Seasons of Love escrita por AnnaBenato


Capítulo 6
The one where she blushes and he likes it


Notas iniciais do capítulo

Pois é, pois é... Não me matem novamente. Eu costumo ser uma pessoa pontual, então deixar vocês duas semanas sem capítulo me matou de peso na consciência. Mas olha, para compensar, fiz um capítulo grande pra vocês



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/599315/chapter/6

– Sakura se acalma! – Annie tentava desviar dos socos e tapas que a amiga mandava pelos ares – Você não precisa descontar em mim.

– Quem aquele retardado do Uchiha pensa que é? – A rosada parecia não se importar com o que a amiga falava – Acha que eu sou uma bonequinha que ele pode brincar? Me dá esse celular, eu vou falar umas poucas e boas para ele.

– Mas nem pensar – Annie se prontificou a pegar o celular que estava fora do alcance da amiga – Senta agora e me escuta sua idiota – Gritou atraindo a atenção de Sakura que de alguma forma calou-se.

– O que foi? – Resmungou voltando a se sentar na cama – Você vai ficar do lado dele?

– Não tem lados Sakura – Tomou um grande suspiro – Ficar se estressando por coisas como essas é totalmente desnecessário. Estou começando a ficar seriamente preocupada com você, o vestibular é esse final de semana.

– Credo Annie, você está literalmente parecendo minha mãe – Sakura a encarou com um olhar confuso – Mas eu acho que você está certa... – Passou a mão pelos cabelos róseos soltando um suspiro – Desculpa...

– Não peça desculpa para mim – Annie amenizou sua expressão e sentou-se ao lado da amiga – Eu quero uma amiga médica. E viva.

– É só mais essa semana, eu prometo – Sorriu fracamente – Esse menino me tira do sério.

– Ele me tira do sério também viu – Comentou com um olhar bobo estampado no rosto enquanto se direcionava à sua amiga, nada feliz com o que havia ouvido – É só brincadeira, rosa. Ele é seu.

– Você está brincando com a minha cara, né Annie? – Sakura se ofendeu.

– Será que nós conseguimos falar um pouco sobre ele sem a senhora se estressar? – A rosada não tinha certeza sobre o que a amiga a propunha mas depois de alguns instantes concordou com a cabeça hesitantemente.

– Não vejo necessidade.

– Uma pena, porque eu vejo – Annie pronunciou cortando a fala da amiga – O que você vai fazer sobre isso?

– Não é óbvio? Nada.

– Já se passou pela sua cabeça que agora ele vai te infortunar? – Disse séria – E para você ter um surto basta uma coisinha boba.

– Mas o que eu posso fazer, Annie? – A rosada questionou – Eu não vou aceitar a proposta dele, nunca.

– Vocês podiam chegar a um acordo. Por que não diz a ele que semana que vem você dá a resposta? Peça-o para não te atrapalhar nessa semana pois está estudando – Annie tinha um sorriso estampado como se tivesse acabado de ter uma ideia genial.

– Eu não acho que isso vá funcionar, afinal, o objetivo dele é que eu vá embora – Comentou.

– É mesmo – Decepcionou-se – Você pode dizer que esforçou-se o ano inteiro e que não vai simplesmente jogar isso fora.

– Que dor de cabeça – Suspirou.

Em poucos instantes, o assunto Uchiha Sasuke havia se dissipado entre conversas paralelas femininas, aquietando o instinto assassino de Sakura. O resto da noite seguiu com as duas amigas se divertindo como sempre deveria ser, mesmo estando a poucas semanas de decidirem por fim, seus futuros. Era evidente para a rosada, que ela se separaria do resto de sua turma, até mesmo de seus pais, já que seu objetivo não era permanecer na grande São Paulo. Há tempos havia decidido que escolheria uma universidade longe. O motivo era simples, sempre ouvira de seus professores que as experiências se tornam melhores quando se está longe, uma vez que sua vida passa a ser regulada apenas por si mesmo.

Não demorou muito para que a senhora Mebuki chegasse e fosse checar a filha, cheia de preocupações. Sakura tentava explicar para a mãe o que havia ocorrido sem muitos escrúpulos, pulando certos detalhes, e ouvindo de volta broncas enormes que ela já previa. Annie, ao contrário, ria da situação em que a amiga se encontrava, sabia que Mebuki estava fazendo aquilo apenas para assustá-la. Kizashi chegou logo após e se deparou com um semblante suave e risonho estampado no rosto de sua esposa, como se houvesse acabado de aprontar algo. Questionou-a se havia perdido alguma coisa mas ao ver sua filha emburrada e a melhor amiga sentada ao seu lado aos risos no cômodo, sabia que era mais uma das broncas para amedrontar Sakura.

– Como foi o trabalho? – A senhora Haruno perguntava ao marido enquanto tirava seu paletó.

– Conturbado... – Sua feição não era das melhores – Mas todos temos dias ruins. O que houve com Sakura-chan?

– Algo preocupante? Sabe que eu e Saky podemos te ajudar com as finanças, não sabe? – Mebuki alarmou-se – Ele teve o mesmo desmaio de quando estava estudando para o Vestibulinho do Bandeiras.

– Como esperado dela... De jeito nenhum – Encarou a esposa - Quando me casei com você prometi ao seu pai que te garantiria uma vida ao menos estável e quando engravidou nós concordamos que você apenas cuidaria de nossa filha.

– Kizashi! – Repreendeu o marido – Pare com esses costumes tradicionais, nós não vivemos no Japão, você sabe como a economia é muito mais instável aqui! Nossa filha já está quase uma mulher e em breve estará fazendo uma faculdade. Já parou para pensar que ela não quer ficar conosco?

– Você quer dizer que Sakura vai estudar fora? – A expressão de Kizashi mudou completamente, estava nervoso – Ela nunca mencionou isso.

– Eu estava mexendo no e-mail dela para confirmar uma compra que fiz – A mãe tentava amenizar a quebra de privacidade – E por acaso li uma confirmação de inscrição feita na UFSC.

– Santa Catarina? – O patriarca surpreendeu-se – Não há como sustentar Sakura em um dos municípios mais caros do país, como Florianópolis. Por que ela não disse nada a nós?

– Eu não sei o que ela está planejando – Mebuki suspirou – Mas é melhor você decidir-se logo sobre o que te propus, ou conversar com sua filha.

– Eu irei.

A conversa cessou quando as duas garotas se juntaram ao casal à mesa para a janta, sempre tiveram o costume de fazer tudo juntos em casa. Quando Mebuki chegou com a travessa de alumínio, onde uma lasagna ao molho rosé se encontrava, o marido resmungou sobre estar esperando pela culinária japonesa de sempre. Sakura riu da expressão de Kizashi, era sempre muito agradável estar na presença de seu pai, foi seguida por Annie e a mãe que contavam sobre o almoço delicioso que tiveram sem ele.

Apesar de dormir a tarde toda, a rosada sentiu-se cansada logo e reclamou de sono severas vezes, presenteando seus comentários com altos bocejos. Já era tarde para Annie ir embora, portanto foi convidada pelos Harunos a passar a noite em sua casa, o que não era nada incomum, era como seu segundo lar. Logo ambas foram se deitar e não demorou muito para que a morena desmaiasse sem dizer uma palavra para Sakura, que entendeu o cansaço em que a amiga se encontrava.

Rolando de um lado para o outro da cama, a Haruno tentava entender por que havia perdido o sono assim que encostara a cabeça no travesseiro. Normalmente, apenas fecharia os olhos e os abriria só na manhã seguinte, entretanto, talvez por ocorrência de seu desmaio e todos os remédios que havia tomado, não conseguia adormecer. Sakura desistiu das tentativas e passou a encarar o teto que era iluminado por um pequeno raio luz que escapava de uma fresta da porta, sentindo-se tranquila. E é quando a cabeça está tranquila que todos os fatos veem à tona e foi neste momento exato que todas as fichas da rosada haviam caído.

De uma maneira rápida e ríspida, Sakura passou a procurar silenciosamente por seu celular na penumbra. Encontrou-o em algum canto próximo às coisas de sua amiga, quase sem bateria e com duas notificações de seu blog pessoal. Desbloqueou a tela e passou a fuçar todos os cantos procurando pela mensagem que Annie havia mencionado, só acreditaria que o Uchiha teve a audácia de dizê-la tal absurdo vendo. Sentiu um aperto estranho ao não encontrar o que procurava, batendo o smartphone em sua perna desanimada.

Quando sua esperança acabava, uma tela se acendeu no meio da quase escuridão ao lado da cabeça de Annie, chamando a atenção de Sakura que foi vencida pela curiosidade, sendo obrigada a ver o que era. O que vira não a animou, era apenas uma notificação de um grupo em que sua amiga estava. Amaldiçoou a sorte mais uma vez e por um momento, estranhou a vontade de confirmar o que Sasuke havia dito, uma vez que aquilo não deveria afetá-la em nenhum aspecto.

Entretanto quando seus olhos rolaram para as conversas mais abaixo, notou uma imagem enviada de seu número algumas horas atrás, enquanto ainda estava inconsciente. Fez questão de abri-la rapidamente, já imaginando do que poderia se tratar. E estava certa. Ler a mensagem do Uchiha era completamente diferente que apenas ouvir Annie dizendo baboseiras. De fato ele estaria disposto a convencê-la de todas as maneiras e Sakura sentia-se encurralada pela soberania que Sasuke apresentava com aquelas palavras, mexendo com seus mais profundos instintos. O que ele faria dali para frente era imprevisível e talvez seu coração, que era tão certo do que queria, se tornasse duvidoso.

Depositou o celular de volta ao lugar que estava e voltou a se deitar, com a mente cheia de pensamentos. Não apenas sobre aquele que a tirava do sério, mas também sobre o que o destino guardava para ela, seu futuro tão planejado e desejado. Sakura era uma pessoa extremamente ansiosa e preocupada, não aguentava a espera e não se contentava em ficar deitada sem poder fazer nada que não fosse estudar. Estes a infortunaram pelas próximas horas, até que pôde, por fim, adormecer.

O dia raiou e o Sol estava amigável naquela manhã de Terça-Feira que chegava sorrateiramente. A brisa tranquila balançava os galhos das árvores escassas do lado de fora do condomínio, provocando um ruído contínuo que era ofuscado pelo som dos automóveis que circulavam por ali. Os olhos esmeraldinos abriram-se calmamente sendo incomodados pela luz, direcionando-se para o relógio repousado no criado mudo, distante da cama da rosada. Eram seis horas e dez minutos da manhã, aproximadamente quinze minutos antes de seu despertador a alarmar que deveria acordar para a escola. Estranhamente, dormira tarde e acordara mais cedo que o normal, um pouco mais disposta a se levantar.

Piscou as pálpebras incomodada e percebeu que sua amiga ainda dormia tranquila, sem um sinal de que acordaria com seus movimentos. Sentou e espreguiçou-se preguiçosamente, levando suas pernas para o lado. Seus pés descalços tocaram o chão frio e ela estremeceu, a manhã começara um pouco mais fria que o normal, o que era incomum na primavera. Pegou o uniforme que estava junto ao seu computador, colocado pela mãe ali alguns minutos atrás, vestiu-o e se encarou no espelho, decepcionada com a imagem espojada que via. Observou sua pele de perto e ficou ainda mais insatisfeita, decidindo passar uma pequena camada de maquiagem em seu rosto pálido. Abriu sua gaveta e procurou logo por um corretivo, um lápis de olho preto e um batom rosa claro para dar cor aos seus lábios e assim que os achou, tratou de passa-los em sua epiderme. Por fim, seu rosto estava um pouco mais corado, suas olheiras estavam quase imperceptíveis e seus lábios finos estavam naturais, diferente da aparência morta que ela tinha alguns minutos antes.

O som cintilante do despertador invadiu o cômodo e Annie levantou-se subitamente assustada, com uma afeição indignada graças ao som. Tapou seus ouvidos com as mãos e esperou até que Sakura desligasse o barulhento eletrônico. A rosada gargalhou da reação da amiga e permaneceu assim por alguns minutos, até que morena se levantou e segurou o rosto da Haruno encarando seus olhos surpresa.

– Isso é maquiagem? – Soltou – Isso é um gargalhada? – Quase gritou.

– Sim, pode acreditar – Sorriu levemente enquanto tirava as mãos da amiga de seu rosto – Minhas olheiras estavam muito profundas e...

– Para mim, o nome disso é Uchiha Sasuke – Interrompeu Sakura.

– Mas você não me dá sossego? – Vociferou – Vá se trocar logo antes que eu perca a paciência com essa sua ousadia.

– Minha bebezinha linda com um pretendente – Brincou com a amiga que por um momento sorriu de lado.

A morena decidiu não prolongar as brincadeiras, se aproveitando do bom humor que Sakura havia adquirido naquela manhã. Sabia que situações como aquela deviam ser preservadas, já que em época de vestibular, a rosada estava um caco. Terminou de se trocar e demorou alguns minutos a mais para passar sua indispensável maquiagem de todo dia. As duas foram até a cozinha e pela primeira vez em dias, tomaram um café da manhã sustentado que valeria pelo resto da manhã. Kizashi já havia saído e Mebuki arrumava os pratos que não guardara na noite passada, um pouco alterada.

Deram tchau para a matriarca e desceram os andares até o saguão, onde como de costume, várias pessoas circulavam depressa. Fizeram o caminho para a escola tranquilamente, descontraídas e conversando sobre assuntos aleatórios, como melhores amigas sempre fazem. Passando pelo portão, Annie mostrou a língua discretamente para o inspetor que não a parara dessa vez e Sakura a advertiu por isso, esquecera como era andar com sua amiga desregulada. Ambas sorriam enquanto percorriam o corredor que levava a sala do Terceiro Ano, adentrando o recinto e se dirigindo as suas respectivas carteiras, dando bom dia para os colegas de classe. Estes também estranharam o bom humor da Haruno.

O clima descontraído de todos acabou quando a figura alta e morena de olhos ônix pisou para dentro da sala. Todos encararam Sakura, que parecia não ter ligado para a presença do Uchiha, mantendo um sorriso leve no rosto. Diante disso, apesar da incomum situação, o tom da turma voltou a ser alegre. Sasuke notou a diferença na atitude de todos, inclusive de sua presa, e se sentiu satisfeito.

Segurando sua maleta-mochila, ele direcionou seus passos até a carteira da Haruno, com um olhar malicioso e uma expressão desafiadora. Quando a mesma percebeu que o Uchiha vinha em sua direção, soltou um suspiro, já preparada para o que poderia acontecer. O moreno arqueou sua postura para ficar na altura da rosada, que estava sentada observando seus movimentos. Apoiou seu cotovelo na carteira e aproximou-se da vítima oferecendo-a um sorriso galanteador.

– Poderia me acompanhar, Haruno? – Ele se pronunciou – Gostaria de falar com você...a sós.

– O que você quer, Uchiha?

– Vai me acompanhar ou terei de avisar a sala toda sobre o que aconteceu ontem? – Disse em um tom desafiador. Sabia que estava mexendo com o orgulho de Sakura.

– Cale a sua boca – A rosada levantou-se e esperou que Sasuke levasse o caminho.

Em segundos, ela se encontrou seguindo aquele que continuava a ser seu inimigo mortal. Os dois não trocaram sequer uma palavra, apenas caminhavam para a parte de trás do colégio, onde menos gente se encontrava naquele horário. Sasuke não a levaria novamente para a biblioteca, não naquele momento tão curto em que precisava aprimorar suas técnicas para capturar sua presa. Assim que chegou onde planejava, parou e puxou Sakura pelo pulso, se escondendo atrás de um grande pilar em uma parte quase deserta do local.

– Pensou sobre nosso acordo? – Voltou ao seu tom arrogante.

– Não existe nosso acordo – Se irritou – Você já sabe a resposta.

– Eu presumo que isso seja um sim, já que se priva de me explicar seus motivos – Debochou.

– Uchiha – Cerrou os punhos – Eu não motivos para me casar com você. Eu já lhe disse e estou me tornando cansada de ter que repetir.

– Escute bem, Haruno – Dessa vez, Sasuke voltou a seu tom sombrio e ameaçador, assustando Sakura – Você vai se decidir e eu sei que vai se casar comigo e saiba que estou disposto a atormentá-la e segui-la até o inferno para isso.

– Como se atreve... – Sua linha de pensamento foi novamente interrompida pela sensação não estranha de aproximação do Uchiha que a encarava com aqueles olhos demoníacos e perigosos que a causavam arrepios.

– Diga de novo – Ameaçou-a.

– E-Eu...Eu... – Gaguejava

– Você vai se casar comigo, Sakura – Sua mão foi de encontro às costas da rosada, passeando por toda sua extensão parando na cintura curvilínea e a puxou para si, chocando seu corpo com o dela. Sua boca foi até o ouvido da Haruno e cochichou – Hoje eu vou te levar para casa e amanhã te acompanharei nos estudos.

Após isso, descolou seus corpos e soltou um riso debochante, havia quebrado a barreira da impenetrável Haruno Sakura, deixando-a sem palavras. Virou de costas e deixou-a ali, incrédula, sem alguma explicação. Seus passos se tornaram mais leves e toda a tensão do seu corpo cedeu, havia conseguido realizar mais uma das tarefas propostas por Naruto. É claro, aquilo só poderia ser ideia dele, e por mais incrível que parecesse, estavam dando certo. Talvez Sasuke se tornasse mestre naquilo em pouco tempo, já que encontrou um divertimento em ver sua inimiga corar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sasuke é o falso Don Juan gente, mas ele nasceu para isso! hahahah Espero que tenham gostado, desculpa a demora novamente, minha vida tá uma loucura! beijos no kokoro de vcs :**



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seasons of Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.