Atlanta escrita por Luna Collins


Capítulo 12
Capítulo Onze




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Na manhã um pouco nublada do sábado, Grace acordou ás 8:00. Levi já tinha acordado e estava no refeitório tomando café e conversando com os outros médicos. A jovem loira desceu até lá e pediu um café da manhã reforçado: ovos, bacon e um suco de laranja. Passou rapidamente e deu bom dia a Levi que a olhou estranhando o comportamento da colega.

―Bom dia, Grace. Está tudo bem? ―ele perguntou.

―Não. ― ela foi direta, se fosse alguma bobinha novata diria que estava tudo bem, mas ela viu que a situação era mais séria do que ela pensava.

―Como assim, o que houve? ―ele sentou-se para prestar atenção nela.

Grace mal respondeu. Entre mordidas resmungou alguma coisa, estava nervosa, apreensiva. Pois até o momento ninguém havia visto o que ela viu na noite passada.

―Quero saber tudo o que você sabe. ―Levi falou com a voz mais suave, tentando tranqüilizar a loira que estava demonstrando estar muito apreensiva. Grace parou de comer por um instante.

―Está vendo isso aqui? ―ela apontou o café da manhã dela, deixando Levi confuso. Mesmo assim ele assentiu. ―Poisé, precisamos nos preparar, estou com um mau pressentimento depois do que vi ontem.

―Seja direta, Grace. ― ele pediu com mais autoridade.

―Eram 1:30 da manhã, eu estava no telefone com Jack e fui subir para dormir. Antes passei no corredor dos necrotérios no 2º andar para pegar uns históricos de óbito, para adiantar o serviço de hoje. Escutei uns barulhos estranhos vindos da sala 3. Um cadáver de nome Terence Camautier, estava tendo espasmos cadavéricos e fazendo ruídos estranhos. ―ela fez uma pausa tomando seu suco. ―Eu chamei e não houve resposta, estava absolutamente morto, é como se acordasse da morte.

Levi ficou boquiaberto.

―E o que você fez?

―Abri um dos armários e peguei corda e fita adesiva. Amarrei os dois cadáveres da sala 3 e tranquei a porta. Na dúvida, tranquei todas as portas do corredor dos necrotérios.

―Fez bem, eu temo pelo que pode acontecer, agora que sei disso. ―o cientista se mostrou bastante preocupado também. ―Já avisou Lavínia e os outros?

―Vou assim que terminar de comer.

―Olha a lista de quem precisa saber: Lavínia, os médicos,Jeremy, todos os cientistas do CDC, o Governo, e assim vai... ―ele falou.

―Sim, e isso não é só aqui. Assim como a doença está ao redor do mundo, será assim.

―Temos que ir, mas antes, termine de se alimentar. Vai precisar mesmo. ―finalizou Levi, logo esperando a jovem terminar.

**

No quarto número 1791, Penny já estava acordada, chorava muito e Phillip também chorava. Penny nem conseguia dizer muita coisa, já Phillip tinha que manter pelo menos alguma noção que ainda restava pois tinha sido uma perda muito inesperada. Sarah Blake estava morta. Os enfermeiros já estavam retirando o corpo dela. O médico que estava acompanhando o caso foi fazer algumas perguntas a Phillip.

―A que horas aconteceu? ― indagou o médico.

―Por volta das 2h da manhã. ―Phillip falou enxugando algumas lágrimas.

―Ela já estava em fase terminal. Mas pensamos que ela poderia ter sobrevivido, ou prolongado seu tempo de vida.

Phillip calou-se. Sentou no sofá e abaixou a cabeça.

―Sr Blake, esta doença não tinha cura. Os cientistas do CDC vieram pra cá e em toda parte estão analisando o caso dessa doença, já foi constatada que uma vez pega, não tem mais jeito. ―explicava o médico.

―Tudo bem, doutor. Vou organizar os preparativos pro velório... ―foi o que Phillip conseguiu dizer. Por um momento se sentia desnorteado. Com a morte de Sarah, ele agora queria proteger Penny de qualquer perigo que ele pressentia estar por vir.

A adolescente ruiva havia conversado com Angelo esta manha, ele ligou e ela contou sobre sua mãe. Ele foi correndo pro hospital vê-la e dar apoio emocional. Ficaram lá por um bom tempo. Por um momento, Penny parou de chorar e pouco falava. Apenas o necessário, era como um luto que guardava da mãe.

**

Gavin estava em casa, assistindo TV. Não houve mais noticiários por enquanto. Owen tinha que passar em sua casa para entregar-lhe o pacote de fotos que Gavin tinha deixado em sua casa. O fotógrafo escutou o interfone, era o porteiro lhe informando que Owen estava querendo acesso. Gavin liberou e já ficou na porta do apartamento para receber o amigo. Logo Owen saiu do elevador.

―E aí cara, beleza? ―Owen falou, cumprimentando o outro e este retribuindo.

―Tudo na boa, camarada. ―Gavin lançou aquele sorriso. Viu o pacote na mão do amigo. ― São as fotos daquele casamento?

―Sim, vim trazer. ―respondeu Owen. ―Não posso demorar.

―Eu ia até falar pra você entrar poxa..

―Tem uma coisa estranha que preciso te contar rapidamente.

―Estranha?

―É, cara, estranha. ―Owen se preparou para falar. ― Sabe a tal da epidemia que surgiu?

Gavin assentiu.

―Poisé, ouvi dizer que as pessoas que estiveram infectadas, doentes, morreram e uma delas voltou a vida após 24 horas.

―Como soube disso, Owen? ―o fotógrafo ficou perplexo.

―Tenho contatos no hospital. ―o homem deu um sorrisinho convencido. ―Olha, se eu souber de algo mais te ligo, beleza? Preciso ir.

―Tudo bem né. Falou irmão. Até logo! ―Gavin despediu-se e logo fechou a porta, pensando no que Owen acabara de dizer. Quem sabe não seria apenas um boato, não? Ou era realmente verdade o destino assombroso dos mortos...

**

Jack já havia chegado em Atlanta. Foi direto ao Grady Memorial procurar por Grace. Ele estava sem o uniforme de soldado, foi logo mostrando a carteira e liberaram sua entrada. Sabia que a amiga trabalhava no 6º andar. Pegou o elevador e foi direto, a jovem tinha uma reunião no momento, pra discutir sobre isso.

―Mostre-nos então. ―falou Lavínia acreditando mas também desacreditando. Isso não seria possível de acordo com o que ela pensava.

Grace desceu com todos e os levaram a sala dos necrotérios. E é claro que havia pego as chaves das salas mortuárias na gaveta no escritório em que estava. A garota abriu a sala 3 com cautela e entrou, sendo acompanhada dos outros. Sim, o Governador estava lá.

―Senhores, apresento-lhes Terence Camautier. ―ela aponto pra uma das macas, aonde via-se um morto-vivo se mexendo nervosamente ao ver todos aqueles humanos e carne fresca.

―Minha nossa... ―exclamou Alaric Carter.

―Eu tentei chamá-lo para testar se ele estava em plena consciência, mas pelos olhos e as atitudes percebi que ele esta realmente morto. E se um de vocês chegar perto ele vai querer comer. ―um dos médicos levantou a sombrancelha pra Grace que logo retrucou. ―É verdade, por isso amarrei e amordacei os dois. E só não fiz isso com todos porque tive medo. Sim, eu tive medo.

―Costumamos ter medo do desconhecido. ―falou Leslie.

―E do que achamos perigoso à nossa vida. ― rebateu Lavínia fazendo Leslie se calar.

―Precisaremos do exército. ―O governador Alaric falou com uma expressão tensa no rosto. Ele também estava com medo do que poderia acontecer. Era muita coisa acontecendo, muita informação para ele processar. ―Creio que se as coisas continuarem andando como está acontecendo, irá virar uma guerra.

―E se der segmento, creio que ficará pior. ―finalizou Levi. Um silêncio reinou na sala do necrotério.

Jack procurava por Grace,e após encontrá-la, já havia sido informado da situação por outros médicos.

―Eu já sei o que está havendo...

―Sim...

―Creio que algo maior vai acontecer, e quero te levar comigo. ―ele falou seriamente e ela sentiu um frio na barriga.

―Alaric quer o Exército. ―ela disse tensa.

―Se algo acontecer... ―ele falou e ela interrompeu.

―Se algo acontecer eu vou fugir com você! ―ela o abraçou, liberando todo o estresse, carga emocional em alguns suspiros nos braços de Jack...


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Notas finais do capítulo

Parece que Grace já desconfia o que irá acontecer no geral. Isso será ruim não só ali, mas o caos se instalará no mundo!



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