Entramos numa loja cheia de bugigangas pendurada nas paredes e um Elfo negro estava do outro lado de um balcão.

– Sejam bem vindos! Se acharem algo que gostem é só me chamar! – disse ele sorrindo

Âlara concordou com a cabeça e continuou olhando as coisas na parede.

– Estamos aqui para comprar um presente para sua companheira de quarto né? – confirmei

– Sim. – respondeu ela sem tirar os olhos da parede

– Já tem algo em mente? – perguntei

– Não, quero algo que ela nunca esqueça! – exclamou ela

Comecei a procurar, mas ela logo virou para mim com um grito estridente.

– Isso é perfeito! – disse ela segurando com cuidado um colar de ouro com ametistas enfeitando-o

– É bonito – falei examinando o colar

– São 60 septins... – disse o Elfo com sorriso sarcástico, como se soubesse que não podíamos pagar

Âlara abaixou a cabeça encarando o colar com olhos tristes.

– Eu posso pagar... – que coisa eu estava dizendo?! Não podia pagar, se paga-se não teria dinheiro para minha comida de novo, e acho que não é em toda a esquina que se encontra um Orc bondoso que vai pagar a comida para você

– Sério?! – exclamou ela com um sorriso bonito

Olhei para ela e depois para o Elfo, suspirei fundo e depois acho que voltei a realidade.

– Não, não posso. – respondi com a voz baixa

Ela voltou a observar o colar.

– Quanto você tem? – perguntei levantando o rosto dela

– 30 Septins. – respondeu ela

– Podemos dividir então, eu pago metade e você metade. – respondi sorrindo

Ela sorriu junto a mim, dividimos o dinheiro, entregamos ao Elfo e saímos da loja com o colar.

– Quer comprar algo para você? – perguntou ela

– Acho que não... – respondi

– Então, quer conhecer um pouco de Windhelm? – insistiu ela

– Claro! – respondi

Saímos andando por aquela cidade enorme, de muros altos e casas grandes.

– Windhelm é a capital dos Stormcloaks e o Jarl daqui é o líder deles. – disse ela enquanto andávamos por uma rua estreita com casas altas dos dois lados deixando o lugar escuro

– Oque são Stormcloaks? – perguntei

– Oh, é mesmo, você não deve saber, bem, é uma longa história, em outro momento te conto melhor – disse ela sorrindo

– Está bem, estou louco para saber... – falei

– Bem, o que precisa saber agora, é que eles não gostam de raças que não são humanas, sejam ela élficas ou meio humanas meio animais, como nós dois... – disse ela tirando o sorriso do rosto

– Grande novidade. – falei abaixando a cabeça

– Oque foi? – perguntou ela vindo até mim

– A maioria dos humanos são preconceituosos com outras raças, não é? – perguntei

– As vezes... – disse ela puxando o cabelo para trás da orelha

– Principalmente com os Khajiits... – falei rindo

– Ownt, coitadinho! – disse ela ironicamente

Eu ri, ela se aproximou de mim e levantou meu rosto novamente.

– Eu sou uma elfa, minha raça e a dos humanos são tão inimigas quanto Falmers e Dwemers, acredite eles tem mais problemas comigo do que com você, eu optei por ignora-los. – disse ela sorrindo

Beijou minha bochecha, acariciando minhas orelhas e depois voltou a andar, passei a mão sobre a bochecha admirado.

– Você vem? – perguntou ela rindo

– Sim, claro! – respondi voltando a segui-la

Continuamos andando mais um tempo por lá, e quando nos demos conta o céu já estava escuro.

– Oh! Precisamos voltar para o colégio... – disse ela olhando para o céu

– Pois é, vamos agora então... – falei

Saímos do Windhelm, subimos na carroça de Âlara, ela chacoalhou as cordas e o cavalo saiu andando.

– Então, pode me contar a história do tal dos ‘Stormimclôaks’ agora? – perguntei sentando mais perto dela

Ela riu cobrindo a boca com a mão.

– Se fala “Stormcloaks”. – disse ela

– Que seja... – falei rindo – pode me contar a história?

– Claro, a muito tempo a trás, os humanos chegaram em Tamriel, os elfos supremos, minha raça, já moravam aqui e tinham a terra por direito, porém os humanos não aceitaram, começou-se uma guerra de Elfos supremos contra os humanos, os elfos estavam prevalecendo, pois eles tem a magia do lado deles... – disse Âlara

– Não parece que estava sendo uma guerra muito justa... – falei

– Você acha isso injusto? E por acaso é justo eles chegarem e quererem ser os donos de Tamriel que era por direito dos elfos?! – exclamou Âlara com um tom de raiva

– Ok, desculpe, olhando por esse lado... apenas continue! – falei tentando acalma-la

– Em meio a essa guerra surgiu um humano, melhor dizendo, um nórdico, ele que deu inicio a Terceira Era, foi imperador, e um dos principais inimigos dos elfos, chamava-se Timber Septin, conseguiu derrotar grande parte de nós, até que um dia morreu em batalha, de acordo com a crença dos nórdicos, depois de ter morrido ele subiu a Sovnguard e se tornou um deus mudando seu nome para Talos, mas essa crença está errada, apenas os humanos acreditam nisso... – disse ela

– É, realmente não me parece ser algo que eu acreditaria... – falei olhando para ela, interessado na história

– Quando os elfos estavam quase tomando Tamriel de volta, eles resolveram criar o tratado “Aldmeri Dominion”, nesse tratado estava estipulado que os humanos e os elfos poderiam viver em paz, desde que o Império do Cyrodill, que governa Tamriel atualmente, proibisse totalmente o culto a Talos, pois nós sabemos que Talos não é deus coisa nenhuma! – disse Âlara batendo com raiva a mão na carroça

Concordei com a cabeça, percebi que ela levava esse tipo de assunto muito a sério.

– Os primeiros a aceitar o tratado, foi o povo de Cyrodill, os Imperais, logo as outras províncias foram se incumbido ao império, e aceitando que Talos foi apenas um humano de nada, mas tinha um povo em especifico, chamados de Nórdicos, que não quiseram aceitar isso, eles se nomearam “Stormcloaks”, e ai começou o conflito politico entre eles e os Imperiais... – disse Âlara

– Se os Imperiais não vencerem, os elfos vão declarar como traição ao tratado Aldmeri Dominion, e a guerra de humanos e elfos vai recomeçar? – perguntei

– E dessa vez os elfos não terão piedade, se você tem amigos humanos, torça para os Imperiais vencerem e a paz entre as raças ser mantida. – respondeu ela

– Mas os Stormcloaks não sabem que se eles vencerem terão que sair de Tamriel ou serão mortos? – perguntei

– Sabem, claro que sabem, mas os humanos são convencidos demais, eles acham que vão conseguir vencer os elfos dessas vez com ajuda do que eles chamam de deus “Talos”... mas sei que não vão, pois Talos não é deus! – gritou Âlara para o céu

Talvez Âlara estivesse destorcendo um pouco a história, já que ela é uma elfo supremo, provavelmente estaria tentando fazer com que seu lado parecesse o certo, depois acho que vou conversar com outra pessoa sobre isso para ver se a história de Âlara esta mesmo certa, chegamos a Winterhold, ela deixou a carroça na entrada, entramos e nos despedimos indo cada um para seu quarto, Bazzir devia estar dormindo, entrei devagar no meu quarto que estava com a luz apagada, de repente uma tocha acendeu, Bazzir estava a segurando.

– Onde você estava? – perguntou ele

– Desculpe, estava em Windhelm, por que se preocupa? – perguntei

– Ah! Num dia você descobre que esta no mesmo dormitório que um Lobisomem, e no outro dia você some! Vai saber né! – respondeu ele

Eu ri.

– Está bem, já voltei! E seu segredo ainda está a salvo, boa noite “au au”. – falei rindo

– Você não pode falar nada, gato de botas. – disse ele rindo

Nos deitamos e dormimos.