O contrato escrita por Puella


Capítulo 9
Capitulo 8 - O Rancho Adormecido


Notas iniciais do capítulo

Oiê!
Sei, eu demorei, mas não foi por bloqueio não, foi preguiça mesmo, e um pouco de vida social hehehe, além do que estou numa maratona de leituras e fazendo muitos desenhos na minha página de arte que tenho no face (a única coisa que me força a usar aquele treco) e também um momento de reflexão quanto a minha estadia no mundo das fanfics. Gente, pode parecer cruel, mas penso em realmente me aposentar das fanfics. E como isso já tá quase que claro decidi que não vou mais continuar com Clandestinos e nem A Esposinha, está fics serão excluídas. Contos da Terra Média apesar de ter flopado aqui, ainda continua, pois é um original. Pois é gente, a questão é que eu não quero mais pegar emprestado, eu quero ter minhas proprias criações, caso um dia, eu tome coragem e publique alguma coisa. Outro motivo para essa minha decisão, é meu descontentamento quanto ao meu redimento. Em quase sete anos de ficwriter, já estive em momentos melhores, e não estou muito feliz com os ultimos rendimentos das minhas histórias, justo quando consegui evoluir mais um pouco na minha fabriqueta de tramas (sem querer me achar). Portanto, O Contrato será a minha última fanfic do Loki, pelo menos é o que está claro no momento pra mim. Sei que vai ter gente que vai ficar triste, eu sei. Pra mim também é difícil, pensei muito nesses dias, e realmente, sinto que quero me aventurar nos originais agora. E se alguma de vocês quiser me acompanhar nesses projetos ficarei imensamente feliz.



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“Não se sabe exatamente como as pessoas se apaixonam, elas apenas se apaixonam”

NUMA manhã nublada Sigyn partiu com a família Laufeyson para a fazenda dos pais da falecida esposa de seu patrão. De carro eles seguiram para a estação de trem de Orebro*, uma cidade próxima. De lá eles seguiram de trem até as montanhas. No caminho Fenny explicou à Sigyn que o trem se chamava o Expresso dos Adormecidos, em homenagem a cadeia montanhosa de mesmo nome. Durante certa parte do percurso Sigyn notou que as pessoas de dentro trem não pareciam alvoroçadas por seu chefe de estado estar ali. Mas, é claro, todos pareciam saber de quem se tratava.

O que Sigyn notou mesmo foi que alguns olhares estavam voltados a ela. Já que não era conhecida. Provavelmente os cidadãos jotuns que se encontravam ali naquele vagão se perguntavam curiosos – a modo jotun, ou seja, discretamente - sobre que seria a jovem que acompanhava seu governante.

Após algumas horas de viajem, Jo e Fenny ambos adormecidos, tinham as cabeças escoradas, um em cada lado dos ombros de Sigyn, que parecia sem sono pois não tirava os olhos da linda paisagem vista pela janela do trem.

Jotunheim era linda.

O céu cinzento ao fundo, a enorme cadeia montanhosa com tons azulados e anis, e em seu topo, a neve branca aprumada com uma coroa de neblinas, e mais abaixo a floresta de pinheiros altos, que embora fosse de folhas verdes, ganhava um tom musgo e acinzentado ao longe.

– Gosta da paisagem, Srta. Lindgren?

Sigyn mirou o rosto na direção de seu então patrão. Loki estava sentado de maneira confortável tendo Hella dormindo em seu colo. A garota tinha a cabeça aninhada em seu colo. Era engraçado ver que naquele momento ela parecia ter menos de oito anos.

– A gosto. A verdade é que sempre gostei de geografia, e sempre tive um interesse muito forte conhecer lugares diferentes, idiomas diferentes... – percebendo que estava um pouco empolgada, Sigyn reduziu um pouco o ritmo das palavras – eu... realmente aprecio muito isso.

Loki deu um sorriso pequeno e discreto.

– Deve ser por isso que desempenha tão bem suas funções. Paixão por conhecimento é algo essencial para um preceptor.

Houve um silencio breve, em que os dois apenas se observavam, mas o contato se quebrou depois de alguns segundos. Loki ajeitou a filha caçula de maneira mais confortável em seu colo. Sigyn o observou de soslaio, achando a cena fofa, ainda mais quando Hella soltou um ronrono, tal como uma gatinha.

Quando chegaram na estação foram recebidos por simpático casal de meia idade. Os pais da falecida esposa de Loki. Era um casal bonito, o homem calvo tinha olhos azuis bem intensos e rosto rosado, usava um casaco grosso com bolsos grandes. A mulher tinha indícios de ter sido muito mais bela na juventude, e continuava jovial apesar dos traços da idade que demarcavam sua pele, tinha os cabelos grisalhos bem cuidados na altura dos ombros e olhos da cor de cobre.

Ambos receberam Loki como se fossem seus pais de verdade, dando-lhes um abraço caloroso. E em seguida cumprimentaram as crianças com abraços igualmente apertados.

Por fim notaram Sigyn que apenas observava a cena com um sorriso tímido.

– E esta jovem quem é? – a mulher lhe fitou com um sorriso bondoso.

– Astrid, esta é Sigyn Lindgren – Loki lhes apresentou – é a preceptora de meus filhos.

– É um prazer conhecê-los – a garota respondeu em jotnar perfeito, apesar de seu sotaque levemente evidente.

– O prazer é nosso. Sou Ronald Sveben e está é minha esposa Astrid De que região você é minha jovem? – o velho perguntou curioso – É que não lembro de ouvir este sotaque antes.

Sigyn deu sorriso involuntário.

– Sou de Midgard, Sr, Sveben.

Os dois idosos a fitaram impressionados, e disseram que para uma estrangeira ela falava o idioma deles muito bem. Conversaram ainda mais um pouco durante o trajeto para a propriedade da família. Vô Ronnie e vó Trid, como as crianças os carinhosamente chamavam eram donos uma fábrica têxtil de lã e algodão.

Apesar do sol ter dado sinais de que estava indo embora, nem por isso Sigyn perdeu o encanto ao ver a entrada do Rancho Adormecido. Era uma fazenda lindíssima, verde e alegre, um verdadeiro pedaço de céu escondido nas montanhas.

– Que lugar encantador – a jovem falou mal contendo o brilho nos olhos e um ar tão infantil quanto o de uma criança – eu nunca estive em um lugar tão bonito antes.

O casebre era grande, rustico e acolhedor. Suas marquises e laterais dos telhados tinham desenhos delicados de flores, na entrada havia uma varanda enorme e espaçosa, perfeita para sentar e jogar conversa fora.

– Que bom que você gostou Sig – disse Hella animada - Porque amanhã iremos acampar perto do lago!

– Acampar?

– Sim – disse Jo – Todo ano a gente faz isso, e dessa vez você vem junto! Nê papai?

Loki riu divertido diante da empolgação de seus filhos.

– Sim, ela vem conosco – e então a fitou – afinal, ouvi dizer que a senhorita sabe contar boas histórias.

Sigyn corou, por sorte, não foi possível perceber já que sua pele já estava avermelhada pelo frio.

– Achei que era uma coisa mais da família – ela disse sem graça.

– Mas você é da família também – disse Fenny, que fitou o pai – não é pai?

Agora foi a vez de seu patrão ficar encabulado, ainda que de maneira muito mais discreta.

Ronnie e Trid apenas se fitaram de maneira cumplice e então chamaram a atenção dos demais.

– Que tal entramos para tomar um chocolate quente?

Loki não pode deixar de agradecer em segredo pela oportuna intervenção de sua sogra.

Durante a noite Sigyn se encontrava sem sono, envolta numa manta quente e confortável. A jovem se levantou frustrada, não entedia porque estava sem sono, tendo em vista que estava cansada da viagem. E então como um lampejo em sua mente lembrou-se que havia trazido um pouco dos seus sachês de chá. Foi até uma das malas e pegou uma latinha vermelha e amarela, e saiu do quarto, caminhando silenciosamente pelo corredor. Andando com cuidado desceu as escadas, mas se retesou ao ver o reflexo de uma sombra no chão da sala, que era iluminada pela lua que brilhada pela enorme janela da sala. Constatou aliviada que era a sombra de Loki que estava de costas fitando a paisagem.

Parecendo pressentir a presença de uma outra pessoa ele se virou e viu Sigyn encolhida segurando uma lata. Ele franziu o cenho mas logo relaxou.

– Sem sono também? – ele perguntou colocando as mãos nos bolsos do roupão de lã negro.

– Mais ou menos – ela deu os ombros – vou fazer um pouco de chá...

– Eu aceito – ele respondeu rápido e com um certo divertimento no olhar.

Ambos estavam sentados na baqueta da cozinha que era grande e silenciosa. O cheiro do chá de ervas era cítrico e inundara o recinto dando uma sensação muito agradável.

– Seus sogros são muito legais – ela disse tentando puxar algum assunto – notei que eles tem muito carinho por você.

– Eles me conhecem desde pequeno – Loki disse após bebericar um pouco de chá – eu e minha esposa éramos amigos de infância, e quando minha mãe faleceu eu tinha costume de passar muito tempo aqui. Sou quase como um filho para eles.

Após uma curta pausa, ele fitou um canto qualquer com um sorriso triste.

– Mesmo depois da morte dela, eu nunca deixei de manter contato com eles, eu os considero praticamente com meus pais, sabe?

– Deve ser tão bom ter uma família – a jovem falou de repente – eu nunca vou saber o que é isso.

Loki franziu as sobrancelhas.

– Por que diz isso?

Sigyn o fitou.

– Perdi minha mãe muito cedo, e bem, ela não era o tipo ideal de mãe perfeita e virtuosa – a jovem corou um pouco – minha mãe era uma prostituta.

Ela achou que Loki a fitaria chocado, mas não, ele parecia um pouco surpreso, apenas.

– Mas, apesar disso, ela nunca quis que eu seguisse esse caminho, ela tentou de todos os meios que ela podia, do jeito dela, me proteger. Ela sempre dizia que eu estaria destinada a ser algo melhor do que ela. E bem, eu a perdi muito cedo, eu tinha seis anos e fui para o orfanato.

Ela então sorriu de maneira triste.

– Bem, como você deve imaginar, ninguém quer adotar uma criança filha de prostituta. No começo eu chorava no meu cantinho sozinha quando via que outras crianças encontravam um lar e eu ficava para atrás. Com tempo, jurei para mim mesma que dias melhores viriam, e que um dia eu estaria por minha conta sem depender de ninguém. Quando eu aceitei esse emprego pensei na chance de ganhar algum dinheiro, e ir guardando boa parte dele – ela riu – mas agora, nem penso mais nisso. Pode parecer ridículo, mas às vezes fico com medo de um dia ser mandada embora. Eu acho que me apeguei muito aos seus filhos, mais até do que eu deveria, aliás.

Houve um pequeno silencio.

– Ah! - a jovem abanou a mão – desculpe! Às vezes sou tagarela demais!

– Não – ele lhe olhou afavelmente – achei muito importante ouvir essas coisas – ficou um pouco mais próximo dela e com uma das mãos ajeitou as mechas castanhas de Sigyn para atrás de sua orelha.

Os olhos cinzentos o fitavam com atenção, Sigyn sentiu seu coração bater com força contra as costelas, e os pelos de sua nuca enrijeceram quando sentiu os dedos frios dele encostarem de leve em sua orelha.

– Você é uma pessoa muito forte e admirável – ele disse por fim.

– Obrigada – ela respondeu piscando rapidamente – bem... é melhor irmos, não? Já... está bem tarde... – a frase de perdeu no meio.

Era difícil manter a concentração quando os olhos azuis de seu patrão lhe fitavam com estranha atenção. Ele era um imã, disso ela tinha certeza, pois agora mesmo se encontrava mais próxima dele. Loki inclinou um pouco a fronte ficando ainda mais perto, e sem reservas depositou um beijo cálido nos lábios da jovem.

Fora rápido, e quando Sigyn se deu conta ele já estava um pouco distante, parecia também inerte ao que havia acabado de acontecer ali.

– Boa noite – sua voz saiu baixa.

Loki se retirou da cozinha em silencio, deixando uma jovem pensativa para trás.


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Notas finais do capítulo

É isso, gente.

Quanto ao meu dilema, bem não prometer nada, mas às vezes pode se ter alguma surpresa... enfim

Gostaria de compartilhar com vocês o link de uma fic original que estou escrevendo
https://fanfiction.com.br/historia/662314/Supreme/
cheguei a comentar sobre ela há um tempo atrás, é uma ficção científica. Bem, se vcs quiserem dar uma passada lá para conhecer, vocês serão muito bem vindas!
Eh isso por hoje suas lindas, beijos e até o próximo capítulo!
Ps: Bom, se der eu gostaria de saber do parecer de vocês quanto a tudo que expus...