POV Emily Monroe

Ainda estou em choque com a notícia que acabei de receber do pai de Thomas. Eu tinha acabado de desvendar vários segredos da minha mãe e ainda recebo a notícia do acidente de Thomas.

– Acidente? Mas como isso aconteceu? - Pergunto, minha ficha começa a cair, ele voltou a beber. No fundo eu sei a causa do acidente eu só não quero acreditar.

– Foi um acidente de moto e de acordo com os exames ele estava alcoolizado - Disse o pai dele - Ele machucou o braço e teve alguns arranhões, quando saí do hospital para vim pra cá ele estava entrando no centro cirúrgico.

– Centro cirúrgico? - Já chega, é a gota d ' água, preciso vê-lo - Eu vou até lá.

– Emily, isso não vai ser bom pra você. Lembre-se que o seu dia foi cansativo... - Disse Susanne.

– Susanne, eu é que terminei com ele. Eu achei que tinha feito um favor a ele mas pelo visto eu cometi um erro e eu não vou deixa-lo sozinho nesse momento.

Susanne pareceu relutar mas por fim meu pai disse.

– Eu te levo Emily, vamos querida - E assim eu entro no quarto do meu pai e seguimos o carro do pai de Thomas.

Não demora muito para chegarmos ao hospital, quando finalmente estacionamos eu saio correndo do carro e vou até a recepção.

– Oi eu gostaria de saber onde está o paciente Thomas Markinstop - Pergunto ofegante.

– Ele acaba de sair da cirurgia, quarto 12 - Em seguida ela me identifica e eu até o quarto dele. Quando chego no corredor avisto a mãe dele. Quando ela me vê vai até mim.

– O que faz aqui? Eu já te pedi pra você deixar o Thomas em paz. Não vou permitir que o veja - Quando ela diz isso eu apenas a olho nos olhos e dou um pequeno sorriso.

– Percebo que além de ser uma megera também é ruim de memória, pois eu não lhe pedi a sua permissão - Dou um empurrão e abro a porta do quarto, ela tenta me impedi mas o pai de Thomas chega na hora.

– Não vou deixar que você impeça que Emily o veja, ele precisa dela Cristine. Já chega, por favor entre Emily.

Eu fiquei muito surpresa com as palavras dele. Mas eu não parei para refleti-las apenas entrei no quarto. A cena que vejo me parte o coração, ele está com o braço imobilizado, vários cortes no rosto e com o olho roxo. Eu me aproximo dele, me sento em uma cadeira, seguro sua mão e começo a chorar.

– Me perdoa, eu te amo. Eu tentei me separar de você pois achei que esse era o melhor pra você, mas eu vejo que estava enganada, eu preciso de você aqui do meu lado. Tudo me fazia lembrar de você, o seu perfume invadia os meus sonhos, o seu sorriso os meus pensamentos. Eu sinto muito por tudo isso - Em meio as lágrimas e soluços eu sinto a mão dele apertar a minha. Meu coração acelera e eu sorrio. Então eu beijo seus lábios delicadamente, acaricio seus cabelos, do mesmo jeito que ele fazia comigo e começo a cantar. Escolho a música Everything has Change, cantar se torna um tanto quanto difícil pois não consigo parar de chorar mas sigo em frente até o fim da música.

Não sei por quanto tempo fiquei assim apenas o observando sem dizer nada, mas percebo que adormeci ao ouvir a voz de Susanne me chamando.

– Emily precisamos ir. O horário para você voltar a clínica daqui a pouco acaba, amanhã você volta. Vamos querida - Diz ela me ajudando a levantar e eu concordo com a cabeça.

Volto para a clínica no carro do meu pai e quando chego lá, troco de roupas e tomo meus remédios. Vou para a cama pensando no garoto de cabelos ruivos e que eu nunca mais vou deixa-lo.

Quando volto para o hospital no dia seguinte fico sabendo através de uma enfermeira que ele já acordou e está se alimentando. Vou caminhando até o quarto dele ansiando ouvir sua voz novamente.

Ao entrar no quarto vejo que ele está cochilando mas basta o barulho da porta para acorda-lo. Meu coração bate muito forte e minhas mãos gelam, não sei o que estou esperando ele falar mas o que ele diz me destrói.

– Quem é você? - Diz ele confuso.

Não consigo acreditar que ele não sabe quem eu sou. Meus olhos começam a ficar embaçados devido a minha lágrima e saio do quarto correndo, sigo assim até me deparar com uma janela que significa o fim do corredor, tento respirar devagar para me acalmar ou pelo menos tentar. É então que escuto paços atrás de mim e eles estão vindo com rapidez. Quando olho para trás vejo Thomas, ele caminha em minha direção e acaricia meu rosto. Será que é uma alucinação? Não, definitivamente não pode, o toque de sua mão é tão quente e seu sorriso é tão aconchegante, nenhuma alucinação pode criar tais sensações. Ele se aproxima de mim de tal maneira que nossa distância fique mínima.

– É necessário muito mais do que uma simples queda para me fazer esquecer a garota do olhar penetrante - Quando ele diz isso nos beijamos com intensidade. Um beijo apaixonado e que demonstra o quanto estávamos sentindo saudade um do outro. Quando nos separamos para tomar ar ele cochicha no meu ouvido - Senti sua falta. Nunca mais suma da minha vida.

Eu apenas o beijo novamente e sorrio. Mas é claro que eu não vou deixa-lo. Dessa vez é pra sempre.

POV Thomas Markinstop

A minha vida nas últimas semanas era resumida a bebida e mais bebida. Mas por mais bêbado que eu pudesse ficar eu nunca conseguia tirar ela da minha mente.

E como eu sentia falta dela... do cheiro, dos olhos, do sorriso, até mesmo do calor da sua pele. Quando peguei aquela mente a minha mente estava muito embaçada. Não me lembro de nada depois de ter dado a partida, mas eu me lembro de algo.

Da voz de Emily.

Ela falando comigo, de ela estar cantando e de estar ao meu lado. Quando eu acordei sabia que ela havia estado ali. E quando ela chegou no quarto eu resolvi fazer uma pequena brincadeira, mas quando eu vi que ela estava chorando me arrependi na hora e saí correndo atrás dela.

Quando a beijei, foi como na primeira vez. O coração acelerou, apenas era eu e ela e mais ninguém. Como eu senti sua falta Emily.

Por favor nunca mais se vá. Fique comigo.