Adeus! escrita por Stitch


Capítulo 1
Único!


Notas iniciais do capítulo

Então, a história é baseada em um sonho meu.
Espero realmente que gostem! (:



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Chorava apertando aquela carta junto ao peito.

Sentia-se culpado, afinal, podia ter gostado dela, não é?

Lembrou de cada momento que passou com ela, como se fosse um filme diante seus olhos. O sorriso doce, o olhar inocente, seu jeito meigo de fazer as coisas, seus cabelos castanhos balançando ao vento, tudo.

Não teve um dia em sua vida que rezava aos deuses para que tivesse nascido normal. Lamentava-se por vê-la sofrer. E sempre que contava isso à ela, ela sempre dizia com um sorriso acolhedor: "Você é normal. Isso é normal. Hey, eu estou bem."

Viu ela fingir estar bem por anos, mas não podia parar sua vida. Ela implorava para que ele seguisse a sua, porque assim, a deixaria feliz também. Mas vê-la sempre tão triste, cortava seu coração.

Teve vontade de beijá-la várias vezes, é claro, quem é que não queria, afinal? Mas sabia que iria machucá-la bem mais e, não gostava de ser o motivo de suas lágrimas.

Encostou na parede e deslizou de encontro ao chão enquanto chorava igual a um bebê.

– Por que fez isso comigo, hein? Você não tinha melhorado? Por quê? - Apertava a carta ainda mais contra o peito enquanto suas lágrimas molhavam toda a sua camisa.

Acordou com Will acariciando seu rosto. O toque era tão acolhedor que até o fazia esquecer de tudo, sentia-se tão seguro perto de Will.

– Eu sinto muito. - Ele disse cabisbaixo. - Ela era uma pessoa incrível. - Não precisava lembrá-lo disso, ele sabia muito bem. - Você precisa de um banho e um bom descanso. O enterro será daqui duas horas.

E assim o fez, tomou banho e dormiu.

Todos se foram e restou apenas ele e Will alí.

Olhava para a lápide ainda não acreditando, parecia alguma pegadinha de muito mau gosto, mas sabia que não era, era mais real do que qualquer pesadelo que já tivera.

Olhou para Will pedindo um momento de privacidade, ele entendeu e se foi.

– Ainda não entendo porque não me contou. - Sentia a brisa bater levemente sobre o seu rosto e quase congelando suas lágrimas. Era outono, a terceira estação favorita dela. Permitiu-se dar um meio sorriso ao lembrar disso. - Éramos melhores amigos, quer dizer, sempre seremos melhores amigos. A promessa, lembra? - Seriam sempre melhores amigos, até mesmo depois da morte, era o que ela dizia e eles prometeram isso quando eram ainda crianças. - Virei visitar você sempre que puder. - Virou-se para ir embora, mas então lembrou de algo. - Sinto que devo pedir desculpas de novo por nunca ter sido correspondida, então... desculpe! - Fechou os olhos para que as lágrimas fossem embora. - Eu amo você! - Deixou em frente a lápide girassóis, as flores favoritas dela e junto, a carta que ela deixara para ele.

Segurou na mão de Will e juntos, caminharam para fora do cemitério.

"Nico,

se está lendo essa carta é porque, obviamente, me juntei ao meu pai.

Bom, acho que devo explicar muita coisa, não é?

Primeiro, devo lhe pedir desculpas por não ter te contado nada: então me desculpe. Mas não queria contar para você e, nem para ninguém, que estou com leucemia em estado terminal. Sabe que não gosto de ver gente sofrer, e principalmente, quando o motivo sou eu. Já disse que isso é egoísmo.

Sim, eu passei os últimos cinco meses evitando você, mas é porque não queria que ninguém me visse desse jeito. As "viagens" que eu fazia, eram todas de mentira, apenas para ninguém me procurar.

Segundo, a depressão ajudou bastante com isso tudo.

É, eu nunca melhorei dela, sou depressiva desde os 18 anos. Eu contei que tinha parado de tomar remédio há muito tempo, não é? Eu menti de novo. Lamento!

Todos vocês estão tão felizes, casados, têm filhos... seria tão cruel contar a vocês sobre mim. Eu não tenho o direito de tirar a felicidade de nenhum de vocês. Mas eu amo cada um de vocês, cada um mesmo.

Terceiro, eu sempre vou amar você.

Acho que essa é a única coisa dessa carta, da qual você já sabia.

Não me arrependo de ter sido apaixonada por você esses vinte e dois anos.

Claro que a consequência disso foi a depressão, mas eu amo amar você. Simples!

Também sei que nunca iria realizar o meu maior sonho: conhecer um cara legal e ser mãe. Sempre soube.

Quando eu era pequena, imaginava que ia me apaixonar por alguém, casar e ter filhos. Mal sabia que seria apenas uma mulher depressiva e que sofre por nunca ter realizado nenhuma dessas coisas. Até por que, quem iria se interessar por mim? Uma mulher tão sem graça.

E não, não adianta dizer que sou linda, isso não cola mais.

Saiba que, não me arrependo de ter sofrido por você, e fico até feliz que seja você, um cara tão bacana.

Will é um cara de sorte, sinto até uma pontadinha de inveja dele. Mas ele é um cara muito legal também. Na verdade, vocês dois têm sorte. Uma relação tão saudável igual a de vocês é tão difícil hoje em dia.

Bom, viva a vida que eu não vivi por mim, seja feliz por "nós", ok?

Eu sempre irei te amar.

E lembre-se: ser gay é normal.

Adeus!

Com amor,

Reyna ♥"


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
Se acharem algum erro, pelo o amor dos deuses, me avisem, ok?
Obrigada por ter lido! (:



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