Juntos Contra o Clichê escrita por VILAR


Capítulo 15
Três é demais


Notas iniciais do capítulo

Não sei nem como me desculpar pela exorbitante demora em postar este capítulo. Mds, me desculpem mesmo. Acabei entrando de férias também e o tempo voou sem que eu percebesse. Que falha da minha parte.

Enfim, espero que gostem deste capítulo e também de uma 'pessoinha' especial que deu as caras.

Um grande beijo para todos que chegaram até aqui ♥



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Estava tentando regular meu batimento cardíaco enquanto aguardava um orientador vir nos entregar as provas. Minha ansiedade era tanta que não conseguia prestar atenção nos comentários do professor de biologia. Gastava a tinta da minha caneta rabiscando coisas aleatórias nos espaços vagos das folhas do meu caderno tentando me acalmar. O fim da aula parecia estar marcado para o próximo século.

Uma eternidade depois o sinal ecoou; meu interesse sobre o meu desempenho desapareceu com o som estridente. Pensava seriamente em fugir daquele ambiente e recomeçar minha vida debaixo de uma ponte na Bahia, com a minha principal fonte de renda as gorjetas das miçangas que venderia pelas esquinas.

Uma jovem mulher esguia e bem vestida invadiu o local com seriedade, frustrando os meus planos. O som dos seus saltos batendo contra o piso foi o suficiente para cessar os ruídos aleatórios. O pacote grosso em suas mãos ostentava a palavra ‘prova’ em um garrancho avermelhado. Chegou a hora.

O silêncio na sala era interrompido apenas quando a orientadora pronunciava o nome dos alunos em ordem alfabética para ir até sua mesa pegar as provas. Ninguém abria a boca para nada, nem mesmo para comemorar ou reclamar das notas. Estava sufocando. Depois de um tempo, a voz alta chamou por Gabriel, que caminhou até ela exalando confiança. Pegou os papéis e abriu um pequeno sorriso. Na volta fez questão de passar ao meu lado, mostrando-me descaradamente o resultado da sua prova de matemática. Um 80 em vermelho me surpreendeu. Meu nervosismo aumentou ainda mais.

Já quase arrancando os meus dedos de tanto roer as unhas, meu nome foi chamado. Caminhei até a orientadora em passos robotizados, causando algumas risadas debochadas abafadas. Pude até ouvir um cochicho nada legal sobre o porquê de uma garota como eu estar fazendo neste local. Por alguns milésimos de segundos cogitei em revidar o insulto, mas estava mais interessada nos papéis que decidiram a permanência da minha bolsa. Recebi um olhar com as sobrancelhas arqueadas da pessoa que até o momento encarava os alunos emburrada. Engoli em seco. Peguei os papéis e voltei para a minha mesa sem olhar o resultado. Depois de mais três nomes chamados tomei coragem para desvirar as provas.

Mal. Muito mal. Estava devastada. Apoiei os cotovelos na mesa e o peso da minha cabeça sobre as mãos, escondendo meu rosto. Fiquei na mesma posição até o sinal do recreio ecoar. Não tinha a mínima vontade de caminhar animada por aí. Minha tristeza pela nota baixa batia a que senti quando assisti o Dean morrer pela primeira vez, e pela segunda, terceira, e assim por diante.

Ouvi passos aproximando-se por trás da minha carteira.

— Como foi, querida? – a voz aveludada de Gabriel perturbava meus ouvidos. Permaneci com a cabeça baixa, ignorando-o. – Anda, me mostra isso. – sua mão tentou alcançar os papéis debaixo dos meus braços. Revidei segurando-os com mais força. – Me deixa ver logo! – sua força não diminuiu mesmo ouvindo o som dos papéis amassando. Dei leves tapas em suas mãos.

— Sai daqui, Gaby. – murmurei com a voz abafada por ter a boca tampada pelos braços. Não estava com a mínima vontade de ver alguém, principalmente meu amigo, que parecia confiante demais sobre seu desempenho.

— Eu preciso estudar sobre isto que te deixou quieta para usar no futuro quando você não quiser calar a boca. – debochou, ainda forçando para capturar as minhas provas. Libertei o ar preso nos pulmões.

Sua insistência perdurou durante longos minutos, o que me surpreendeu. O intocável Gabriel que conheci nos primeiros dias de aula não estava mais se importando em ser visto comigo. Uma pequena alegria cresceu no mar de vergonha que estava meu peito.

— O que? – o seu tom de voz mudou. Seu suspiro surpreso alertou meus ouvidos curiosos. – O que está fazendo aqui, Leonardo? – e minha mente entrou em pane.

Minha parte interna congelou cedendo ao nervosismo. Meus olhos imediatamente saltaram do meu rosto. Sem que eu pudesse perceber, levantei meu rosto para seguir o olhar de Gabriel. Próximo à porta de vidro estava... ninguém. O espaço vazio resultou na minha completa confusão. Pisquei diversas vezes para compreender o que tinha acabado de acontecer, porém, quando observei meu amigo, furiosa, percebi que já era tarde demais.

— Eu não acredito que você me enganou! – disse enquanto levantava da cadeira e marchava até sua frente pronta para retirar minhas provas das suas mãos. – Me devolve isso logo. – ataquei o Gabriel estático a minha frente ocupado demais fitando as mãos com um olhar vazio. Foi mais fácil do que achei que seria.

Caminhei de volta até minha carteira e enfiei os papéis na mochila sem interromper os resmungos, ainda zangada. Gabriel permanecia petrificado na mesma posição. Voltei para o seu lado, chamando por ele. Estalei os dedos próximos a sua face, finalmente resultado em uma reação.

— Filha da puta. – resmungou cabisbaixo.

— O que? – reagi com estranheza.

— Você é uma filha da puta! – e pôs-se a caminhar velozmente para a saída da sala sem direcionar seu olhar raivoso para mim. – Eu vou embora sozinho. – cuspiu sem olhar para trás.

Agarrei minha mochila e corri atrás dele quando me livrei dos pesos da incredulidade que prenderam meus pés no chão, o que fez a distância entre nós ser exorbitante, ainda mais com as pernas longas de Gabriel. Descemos a escada para o andar dos primeiros anos disputando corrida, a qual eu estava visivelmente perdendo. Esbarrei violentamente em alguns alunos que caminhavam pelo corredor enquanto Gabriel apenas desviava deles com tranquilidade, às vezes usando o sorriso falso de rei do colégio para se desculpar, evitando os xingamentos que eu estava ouvindo por correr em um local estreito e lotado.

Estava quase perdendo de vista o meu alvo quando uma garota loira segurou Gabriel pelo pulso, o obrigando a parar. A esperança me fez acelerar ainda mais o passo. Meu amigo tentava se livrar desesperadamente das mãos da garota quando percebeu que eu estava apenas a poucos passos de distância de alcança-lo. Quando meus dedos estavam a centímetros do seu braço ele conseguiu se livrar das garras da loira com uma desculpa esfarrapada, escapando por pouco pela escada que levava para o primeiro andar. Fui desacelerada por três calouros que estacionaram na minha frente logo quando estava prestes a descer os degraus. Os empurrei de leve gritando por desculpa, ansiosa para por as mãos no fujão.

Assim pus o pé no primeiro degrau não senti a firmeza da escada. Estava pisando em macio. Assustada pelo que estava prestes a acontecer abaixei meus olhos para encontrar alguma explicação, deparando-me com enormes círculos de obsidianas tão apavorados quanto os meus. Durou questão de milésimos quando eu e uma garota desconhecida rolamos os próximos nove degraus.

 

...

 

Uma dor aguda na cabeça me fez despertar da escuridão sem fim que vendava meus olhos. Desprendi as pálpebras pesadas com esforço. Demorei a abandonar a visão embaçada alaranjada próxima ao meu rosto. Instintivamente levei as mãos para a cabeça, massageando o local que a dor se concentrava. Alguns gemidos escaparam dos meus lábios secos. Forcei meus braços contra o chão para sentar no chão a fim de afastar o rodopio das paredes.

Apoiei minha cabeça em uma das mãos. – Por quantos dias eu dormi? – indaguei ainda tonta. Minha voz falha mal chegava aos meus ouvidos.

— Por três segundos. – reconheci a voz preocupada. Levantei a cabeça dolorida, notando um Gabriel aflito.

A visão turva ia diminuindo aos poucos deixando o rosto do meu amigo mais focado. O som de um batuque altíssimo me fez gemer e voltar às mãos para a minha testa, parte que mais doía na minha cabeça. Apenas o toque leve dos meus dedos gelados fazia a dor tornar-se insuportável. Sons estranhos me fizeram levantar o olhar. Meu pescoço mal conseguia suportar o peso da minha cabeça erguida. Em cima da escada havia vários borrões coloridos imobilizados. Cerrei os olhos para tentar enxergar com clareza. Alunos. Uma montanha de alunos me encarava com olhos prontos para saltar de suas faces. Não pude evitar o espanto.

Agarrei o ombro de Gabriel, fazendo força para me levantar do chão. Imediatamente fui impedida por suas ambas as mãos me mantando no lugar.

— Tenho que te contar uma coisa. – lancei-lhe a confusão. – E é melhor você ouvir sentada. – só com o toque em meu corpo pude notar suas mãos trêmulas.

O pânico percorria todo o meu corpo anestesiando momentaneamente a dor excruciante da minha cabeça. A ansiedade pela continuação da fala de Gabriel me torturava, mas o medo me propunha uma solução pacífica de apenas ignora-lo e seguir a vida. Fiquei decidindo sobre o que fazer durante um tempo indeterminado, sem desviar o olhar do de Gabriel. Eu com os pensamentos a mil, ele com um olhar cuidadoso, parecia raciocinar sobre as palavras que viriam a seguir.

Abri os lábios para anunciar o que havia decidido.

— Você matou uma pessoa.

 Todos os resquícios do que estava pensando há segundos evaporaram. Nada sobrou na minha mente. Mexer o meu corpo parecia uma lembrança distante. Tamanho foi o choque que tudo a minha volta desapareceu, tornando-se um branco brilhante.

— Sophie! – uma voz distante vinda de lugar nenhum me incomodava. – Sophie! – meu mundo tombava de um lado para outro à medida que a voz aproximava-se. – Preciso saber se está tudo bem! – a altura livrou-me da prisão branca que me mante se encontrava. O susto moveu todo meu corpo e minha cabeça se encontrou com algo duro.

A dor exorbitante trouxe-me para a realidade. Um grito escapou dos meus lábios. Tentei afastar de onde havia batido a cabeça, porém mãos firmes seguravam meu corpo trêmulo próximo. Meu olhar assustado encontrou um Gabriel tão apavorado quanto eu.

— Acalme-se! – apertou as mãos ao meu redor. – Respire fundo. – a sua tentativa de manter a voz calma estava tão falha que apenas piorou o que eu estava sentido.

Afastei suas mãos e me arrastei para trás de costas, sem saber direito para onde estava indo. Só queria sumir dali. Antes que suas mãos me alcançassem novamente senti algo pequeno encostar-se às minhas nádegas. Travei. Logo após perceber minha súbita parada, Gabriel desvia a atenção para o chão ao meu lado completamente assustado.

Estava com medo demais para seguir seu olhar, pois, no fundo, eu sabia o que estava ali. Meu cérebro ordenava meu corpo para se levantar e correr até meus pulmões estourarem, mas o meu corpo se recusava a obedecer às ordens. Corram, clamava pelas minhas pernas se mexerem. Corram!

Um gemido moribundo percorreu com dificuldades até meus ouvidos, fazendo com que meu coração voltasse a bater. A respiração de Gabriel imediatamente parou; suas pálpebras sequer eram vistas a esta altura. Outro gemido. Apertei meus dedos contra o chão. Desviei meus olhos para o lado esquerdo sem mexer a cabeça do lugar. De relance pude ver as pernas da garota esparramadas no chão, tampadas por uma calça jeans clara.

Medo.

Uma batalha interna se iniciou sobre virar a cabeça e continuar a olhar a vítima ou viver um teatro feliz, onde tudo não passou de um pesadelo. O meu pescoço travado fazia a vontade de ignorar tudo isso crescer dentro do meu peito, como se estivesse me dando a chance de repensar sobre o que estava fazendo. Continuei contra a vontade do meu cérebro, que insistia me dizendo para não ver.

Uma mancha avermelhada pequena deformava sua blusa branca de uniforme. Medo. Continuei a seguir com o olhar.  Um de seus braços estava jogado atrás de mim, confirmando minha suspeitas sobre no que havia encostado. O outro estava escondido por baixo dos seus cachos rebeldes. Uma pitada de esperança iluminou o meu desespero, mas logo evaporou quando percebi o que estava envolta da sua cabeça, indo até mesmo às paredes próximas. Sangue. Bastante sangue.

Gritei.

Gabriel voltou a notar minha existência, entretanto estava aterrorizado demais para fazer qualquer coisa. As vozes dos alunos próximos aumentaram ainda mais com o meu grito.

— Silêncio! – uma voz desconhecida me fez cessar a gritaria. – Minha cabeça está doendo! – a confusão e o pavor eram as únicas coisas que restavam dentro de mim. A voz estava próxima demais. Mesmo notando a finura diferente da de Gabriel, arrisquei olhar para ele. Estava com a boca aberta, ainda estático a minha frente. Talvez seja ventríloquo nas horas vagas.

Senti a mão encostada em mim se afastar lentamente. Não conseguia me mexer. Outro gemido ao meu lado, porém desta vez mais alto e nítido. Virei a cabeça instintivamente. Deparei com os mesmos olhos grandes e redondos que havia encontrado antes de todo este terror acontecer. Estávamos a poucos centímetros de distância, nossos narizes quase estavam se encostando. Seus olhos desinteressados aguçavam os meus espantados.

— ZUMBI! – um grito masculino lá de cima inundou o clima pesado. Vários gritos e passos apressados deram-se inicio.

Desviando um pouco o olhar eu notei o sangue em seus cachos. Afastei a cabeça, assustado. Um pouco mais para a direita e observei o sangue pelo chão novamente. Afastei o meu corpo.

Não consegui preparar a garganta para o que viria a seguir. – É UM WALKER! – um grito descoordenado e rouco foi o suficiente para fazer Gabriel se mexer.

Apoiando nas paredes fui capaz de fazer o meu corpo se erguer. Apesar de a lentidão ter sido mais que o suficiente para a Walker me pegar, ela o não fez. Em vez disso continuou a olhar os acontecimentos a sua volta com o mesmo olhar desinteressado, exalando cansaço.

— Até a temporada que assisti Walker’s não eram capazes de falar. – a desconhecida afirmou calma, sem trocar olhares comigo. Alongava os músculos como se a minha experiência de assassina tivesse sido a coisa mais normal no mundo.

Gabriel e eu nos entreolhamos assustados, digerindo o que tinha acabado de acontecer. Meu amigo parecia tão confuso quanto eu, mas o alívio da sua face estava inegável. Nosso olhar retornou para a figura de vida duvidável, desejando explicações. A garota permaneceu esticando os braços com tranquilidade.

— Já sei o que você é. – exclamei, ainda assustada. Ela finalmente voltou as órbitas castanhas para a palidez que domava meu rosto.

— Um ser humano normal, talvez? – revirou os olhos com o deboche.

— Uma espécie de Sanka Rea do Brasil. – constatei o óbvio. Sua resposta foi um olhar revolto, enfim se livrando do desdém apresentado.

— Espero que isso não seja uma das porcarias xing lings que você assiste. – ameaçou Gaby com seu escárnio casual, invadindo a conversa. Imediatamente entrei em modo defesa dos meus queridos desenhos.

— Dá para parar de xingar o que consumo, Gaby? – soou mais como um aviso do que um pedido. Estávamos prontos para iniciar uma discussão quando a voz feminina dos interrompeu.

— Falem sobre isso outra hora! – aumentou a voz, mas ainda continuava com o aspecto desinteressado. A obedecemos e voltamos a encará-la com suspeita, céticos de que ela estava muito visível para ser uma espécie fantasma que voltou ao mundo dos vivos para nos punir. – Ah, droga! Meus sachês de ketchup foram todos desperdiçados. – e os próximos minutos foram dedicados a xingá-la sobre como o líquido vermelho nos assustou.

— Quem diabos carrega ketchup na calça? – indagou Gabriel, irritado.

— Eu amo ketchup. – declarou, sem alarde. Nada parecia ser capaz de tirá-la do sério.

Gabriel levantou-se do chão e caminhou para o meu lado sem tirar os olhos da humana duvidosa. Ficamos observando-a massagear os locais que havia batido na queda por minutos, quando fomos advertidos por ela a ajudar. Ainda receosos, aceitamos. Segurei firme uma de suas mãos e meu amigo pegou a outra, no três usamos nossa força para levantá-la. Um estalar ensurdecedor preencheu o cubículo das escadas, seguido de um gemido choroso.

Enfim pude observar calmamente a pessoa que supostamente matei. A garota tinha uma pele chocolate lindíssima, sem quaisquer imperfeições. Seus cachos volumosos iam até os ombros em cascatas brilhantes, tão escuros quanto seus olhos. A camiseta baby look do colégio realçava os seios medianos, enquanto a calça jeans colada ostentava o quadril avantajado. Ela mantinha sua postura perfeita mesmo reclamando dos locais doloridos, parecia uma modelo profissional.

— Se eu fosse homem certamente estaria com o júnior pulsando dentro das calças. – comentei, boquiaberta. Os olhares reprobatórios não foram capazes de me fazer voltar atrás.

— Desculpe, eu gosto de homens.

— Ótimo! – conclui, exalando alegria. Os olhares estranhos não deixaram seus rostos. – Achamos uma coisa que nós todos temos em comum. Quer ser minha melhor amiga número três? – minhas mãos roubaram as suas. Esperava sua resposta com os olhos brilhantes.

Antes que pudesse ouvi-la mãos brutas viraram-me para a direção oposta da minha nova amiga. Um Gabriel furioso rosnava próximo ao meu rosto.

— Você ficou louca, caralho? – intensificou o aperto. Abri a boca para responder, mas ele não deixou. – Esqueceu da porra do acordo? – seu grito foi alto suficiente para ser ouvido da minha terra natal. Gotículas saliva saltitaram até minha bochecha. Sua cólera estava em um nível que ainda não havia conhecido. O rosto, um pimentão, pronto a explodir a qualquer momento.

Não estava com medo. Gabriel não levantaria uma mão sequer para me agredir. Melhores amigos não fazem isso. Fiquei algum tempo o fitando sem ser capaz de falar nada, observando o derrame da sua profunda ira. Eu quero saber qual é o âmago de toda essa raiva contida.

— Quero. – a voz feminina nos fez desviar o olhar um do outro. A raiva de Gabriel vacilou ao assimilar a resposta da garota, agora ele estava incrédulo e eu, completamente satisfeita. – Meu nome é Maria Luiza!

A garota desconhecida, agora com nome, caminhou até nós com a boca formando um perfeito “O” e com os olhos ainda inexpressivos. Estendeu os braços finos e, sem aviso, envolveu-nos em um abraço apertado, ignorando a postura de batalha do Gabriel e suas mãos agarradas aos meus ombros. Movimentei os braços com dificuldade, envolvendo meus amigos igualmente em um abraço.

Antes que Gabriel pudesse recordar da nossa briga três coordenadores subiram apressadamente a escada, procurando a pessoa acidentada. Eu e Gabriel ficamos presos na diretoria por muito tempo, explicar como tudo aconteceu demorou mais que o esperado. Maria Luiza foi levada embora pelo seu motorista particular, instruído a leva-la a um hospital antes de voltar para casa, mesmo que ela tenha insistido em dizer que estava tudo bem.


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Notas finais do capítulo

*Walker é uma referência à série The Walking Dead.
* Sankarea é um anime/mangá sobre uma garota "zumbi".