A Retribuição escrita por BadWolf


Capítulo 13
Das Profundezas, Uma Revelação


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!!!

Voltei para mais um cap. E dessa vez, vou sacudir tudo!!!

Espero que estejam com saudades. O cap é pequeno, eu sei, mas causará uns arrepios em vocês. Eu tenho certeza.

Boa leitura!



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Dartmoor, Inglaterra. 8 de Junho de 1900.



Sebastian Moran estava sentado sobre o banco de concreto, naquela cela fétida que nos últimos tempos tinha se tornado seu lar, e ao que tudo indicava, seu lar definitivo. Seu advogado foi categórico em afirmar que ele deveria ser grato, por não ser condenado à forca. Aquele era seu primeiro dia como detento, de sua prisão perpétua. Se ao menos o Professor estivesse vivo para libertá-lo...

Sherlock Holmes. Justamente o homem que acabou com isso e que o lançou aquele lugar tinha salvo, de certa forma, sua vida. Prometeu não denunciá-lo por tentativa de homicídio, o que agravaria sua situação e o colocaria na forca, em troca de seu silêncio quanto à verdade sobre seus quatro anos dado como morto e sua identidade naqueles tempos. Quanta ironia.

Um guarda apareceu, e para pasmo de Moran, simplesmente entrou na cela, e lhe algemou.

–O que foi que eu fiz? – perguntou Moran, temendo a solitária, mas o guarda nada disse. Os dois foram caminhando por todo o presídio de Dartmoor, em meio a guardas e outras celas fétidas. Moran se encontrava completamente ignorante quanto ao que estava acontecendo. Aquele nem era dia de tomar banho de sol.

E então, Moran se viu colocado dentro de uma carroça, no pátio. Uma das carroças de suprimentos.

–Quieto. Ou eu mato você sem pensar duas vezes. – alertou o guarda. Ao olhar para ele, Moran notou uma gota de sangue escorrendo da faca.

Alguma coisa estava acontecendo.

Dentro da carroça de suprimentos, escondido em meio a mercadorias, Moran se encolheu, e percebeu que a carroça estava se dirigindo para fora do presídio. Então, era isto? Uma fuga? Ora, mas arquitetada por quem?

Um sentimento de felicidade passou por Moran, ao perceber que estava fora de Dartmoor, e que tinha escapado facilmente do pior presídio da Grã-Bretanha. A carroça galopou por cerca de vinte minutos, até parar em um local. Em instantes, o mesmo falso guarda apareceu, abrindo a tampa da caixa e revelando luz aos olhos confusos de Moran.

–Está aqui um homem que deseja vê-lo, senhor. – ele disse, ajudando Moran a sair da caixa.

Moran percebeu que estavam em um local deserto, à beira de um assustador penhasco. Do alto, era possível ver um vilarejo, muito distante. Próximo à beira, estava um homem alto, de barba grisalha e olhar imponente, vestido de maneira elegante, talvez até demais, e tinha a postura arrogante de um nobre estrangeiro, desprezador dos ingleses.

–Então, o senhor é o Coronel Sebastian Moran? – o sujeito misterioso perguntou, em um inglês sofrível.

–Sim, eu mesmo. Embora já não seja mais coronel.

–Que seja. – retrucou o homem. – Espero que tenha gostado da maneira como eu arquitetei o nosso encontro, Coronel. De fato, não gosto de pôr meus pés em presídios. Mas como deves imaginar, este não é um encontro social, Mr. Moran. – ele disse, com dificuldade e falando quase pausadamente. – Eu soube que você trabalhara para Mr. Dmitri Kynetszov uma vez.

Moran estranhava o sotaque. – Você é russo, não é? Ah... Mas é claro, deve ser o patrão dele, o “Bravo Urso de Moscou”, não é assim que o chamam?

–Alguns, sim. E você era o famoso shirak, não era?

Moran, no entanto, era orgulhoso. – Era? Eu continuo sendo!

–Não agora, enjaulado naquela prisão, não muito diferente dos animais que costumava caçar no Oriente. Mas como pôde ver, tenho poder o bastante para te tirar desta lamentável situação. Portanto, eu daria a oportunidade de estar livre outra vez.

–Em troca de quê?

–Informações. Há um rato que eu quero esmagar e que você conhece.

À medida que a conversa foi evoluindo, Sebastian Moran encheu-se de esperanças. O Duque não poupou os detalhes a respeito de Dmitri e sua caçada por Esther Katz, uma judia escorregadia. Mas a conversa tornou-se interessante quando o Duque explicou o seu interesse em Sherlock Holmes.

–Acho, Sua Graça, que eu tenho uma informação valiosíssima para o senhor.

Que se dane o acordo.

–Eu conheci Sherlock Holmes de um modo que poucos conheceram. Ele tinha uma identidade falsa. John Sigerson. Mas não se limita apenas a isto. Eu o reencontrei quando estava caçando essa judia para seu empregado, Dmitri.

–Deveras? – estranhou o Duque.

–Pois pense o senhor na incrível coincidência... Sherlock Holmes e essa Esther Katz são muito... Próximos. Diria até que tem um romance. Os dois estavam juntos na ação que provocou minha prisão. Eu tenho muita certeza de que, se o senhor encontrar um, acabará encontrando outro.

–Er... Pode dar-nos um momento, Coronel? – pediu Jenkins, causando estranheza no Duque e também no detento.

–Que escolha eu tenho, afinal? – indagou Moran, dando alguns passos, desfrutando daquele breve momento de liberdade. Fazia anos que ele não sentia uma brisa a bater-lhe no rosto. A sensação era tão agradável que Moran simplesmente ignorou os dois, que conversavam a alguns metros de distância em um tom secreto.

–Sua Graça... – sussurrou Jenkins, no ouvido do Duque Ivanov. – Essa história está muito estranha.

–Vamos ouvi-la até o final, Mr. Jenkins. Assim que leva-lo de volta à prisão, comece a investigar essa identidade de John Sigerson. Se for um documento falso, será fácil detectar.

–Mas Sua Graça, esta parece ser a atitude desesperada de um homem que quer sair da cadeia...

O próprio Duque interrompeu Jenkins.

–Daremos a ele o benefício da dúvida, Jenkins. Se ele estiver mentindo, dê a ele a liberdade. Da alma. Entendeu?

Após um suspiro fraco, Jenkins assentiu.


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Notas finais do capítulo

AAAAHHH NÃO!!! Agora o Duque sabe sobre Holmes e Esther!!!!!

Ou ao menos, desconfia.... Mas isso já não é um bom sinal!!!!

Maldito Moran!!! Deveria ter morrido!!!

Agora o negócio vai ficar tenso!!! Preparem-se, cruzem os dedos, apertem os cintos, enfim, essa história vai ficar cada vez mais nebulosa.


Obrigada por ainda acompanharem, pessoal!!
Deixem seus reviews!!! São coisas assim que não deixam a história morrer!
Até o próximo cap!!


Obs.: Esse Jenkins é demais! Ele consegue tirar o Moran de Dartmoor e mandá-lo de volta no mesmo dia, para simplesmente mostrar a ele que pode tira-lo dali a hora que bem entender?? É, parece que não há limites para $$$$...



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