Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oeee, estou viva e o cap de hoje está animado kkk



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Set tinha plena ciência do tempo em que Cris passou na rua, por isso compreendia que estava sendo difícil para ele e que com certeza ele estava se lembrando de tudo.

Mas sua maior preocupação era com Lucas.

O pequeno estava quieto e pouco sorria, certamente não queria voltar para casa, o ruivo, ainda de mãos dadas com Cris, acariciou a bochecha de Lucas, que sorriu e segurou a mão dele.

— Vocês vão se casar? – Perguntou o menino, reparando na aliança no dedo do rapaz, Set lançou um olhar terno ao noivo.

— Sim querido. – Cris respondeu, com um sorriso sonhador, Set se lembrava das dificuldades que os dois tiveram para decidir realmente se casar, mas o amor deles era maior do que qualquer problema.

Na rua em que Lucas morava, a falta do governo era evidente, as calçadas eram sujas e algumas crianças, um pouco menores que Lucas, brincavam ao lado de uma lata de lixo que transbordava de tão cheia, as crianças usavam roupas sujas e não pareciam se incomodar, uma mulher observava as crianças de longe e não parecia se incomodar também. O ruivo mordeu os lábios, tentando resistir ao impulso de tirar aquelas crianças de perto daquela lixeira que poderia conter tantos perigos que ele nem sequer podia imaginar.

Mas ele decidiu seguir em frente sem dizer nada, apenas encarando o pequeno Lucas com doçura, mais uma vez se via incapaz de visualizar o menino vivendo naquela situação.

— Queridinho você frequenta alguma escola? – Perguntou e o menino pareceu pensar.

— Sim... As vezes.

— As vezes?

Lucas confirmou enquanto ajeitava a toca, mas seus pequenos olhinhos pairaram sobre uma casa simples e pequena, não havia sinal de vida.

— Minha casa. – O menino murmurou, encostando a cabecinha no ombro de Cris.

— Será que tem alguém ai?

— Sim. – Lucas respondeu, forçando um sorriso. Set viu nos olhos do noivo a indignação crescer, não pela casa e nem pela rua suja e mal pavimentada, mas sim pela cara de medo que Lucas tentava esconder. Com um suspiro cansado, o ruivo se aproximou da porta e bateu algumas vezes.

Nada. Ninguém respondeu.

Nenhum sinal de vida.

Lucas andou até Set e entrou em sua frente, começando a bater ele mesmo na porta.

— Papai sou eu. Papai. Papai. Papai. Papai. Papai.

O ruivo pôde ouvir quando os passos pesados se aproximaram da porta, certamente alguém viria atende-los.

— Papai. Papai. Papai. – Lucas continuava chamando, ignorando qualquer som. — Papai. Papai. Pap-

— QUE FOI PRAGA? - Um homem saiu aos berros, logo o cheiro da cerveja começou a incomodar o casal, Cris pigarreou quando Lucas correu e se escondeu atrás dele, e o homem os encarou. — Que foi vocês também?

— Senhor... – O loiro começou, tentando parecer calmo e discreto, o que, na opinião de Set, não duraria muito. — Encontramos seu filho desmaiado ontem em frente a nossa casa e ficamos preocupados. O senhor talvez esteja também interessado em saber que-

— Eu só quero saber... – O homem cabaleava enquanto se aproximava dos dois. — Por que você... Seu... Pirralho... Não está sendo útil e me conseguindo... Di... Dinheiro.

O menino deu um passo atrás e Set viu a expressão de medo se formar em seu rosto. — Espere senhor. – O ruivo interferiu, tocando nos ombros do homem e o empurrando para trás. — Ele estava faminto e com frio, além de que quase pegou um forte resfriado. O senhor tem que entender que-

O homem removeu as mãos de Set de seu ombro rapidamente e o empurrou para longe, Cris segurou o noivo pelo braço e o ajudou a se equilibrar.

— Você está bem Set?

O ruivo beijou a bochecha do menor e sorriu. — Claro. Vamos sair bem dessa ok?

— Ei... – Cris começou, olhando para os lados e seus olhos se arregalaram ao pairar sobre o homem, que segurava o menino com uma mão e o puxava, enquanto o mesmo esperneava e gritava, tentando fugir. — Ei, solta ele.

Antes que qualquer um dos dois pudesse fazer alguma coisa, Lucas se soltou e correu para o outro lado da rua, chorando desesperadamente. Set correu em direção ao menino, que havia se ajoelhado na calçada.

—Ô pirralho... Volta aqui moleque. – O homem gritava atrás dele, mas Cris o empurrou e logo seguiu o noivo.

— Lucas. – Set sussurrou e se ajoelhou em frente ao menino, que ainda chorava. — Calma sou eu.

Lucas olhou nos olhos do ruivo, que sorriu docemente e envolveu o pequeno em seus braços.

— O que pensa que está fazendo? – O homem resmungou atrás dele. — Esse pirralho está ficando um preguiçoso.

— Cala a boca, velho estupido. – Cris revidou, mandando embora toda a paciência que já não tinha, Set se ergueu, com o menino em seu colo, ainda em lágrimas.

— Cala a boca você veado. Eu só quero saber quando essa peste vai me dar dinheiro.

— Cris... – Set tentou segurar o braço do noivo, mas não foi rápido o suficiente, quando conseguiu acompanhar a velocidade dos movimentos, viu que o homem estava caído no chão, com as mãos sobre o olho que logo ficaria roxo por conta do soco e Cris estava com o punho erguido, respirando ofegante por causa da adrenalina. Set o puxou para perto de si, sem receber nenhuma reclamação por isso. — Calma.

— Estou calmo. – O loiro resmungou se voltando a Lucas, que apenas observava tudo. — Desculpa por tudo isso queridinho.

— Temos que tentar resolver isso de forma racional. Por isso fique aqui. – Set entregou o menino nos braços de Cris e começou a caminhar até o homem. — Vou cuidar da situação. Prometo.


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Notas finais do capítulo

E então como ficou?