Linstead - Escolhas escrita por Buhh Smoak


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Amores, desculpem por deixar aqui as moscas.
Vou fazer o possível pra postar sempre.
Espero comentários, tá?



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Erin não conseguia disfarçar o incomodo de ver Jay conversando com uma mulher que chegou logo cedo procurando por ele. Assim que ele colocou os pés no departamento que ela praticamente se jogou nos braços dele.

– Acho que se você encarar ela desse jeito um pouco mais os cabelos começam a cair.

A voz de Antônio ecoou do seu lado, mas ela não se virou, Jay estava com a mulher em seus braços em uma despedida bem valorosa.

– Então eu te ligo de noite e resolvemos o que fazer.
– Tá bom, mas lembra do que te falei.
– Vou lembrar.

A conversa entre eles foi sussurrada na maior parte do tempo e Erin não conseguiu ouvir muito, mas assim que a mulher passou por ela a encarou com um sorrisinho no rosto.

– Gosto de mulher assim, destemida. - disse Antônio rindo.

Engolindo a resposta que daria a ele, ela levantou e foi para a sala de descanso. Estava enchendo sua caneca com café quando Hank entrou.

– Péssimo dia?
– Sempre, graças a você. - verbalizando seu pensamento, mesmo que sem querer.
– Até quando vamos ficar nesse clima? - sentando na mesa e cruzando as mãos sobre ela.
– Não sei do que você está falando. - saindo da sala sem dizer nada.

Por mais que Voight não quisesse que suas regras fossem quebradas, aquela situação estava saindo do controle. Erin trabalhava cada dia mais, os poucos momentos que tinha fora da inteligencia ia para a academia ou se enfiava no apartamento sem dar atenção a qualquer ligação que tentavam fazer para ela.

– Voight?

A voz de Jay chegou até ele, mas ele demorou alguns segundos para voltar a realidade, encarou o detetive que o olhava confuso.

– O que foi? - levantando.
– Temos que sair para investigar uma pista, mas queria pedir para ir com o Antônio.
– Porque?
– O Senhor sabe o porque.
– Não, você vai sair com sua parceira.
– Ela não está bem, Voight.
– Por isso mesmo, quero você de olho nela.
– Eu?
– Sim, e quando terminar seu turno vá até meu escritório.
– Fiz alguma coisa de errado?
– Apenas venha, ok?
– Tudo bem. Estamos de saída então.

Hank sabia que tinha que fazer alguma coisa para resolver aquela situação, mas antes teria uma conversa de homem pra homem com a pessoa que mais se prejudicaria com o que poderia estar por vir.

–--

Assim que Jay entrou no carro sabia que o dia seria longo. Pela primeira vez desde que começou a trabalhar com Erin, ela estava sentada no banco do passageiro.

– Sério mesmo? Vai me deixar dirigir? - colocando o cinto.
– Estou sem cabeça para isso. - olhando pela janela.
– Ok.

Dando a partida no carro e seguindo para o endereço indicado por Hank.

– Alguma pista de onde devemos ir além da casa do menino desaparecido? - Jay perguntou.
– Sim, ele sempre ia na casa de dois amigos do outro lado da cidade. Temos que investigar por lá também.
– Não entendo como um garoto de 9 anos atravessava a cidade sem que os pais se importassem.
– Nem todo pai realmente pensa no que é melhor pros filhos, mas sim no que é bom pra eles mesmos.

Aquele comentário não tinha nada a ver com o caso que estavam investigando, e Jay sabia disso. Continuou dirigindo sem dizer nada, ainda estava muito preocupado com a conversa que teria co Hank no fim do dia.

– Chegamos. - desligando o carro e soltando o cinto.
– Jay. - segurou seu braço antes que ele pudesse sair do carro.
– Sim. - se voltando pra ela, que estava com a testa franzida.
– Essa casa.
– O que tem ela?
– Eu já estivesse nesse lugar antes.
– Já? Mas você não reconheceu o nome da rua?
– Não, eu era muito pequena e não lembro direito.
– Foi um dos lugares que sua mãe frequentava?
– Acho que sim, eu só lembro da fachada da casa e do meu irmão agarrado em mim. A gente nunca entrava, sempre ficávamos na escada esperando por ela.

O senso de proteção foi mais forte do que Jay queria demonstrar. Segurou a mão dela e fez com que ela o encarasse.

– Se você quiser posso ir sozinho.
– Não, sou sua parceira e tenho que ir junto.
– Tem certeza?
– Tenho. - soltando sua mão e saindo do carro.

Seguiram até a entrada da casa e não encontraram ninguém, a não ser uma empregada que informou sobre os moradores. A mãe do menino desaparecido tinha ido até a escola do outro filho, que ficava a alguns quarteirões dali.

– Devemos esperar? - perguntou Erin quando entraram no carro.
– Sim, precisamos dar uma olhada no quarto do menino antes de ir atrás da outra pista. Vou avisar Voight.

A careta que ela fez, mostrava que as coisas entre eles estavam ainda mais complicadas, o que explicava em partes o porque Hank exigia a presença dele mais tarde.

– Hank? - Jay tentou agir o mais indiferente possível, afinal este era seu trabalho. - A mãe do menino não está, mas pelo que a empregada disse logo volta. Vamos espera-la. ok?

Esperando as informações, ele se despediu e desligou o celular.

– Ele vai mandar o Antônio e o Adam pro outro lado da cidade. Pelo menos estamos livres da viagem.
– Ainda bem. - fechando os olhos pressionando as têmporas.
– O que foi?
– Dor de cabeça.
– Você tem que se cuidar Erin, não vi você saindo pra almoçar nenhum desses dias.
– Eu estou bem. - olhando pra entrada da tal casa. - Esse lugar não me trás boas lembranças, parece que algumas coisas começam a clarear por estar aqui.
– Como assim?
– Lembro que mesmo não entrando eu ouvia coisas vindas lá de dentro. Eu costumava a cantar pro meu irmão para que ele não ouvisse nada.

Jay pensou em ligar para Voight pra pedir para trocar com Antônio e tirar Erin dali, mas assim que pegou o celular na mão, a mãe do menino chegou. Vasculharam a casa e não encontraram nada que pudesse dar uma pista de onde ele poderia estar.

– Vamos almoçar. - disse Jay dando a partida do carro.
– Não quero. Estou sem fome.
– Estou dizendo que vamos porque eu estou morto de fome, se você não quiser comer fica me olhando.

Mesmo que não quisesse, aquele meio sorriso não deixou muita escolha a ela. Pararam no primeiro restaurante que encontraram e Jay mandou uma mensagem a Voight avisando que já tinha saído a casa do menino e estava levando Erin para almoçar.

– Sei que você não muito feliz com o Voight, mas olha isso. - dando o celular pra ela quando se acomodaram na mesa.
– "Ok, tenham um bom almoço." - olhando pra ele com a testa franzida. - Estamos falando do mesmo Voight?
– Acho que sim. - rindo. - Avisei que tínhamos ido embora da casa do menino e que íamos almoçar.
– Que você vai almoçar. - devolvendo o celular pra ele.
– Ah, sim. Eu.

Ao contrário do que Erin dizia, ela estava com muita fome. E isso só piorou quando Jay pediu todos os pratos que tinha direito e mais alguns.

– Você vai comer tudo isso?
– Claro, porque?
– Porque uma pessoa normal jamais aguentaria, até mesmo se essa pessoa fosse você. - sorrindo.
– Então acho que é uma boa ideia se você me ajudar, o que acha? - empurrando um prato de fritas pra ela.
– Ok, mas não vou comer muito.

Jay sorriu vitorioso quando ela começou a comer. Logo eles estavam conversando como se tudo fosse como antes de se envolverem, ou como se ainda estivessem juntos.

– Só porque sou muito cavalheiro, eu pago o almoço hoje.
– Claro que você paga, afinal foi você que comeu tudo sozinho. - saindo do restaurante rindo.

Era bom voltar a estar com Jay, não só como parceira, mas como amiga. A muito tempo eles não passavam um tempo como naquele almoço, mas ela sentia falta de outras coisas que tinha vivido com Jay.

– Vamos?

Ela estava encostada no carro quando ele saiu do restaurante e parou a menos de um metro de onde estava. As imagens das muitas vezes que estiveram juntos meses atrás a tomaram de um jeito que ela não conseguiu agir de outro modo, a não ser encurtando a distância entre eles e unindo seus lábios aos dele.


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