POV Emily Monroe

– Mas o que pode ser tão importante assim Susanne ? - pergunto confusa.

– Eu estou com o resultado dos seus exames da semana passada. E o que está aqui foi muito surpreendente - Disse Susanne, o que só fez aumentar ainda mais a minha ansiedade.

– Susanne, você está me deixando nervosa. Por favor me fale o que está acontecendo - Seguro com mais força a mão de Thomas, pois o meu coração estava acelerando.

– Os resultados deram normais Emily. A doença finalmente está controlada - Disse Susanne sorrindo.

– Espere... isso significa... - Digo com um misto de esperança e ansiedade.

– Significa que você vai voltar pra casa Emily - Completou meu pai.

Não sei o que dizer. Depois de seis anos, sair daqui me pareceu algo tão surreal. Será que o que estou ouvindo é verdade? Ou é só mais uma ilusão? Não, não pode ser uma ilusão, pois o sorriso de meu pai e de Susanne é real. Eu finalmente vou voltar pra casa.

Depois de tantas confusões em minha mente, eu finalmente me permito um sorriso. Lágrimas começam a cair em meio aos sorrisos. Susanne e meu pai veem ao meu encontro e me abraçam.

Quando nos separamos, Susanne diz.

– Você poderá ir amanhã. Eu ficarei com você lá por algumas semanas para ver como será a sua adaptação.

Eu apenas consigo confirmar com a cabeça. A minha felicidade é tão grande que as palavras não conseguem sair.

Quando já estava mais calma, fomos almoçar. Depois da refeição, eu e Thomas fomos até o jardim e apesar de estar frio, ficamos conversando lá.

– Nem acredito que finalmente terei alta - Digo enquanto ele me abraça - Parece até algo surreal.

– Eu vou adorar poder chegar na sua casa, tocar a campainha - Diz ele entrelaçando sua mão na minha - Eu vou dizer que estou te esperando, então você vai chegar, linda como sempre - Ele então me beija delicadamente - Eu farei isso e em seguida vou te levar para passear. Só você e eu.

– Eu tenho certeza de que vou amar - Digo também o beijando, quando nos separamos, faço carinho em seus cabelos ruivos- Acho que nossas vidas finalmente vão entrar nos eixos. Eu tendo alta, você se tratando. Talvez possamos ser um casal normal agora.

Thomas dá um sorriso e eu fico confusa.

– O que foi ? - Pergunto sorrindo também.

– Podemos até ser um casal normal. Mas eu sempre vou gostar das nossas loucuras.

Rio com o comentário dele. Ficamos no jardim aproveitando a companhia um do outro, até que Thomas teve que ir embora. Quando ele sai, vou com Susanne até meu quarto arrumar a minha mala.

– Não consigo acreditar que esse dia chegou - Digo.

– Você merece isso minha querida. Merece ser livre e feliz com Thomas - Diz Susanne sorrindo enquanto dobra minhas roupas.

– Susanne, eu posso até sair da clínica. Mas não quero me distanciar de você - Quando digo isso, ela me abraça - Por favor, não fique longe de mim.

– Minha querida, eu jamais vou ficar longe de você. Nesses últimos seis anos, eu não te considero mais minha paciente - Diz ela e em seguida mexe no meu cabelo - Eu te considero minha filha Emily. Não posso ficar longe de você.

Ficamos abraçadas e em seguida terminamos de arrumar as minhas coisas. Tomo meus remédios e vou dormir, ou pelo menos tentar, mal posso esperar pelo dia de amanhã.

No dia seguinte, tomo meu banho e Susanne leva as minha duas malas até o carro de meu pai. Lá estão meu pai e Thomas.

Antes de entrar no carro, olho uma última vez par o enorme prédio branco na minha frente. Não será totalmente um adeus, pois terei que volta para fazer os exames de rotina. Mas será a última vez que eu irei olha-lo como sendo o meu lar.

Meu pai se aproxima de mim e me abraça.

– Pronta para voltar para casa minha corujinha? - Diz ele e eu sorrio.

– Sim pai, eu estou pronta.

Por fim entro no carro. Meu pai está dirigindo, Susanne está no banco do carona e eu e Thomas estamos no banco de trás. Passamos todo o trajeto de mãos dadas. Quando sinto o carro parar, olho pela janela e vejo a minha casa.

Minha casa possui um estilo rústico mas ao mesmo tempo atual. possui um jardim com um banco estilo balanço de madeira. Meu pai plantou rosas e lírios. A casa possui apenas um andar, mas é muito ampla. Quando meu pai destranca a grande porta de madeira, a sala aparece.

Não faz muito tempo que estives aqui, mas dessa vez é diferente, as sensações e emoções são diferentes. Dessa vez estou feliz e me sentindo leve. A lareira estava acesa, o que fazia o ambiente ficar com um calor agradável.

Vou passando a mão pelo sofá e fecho os olhos para sentir todas as sensações. Vou caminhando pela casa, chego até meu quarto, mas dessa vez percebo que a caixinha de música e as bonecas não estão mais lá. Não fico chateada, pois sei que dessa forma é melhor, não quero fantasmas do passado me assombrando.

Vou até a cozinha e vejo que meu pai estava preparando um almoço. Ele chega atrás de mim, eu me viro e o abraço.

– Eu voltei papai. Eu finalmente voltei - Digo ainda abraçada a ele.

– Eu estou muito feliz Emily. Você não faz ideia - Diz ele.

Enquanto meu pai e Susanne terminam de preparar o almoço, eu e Thomas ficamos na sala. Escolhendo músicas, olhando para fotografias e arrumando a mesa.

Quando o almoço é servido, comemos e conversamos. Ao terminarmos, ajudamos a lavar a louça e voltamos para sala.

– Que tal jogarmos um jogo? - Pergunta Susanne.

– Qual era o nome do jogo que eu e você gostávamos de jogar pai? -Pergunto.

– Imagem e ação - Meu pai responde e pega a caixa do jogo.

As duplas ficaram eu e Thomas, meu pai e Susanne. Nos divertimos muito jogando, as mímicas eram hilárias.

Elas iam do seriado Friends até poste. No fim meu pai e Susanne ganharam. Mas o jogo era o de menos para mim, o que eu estava amando era o fato de estar em minha casa e saber eu essa noite dormirei em minha cama. E que a partir de hoje estarei em minha casa, no meu lar.