As Crônicas do Bardo escrita por Cereal Killer
Me acordei espantado, com os movimentos bruscos da carroça andando pelo terreno acidentado de Falkreath. Ao abrir os olhos, vi que me encontrava amarrado, entre vários homens. Um, a minha frente, estava vestido com a característica vestimenta dos Stormcloaks. Era um nórdico com cabelos loiros que iam até o ombro. Estava sujo e cansado.
- Ei você. Finalmente acordou. - ele disse, voltando sua atenção a mim - Você estava tentando atravessar a fronteira, não é? E acabou caindo nessa emboscada Imperial, como nós e esse ladrão.
Ainda tonto demais para dizer algo, apenas o observei cuidadosamente. Reconheci ele como um dos homens que foram emboscados por uma patrulha Imperial. Fui forçado a ajudá-los, no momento em que os Imperiais me confundiram com um deles e me atacaram. Minha última memória é ter levado uma pancada com o cabo de uma espada de um dos soldados do Império e ter desmaiado.
- Malditos sejam os Stormcloaks. - disse outro nórdico ao seu lado. Diferente dele, usava trapos. Seus braços eram fortes, mas sua postura não era de um guerreiro. - Skyrim estava tão bem até vocês aparecerem. O Império era agradável e tranquilo.
Olhei para baixo e vi que minhas roupas de viajante haviam sido trocados por trapos, usados por prisioneiros. Para onde estávamos indo?
Na minha cabeça, os nomes das cidades de Falkreath. A capital do hold, obviamente, Falkreath; Helgen e Riverwood. Riverwood era de Falkreath ou de Whiterun? Não lembrava.
Conhecia Skyrim pelos livros, mas nunca havia estado na província até hoje. A situação era péssima, mas ainda assim, estava em Skyrim.
- Se não tivessem sido alertados por você, eu poderia ter roubado o cavalo e estar a meio caminho de Hammerfell. Ei, você - disse ele, olhando para mim - você e eu não deveríamos estar aqui. São estes Stormcloaks que o Império quer.
- Somos todos irmãos e irmãs aprisionados agora, ladrão. - disse o homem louro. Ele parecia calmo e confiante: talvez sua fé fosse mais forte que a minha, que tentava planejar um jeito de se soltar, sem sucesso.
- Silêncio aí atrás! - ordenou em voz alta o homem que conduzia a carroça. Utilizava uma armadura leve do Império.
- E o que está errado com ele, hein? - perguntou, apontando para outro homem que estava ao meu lado.
O homem ao meu lado era também nórdico, mas parecia ser alguém importante. Um pano cobria sua boca, impedindo-o de proferir uma palavra sequer. Quando comecei a me questionar sobre quem era o homem sentado ao meu lado, o homem que estava na minha frente disse, em uma voz autoritária:
- Cuidado com sua língua. Você está falando com Ulfric Stormcloak, o seu verdadeiro High King.
- Ulfric? O Jarl de Windhelm? Você é o líder da rebelião. - disse o ladrão, assustado. - Mas se eles capturaram você... pelos deuses, para onde estão nos levando?
O homem a minha frente olhou para a estrada a frente da carroça e disse, sério:
- Eu não sei aonde vamos, mas Sovngarde nos aguarda.
Olhei para a estrada, que chegava a seu fim. A nossa frente, um muro separava a estrada de um vilarejo, provavelmente Helgen. Uma torre era a única coisa visível por cima dos muros.
- Não, isso não pode estar acontecendo. Isto não está acontecendo. - disse o ladrão, amedrontado.
- De que vilarejo você é, ladrão de cavalo? - perguntou o nórdico que estava na minha frente.
- Por que você se importa? - respondeu o ladrão, rapidamente.
- Os últimos pensamentos de um nórdico devem ser de casa. - disse o nórdico, soltando um suspiro.
- Rorikstead. Eu sou... de Rorikstead.
No momento em que a carroça passou pelo portão e as casas dos habitantes dos vilarejos foram vistas, um soldado Imperial falo, em voz alta, com um homem que estava junto a alguns elfos.
- General Tullius, senhor. O carrasco está esperando!
- Bom. Vamos acabar com isso. - disse o homem. O homem estava em cima de um cavalo, conversando com alguns High Elves, provavelmente Thalmors.
- Shor, Mara, Dibella, Kynareth, Akatosh. Divinos, por favor, me ajudem. - pedia o ladrão de cavalos, numa prece desesperada.
- Olhe para ele, General Tullius: o governador militar. E parece que os Thalmor estão com ele. Malditos elfos. Aposto que eles tinham algo a ver com isso. - disse o nórdico que estava na minha frente. - Esta é Helgen. - disse ele, confirmando minhas suspeitas - Eu costumava me dar muito bem com uma garota daqui. Imagino se Vilad ainda está fazendo aquele hidromel com amoras de júniper. - disse, refletindo. - Engraçado... quando eu era um garoto, muros e torres imperiais costumavam fazer eu me sentir tão seguro.
Na frente das casas, pais levavam seus filhos para dentro, enquanto ali perto um carrasco afiava a lâmina de seu machado. Minhas preces começaram: pedi aos Sete, pedi aos antigos Deuses, pedi a todos que pudessem me ajudar. Não iria morrer: não poderia. Minha missão ainda não havia nem começado.
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