Making Love Out Of Nothing At All escrita por hidechan


Capítulo 6
Capítulo VI: Eu sei a hora de encarar a verdade.


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo cap! o/ obrigada a todos que estão lendo ~ pelos comentários e etc²³.

AoKaga é um pedacinho do nosso cotidiano s2.



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1 semana depois

– É que, na moral Kuroko, não gosto do Aomine a esse ponto _confessou deixando a bola de basquete de lado e se sentando no fundo da quadra.

O menino de cabelos azuis abriu e fechou a boca sem conseguir responder, imitou o gesto do amigo recostando na parede atrás de ambos.

– Não é o que aparenta. Kagami-kun, por favor, pense mais uma vez sobre isso.

– É tão difícil assim entender que meus sentimentos são diferentes? Quer dizer, sei que pareço um idiota, toda hora acabo correndo atrás dele _deu os ombros _mas isso é porque gosto da companhia dele, do sexo, do basquete. Só que pense, não sinto ciúme, não ligo se ele sai com outras, não queria que ele namorasse para não perdemos esse contato. Só estou juntando o útil ao agradável e o Aomine sabe disso.

– ...

– Ele sabe o que faz, se quiser ficar perto de mim não vou negar nenhum tipo de carinho, porém é só. Não vamos namorar ou casar, ele não vai chegar na minha casa em Los Angeles para conhecer a sogra, vai ser recebido como um amigo, e outra no final do ano voltarei para a América para jogar.

– Por mais que eu entenda você, odeio muito ouvir isso _se levantou jogando a toalha sobre os cabelos úmidos pelo suor _ estou indo na frente. Até amanhã, Kagami-kun.

– Kuroko espera!

– ...não estou bravo, só... desapontado por isso não estar dando certo.

O ruivo abaixou a cabeça.

– Você é tão insistente quando quer alguma coisa _refletiu o menor, já a alguns passos de distancia _deveria tentar.

– Kuroko... _em sua voz o tom de lamento.

– Até amanhã, Kagami-kun _voltou a se despedir.

–-------- + ----------------------

O celular de Aomine vibrou duas vezes antes do mesmo desligá-lo com um toque certeiro na tela, olhou com apenas um dos olhos o horário, era tarde. Depois de duas horas de basquete e mais umas duas de sexo, ambos – Taiga e Daiki – caíram exaustos na cama de casal e adormeceram; o moreno tinha que ir embora antes de sua mãe dar falta do filho em casa, ou melhor, antes dela se dar conta que já quase passava da meia noite de uma Terça-Feira. O quarto estava a meia luz então pode ver Kagami deitado de bruços com a respiração tranquila e os olhos cerrados. Seu rosto passava sensação de tranquilidade e isso o fez ter o desejo de acariciar a pele macia.

– Preciso ir _sussurrou sem real intenção de acordá-lo.

Ficou a fitá-lo por mais alguns segundos, desde quando se tornara tão difícil deixar aquele ambiente? Antigamente bastava despertar para logo arrumar suas coisas e sair... Daiki abraçou os próprios joelhos e escondeu o rosto entre os braços, desde quando se tornara tão sentimental? Seu emocional andava abalado e o desconforto por encontrar Taiga era quase palpável; estar e não estar com ele ao mesmo tempo. Então porque insistia? Bom, o amor é assim! Bonito e estúpido.

Respirou fundo se levantando de vez, se vestiu lentamente e juntou os pertences, bastava passar pela porta e nunca mais voltar. Tão simples quanto um arremesso de três pontos. Olhou mais uma vez para o ruivo adormecido, com os lábios quase encostados em seus ouvidos sussurrou.

– Amo você.

Sorriu se iludindo por um segundo que era um gesto entre amantes, que seria correspondido assim que o mesmo acordasse.

– ...adeus Taiga.

Deixou o apartamento sem delongas, desceu as escadas como de costume e atravessou o hall de entrada.

– Boa noite, senhor Nishijima!

– Boa noite, Aomine-san, volte com cuidado _o porteiro gentil o cumprimentou.

Assim que as grades de ferro foram fechadas atrás de si, estalou os ombros retomando o caminho para casa. Estava frio e silencioso, suas mãos formigavam toda vez que pensava em Kagami Taiga, como se um pequeno choque elétrico passasse por dentro de sua pele. Nos olhos lágrimas contidas que vinham e iam com facilidade. Em sua mente a conversa de alguns dias atrás.

Flash Back – quarta-feira passada

A dupla deixou a quadra depois de algumas horas de passes bem feitos e cestas perfeitas. Exaustos, caminharam lentamente até uma grande cafeteria do outro lado da avenida.

– Vai gostar, tem várias coisas deliciosas _apontou para a construção logo adiante.

– Hn _umedeceu os lábios _obrigado.

– Me agradeça depois que provar _passou pelas portas duplas de vidro _escolhe uma mesa, vou fazer nosso pedido.

– Ao-

– Leva minha mochila, por favor.

O ruivo ganhou um tapinha no ombro e acompanhado dele um grande sorriso. Depois da confissão de Daiki, eles não se falaram até naquele dia, quando marcaram o mano a mano; ao se encontrarem na quadra de sempre, Aomine simplesmente sorriu e passou a bola para Kagami. Ambos se comportaram como se nada tivesse acontecido de fato, entretanto as ações do moreno pareciam mais livres e de certa forma combinavam mais com ele: é como se tivesse tirado o peso de seus ombros, a todo o momento sorria e dizia coisas gentis, o tratava como ele realmente era: a pessoa que ama. Não foi algo ruim, Taiga se sentiu confortável, sabia que era errado aceitar, mas era Daiki sendo apenas ele e não poderia pedir para parar.

– Aqui está _Daiki o tirou de seu devaneio _peguei croissant para nós também.

– Está com uma cara ótima _abriu a mochila no intuito de encontrar sua carteira _esse lugar é muito bonito também _comentou distraído.

– N-não precisa _segurou o braço de Kagami _não precisa pagar. Coma antes que esfrie.

– ...obrigado _deu a primeira mordida sentindo o sabor suave da massa invadir seus sentidos. Aquilo era putamente bom.

E durante a semana toda eles se viram, foram em lugares conhecidos, outros eram novos. Caminharam de mãos dadas, transaram, dividiram bebida no bar e até os congelados quase vencidos que Kagami esquecera no congelador. Quando Kagami não suportou mais sua própria consciência e quando Aomine fez tudo o que poderia fazer, eles se encararam e começaram a dizer um para o outro palavras, ora frias, ora gentis.

– Está tudo bem pra você continuar vindo aqui? _afagou os cabelos curtos que tanto amava, apesar de parecerem ásperos, faziam carinho em sua mão.

– ...te incomoda?

– Sabe que não, é por gostar tanto disso que... deixei a situação chegar até aqui. Me desculpe.

– Posso continuar vindo?

– Aomi- ...Daiki, não vou impedir. Mas também não vou ter pena de você, pois sabe o que está fazendo.

– Hn _concordou com um aceno _e se um dia eu decidir não voltar, vai impedir?

Mesmo relutante, Kagami negou com um gesto.

– Aceita namorar comigo? _Daiki sussurrou sabendo que a pergunta seria em vão.

– Não _disse ainda mais baixo, quase num mover de lábios apenas _me desculpe.

– Iremos jogar amnh- ...

Taiga o abraçou não deixando que a frase fosse terminada, naquele momento o ruivo tinha certeza das coisas que passavam no coração de ambos.

– Claro. As 18 horas como sempre.

– Obrigado.

Flash Back – fim

Aomine puxou o ar com mais força, a caminhada de quase 20 minutos o cansou. Tirou as chaves de casa do bolso do uniforme e destrancou a porta.

–--------- + ---------------

– Hum, o que é isso ai? _Riko olhou curiosa para o pacote nas mãos do às da Seirin.

– Ganhei de uma aluna do primeiro ano _comentou sem interesse, abriu a caixa de chocolates oferecendo uma para sua ex-treinadora. Depois que a mesma se formou, apenas ajudava o time nas Sextas-Feiras após as aulas.

– Está finalmente saindo com alguém?

– Não, só ganhei _esperou que a mesma retirasse mais um antes de voltar a guardar o pacote na sacola de papel.

– Entendo, bom, Kagami-kun seu treino a partir de... _pensou por um momento _amanhã ou depois, vai ser vistoriado pelo meu pai também _limpou os dedos na barra do short jeans sem se importar com os bons modos _ele ficou muito entusiasmado quando soube!

– Hn, obrigado _quicou a bola um pouco desconcertado _minha ex-treinadora está me dando uma força já que ela faz parte da seleção feminina de lá.

– Alex não é? A Seirin não está fazendo uma campanha muito boa nesse último ano, mas o sua reputação não vai ser afetado por isso e agora com os torneios de basquete de rua vai conseguir ainda mais atenção.

Riko puxou uma das inúmeras folhas presas à prancheta.

– Boa sorte, Kagami-kun.

Após a formatura do terceiro ano, a equipe de basquete do colégio Seirin decaiu em força ficando relativamente para trás. A campanha ia bem, mas nada comparado ao primeiro e segundo ano; Kagami e Kuroko eram bons, mas não o suficiente para levar o time todo nas costas até as finais. No meio do ano para complicar os alunos do terceiro ano eram obrigados a se retirarem para as provas e dessa forma, encerram-se as competições definitivamente. Ainda com os planos de basquete em mente, Kagami pediu ajuda a Riko para continuar seu treino de forma individual e ao mesmo que seu pai lhe arrumasse um time de basquete de rua para praticar. Naquele exato momento seu pedido estava sendo atendido: treinando com pessoas diferentes sob ordens de um profissional e ganhando as disputas de rua, logo chamaria atenção dos olheiros americanos e sua passagem para os EUA estaria garantida.

Seu plano ia perfeitamente bem.

– Me pergunto se ninguém mais continuará com o basquete... Midorima, Akashi e os outros.

– A geração dos milagres, uh? _a menina fez uma pequena pausa _acredito que não. Esse é um caminho bem difícil, não basta amar o basquete. Você precisa ter talento, ter capacidade de se adaptar ao time, a pressão das competições, saber lidar com a derrota e com as vitórias... além disso, o estilo do seu basquete conta muito, não basta ser bom em alguma coisa. Enfim, eu poderia ficar falando por uma hora inteira.

Ambos riram.

– Obrigado pela ajuda... _olhou para as folhas em mãos e em seguida para a menina a sua frente_ namorando o Hyuga?

A pergunta que veio do nada fez a mesma engasgar, esqueceu que estava de aliança e que tinha usado a mesma mão para entregar a folha para o amigo minutos antes.

– S-sim, faz um tempinho. Ouvi dizer que estava saindo com aquela pessoa _aproveitou o assunto para matar sua curiosidade, a aproximação entre Taiga e Daiki acabou virando fofoca entre os veteranos.

– Estava _disse sem hesitar _ele é uma pessoa bem legal.

– E...?

– Ah sei lá, vou pra Los Angeles no final do ano também, nem ia dar certo _sentiu o desconforto do assunto chegar aos seus lábios, as palavras saíram como um resmungo.

– Bom, deve saber o que faz _deu os ombros encerrando o assunto. Detestava entrar no relacionamento alheio.

Taiga apenas concordou com um aceno e começou se aquecer por impulso. O treino decorado deixava espaço para sua mente se organizar: porque Kagami Taiga não aceitava o pedido de namoro afinal? Colocando em pratos limpos consigo mesmo chegava a quatro motivos que aparentemente eram sensatos. Antes de tudo primeiramente tinha medo de perder sua própria liberdade: iria jogar na América e não queria deixar nada pendente para trás, segundo: Taiga não tinha grande paciência com namoros e coisas do tipo, aquele compromisso de ter que ficar se explicando onde ia, que horas voltaria, com quem estava. E o pior, morar junto com a pessoa! No primeiro mês ok, mas e depois? Ter seu espaço invadido por alguém... ele não tinha grande experiência com isso, porém como diria que não estava dando certo depois de permitir chegar àquele estágio? Terceiro: era jovem pra caralho, tinha só 17 anos, quantas coisas na vida ainda tinha para experimentar? Isso já resumia tudo. Quarto e último fato: sempre acreditou que ele só mudaria seus planos e modo de vida quando encontrasse a pessoa certa, Aomine parecia sim ser a tal pessoa, só que veja, não tinha a menor vontade de mudar por causa dele; então tudo o que poderia concluir disso é que não era amor. Ele podia aceitar pelo simples fato de querer mais uma experiência nova de vida, com certeza (afinal quantos namoros começam e acabam na mesma velocidade?) Entretanto Daiki era muito importante para si, com ele as coisas teriam que ser sérias de verdade; seria um alguém para a vida toda.

Amor de verdade, aquele que você abre mão de muitas coisas para o relacionamento dar certo. Não é só querer ver a pessoa e ter vontade de cuidar dela, é muito mais do que isso – algo que ele ainda não sabia explicar. Aomine talvez não entendesse tudo isso ou entendia e só estava agindo da melhor forma para si mesmo. Seja como for, o ano avançava lentamente arrastando a situação.

– Aomine-san!

O nome que tinha acabado de pensar foi dito em voz alta por Riko, sua espinha congelou ao ver o moreno passar pelas portas de zinco da quadra. Ele vinha arrastando os pés de forma preguiçosa como de costume, cumprimentou Kuroko que treinava mais afastado para só então seus olhos encontrarem Kagami.

– E ae, oi RIko _ergueu o punho mais alto do que a menina podia alcançar, claro que acabou levando um chute na canela _sua gorila!

– O que faz aqui na Seirin?

– Isso também não vale pra você? _retrucou fazendo uma leve careta.

– Vim entregar alguns papeis para o Kagami-kun, mas já estou indo embora _se explicou o olhando de cima a baixo analisando sua estrutura corporal _vai parar com o basquete?

– Por que?

O ruivo que até então não estava muito interessado na briguinha boba dos dois parou com as flexões.

– Mesmo os atletas de colégio, se querem continuar com a carreira, precisam cuidar do corpo de forma adequada. Não tem ingestão de proteína nenhuma ai.

– ...é, não vou continuar com isso _deu os ombros _oe, Kagami achei que íamos jogar. Estou te esperando faz horas _e com horas, Kagami entendeu cerca de 30 minutos.

– Foi mal, esqueci de te avisar _se levantou secando o suor na camiseta _vou pegar minhas coisas. Valeu Riko.

– Oh... _a menina fitou ambos, suas expressões estavam tensas como se algo acabasse de ter dado errado _entendo _sibilou.

O trio saiu do colégio pouco tempo depois, a menor dobrou à esquerda indo para casa enquanto o casal atravessou a rua em direção à quadra atrás da lanchonete. No caminho o silencio e troca de olhares acusatórios; o que eram aquelas informações deixadas no ar minutos antes?

– Começa você _Aomine parou de andar deixando que o amigo passasse a sua frente alguns passos.

– Começa você _rebateu se virando e fixando seu olhar.

– ... _se rendeu puxando o ar de forma exagerada _não é como se tivéssemos alguma promessa de jogar basquete depois do colégio _se defendeu _vou entrar para a academia de polícia no final do ano.

– É não temos, não temos nada _deu razão a ele _ estou indo para Los Angeles depois da formatura, eu vou continuar a jogar _frisou o eu batendo em seu próprio peito _e achei que pelo menos isso tínhamos em comum. O amor pelo basquete.

– E eu amo! Acha que jogo apenas porque aprendi a jogar? Dá um tempo seu babaca _engoliu em falso deixando a mostra todo seu nervosismo _é só que... jogo por você. Não tinha grandes motivações até te conhecer, essa é a verdade por trás do meu basquete.

– Para de achar que sou o motivo de algo tão importante _disse entre dentes recolhendo suas mãos para dentro do bolso de sua blusa _é a sua vida.

– Exatamente, é a minha vida! Por isso estou dizendo isso!! _elevou seu tom de voz atraindo a atenção de alguns alunos que por ali passavam _me desculpe por ser um incomodo.

– A-Aomine!

O moreno girou os calcanhares e se pôs a caminhar em passos largos no caminho contrário, Taiga precisou correr para alcançá-lo.

– Espere! Você nunca foi um incomodo, Oe! _o segurou pelo ombro.

– ...por que fica correndo atrás de mim? Te fiz alguma coisa?

As perguntas desconexas fizeram Kagami soltar seu ombro e envolvê-los num abraço, seu coração palpitava de forma frenética com medo de que Aomine fosse embora.

– Me perdoa por ser assim, egoísta e idiota, ridícu- !

– Kagami _chamou por seu nome cortando sua declaração absurda _foi mal, não queria mesmo dizer isso, mas acho que só assim você vai entender _desfez o abraço aproveitando para secar suas próprias lágrimas _pare de confundir carência com amor, por favor.

– ... _abriu a boca a esmo.

– Já sei disso a muito mais tempo do que imagina, só que ainda não ficou claro ai dentro _roçou de leve a camiseta branca do amigo _gosta da minha companhia e claro que temos só 17 anos, sexo é tão normal quanto sair pra almoçar. Só que demorei pra entender que estava carente, afinal não tem outros amigos que gosta nesse nível, me apaixonei então você ficou confuso. Entende agora?

– Não sou assim... _disse relutante sabendo de sua falsa afirmação.

– Não tem problemas ser assim, te aceitei desse jeitinho _acabou sorrindo _seja como você for, eu amo você.

– E... eu _olhou para os lados sem saber o que fazer ou dizer, a conversa entre eles sempre acabava naquele assunto e quanto mais discutiam, menos ele encontrava uma saída _daqui a três meses vou para Los Angeles, fique comigo até lá.

– Prometeu que não ia ter pena de mim, é por isso que fiquei com você até agora. Continue assim ou meu orgulho vai ficar ferido _deu um tapinha em sua cabeça _aaah! Perdi o tesão de jogar basquete hoje, vamos treinar amanhã.

– Desculpe _suas sobrancelhas se juntaram.

– Já que vai voltar, vou te ensinar alguns passes novos. Ainda tem muito a aprender, Taiga.

Nunca fora dita verdade maior na vida do ruivo. Sorrindo ambos se despediram, sem beijos, sem abraços, apenas com um olhar sincero.

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Notas finais do capítulo

ps: aaaaaah minhas imagens não estão aparecendo #cry.

http://data1.whicdn.com/images/162746527/thumb.jpg - link para vocês ;3; nyah idiota.