Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 21
Capitulo 21


Notas iniciais do capítulo

Ola gente linda, cap novinho saindo do forno :3 Perdoem qualquer errinho besta, estou com um pouco de sono ... u.u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598996/chapter/21

Cris encarava o pai com um misto de duvida e ansiedade, tentando não chorar do desespero de não saber o que dizer. Amaldiçoando o dia em que alguém da escola fez questão de contar a sua mãe que ele e Set estavam juntos, a mulher resolveu ver por si mesma e viu os dois se beijando, esse ainda seria o menor problema se o pai não tivesse em casa e ela já chegasse falando, revoltada, por ter pensado que o filho havia desistido de, como ela mesmo disse: “Essa mania boba de gostar de meninos”, assim, dessa vez ela não escondeu a verdade dessa vez.

— Estamos namorando. – Disparou de uma só vez.

O homem parecia enfurecido. — Tem noção do que significa isso?

— Pai eu...

— VOCÊ NADA! Me responde. Tem noção de como vai ficar a imagem da nossa família? Não pensou em nada? Você é tão egoísta a esse ponto?

— Mas... Pai, por favor, ele não é como os outros. – No momento em que concluiu o raciocínio, se arrependeu e se calou, já temendo o pior.

— Outros? Quantos outros? Quer dizer que já virou uma puta?

— Pai não é assim...

— Então é como? – O homem segurou um dos braços do filho com força, fazendo o desespero de Cris aumentar.

— Eu me apaixonei pai... De verdade, estou apaixonado por Set é por isso que- Cris foi interrompido por um tapa.

Encarou o pai, em silencio e assim se manteve.

— Amor é coisa que você não entende.

— E nem você... Se amasse algo na vida, não seria assim. – Cris murmurou, com toda coragem que restava, a mágoa o corroía por dentro, toda a admiração e idolatria que tinha pelo pai foi se rompendo dentro de si. — Se me amasse você me entenderia.

— Não amo um bastardo. – O pai disse em alto e bom som, Cris sentiu as lágrimas pontarem nos olhos e tentou se soltar de todo custo. — Filho meu você não é, não aceito uma puta como filho.

— QUEM DISSE QUE PRECISO DE UM IGNORANTE COMO PAI? – Cris gritou, sem paciência e acabando com a paciência do pai também, que o empurrou, guiado puramente pelo impulso. O loiro esbarrou em uma estante e caiu no chão, derrubando um cofre de porcelana, que se partiu em vários cacos, um deles cortou o braço de Cris no impacto, o jovem pôde sentir o vidro cortando sua pele, de modo automático deixou todas as lagrimas saírem, junto de gritos de dor e de raiva.

Mais tarde aquilo deixou uma pequena cicatriz, mas o doía não era se lembrar dos cacos de vidro, era se lembrar das palavras, que foram mais cortantes que navalha, no fim, a dor física não foi nada perante a mágoa.

~ ~ # ~ ~

Cris encarava os formulários sem nenhum ânimo, sua mente se dividia entre os pedidos de verbas e as coisas que Lucas havia lhe dito.

Cada vez mais se sentia inseguro sobre todo esse assunto. Não iria desistir, é claro, mas não podia negar que queria que tudo fosse mais fácil, o loiro suspirou, olhando para o teto.

A porta de sua sala foi aberta e um homem entrou por ela, Cris não precisou encara-lo para saber de quem se tratava, ele era o único que entrava sem se anunciar, afinal ele podia.

— Algum problema? – Perguntou, ainda fitando o papel a sua frente.

— Preencheu os formulários? – O homem se aproximou e, antes de esperar uma resposta, pegou todos os papéis da mesa e começou a analisa-los.

— Sim, todos.

— Estão ótimos. – A vontade de Cris era de dizer que sabia preencher um formulário, mas resistiu a tentação.

— Deseja mais alguma coisa?

— Como vai?

Cris levantou o olhar, surpreso. — Por que quer saber?

— Não posso perguntar do meu próprio filho? – Ele se sentou se ajeitando bem na cadeira e fitando o filho, Cris também o encarava, mas estava confuso, dele havia herdado as manias e boa parte do jeito de ser. Mesmo não convivendo muito com o pai, o loiro o observava bastante desde pequeno, antes ele era quase um ícone, alguém que certamente o guiaria e o apoiaria em tudo, mas é claro que isso foi antes.

— Estou bem. – Conseguiu responder sem parecer tão forçado, encarando o pai, Cris podia ver a semelhança entre eles na postura um pouco jogada, dando ideia de que estava sendo articulando algo em sua mente, os olhos azuis penetrantes do pai pareciam sugar todos os pensamentos de qualquer um, parecia ser um homem sereno, mas poderia ser explosivo se colocado sobre pressão, exatamente como Cris, que detestava toda essa semelhança, detestava um dia ter amado se parecer com o pai. — Como vão as coisas em casa, com a mamãe, Henrique e Bernardo?

— Bem, sua mãe é sua mãe, Henrique está fazendo menos escândalo por tudo e Bernardo tem dezessete anos e nem um pingo de juízo na cabeça.

— Entendo.

— Cristian, sua mãe me falou sobre o menino que quer adotar.

— É claro que falou. – Cris murmurou, olhando para a parede sem nenhum foco exato.

— Quero que saiba que criar uma criança é complicado, exige muita coisa, está mesmo preparado para isso? - O Sr. Collins perguntou diretamente, recebendo o olhar frio do filho.

— O mais importante eu sei que ele vai ter que é amor, carinho e apoio. Sabe o que é isso?

— Cris eu te amo, por mais que você negue.

— Não sou eu que nego. Agora se me dá licença. – Cris começou a se levantar, mas foi impedido pelo pai, que o segurou pelo braço, no mesmo instante sentiu o impulso de empurra-lo para longe, mas se conteve em puxar o braço com força, subindo um pouco a manga da blusa.

— Isso é... – O pai apontava para a cicatriz antiga, e quase inexistente de tão pequena, que ainda havia em seu braço. — Cristian, isso foi um acidente. Os cacos, eu juro que não queria te machucar.

— Queria sim, e não foi só com os cacos... Agora eu tenho uma reunião importante, então preciso de paz.

— Eu quero conhecer esse menino que quer adotar, depois da aula me apresente a ele. – E dizendo isso o homem saiu, deixando um Cris totalmente atordoado na sala.

~ # ~

— Com licença. – Stefan pediu ao entrar na sala de Cris, que se surpreendeu com a aproximação do pequeno, ele o havia chamado, mas acabou se distraindo com uma cruzadinha qualquer que pegou na secretaria para poder espairecer e tentar fingir que a conversa com o pai nunca aconteceu.

— Sim, desculpe a distração, é Stefan não é?

— Sim. – O menino respondeu um pouco receoso.

— Sente-se. – Cris apontou para uma cadeira que estava ao lado do menino, que rapidamente acatou ao pedido. — Então, já sabe do que se trata não é mesmo?

— Sobre o que aconteceu ontem? – Ele supôs ainda nervoso, e Cris ficou um pouco preocupado, não sabia por que o menino estava tão assustado e percebeu que teria que usar um método diferente. — Eu... Eu sinto muito mesmo, eu...

— Tudo bem querido, se acalme. – O menino assentiu rapidamente, ainda mantendo a postura firme e o olhar assustado. — Olha não precisa ter medo ok? Vamos fazer assim, só me fala tudo o que quiser, tudo bem? Sem medo, eu não vou brigar com você e nem nada, é só uma simples conversa, eu também vou falar de mim, pode ser?

Stefan assentiu, mas se manteve em silencio. Cris suspirou, mas se manteve calmo, afinal era uma criança apenas. — Se não vai falar eu posso começar, veja, no sábado eu e meu noivo brigamos porque ele é viciado em torradas, acredita que fui chamado de fresco? - O menino riu baixinho, olhando nos olhos do mais velho e relaxando um pouco a postura, esperando obviamente, que ele continuasse. — No fim ele fez torradas para ele e eu fiz misto quente para mim, eu fui para a sala assistir 007 e ele foi para o quarto ler o morro dos ventos uivantes, complicado, eu sei. Mas e quanto a você, brigou com algum amigo ultimamente?

— Sim, com Max.

— Sério? E o que houve? – Cris se lembrava exatamente de Max, o menino que incentivou aos “amigos” a tentarem bater em Lucas e Luna.

— Ele estava implicando com Lucas... – Stefan murmurou, pegando o mais velho de surpresa.

— Implicando como? - O loiro não sabia o que o chocava mais, o fato de Max ter mentido e provocado Lucas de novo, ou o fato do moreninho não ter tocado no assunto em momento algum. O que mais Lucas guardava para si mesmo? Já havia escondido que Harry batia nele e agora isso.

— O de sempre, Max implica com ele de todo jeito que pode, ele é mal. – O menininho fez um bico, abaixando a cabeça. — Com todo mundo ele é mal, por isso eu briguei com ele.

— Você defendeu Lucas? – Cris se permitiu um momento de encanto, Stefan, que até pouco tentava bater em Lucas de todo modo, agora o defendia como um amigo leal.

— Sim, mas ai...

— Ai o que?

— Ele disse... Max disse... Que... – Algumas lágrimas brotaram nos olhos do menor, que tentava a todo modo se controlar.

— Tudo bem, não precisa dizer se não quiser. Se não se importar eu vou chamar sua mãe aqui, só para ela estar ciente do que houve ok? Só pra ela não ter problemas, pode ser?

— Tá.

— Quer dizer mais alguma coisa? - O menino negou, começando a se levantar e enxugando as lagrimas. — Ótimo qualquer coisa estou sempre aqui pela manhã. - Stefan assentiu, sorrindo tortamente e logo começou a rir. — O que foi?

— Você é legal, Lucas tem sorte de ser seu amigo.

— Ah! Que isso, pode ser meu amigo também, o que acha disso? Amigo do meu menino é meu amigo também.

— Fala dele como se fosse seu filho, ele é?

O loiro riu, quem dera, mas nada era tão simples assim. — Não, mas eu considero, ele é especial para mim.

Stefan sorriu levemente. — Eu não tenho mais um pai, ele sumiu pelo mundo é o que minha mãe diz para as pessoas, eu sei que minha mãe cuida bem de mim, então tento não reclamar. Meu pai me dava um pouco de medo, ele dizia coisas ruins para a mamãe, ele parecia não gostar de mim. Por isso Max disse que nem ele me queria. – Ele fez uma pausa, enquanto fitava o chão. — Você seria um bom pai, e seu noivo também, eu ainda não entendo por que você tem um noivo e não uma noiva, mas ele deve ser legal, ele gosta de torradas afinal.

Cris permanecia em silencio, um pouco chocado com a declaração do menino, não se incomodou nem um pouco com a dúvida do menino quanto a ser noivo de Set, não houve motivos para tal, o que o incomodou foi o fato de aquele pequenino dizer algo tão sério assim com tanta calma.

— Realmente ele é legal e também adoraria ser seu amigo. Seu pai com certeza não sabe o encanto de criança que você é, tenho certeza que um dia você vai ter sua própria família e vai ver como é bom ser pai.

— Eu já não sei, porque casar parece ser chato.

— Ai já depende do momento.

Stefan riu. — Deve ser isso. Vou ir para sala, Luna deve estar enlouquecendo Lucas a essas horas. Até.

— Até. – O mais velho se levantou e levou o menor até a porta, fechando-a assim que se viu só.

O telefone tocou, Cris correu para atender, se sentando em sua cadeira e se ajeitando de forma confortável.

“Alô!”

“Aqui é do departamento de policia, estou falando com o senhor Cristian Collins?”

“Sou eu mesmo, o que deseja?”

Recebemos uma denúncia de negligencia infantil anônima incluindo seu parceiro, Set Oliver, por favor, compareça ao departamento o mais rápido possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

c:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas sonhe ~ sendo reescrita~" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.