Black escrita por Wi Fi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse, estava entedidada....e aí deu nisso. Espero que vocês gostem, Sirius é o meu personagem preferido, e Régulo é meu sonserino preferido (nota: eu também sou da Sonserina).



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Régulo Arturo Black estava se sentindo miserável, orgulhoso, e apavorado ao mesmo tempo. Beber aquela poção era como beber os próprios pesadelos. Mas o pior foram todos os vultos e imagens que ele tinha em sua mente enquanto bebia. Uma que parecia ser a mais insistente era a de seus pais caídos mortos, na sala de jantar da Mansão Black, e Lorde Voldemort parado, observando.

Teve então, lembranças horríveis: o arrependimento que o tomou quando começou a questionar as palavras de Voldemort, o medo que sentira ao ver o Lorde das Trevas pela primeira vez, os pesadelos pavorosos de quando era pequeno. A diferença é que quando tinha pesadelos naquela época, seu irmão era quem acordava para confortá-lo. Régulo não soube dizer o que era pior: as lembranças de seus pesadelos, ou lembrar de Sirius.

Ao mesmo tempo que as lembranças começaram, ele sentiu como se seus órgãos estivessem sendo puxados para fora de seu corpo. Perto das outras duas coisas que a poção havia lhe causado, isso não era tão ruim assim.

Depois do que parecia uma eternidade, Régulo tinha acabado a poção. Sua boca e sua garganta estavam secas. Ele caiu de joelhos no chão irregular da caverna, e seu primeiro pensamento coerente foi “Eu preciso de água”. Mas antes, ele tinha que finalizar o serviço que havia se arriscado tanto para fazer. Régulo tentou se levantar, mas suas pernas não estavam firmes.

– Monstro! – ele chamou, e o elfo-doméstico que se estava encolhido atrás do baixo pilar onde se encontrava a maldita poção se aproximou do rapaz – Coloque o medalhão na bacia. Eu não consigo, estou exaurido.

– Sim, jovem mestre – respondeu Monstro, prontamente.

O elfo-doméstico pegou o medalhão e esticou seus bracinhos para alcançar a bacia. Jogou a falsa horcrux, e o som que ela fez ao bater na pedra ecoou pela caverna. O coração de Régulo ficou mais leve.

– Está feito. Nós conseguimos, Monstro. Nós fizemos uma coisa grandiosa. Algum dia, isso vai ser muito importante, e vai deixar Voldemort furioso. Você não deve dizer uma palavra disso para absolutamente ninguém, eu o proíbo, está entendido, Monstro?

– Sim, mestre. É uma honra tê-lo ajudado, meu jovem senhor.

– Agora – Régulo deu um sorrisinho e se levantou devagar– Eu estou morto de sede.

Régulo Black caminhou até a beira da pequena ilha da caverna, e se ajoelhou novamente. Inclinou-se em direção ao lago e formou uma concha com as mãos, e encheu com a água.

Mas então, algo o agarrou.

Ou melhor, várias coisas o agarraram ao mesmo tempo, e o puxaram para o lago, com uma força imensa. O rapaz deu um salto de susto, o que por um instante pareceu funcionar, mas logo as coisas o agarraram pela perna e ele teve que tentar se segurar nas protuberâncias do solo para não ser arrastado.

Régulo passara muito tempo de seus dezoito anos estudando o lado das trevas e reconheceu imediatamente os Inferi, mas não conseguiu fazer nada contra eles. Sua varinha havia caído na água e provavelmente já estava afundada demais para que ele a recuperasse.

­- Accio varinha! – Régulo gritou enquanto era arrastado para a água, mesmo sabendo que seria inútil.

– Mestre! – Monstro correu até perto da borda, mas não se atreveu a entrar na água.

O rapaz já estava submerso até as coxas, e se agarrava a uma irregularidade no solo, mas suas mãos começavam a doer.

– Mestre! – repetiu o elfo.

– Monstro! Corra! Fuja sem mim!

– Não posso abandonar o senhor, jovem Mestre...

Monstro – Régulo olhou o elfo nos olhos, com um ar imponente, mesmo que a situação fosse grave – Fuja neste exato momento, esconda a horcrux, e não conte a ninguém o que aconteceu aqui. É uma ordem.

O elfo parecia relutante em obedecer Régulo, pela primeira vez na vida. Depois de alguns segundos de silêncio, e então assentiu.

– Sim, senhor. Sinto muito, senhor.

– Obrigado, Monstro. Adeus – Régulo respondeu, e finalmente, soltou o chão, e se deixou ser arrastado pelos Inferi.

–x-x-x-x-

Sirius Black olhou para a lápide, apática e fria.

Aquilo era irreal demais.

Recebera uma carta, duas manhãs antes, relatando que seu irmão havia desaparecido, e agora estava dado como morto.

Seus pais fizeram uma lápide para ele e colocaram no cemitério onde as melhore famílias puro-sangue eram enterradas. O tipo de lugar que Régulo adoraria estudar.

Todos os parentes que Sirius odiava – ou seja, sua família inteira – haviam ido prestar suas homenagens no dia anterior. Ele queria estar sozinho quando fosse se despedir de seu irmão mais novo.

Não havia levado flores, nem uma carta, nem nada do gênero. Só queria pensar um pouco. Tiago e Remo estavam parados há alguns metros de distância, o observando.

– Ei, cara – disse o Potter – Você quer ficar sozinho, ou...?

– Para falar a verdade, sim – Sirius murmurou.

Seus dois amigos se afastaram então, mas Sirius não prestou atenção para onde.

Tinha sentimentos conflitantes em relação ao irmão.

A única coisa que tinha certeza era de que ele era um idiota.

Régulo havia se tornado um Comensal da Morte por livre e espontânea vontade, afinal de contas.

Mas, por que então Sirius sentia que algo estava errado?

O que diabos Régulo estava fazendo, para ser morto daquele jeito tão misterioso? Coisa boa é que não era, mas... Voldemort não deixaria um dos seus morrer daquele jeito, especialmente não alguém tão entusiasmado e jovem quanto Régulo, deixaria?

“Sirius, seu imbecil. O que te faz pensar que Voldemort se importava com alguém? Ele pouco se preocupava se o Régulo iria morrer ou não, só queria o trabalho feito. Ele não é um homem bom. Ele não é Dumbledore” Sirius pensou consigo mesmo.

“Eu não acredito que Régulo está enterrado” foi seu segundo pensamento.

O corpo não foi encontrado. Aquela lápide era simbólica. Régulo não estava ali.

A carta que recebera da mãe, falando da morte do rapaz, era tão fria. Walburga escrevera “Meu filho, Régulo Black, foi dado como morto. O velório será amanhã, às nove da manhã”.

Meu filho, Régulo Black. Não seu irmão, Régulo Black. Era claro que Sirius não era considerado filho de Walburga há muito tempo.

Sirius apenas encarava a lápide.

Régulo morreu como Comensal da Morte, afinal, era isso que ele era. Um Comensal da Morte, podre e horrível.

Mas ele era seu irmão.

Sim, Régulo era seu irmãozinho. E todas as brincadeiras que faziam quando pequenos? A amizade que eles tiveram um pelo outro por tanto tempo antes de entrarem em Hogwarts? Tudo aquilo deveria ser esquecido?

“Se ele tivesse ao menos me visitado, mandado uma carta, me deixado um bilhete, qualquer coisa que explicasse, droga, até um berrador servia” pensou novamente Sirius “O metidinho achou que era bom demais e não falou com ninguém. Não me surpreende que aquele arrogantezinho esteja morto agora”.

Sirius soltou um suspiro.

“Bem, não posso fazer muita coisa agora, posso?”

Ele andou alguns passos para longe da lápide, indo à procura de Tiago e Remo, mas parou e olhou uma última vez para o que restara de seu irmão.

– Adeus, Reg – ele disse, chamando o irmão pelo apelido de infância. O nome soou estranho em sua boca; não era usado há muitos anos.

E enfiando as mãos nos bolsos do casaco, voltou a procurar os amigos.

Esse momento de despedida não poderia ter sido mais digno.

Pois Régulo morreu pensando que Sirius não se importava com ele, e Sirius morreria pensando que Régulo nunca fizera nada de bom.


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Notas finais do capítulo

Espero que eu tenha deixado vocês emocionados, ou sei lá, meio tristinhos pelo menos. Gostaram? Acham que posso melhorar? É minha primeira fic de HP, foi um tiro no escuro pra mim.



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