreciava entretida seu longo vestido enquanto penteava seus cabelos longos, louros e ondulados. Era o ano 1649. A população esperava ansiosa a anunciação. O grande dia da coroação da nova rainha da Dinamarca trazia a esperança de uma nova forma de governo.

O vestido era dourado e a pouco sol que entrava pelas grandes janelas de madeira, refratava luz nos pontos brilhantes por toda a sua extensão. A garota não parecia ter mais do que 20 anos. Ainda estava solteira e por questões políticas, assumiria o trono mesmo assim, e depois se casaria com o pretendente que possuía.

Anabelle Lyn Carter, que falava cinco idiomas, era uma exímia cantora e musicista e sabia manejar uma espada como ninguém, já fora casada com Richard V, que faleceu misteriosamente. Com ele, teve três filhos. Thomas e Violet Carter, gêmeos de cinco anos, e Henry Carter III, o primogênito com sete anos. Os dois foram criados e educados pelos empregados da corte e pelos avôs, que lhes inseriram os primeiros ensinamentos sobre o lado secreto da família.

– A senhora está estupenda – a Ama disse tirando-a de seus devaneios.

– Agradeço muito – Anabelle respondeu enquanto pegava a capa.

A Ama se apressou para ajudá-la. Com o manto nas costas, Anabelle voltou-se para a poltrona de tecido ao lado da penteadeira.

– A senhora será uma ótima rainha, mi lady – a Ama afirmou de maneira um pouco rija, mas logo abriu um sorriso

– Pode ir, querida Samantha. Eu desço em alguns minutos.

Samantha assentiu e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Anabelle encostou-se às costas da poltrona e olhou para o teto. Ponderou sobre sua linhagem. Proteger todos no reino, seja camponês, clero, servo ou nobre.

Farei muito mais, pensou ela.

A família real era na verdade uma família de caçadores que, no país, mantinham a paz e a ordem entre humanos e seres sobrenaturais. Mas futura rainha tinha uma visão diferente. Almejava a aniquilação de todo não-humano, plano que contara à Ama. Mas Anabelle não confiava em Samantha. Mantinha sempre um pé atrás.

A nova monarquia constitucional, que se opõe à monarquia absolutista, limitava os podereis do rei. Entretanto, era fundamental para ela ganhar a confiança do povo, que tanto desejava o novo governo.

Quatro batidas fracas na porta, seguidas por uma forte a arrancou de seus pensamentos mais uma vez. Ela sabia exatamente quem era.

FLASHBACK ON

– Ele era meu marido, eu tenho o direito da herança – disse Anabelle a seu advogado.

– Vou fazer tudo que for possível, senhora.

– Eu quero tudo! – gritou. – Faça até o impossível! Não quero que aquela bruxa meretriz fique com um tostão.

– Calma, ela era sua sogra – o advogado tentou acalmá-la.

– Nunca passou de uma aproveitadora.

Ela virou as costas e saiu do escritório do advogado, sem rumo.

Decidiu pedir a intervenção do duque de Holstein na questão. Como não conseguiu fazer contato com ele, Anabelle o “emboscou” quando ele passava por uma floresta.

– Olá duque – ela dissera. – Eu preciso da sua ajuda. Agora.

– O que está fazendo aqui? – ele se espantou. – Não vê que isso não é lugar para uma dama, muito menos para uma futura rainha?

– Duque, eu estou disputando a herança do meu marido com a mãe dele e preciso da sua intervenção – explicou. – Sei que o senhor domina as leis melhor do que qualquer outro neste reino.

– Por favor, me chame de Kol.

O duque e ela conversaram um longo tempo sobre como ela podia conseguir a herança. Ela não precisava realmente dos bens do falecido marido. Sua mãe fora a rainha antes dela e tinha abdicado para que a filha pudesse assumir o trono. Mas para ela, a herança era uma questão de honra.

Kol ficou impressionado com a audácia da viúva e quis tomá-la por sua amante. Ele era um sedutor conhecido e tinha muitas amantes na época. Ela achou um desaforo ele sequer pensar na ideia, mas ele era lindo e sábio no que dizia. Escolhia as palavras com cautela e só falava o que ela queria ouvir e ela tinha noção disso, mas não controle de si mesma.

– Não vou ser mais uma de suas mulheres. Eu serei a rainha.

– Case-se comigo e terás tudo que desejas, rainha – ele dissera.

Os dois passaram a se encontrar às escondidas em uma casa na floresta. A princípio, a relação dos dois era estritamente profissional. Eles estavam tendo sucesso em conseguir a herança. Mas a garota não conseguiu resistir aos galanteios do rapaz. Passaram algumas noites juntos até que ela decidiu que ele realmente deveria se casar com ela.

FLASHBACK OFF

Samantha caminhou pelos corredores do castelo até a biblioteca. Os enormes tapetes persas acumulavam camadas de poeira, assim como as prateleiras abarrotadas de livros grossos com capas de couro e veludo. Uma lareira aquecia o enorme cômodo. Sentado em uma poltrona alta, um homem apreciava o som das brasas queimando, com uma taça de vinho na mão.

– Falou com ela? – disse ele rouco, sem rodeios.

– Claro, seu idiota – respondeu. – É o meu trabalho por aqui, caso não tenha notado.

– Tome cuidado, você já sabe com quem está lidando – ele se levantou com um sorriso lateral.

– Não tenho medo de você – a garota disse entretida dedilhando as lombadas dos livros na prateleira ao lado. – Além disso, só estou dizendo que foi uma pergunta na qual você já conhecia a resposta.

– Teve medo de mim há 600 anos.

Samantha riu e pegou a taça da mão do rapaz.

– Eu era frágil.

– Vou sentir falta – ele ponderou. – Ela era boa de cama.

– Então deve ser um dom familiar.

Ele revirou os olhos com impaciência.

– Anabelle está lá em cima – ela disse levando a taça à boca.

– O plano será concluído logo após o jantar, Samantha.

– E como ela vai morrer?

– De maneira triunfal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado! Não deixem de comentar e favoritar. Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Death" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.