Hold On escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 1
Capítulo Um - Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estávamos sem nada pra fazer e meio tristes, daí tivemos a ideia sem-noção de postar uma fic. Essa história estava sendo tramada há muito tempo (antes da morte da Beth), e pensamos que seria legal mostrar essa personagem. Vimos o quanto ela evoluiu e que poderia nos proporcionar algo maior, além dos personagens originais que criamos.Como dissemos nos avisos, a Carol ainda não chegou no hospital, e não vai chegar. Veremos como será a Beth sozinha e o que ela fará antes de encontrar os outros. Por isso, ressaltamos que leiam os avisos inteiros, até o final.Bom, é isso. Esperamos que gostem.Boa leitura!



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Vários pensamentos vagavam sem direção alguma pela mente da jovem. Alguns ficavam fixos por mais tempo que outros, mas nada a ocupava por completo, nenhum deles era algo que realmente despertasse o interesse dela, todos eram frivolidades para sua mente cansada. Eram tantas coisas, tantas reflexões, ideias e sentimentos que disputavam por espaço e atenção, que a única palavra que poderia descrever Beth Greene naquele momento era confusa.

Sentia raiva, dor, saudade, medo, confusão, dúvida e vários outros sentimentos que ela não era capaz de nomear naquele instante. Seu corpo descansava na cama hospitalar enquanto o cérebro divagava, e seus olhos azuis estavam fixos no teto, tentando encontrar algo de interessante naquela cor sem graça e, mesmo que já soubesse que não haveria nada ali além do tom frio e da lâmpada apagada para poupar a energia dos geradores, a loira continuava com o seu olhar vago no alto, tentando evitar o inevitável, se esquivar de pensar no plano em que havia trabalhado alguns minutos antes.

Pouco tempo havia se passado desde que ela e Noah tentaram fugir pelo elevador e alcançaram a saída repleta de mortos-vivos. Não fora nada fácil, enganar Dawn, roubar a chaves, fora o pequeno imprevisto na sala da chefe dos policiais que acarretara na morte do policial Gorman pelas mãos de Beth e da versão morta de Joan no chão do escritório. Seu amigo conseguira escapar e isso era tudo que importava, já que ao menos ele poderia tentar a sorte do lado de fora. No mínimo o garoto poderia tentar rever sua família, não teria mais que pagar dívidas injustas ou sofrer agressões, teria a liberdade. Já ela, não se encontrava em uma situação muito boa, Dawn Lerner apenas aguardava o alvorecer para decidir como iria castigar a loira.

Beth não tinha medo, não da líder dos policiais. Ela tinha medo de estar sozinha, de ser a última sobrevivente de seu antigo grupo de pé. Ironicamente, ela havia afirmado isso para Daryl Dixon em um dos últimos momentos de que se lembrava antes do apagão e do hospital. A jovem tinha certeza de que ele permaneceria, o caçador era o sobrevivente perfeito para o apocalipse, e isso era uma das coisa que ela admirava nele.

Inquieta, a loira se remexeu na cama, e o movimento fez com que Greene sentisse a ponta da tesoura escondida no colchão. Isso fez com que ela se lembrasse do plano. Naquele momento, ele não parecia tão bom quanto aparentara antes, quando Dawn a arrastara para o quarto. Pensando bem, a ideia parecia muito vaga e estúpida. Tudo consistia em usar a simples tesoura de cirurgia como arma contra qualquer um que tentasse impedi-la de sair, e o resto seria improvisado no caminho. Beth se sentia traída, não por Noah ter ido embora sem ela, e sim por Steven. O Dr. Edwards, em quem ela havia confiado, se mostrara apenas mais um dentre as pessoas corruptas daquele hospital, um homem covarde que fora capaz de manipulá-la para assassinar alguém, tudo isso para manter sua segurança. A única pessoa que realmente merecera a sua confiança já estava longe, e isso era um pequeno conforto no meio daquilo tudo. Beth se perguntava se teria uma oportunidade de ver Noah novamente.

Raiva não era o sentimento predominante. O que mais a preenchia era a dor, por diversos motivos. Os ferimento em seu rosto ainda ardiam, principalmente o mais recente, outra consequência da tentativa de fuga, e seu pulso direito engessado não estava completamente isento de dolência. O pior era o fato de não ser capaz de recordar a origem daquela fratura, e Beth e se recusava a acreditar que estivera sozinha quando fora encontrada. A jovem se lembrava claramente de ter estado na funerária com Daryl. Noah dissera que haviam deixado seu pai para trás por ele representar um risco, e tudo levava a crer que os policiais tinham feito o mesmo com o caipira de olhos azuis. Se ele estava morto ou não, a loira preferia não pensar nisso.

Outro sentimento presente naquele momento era a saudade. Ela sentia a falta de Dixon, mas, principalmente, de seu pai. Às vezes, conseguia imaginar claramente Hershel passando a mão em seus cabelos e dizendo palavras confortantes para fazê-la sorrir. Também havia Maggie, sua irmã mais velha e forte. Em certos momentos a via cavalgando pelo terreno da fazenda. Glenn com seu antigo boné de beisebol, Carl e seu jeito contrariado de andar pela prisão, enquanto esperava ser visto de maneira mais adulta por seu pai, e a pequena Judith, com sua expressão constantemente alegre e inocente, além da capacidade que ela tinha de formar um sorriso no rosto de qualquer um que colocasse os olhos nela.

Contudo, havia algo a mais. A esperança, a convicção que Beth tinha de que não passaria o resto de sua vida naquele hospital. Uma chama queimava dentro dela dizendo que, se fosse morrer, seria do lado de fora. Algo que a impedia de aceitar as coisas que lhe eram impostas no Grady Memorial, que não a deixava ficar indiferente, esperando que a chance chegasse. Greene criaria sua própria chance, o momento de ser protegida pelos outros tinha acabado, ela mesma iria lutar.


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Notas finais do capítulo

Ficou curto, mas é só uma introdução para mostrar como a Beth está. Os próximos serão maiores e mais dinâmicos.Esperamos muito saber a opinião de vocês e o que esperam dessa fic.Antes de encerrar, só queríamos dizer que esse capítulo é uma homenagem ao incrível e imortal Leonard Nimoy que, antes de ator, poeta, cantor, escritor, diretor e fotógrafo, era uma ótima pessoa. Herdamos isso do nosso pai, que nos ensinou a amar Star Trek e o Spock. Crescemos com isso, e é difícil aceitar que ele se foi. Só queríamos dizer uma coisa a todos:"Vida longa e próspera."