Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 30
Para cada rei que morreu, eles coroariam outro.


Notas iniciais do capítulo

OLÁ OLÁ OLÁ OLÁ :3
Esse capítulo está meio que cheio de coisas dramáticas e no final, bem no finalzinho, uma surpresa. O título na verdade é de uma letra de uma música que tem TUDO haver com o capítulo. O nome da música é Daniel In The Den da minha banda favorita Bastille ♥
Sem mais papo furado: BOA LEITURA )O)



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 Gritei até a minha garganta doer. Nunca imaginei que algum líquido estranho pudesse fazer um homem virar lobisomem bem na minha frente. O rapaz estava totalmente transformado, não havia nenhum resquício de traços humanos. Sua boca cheia de dentes estava aberta, bem na minha frente, salivando e rosnando.

 O seu corpo estava totalmente descontrolado e seus braços estavam presos atrás do corpo pelas correntes, que davam espaço o bastante para ele chegar bem perto de mim. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu gritava com todo ar dos meus pulmões.

 Eu não sabia quanto tempo aquilo ia durar, mas parecia uma eternidade.

 De repente eu ouvi barulhos de correntes. Percebi que elas estavam sendo puxadas, já que o lobisomem se afastava cada vez mais de mim, se aproximando do canto oposto. A porta de metal rangeu e se abriu. Mesmo com a visão embaçada por causa das lagrimas acumuladas nos olhos, vi o Vincent parado do outro lado. Corri o mais rápido que consegui, antes que me trancassem lá de novo. Abracei o rapaz e continuei soluçando, enquanto ele segurava minha cabeça, fazendo com que eu a apoiasse em seu ombro.

 Abri os olhos e vi, por trás dos ombros do Vincent, dois pares de olhos vermelhos me encarando. Era o Scott. Sua expressão era séria e seu olhar era penetrante, fazendo com que um arrepio de medo percorresse pelo meu corpo. Fechei os olhos novamente.

 –Não deixe ele me colocar lá dentro novamente. –Sussurrei para o Vincent.

 Não demorou muito para que meus braços fossem puxados grosseiramente. O Scott estava com os dedos cravados na minha pele, deixando-a meio avermelhada. Ele colocou o dedo no peito do Vincent.

 –Relatório na minha mesa. –Ele cuspiu as palavras, como sempre fazia. –Não vai ter visitinhas hoje e nem amanhã.

 –Mas como eu vou checar a saúde dela? –O garoto perguntou.

 –Essas visitas serão supervisionadas por mim. –Scott continuou sério. –Não quero mais teatrinhos. Fui claro?

 Vincent olhou para mim, o que fez Scott ficar mais irritado.

 –Eu fui claro? –Repetiu com os dentes cerrados.

 –Sim, Scott.

 –Ótimo. –O homem agarrou meu braço e tirou o bracelete, jogando no Vincent. –Veja os resultados.

 Os guardas que tinham sobrado abriram a porta para a passagem do seu chefe. Scott saiu pelos corredores me arrastando novamente. Desta vez ele não estava com pressa e fez questão que eu caminhasse com meus próprios pés. Quando eu tropeçava no caminho, ele parecia ficar cada vez mais irritado e me puxava com força.

 Atravessamos todo o acampamento até chegar a minha cela. Ele me empurrou no chão e trancou a porta atrás de si. Em seguida, agachou na minha frente e agarrou o meu rosto.

 –Eu não sei o que você pensa que eu sou. –Ele continuava com os dentes cerrados. –Eu não quero ser feito de idiota, você me entendeu?

 Assenti rapidamente com a cabeça.

 –Deixe seus teatrinhos para quem quiser vê-los, porque eu apenas quero terminar meus experimentos até chegar o dia esperado para matar o seu namoradinho. Não estou aqui para ver uma humana medíocre fazendo a droga de uma cena ridícula na minha frente. –Scott se aproximou mais do meu rosto. –Se você não quer ver o Vincent morto, calcule bem as suas ações.

 –Não pode matá-lo, ele não tem culpa de nada. –Falei, tentando controlar o bolo que se formava na minha garganta.

 –Acha que eu não sei o que ele faz por você? –Ele cerrou os olhos. –Acha que eu não venho aqui pela noite e vejo garrafas de água cheias todo dia, ao invés de uma só? Eu só estou poupando este comportamento, porque se você não estiver viva o meu plano não funciona. Para o azar do Vincent, eu não dependo dele para que algo dê certo.

 Outro arrepio percorreu o meu corpo, desta vez por imaginar que o Scott me visitava ao turno da noite.

 –Espero que você tenha entendido o recado. –Ele tirou a mão do meu rosto, jogando-o para o lado. –Ou o Vincent vive, ou morre. Está em suas mãos.

 Scott levantou e ajeitou seu blazer preto. Olhou para mim uma ultima vez antes sair da minha cela e fechar a porta pesada atrás de si.

 Meu bolo de mágoas que estava preso em minha garganta se transformou em lágrimas e gemidos. Eu apenas me encolhi no chão, sentindo meu rosto ficar molhado. Passei um bom tempo sofrendo com a minha situação. Provavelmente, eu nunca mais veria os meus pais, o Rudolph ou os meus amigos.

 A porta da minha cela abriu novamente. Era o Vincent, que provavelmente estava desobedecendo às ordens do Scott. Ele agachou na minha frente e me ajudou a sentar. Abri a boca, mas a única coisa que saiu foi gemidos e palavras confusas. Vincent colocou o dedo sobre os meus lábios, pedindo para que eu me calasse.

 –Eu sei o que você está pensando. Acha que eu estou perto da morte por sua causa, mas você está errada. –Vincent estava com os olhos baixos. –Eu não aguento mais este lugar e tudo que me rodeia. Eu não suporto mais o Scott e todas as barbaridades que ele continua fazendo incansavelmente. –Então ele olhou para mim. –Mas eu conheci você e percebi que sua realidade está completamente pior do que a minha. Toda a confusão que você está participando sem ao menos ter a chance de decisão...

 O rapaz suspirou e então segurou minhas mãos.

 –Eu liguei a minha felicidade à sua. –Ele me encarou mais uma vez. Seus olhos castanhos claros estavam mais avermelhados. –Eu quero que você tente fugir.

 –O quê? –Indaguei surpresa. –Vincent eu não...

 –Eu não me importo com o que o Scott vai fazer. Se você não tentar, nunca vai saber se poderá conseguir.

 –Eu já desisti dessa fuga, eu não quero que você morra.

 –Por favor. –Ele segurou meu rosto levemente. Lágrimas surgiam nos seus olhos. –Eu não tenho medo da morte e não tenho medo do Scott, só quero que você consiga sair daqui. Eu vou deixar a escada no muro que limita o bosque da floresta.

 –Vincent eu não vou. –Olhei séria para ele. –Eu prometi a mim mesma que iria te tirar daqui.

 –Se o Scott me matar, você pode considerar sua promessa cumprida.

 –Não! –Continuei negando. –Eu não vou conseguir viver lembrando que serei a culpada da sua morte.

 –Você vai viver sem preocupações, porque foi um pedido que eu fiz. –Lágrimas escorreram dos olhos do Vincent. –Por favor, eu estou pedindo.

 Encarei o meu amigo. Minha mente girava em um bilhão de pensamentos.

 Mesmo assim, eu concordei.

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 POV Rudolph

 Meus irmãos também olharam para as letras vermelhas do CD.

 A morte do Alfa.

 Eu sentia um péssimo pressentimento. O único Alfa que existia no nosso acampamento era o meu avô. Se ele estivesse morto mesmo, o nosso acampamento estaria na mão dos Vermelhos, que poderiam fazer o que queriam com eles. Se dois Alfas de acampamentos diferentes lutarem, o vencedor ficaria com o acampamento do outro.

 –Temos que mostrar isso para a nossa avó. –Akanta estava assustada. –Vamos assistir com ela.  

 –Você quer matar a velha? –Indaguei.

 –Ela é esposa dele e precisa saber se algo aconteceu. –A minha irmã rebateu. –Além disso, ela sempre descobre tudo que está acontecendo neste acampamento.

 –Eu concordo.

 Olhei para quem havia dito isso com cara feia. Era o Tristan, que deu de ombros.

 –Eu também concordo. –Óbvio que o Benjamin iria contra mim.

 Não tive escolha a não ser acompanhar os meus irmãos até a residência do Alfa, onde minha avó morava. Ela estava sentada na varanda, como sempre. O cheiro de cigarro era forte. A velha era quase uma chaminé humana.

 A mulher ficou surpresa ao ver eu junto aos meus irmãos. Não teve muito papo amigável, já que o Tristan, o queridinho da vovó, mostrou o objeto para ela. Minha avó ficou preocupada e rapidamente nos levou até o interior da casa, colocando o CD no aparelho.

 O vídeo começou com a tela totalmente preta, mas não durou por muito tempo. Ela foi ficando meio rosa e avermelhada, até que apareceu um cômodo de verdade. Deveriam ter posto a mão sobre a câmera.

 O chão era de madeira, não tinha móveis nem nada. As paredes tinham papel de parede vermelho e com alguns desenhos aleatórios, como uma estampa. A pessoa que segurava a câmera caminhou até chegar numa cozinha, que também estava vazia e sem eletrodomésticos. A caminhada continuou até parar numa porta de madeira desgastada.

 Uma mão masculina apareceu na gravação. Ela se ergueu até a maçaneta e a girou, puxando a porta em seguida, mostrando uma escuridão. A mão adentrou o breu e então uma luz se acendeu, mostrando uma escadaria, que descia até um local que parecia um porão. A pessoa desceu as escadas lentamente.

 Quando chegou até o fim da escadaria, virou à esquerda. Outro cômodo escuro. Novamente a mão buscava outro interruptor.

 A luz se acendeu, mostrando uma garagem abandonada.

 No meio da garagem um corpo. Era o meu avô.

 Fazia tempo que eu não via o velho, mas ele continuava praticamente o mesmo. Estava sangrando na barriga, nos lábios e no nariz. Tinha vários machucados. Seus pulsos estavam amarrados com uma corda. Meu avô nunca deixaria alguém fazer aquilo com ele sem uma luta antes. Provavelmente, ele havia perdido.

 –Mais alguma palavra antes da sua morte? –A voz daquele que segurava a câmera soou. –Lembre-se que vamos enviar isso à sua família.

 Meu avô ergueu os olhos. Ele abriu a boca com dificuldade.

 –Está em suas mãos... –O velho falou pausadamente.

 –Nas mãos de quem? –A voz continuou a perguntar.

 Ele voltou a abrir a boca, mas desta vez não saiu nada. Deu o último suspiro até que sua cabeça caiu no chão, já sem vida. O vídeo ficou embaçado e então se desligou.

 Conseguíamos ouvir os gemidos de choro da minha avó. Eu estava com pena dela. A velha se retirou e foi até seu quarto. A porta bateu com força.

 Eu e meus irmãos ficamos calados por um bom tempo. Nenhum tipo de palavras reconfortantes surgia em minha mente.

 –Eu preciso falar com essa pessoa para conseguir ajuda para resgatar a Rebecca. O acampamento está nas mãos de quem agora? –Perguntei.

 –Nas suas, Rudolph. –Tristan tinha uma expressão séria. –Você é o Alfa.


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Notas finais do capítulo

Vocês esperavam por isso? Eu quero saber muito se vocês já suspeitavam.
Espero que tenham gostado e que continuem acompanhando a história. Espero também que estejam ansiosos para o próximo capítulo.
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM.



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