Eram 10 da manhã. Eu tinha acordado a pouco tempo, saindo ainda preguiçoso da minha cama enquanto escutava os Pidgeys cantarem e voarem. Me despreguiço e abro a janela, deixando todo o puro ar de minha pequena cidade entrar, junto à forte luz solar, que esquentava minha pele, dando-me energia pra continuar acordado. Vou ao banheiro e lavo meu rosto. Troco de roupa e desço as escadas do meu quarto. Minha mãe me esperava na cozinha.

– Finalmente meu Abra acordou, não?

– Ha, ha... Bom dia, mãe! - Disse, dando um abraço nela - Ainda tem algo pra comer?

– Sim. Eu guardei seu sanduíche, mas vai ter que esquentar. - Disse ela, indo até a mesa e pegando meu sanduíche guardado.

– Valeu, mãe! - Peguei o sanduíche de suas mãos e coloquei-o no Microondas. Enquanto minha refeição esquentava, procurei na geladeira algo que eu pudesse beber junto. Acho uma jarra de suco de Laranja - Posso tomar, mãe? - Pergunto, levantando a jarra. Minha mãe, ainda na cozinha, pegando algumas coisas nos armário, apenas balançou a cabeça, confirmando. Eu coloco um pouco do suco em um copo e retiro meu sanduíche do Microondas. Vou até as escadas do meu quarto e grito: - Mãe! Vou comer no quarto, Ok?!

Minha mãe confirma e eu subo as escadas, com cuidado para não deixar cair nada. Entro no meu quarto e ligo a televisão, para assistir enquanto tomo meu café. Deixo ligado no canal de batalhas. A batalha que estava passando era de um treinador com um Nidorino contra um outro treinador com um Gengar. A batalha parecia interessante. Termino meu café, mas continuo assistindo, até que a batalha corta para os comerciais. Aproveito isso para descer as escadas e deixar a louça na pia.

– Você lembra que o Elm queria que você fosse no laboratório dele hoje, né?

– AI É MESMO! 'Brigado, mãe! - Agradeço, subindo as escadas. A batalha havia voltado, mesmo assim, pego o controle remoto e desligo a TV – Bem, a batalha tava até legal, mas quem precisa ver batalhas na TV se eu vou ganhar meu próprio Pokémon hoje? - Jogo o controle remoto sobre a cama e pego minha camisa vermelha, que estava sobre a cabeceira da cama. Vou vestindo-a enquanto eu desço as escadas.

– Já está indo? - Perguntou minha mãe - Aqui. Seu Pokégear. Já consertaram. Tenta não jogar ele na água de novo! Ele é à prova d'água, não imune a àgua! - Falou, rindo, me dando meu Pokégear.

– Valeu!...

– O que foi filho?

– Hmm... - Eu pretendia reclamar sobre o Pokégear. Ele já tem anos de produção e foi remodelado pouco tempo atrás. Eu tinha a versão nova, o que era bem legal, mas, recentemente, havia sido lançado o Xtransceiver, porém, eu não poderia adquiri-lo, uma vez que ele foi produzido unicamente para Unova e ia custar muito para importá-lo. Depois de me arrepender, eu simplesmente dei uma desculpa: - Nada! É que eu vou ter que botar a hora tudo de novo! Ha, ha!

– Não se preocupe! Já fiz isso!

– Obrigado, mãe! - Dei um abraço nela e fui correndo até a porta - Tchau, Mãe! - Gritei, me despedindo. Minha mãe falou algo, provavelmente era algo como "Tchau, e tenha cuidado!". Eu não escutei direito.

A cidade era pequena, mas muito bonita. Todos eram amigos de todos. Os ventos da cidade eram contínuos, porém não tão fortes, o que faziam as pessoas usarem bastante da energia eólica, implantando algumas turbinas próximas as suas casas. Enquanto caminhava, observava as crianças brincarem com pipas. Empinar pipas em New Bark era ótimo, por causa das correntes de ar. A coisa era levada tão a sério que tinha até campeonato de pipas! Após caminhar por algum tempo, chego ao Laboratório. Eu iria ganhar meu primeiro Pokémon. Estava muito apreensivo. Tomei coragem, respirei fundo e entrei no Laboraório. O local era cheio de máquinas, livros, e outros aparelhos. Várias pessoas trabalhavam no local, principalmente estudando Pokémon.

– Oh, Sony! Você está ai! Obrigado por vir! - Dizia um homem, vindo até mim. Ele era um pouco alto, tinha um cabelo curto, um pouco crespo e castanho claro. Era o Professor Elm.

– Sim, professor! Você me chamou para ganhar meu primeiro Pokémon, não?

– É... na verdade, é pra ajudar na minha pesquisa sobre como os Pokémon crescem quando ficam fora da Pokéball--

– Sim, que seja! - Respondi, interrompendo Elm, animado para receber um Pokémon - Vamos logo! Cadê eles?

– Sigh... Eles estão aqui nesta máquina. - Falou, apontando para uma máquina onde havia três Pokéballs - Eles são Chikorita, do tipo Grama, Totodile, do tipo Água, e Cyndaquil, do tipo Fogo. Escolha um dos três, por favor.

Fui até a máquina. Não conseguia me decidir entre os três. Pareciam ótimas escolhas. Como não sabia o que pegar, fui na base do "Uni-Duni-Tê". Mesmo indo por este método aleatório de escolha, eu ainda não me decidia. Eu acabo olhando pra minha direita. Havia alguns livros, papéis, e uma Pokéball sobre uma mesa. Havia algo, na verdade, alguém naquela Pokéball que me chamava atenção. Vou até à mesa e pego a Pokéball.

– Hmm... Sony... As Pokéballs selecionadas estão do outro lado... - Reclamou Elm.

– Sim, professor, mas... Eu posso ficar com aquela Pokéball?

– Bem, Sony... Olha, esse Pokémon é de outra de nossas pesquisas... ele veio de outra região e é muito raro aqui... Eu acho que eu não posso dá-lo à voc-- - Eu interrompo ele fazendo algo que nunca falha: O "Olhar de Jigglypuff", que consiste em esbugalhar os olhos fazendo carinha de choro, com os lábios levemente flexionados pra baixo. - Ack, pare de fazer isso! Você é muito velho para ficar fazendo manha!... Tá! Tá! Pode ficar com esse Pokémon.

– VIVA! - Pulei e coloquei meus óculos no lugar. - Certo... Vamos ver quem será o meu novo amigo!

Clico no botão da Pokéball e jogo-a pro alto. De dentro dela, sai, em um flash branco, um Pokémon pequeno, quadrupede, com uma carapaça metálica. Era um Aron.

– Um... Aron? Eu sempre quis um Aron! - Eu me abaixei para estar a altura do pequeno Aron e acariciei sua cabeça- Tudo bem, Steven?

– Steven? - perguntou o Professor, confuso.

– Sim, esse será o nome dele! Vem, Steven! Eu vou te mostrar para a mamãe! - Disse, enquanto corria pra fora do laboratório, com meu novo amigo me seguindo.

– E-EI SONY! ESPERA!! - gritava Elm, me chamando, mas eu não dei atenção.

Eu sai em disparada pelas ruas da cidade. Enquanto isso, olhava para baixo e percebia que pequeno Pokémon ainda me seguia, mesmo que acabamos de nos conhecer. Depois de correr um pouco, acabo me cansando e me sento em um banquinho na pracinha de New Bark. Aproveito a ocasião para me apresentar.

– Bem... Meu nome é Sony. Tudo bem com você?

– Aron! - Respondeu o pequeno Steven, se aproximando de mim.

– Acho que seremos bons amigos. O que você acha?

– Aron! Aron! - Disse o Aron, se apoiando rapidamente sobre suas patas dianteiras, demonstrando animação.

– Ótimo. Vamos até a casa da mamãe, então! - Falei, me levantando. Dessa vez, andamos mais lentamente, para não nos cansarmos. Após caminhar por pouco tempo, estávamos na minha casa de novo. Abro a porta e grito: – MÃE! Cheguei!

– Oi filho! - Respondeu, vindo até mim. Ela então percebe o Pokémon que me acompanhava - Este é o Pokémon que Elm lhe deu? Que bonitinho!

– Aron! - Agradeceu Steven, modestamente.

– Bem, filho, estou feliz por você ter ganhado seu primeiro Pokémon. E ainda manteve a tradição da família do seu pai com os Pokémon metálicos, não? - Lembrou minha mãe. Era tradição na família do meu pai ter ao menos um Pokémon metálico em sua equipe. Por causa disso, muitos treinadores da minha família era especialistas neste tipo.

– É... Bem, eu acho que vou treinar ele um pouco. Tudo bem, mãe?

– Claro, filho! - Respondeu, sorrindo - Mas volte antes do almoço, ok?

– Sim, mãe! - Respondi, batendo continência. Logo após, corro pra fora da casa, me despeço e saio correndo mais uma vez, indo para a rota 29.

– SONY! ESPERA!! - Gritava uma voz conhecida, me chamando. Me viro e percebo que Elm corria para me alcançar.

– Professor Elm?

– Sony... Arf... Espera... Olha, arf arf, eu tenho ... um pedido para você! Arf, arf, existe um homem que mora na Rota 30. Ele é... arf arf... um amigo meu. Ele tem uma entrega pra mim e... shuif... eu pensei que você pudesse ir lá pra pegar.

– Ah... Pode ser...

– Ótimo, obrigado! Arf... arf... Eu vou contar pra sua mãe, não se preocupe! Obrigado. Adeus!

Ele então anda de em direção à minha casa, ainda recuperando o fôlego. Eu então aceno negativamente, pensando em quanto eu tinha que andar pra chegar na rota 30. E minha mãe ainda queria que eu voltasse para o almoço.

– Bem, Steven... Nossa aventura começa agora!! - Gritei, enquanto pulava e corria em direção à rota 29, com Steven ao meu lado. Eu imaginava quantas aventuras me aguardavam, quantas batalhas eu teria... Mas algo que eu havia percebido é que alguém estava espiando o laboratório de Elm...