Aomine tinha se cansado de esperar e observava as conchinhas próximas da cerimônia. Grudadas na areia próxima ao mar. O sol já era visto sumindo naquelas águas cor de céu. A brisa marítima se tornava fria. As flores que enfeitavam as cadeiras e mesas seguiam o movimento como se não houvesse amanhã. Um sentimento de abandono. A maioria dos candidatos se mexia inquieta em seus assentos. A noiva demorava. Porém por algum motivo se esperava que alguma coisa estivesse acontecendo. O noivo não parecia tão preocupado como se soubesse de tudo. Uma das damas de honra arriscou em disser:

– Será que Aomine-san não quer mais casar? - Sakurai questionou em um tom inseguro. - Ele já me fez usar esse vestido... Você também Imayoshi-san!

– Confesso que eu fiquei bem puto. Mas não acho que é o caso. - Imayoshi disse clareando as dúvidas do outro. - Parece que Momoi está em seu “trabalho diferente”.

–... Quando isso terminar... - Wakamatsu disse sem prestar atenção em mais nada além de conter o seu temperamento.

A noiva demorava, porém quando o fez chegou a grande estilo. O vestido branco de noiva tinha sido rasgado na lateral e deixava parte de sua perna exposta ao andar. Aparentemente não havia sido planejado. Era irregular. Como se ela mesma tivesse feito o corte com as próprias mãos. Um arco e flecha estavam descansados em seu ombro. Tinha arranhões em seu belo rosto e braços, porém nada muito grave.

– Dai-chan! - Momoi disse animada acenando para o noivo com a mão livre.

– Está mais que atrasada, Satsuki. - Aomine disse finalmente deixando a bola de basquete tomada de lado.

– Hum... Isso é uma história longa! Só que resumindo acabei me perdendo no caminho... No fim consegui nosso jantar!

– Então, princesa guerreira, podemos começar isso logo? Eu não me importaria se a gente só morasse junto mesmo.

O rapaz que tinha o livro de registro de casamento em mãos fingiu tossir para chamar a atenção.

– Ah, mas Dai-chan! Eu queria saber como era! As pessoas de sua terra são bem interessantes!

Midorima fingiu tossir mais uma vez, por fim conseguindo chamar a atenção do casal.

– Podemos finalizar esse procedimento logo? Tenho coisas a fazer. - Midorima disse sem conter o aborrecimento na voz.

– Desculpe Midorin! Sei como deve estar cansado... Depois eu te mando um pedaço de pato tudo bem?

– Certo... Espera. Um pato? - Midorima disse, depois deu um suspiro como se desistisse - Então, nenhum dos dois tem vontade de voltar atrás?

– Se a gente tá aqui né Midorima. Não precisa perguntar essas coisas óbvias.

– É o procedimento Aomine, então quieto. - Midorima disse ajeitando seus óculos que caia - Assinem seus nomes nesse papel e estão oficialmente casados.

– Ah, não... - Satsuki disse em um tom de pânico - E agora Dai-chan? Eu ainda não sei fazer isso...

– Hum... Eu também esqueci... - Aomine falou passando a mão nos cabelos.

– Francamente. - Midorima disse e então propôs - Aomine ajude Momoi a assinar o nome.

– E isso pode Midorin? - Momoi questionou apreensiva.

– Como esse não é um casamento convencional então creio que sim, se você quiser.

Não convencional no sentido de que ninguém saberia daquele tipo de relação entre os dois. Não importava o método, pois tal papel nunca chegaria às mãos de qualquer civilização para se tornar válido. Estavam longe de tudo, ilhados. Momoi morava ali desde sempre junto a uma tribo que se extinguiu com o tempo e apenas ela sobrando. Já Aomine por uma queda de avião há um ano. Assim como todos os outros convidados.

No entanto mesmo sendo falso, Aomine estava aliviado por poder se casar com Satsuki. Mesmo que insistisse que não. As damas de honra e os demais convidados aplaudiram ao beijo dos noivos.

Aquela história iria ainda muito longe.