E talvez, eu vou descobrir

Um modo de conseguir voltar algum dia

Pra te vigiar, pra te guiar

Através da escuridão de seus dias

Se uma grande onda caísse

E cair sobre todos nós

Então eu espero que haja alguém lá fora

Quem pode me trazer de volta pra você

~Pov Liam

Há dois meses eu não tinha nem uma notícia de Meg, há dois meses eu não a via e há dois meses eu me afundava mais e mais na escuridão.

Eu realmente tentei lutar contra tudo isso por causa dela, eu tentava todos os dias, mas as minhas tentativas se mostraram inúteis quando meu pai me destruiu. Eu não me importava com os xingamentos dele, muito menos com as agressões, mas nesses dois meses ele só piorou comigo.

A cada dia ele me olhava decepcionado e dizia coisas como “Foi por isso que sua mãe preferiu morrer! Você acha que ela queria ter você como filho?” e isso me feria, até o dia que eu não aguentei mais e comecei a acreditar no que ele dizia, ficando pior.

O que eu sabia da Meg é que ela sairia logo da clínica já que melhorou muito desde que chegou, só isso. Não importa quantas vezes eu perguntasse à senhora Malfoy como ela estava ela não me respondia, então passei a perguntar ao Draco por meio de cartas. Ele não dizia muito, mas era tudo o que sabia e isso já me deixava bem melhor.

Fiquei sabendo que ele viria pra casa a pedido do pai e então resolvi ir até à mansão Malfoy, eu precisava de um favor, e apenas ele poderia fazê-lo pra mim. Eu só confiava nele para essa tarefa, por mais difícil que fosse.

Quando bati na porta fui recebido pela senhora Malfoy, ela pareceu surpresa com a visita, mas mesmo assim me deixou entrar e falar com Draco. Eu subi as escadas indo até o seu quarto e o encontrei pegando algumas roupas e colocando-as em uma mochila.

–Draco? –Chamei e ele me olhou da mesma forma que sua mãe, surpreso.

–Oi Liam, o que faz aqui? –Ele disse sorrindo. –Querendo mais notícias da Meg?

–Também, mas não é só isso, preciso de um favor.

–Pode dizer, o que eu puder eu farei. –Ele disse. – Ela está bem, vai voltar logo pra casa, eu tenho certeza. Não sei como agradecer o que fez por ela. –Eu sorri. –O que precisa?

–Eu sei que vai parecer um absurdo quando eu disser, mas eu preciso que entenda que eu não quero que ela piore. –Ele cruzou os braços e me olhou assustado. –E eu sei que não pode fazer magia fora da escola, então eu peço que consiga levá-la para Hogwarts.

–Está me assustando. Está tudo bem?

–E eu sei também que pode dar errado, mas você é o único que eu tenho certeza que vai conseguir porque você a ama e nunca iria querer o mau dela.

–Liam, por favor, diz logo.

–Preciso que use o Obliviate na Meg e que faça com que ela me esqueça. –Eu disse suspirando. Aquelas palavras me machucaram tanto, mas era preciso fazer aquilo.

–O QUÊ?! VOCÊ ENLOUQUECEU?! POR QUE EU FARIA ISSO?!

–Como eu disse, parece um absurdo.

–“PARECE”?! NÃO LIAM, NÃO PARECE, ISSO É UM ABSURDO!

–Se acalme Draco, é estranho, eu sei, mas isso será necessário para que ela fique bem.

–SE VOCÊ NÃO PERCEBEU, ELA SÓ FICOU BEM DE NOVO DEPOIS QUE VOCÊ APARECEU, SE AS MEMÓRIAS QUE ELA TEM DE VOCÊ SUMIREM ELA VAI SIMPLESMENTE DESABAR!!

–Não, ela não vai, eu tenho certeza disso. –Ele cruzou os braços. –Você apenas vai apagar qualquer coisa que tivemos, mas não vai apagar as conquistas dela. Tipo quando ela jogou aquela lâmina fora. Quando você o fizer eu apenas sumirei, mas ela ainda vai ter superado aquilo tudo.

–Você só pode ter ficado maluco!

–Não Draco, eu não estou maluco, apenas quero o bem dela!

–Por que quer que eu faça isso?

–Porque assim como você eu não quero que ela piore. Não precisa ser agora, você vai saber quando tiver que ser feito, mas por favor, eu quero que me prometa que fará.

–Liam se isso der errado...!

–Não vai dar Draco.

–COMO NÃO VAI DAR?! EU NÃO TENHO EXPERIÊNCIA NENHUMA COM O OBLIVIATE! SE EU FIZER ERRADO ELA PODE...

–Draco eu não confio em ninguém aqui, por favor, você sabe tudo o que aconteceu e é confiável, não me faça pedir isso à mãe dela! Você sabe que ela vai distorcer as coisas então eu só posso confiar em você! –Ele fechou os olhos e suspirou.

–Tudo bem, eu o apagarei da memória dela, darei um jeito.

–Obrigado, muito mesmo, eu só quero o bem dela, nada mais que isso.

–Eu sei, você a ama.

–Quando chegar a hora certa você vai saber. –Draco balançou a cabeça assentindo. –Muito obrigado Draco, eu não sei o que seria dela sem você. Você realmente se importa com ela.

E com isso eu me despedi e voltei pra casa. Quando cheguei eu aguentei mais algumas brigas, aguentei tudo calado mais uma vez só pra ir me trancar no quarto em seguida.

Eu estava certo do que faria e sabia que Draco não me decepcionaria. Na hora certa eu estaria fora da mente dela, guardado bem no fundo de suas memórias e mesmo que ela não pudesse acessá-las quando Draco terminasse eu sabia que sempre estaria com ela.

Eu havia lhe prometido isso, então eu estaria lá até o fim, ou então até depois dele. Outra promessa que fiz é que eu a salvaria e não desistiria dela, e isso eu tenho certeza que fiz muito bem.

No momento em que ela jogou aquela lâmina fora eu tive a certeza de que ela nunca mais faria um corte em sua pele, também tive a certeza de que ela nunca mais vomitaria ou deixaria de comer só pra ficar magra. Ela estava se cuidando, vencendo e eu estava fazendo o oposto.

Como eu disse essa batalha já foi perdida, mas mesmo sabendo disso ela não desistiu de mim e eu sabia que ela nunca desistiria então eu teria que forçá-la a isso. Eu estava cansado, confuso e perdido.

A única coisa que eu sabia é que era melhor assim e que eu a amava, e só de saber que ela me amava também eu tinha certeza de que tudo valeu a pena.

Agora eu sei perfeitamente como

Minha vida e meu amor ainda podem ir em frente

Em seu coração, em sua mente

Eu vou ficar com você por todo o tempo

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou onde quer que você vá

Muito lá em cima ou lá embaixo

Eu vou onde quer que você vá