Jeremy PDV

Depois que Lilly foi embora, virei para Joe que agora estava cabisbaixo:
- Cara, o que você estava pensando?
- Você sabe. – Ele respondeu, triste.
- Não, não sei o que se passa na sua cabeça. Você não tinha dito que estava apaixonado por ela? – Perguntei, indignado com sua atitude.
- E estou. Mas... Dizer que estou apaixonado é uma coisa muito gay. – Ele disse.
- Você é louco. Ao invés de se desculpar com sua namorada, pensa que o namoro acabou e beija outra. Eu, hein! – Falei.
- Você é muito certinho e romântico. Não quero ser que nem você! Eu sou macho! – Joe disse.
- Joe, entenda uma coisa: Todo homem tem algum sentimento no coração. E, no seu caso, é o amor. Mas, você não quer demonstrar isso porque é um covarde! – Disse.
- O que? – Ele gritou, indignado. – Eu não sou um covarde!
- Claro que é. Não se declarou para Sue por ter medo do que os outros iam pensar e se iriam te chamar de gay. – Expliquei. – Homens não são roqueiros sem coração loucos por seus músculos. Homens também amam!

Lilly PDV

Sue havia acabado de ir dormir, depois de tanto sofrimento e Brian se recusava a ir embora.
- Cara, a casa é minha. Se você continuar insistindo, vou te pôr para fora. – Eu o ameacei.
- A casa não é sua. Ela é da sua mãe. E ela não iria me expulsar. – Ele falou.
- Por que você quer ficar aqui? O que tem de interessante? – Perguntei.
- Não quero ficar naquela mansão vazia. Meus pais viajaram de novo. E também quero ajudar a Susinha quando ela acordar. – Ele falou, chamando minha irmã por um apelido terrível.
- Eu sou a irmã dela e vou ajudá-la. Não precisa ficar aqui.
- Ai, mais um não faz diferença! – Reclamou.
- Um é pouco, dois é bom, três é demais. Tem muita gente nesse quarto. – Eu disse.
- Ai, como você é grossa!
- Foi a mesma coisa que o diretor disse, engraçado não? – Ironizei.
Brian bufou e sentou-se na minha cama. Fiz o mesmo.

No dia seguinte, Sue havia parado de chorar na escola. Mas, eu senti que a sua mente estava bem distante da escola. Na hora do almoço, Joe se sentou em uma mesa com Jeremy. Eu, Brian e Sue nos sentamos em uma outra mesa do outro lado do refeitório. No meio do almoço, Jeremy olhou para os lados e veio para nossa mesa, deixando Joe sozinho.
- Ele não merece minha companhia. O que ele fez foi... Terrível. – Justificou-se.
Acariciei sua mão, agradecendo. E vi um brilho de esperança em seus olhos.
Depois de um tempo, Joe se encaminhou a nossa mesa. Certamente, com um objetivo. Ao chegar lá, percebi que estava quase chorando.
- Sue. Me perdoe. Eu... Sou um idiota! Te amo e não quero te perder. Não consigo ficar longe de você. Desculpe... Eu sou um monstro. – Ele disse.
Vi um sorriso em Sue e ela perguntou:
- Você jura que me ama?
- Juro. – Ele respondeu.
- Não vai fazer aquilo de novo?
- Nunca mais. Eu sou um estúpido.
- Era disso que eu precisava ouvir. Também não consigo ficar longe de você. – Ela se levantou e o abraçou forte.
- Então... Você me perdoa?
- Claro que perdôo! – Ela disse e puxou Joe para sentar-se do seu lado.
Jeremy me deu um lindo sorriso largo ao qual retribuí.
Então, alguém cutucou meu ombro. Me virei para trás e vi Danny com um meio sorriso. Nem se comparava ao de Jeremy. Nossa, o que eu estava fazendo? Estava comparando Danny com Jeremy? Meu Deus...
- Posso conversar com você um minuto, Lilly? – Ele perguntou.
- É... Claro, eu acho. – Eu disse, insegura.
Danny me levou para um pouco longe dali. Quase no meio do refeitório e disse:
- Alguns amigos meus ainda não acreditaram que eu fiquei com você. – Ele disse.
- E o que você quer que eu faça? – Perguntei, irritada por ele ainda continuar com aquela história que eu tentava entender.
Ele não me respondeu. Simplesmente me agarrou e me beijou. Foi um beijo forte, quase violento. E eu não senti nada com aquele beijo. Não foi como eu esperava antigamente.
Eu o afastei e ouvi urros de todo o pessoal no refeitório.
Voltei para a minha mesa, decepcionada com Danny. Então, não vi Jeremy em seu lugar.
- Ué, cadê Jeremy? – Perguntei.
- Ele foi ao banheiro, eu acho. – Sue respondeu.
- Cara, ele não gosta de te ver beijando outras pessoas. Dói nele. – Joe comentou.
- Acho que ele estava chorando... – Disse Brian, me assustando. Ia me levantando para falar com ele, mas Joe me impediu:
- É no banheiro dos meninos. Deixa que eu vou e vejo se ele está bem. - Ao ver Joe se afastar, Brian perguntou:
- E então como foi o beijo? Parece que todos gostaram.
- Foi... Normal. Mas, ele não estava namorando a Laura? – Perguntei.
- Não, eles tinham terminado, de novo, ontem. – Sue respondeu.
- Ah... – Eu disse. Olhei para o lado e vi Laura me fuzilando com os olhos. Como eu gostava de irritar ela, me da prazer!
Depois de alguns minutos, Joe voltou com Jeremy.
- Foi só dizer que ele parecia um boiola fazendo aquilo. – Ele falou. Olhei para Jeremy que estava cabisbaixo do meu lado e disse:
- Jer, me desculpe. Não foi minha intenção te deixar triste. E eu nem sabia que ele ia me beijar.
- Tudo bem... Eu entendo. – Ele respondeu.
- Mas, vamos acabar com esse clima baixo-astral porque eu tenho uma notícia maravilhosa. – Disse Brian. – Amanhã é o meu aniversário!
- Sério? Como eu não sabia? Por que não nos disse nada? – Perguntei.
- Ah, sei lá porque não disse. Mas, então, amanhã eu vou fazer uma festinha do pijama só para nós. Vai ser I-N-C-R-Í-V-E-L! – Disse ele, animado.
- Nossa, parece divertido. – Sue disse.
- E é, minha querida. Meus pais estão viajando e vão comprar meu presentinho. Então... A casa vai ser só nossa! – Gritou Brian.
- Uau. Já estou animada para ir. Como devemos ir? – Perguntei.
- Vocês vão com roupa normal e levam um pijama. Aí lá em casa vocês podem trocar de roupa. E o meu motorista vai buscar vocês. – Ele sorriu, mostrando todos os dentes.