Amante escrita por Nara


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpem pela demora!!!



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Volta e meia durante o nosso trabalho, eu flagrava Yinsen me encarando como se eu fosse um grande filho da puta e talvez eu até fosse, mas eu não era pior que o Dylan, ah, mas não era mesmo! Eu sabia que ele tava se corroendo pra saber de algo, mas estava se segurando para não perguntar e isso foi muito bom já que o pensamento nessa minha história maluca só ia nos atrapalhar.

— Então... ham... você é amante da mulher do seu melhor amigo? - ele finalmente pergunta após pararmos de trabalhar.
— Sou.
— Ainda bem que nunca apareceu um amigo desses na minha vida. - o comentário pareceu escapulir, mas mesmo assim o olhei de cara feia, eu e ela estamos errados e isso nós sempre reconhecemos, mas tudo isso é como se fosse uma conjuntura de fatos cujo alguns elementos não conseguimos eliminar. - Desculpe. - eu dei de ombros e me sentei. - Ela tem filhos?
— Tem, um casal de gêmeos.
— Você é padrinho de um deles também?
— Era pra ser, mas a família dele se meteu e não rolou pra mim.
— E você não se sente culpado ou envergonhado por estar destruindo uma família?
— Eles já foram uma família. Olha, nós não somos tão errados assim, tá legal? Só... aconteceu.
— Faz muito tempo que são casados?
— Tecnicamente eles se casaram duas vezes, uma nas férias em Vegas quando estávamos muito bêbados pra saber como chegamos lá e outra na igreja, então, sim, faz.
— Se você a conhecia antes dele por que não ficou com ela?
— Por que eu sabia que ia estragar as coisas. Eu sempre nutri muito carinho por ela e teve tempo que eu quis me envolver com ela e olha por vezes eu quase me envolvi, mas esse carinho e as ameaças do meu pai de me castrar caso eu fizesse algo a ela me freavam e eu ficava só como melhor amigo. Aí o Dylan voltou da Espanha e eu apresentei os dois, ele ficou encantado e eu disse a mim mesmo “quando ele ficar passa”, eles ficaram, mas não passou depois eu disse a mim “quando ele transar com ela passa”, eles transaram, mas também não passou, aí eles foram se envolvendo, se envolvendo e quando dei por mim eu estava no segundo casamento deles. - eu baixei a cabeça e esfreguei minha nuca e quando a levantei Yinsen estava me olhando com atenção.
— Eles eram felizes.
— Era, sabe aquele casal que quando você olha, por mais que você não pense em casamento, idealiza o seu assim? - ele assentiu. - Era eles, você via sem muito esforço o quanto eles se gostavam, os sorrisos dela com ele sempre eram espontâneos, ela parecia leve, feliz, com eles não tinha tempo ruim, até os filhos tinham o equilíbrio dos dois! Dá pra acreditar?!
— E o que houve para essa família desmoronar dessa forma?
— Não sei. Fazia tempo que eu não os via, eu tinha notícias, mas era pela tevê ou pela boca do Rhodes e pra nós estava tudo bem, até o dia que eu inventei de curtir um pouco Toronto e foi quando eu vi o quão diferente todos estavam, pra quem é de fora pareciam ser a mesma família, mas pra mim que os conhecia há tanto tempo não, descobri que Rebeca e Caleb não falavam mais com o Dylan, que Dylan e ela viviam de aparências e que esse ciclo de traições se iniciou com ele e se arrasta há um bom tempo.
— Se é um casamento fracassado por que ela não se separa?
— Tá aí uma pergunta que eu me faço até hoje.
— Nunca chegou a perguntar a ela?
— Já, mas ela disse que não sabe.
— E você não tem nem sequer uma teoria?
— Sei lá, acho que ela se acostumou tanto com essa vida de família perfeita que tem medo que desmorone.
— Mas já desmoronou.
— Eu sei, ela sabe, mas a partir do momento em que todos souberem ela realmente vai ver que acabou.
— E você vai mesmo se meter nesse vespeiro?
— Já estou mais dentro do que qualquer um deles. - eu ressalto e ele concorda com um sorriso e um balançar de cabeça, depois disso ele não me perguntou mais nada e também não teve mais assunto pra nada, eu o vi olhar para aquele relógio mais uma vez e então ele se deitou pra dormir e eu também fiz o mesmo, mas ao contrário dele eu não dormi eu viajei para quando tudo isso começou.


Toronto, Canadá – 10 meses atrás.

Agindo por impulso, eu sempre agi assim e agora estou em Toronto e embora já tenha vindo aqui algumas vezes, eu estou disposto até a explorar os esgotos daqui, com a noite chegando a cidade começou a se iluminar e eu tenho de reconhecer que as luzes acesas do Centro Financeiro dá um charme a mais a cidade.

Eu estava a caminho da casa dos meus amigos, mas infelizmente fui convocado para mais uma dessas festas empresariais chatas e eu até ia recusar, mas se eu quero fazer turismo vou te de arranjar uma guia e provavelmente eu a encontrarei lá, sempre encontro as mulheres que quero em eventos assim aqui não será diferente.

— Cuidado com a pintura. - aviso ao manobrista quando jogo as chaves da minha Lamborghini Gallardo Valentino Balboni.
— Sempre cuidadoso com seus bens, não, Tony? - a voz dela me faz sorrir antes mesmo que eu possa me virar para olhá-la e assim que faço a abraço.
— Feliz em me ver, Pepper?
— É, não é de todo uma visão ruim. - ela diz e me beija na bochecha. - Por que não nos avisou?
— Avisei ao Dylan, pensei que ele tinha te dito.
— Ele deve ter esquecido. Vamos entrar?
— Vamos. - eu estendo o braço a ela que entrelaça o seu no meu e entramos no elegante salão. - O que fazia lá fora?
— Tomando um pouco de ar. - ela responde e nós caminhamos para a mesa onde ela estava, mas só encontramos um velho que tagarelava sobre o parentesco de sei lá quantos graus que ele tem com o Abraham Lincoln. - Acho melhor procurarmos o Dylan.
— Também acho. - nós saímos da mesa antes do velhote falar qualquer e eu ergo as mãos em sinal de agradecimento por termos saído de lá. - Meus ouvidos já estavam doendo. - ela riu. - Onde fica o banheiro?
— Seguindo o corredor, na primeira a esquerda são os banheiros.
— Obrigado.
— Enquanto isso vou procurar o Dylan. - ergo o polegar já de costas para ela e sigo para o banheiro, é um trajeto curto e eu rapidamente chego, abro a porta e vejo um linda mulher negra de cabelos cacheados sair de uma cabine e eu logo soube o que tava acontecendo ali, afinal, já tinha feito muito isso, mas o que me impressionou foi ver o Dylan saindo da mesma cabine.
— Dylan! - ele sorri pra mim e ergue o indicador pedindo silêncio, ele ajeita a calça e o resto da roupa passa água no rosto, pescoço e na nuca e me olha como se eu fosse o errado da história. - Você... você tava transando com aquela mulher?
— Estava. Desfaz essa cara, Tony, ela consentiu.
— Mas e a Pepper?
— Ela não precisa saber disso. Quando você chegou?
— Agora.- respondo ainda surpreso pelo o que vi.
— Ah, Tony, qual é? Eu não sou o primeiro marido a pular a cerca e nem o último. Vamos.
— Dylan...
— Depois a gente conversa, mas vamos. - eu saio daquele banheiro praticamente arrastado e quando dou por mim já estou perto dela, eu olho para ele que age naturalmente e me pergunto onde diabos foi parar o Dylan que eu conheci?!
— Onde você estava?
— No banheiro.
— Tony, você está bem?
— Estou, acho que o hambúrguer que eu comi não desceu bem. - eu não tive muito o que conversar por mais que eu tentasse parar de pensar naquilo eu não conseguia, ele percebeu meu desconforto, mas não se incomodou e ela percebeu as olhadas dele para uma mulher que passava constantemente por nós e fingiu que não viu, é, parece que eu estou em um concurso de fingimento e não estou sabendo fingir tão bem quanto eles.
— Meu bem, eu estou com uma enxaqueca terrível vou pra casa quer ir comigo?
— Não, Pepper, eu vou discursar em um dos prêmios, lembra?
— Ah, é mesmo! Queria poder ficar, mas essa enxaqueca está acabando comigo.
— Tudo bem, querida, pode ir.- ele lhe dá o beijo mais rápido que já vi esses dois trocarem e ela fica de pé.
— Acho que vou contigo, Pepper, eu realmente não estou me sentindo bem. - nós nos levantamos e antes de irmos ele me olhou como se me pedisse segredo e eu apenas assenti, saí mais calado que nunca e enquanto dirigia o carro para a casa dela fiquei me perguntando como ela reagiria se eu dissesse o que vi.

Eu guardei comigo aquele segredo por mais dois dias e quanto mais ficava perto deles menos eu via a Pepper que conheci, Dylan sempre escapava de uma conversa e hoje Pepper me disse que ele não viria pra casa pois iria viajar a negócios e de alguma forma eu e ela sabíamos que ele ia viajar por qualquer coisa menos negócios.

— E então, como está sua vida de turista?
— Conturbada, ainda não tive tempo pra me situar.
— Por que?
— Tem uma coisa perturbando a minha cabeça.
— O que é?
— Problemas com as Indústrias Stark.
— Obi resolve então.
— É, resolve. - a conversa morreu, ela pediu licença e saiu da mesa, eu me levantei minutos depois, subi, me banhei e saí do banheiro com a ideia de sair e beber e quem sabe assim conseguir esquecer isso ou ter coragem para contá-la, mas ao afastar a cortina da janela do meu quarto passei a desconsiderar a possibilidade de sair já que estava caindo um toró lá fora. - Mas o que? Pepper? - dá janela eu também podia ver o jardim e o deque da piscina e tinha alguém lá dentro e esse alguém era ela, eu a observei dar duas voltas e depois desci do jeito que estava aquela tempestade eu não me admiraria se raios começassem a cair. - Pepper! PEPPER! - eu grito ao vê-la chegar próxima a borda da piscina. - Sai daí.
— Por que?
— Tá chovendo, tá cega? Eu não sei se você foi a essa aula, mas apesar de ser raro água da piscina pode atrair raio, pois faz uso de muito cloro, substância que conduz eletricidade, ou seja, se um raio cair aqui você vai morrer. - ela me encara séria e estende o braço para que eu a puxe e eu vou fazer isso, mas ela me sacaneia e me puxa pra dentro da água.
— Descontei.
— Sério, Pepper? Uma coisa que eu fiz há 10 anos?
— Tony, só os meus filhos tem quase 18 anos, como diabos isso foi há 10 anos? - okay, ela me venceu nisso, a única coisa que eu sei é que éramos jovens e que faz muito tempo. - Tá fazendo as contas?
— Você sabe que eu sou péssimo com datas. - ela ri e joga água em mim e continua a espirrar água até que eu a puxo fazendo nossos corpos se aproximarem. - Vamos sair. - falo titubeante e olhando pra ela, eu não quero sair na verdade tudo o que eu menos quero agora é sair.
— Você quer sair?
— Não. - ela não faz rodeios e me beija vorazmente.
— Transa comigo. - ela sussurra em meu ouvido e esse pedido me foi suficiente para esquecer tudo e todos.


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