Evolution: Parte 2 escrita por Hairo


Capítulo 7
Visita Desagradável


Notas iniciais do capítulo

Não sei se vocês já repararam, mas eu gosto bastante do número 7. Assim, eu tento prestar uma atenção especial nos capítulos com esse número. Eles podem não ser os mais importantes, mas eles são sempre especiais, em alguma maneira.

Na parte 1, foi a captura do primeiro pokémon de Dave que deu o tom do capítulo, assim como a primeira vez em que ele e Mindy se aceitaram como parceiros e amigos.

Aqui, temos uma mudança de perspectiva, que começa a dar um outro tom a história. Na parte 2 a história começa a ficar mais adulta, e esse é o primeiro passo.

Espero sinceramente que gostem.
Boa leitura.



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– A saideira Tom! Martha está me esperando em casa!

– É para já, Johnatan!

O gordo barman entrou por trás do balcão de madeira velha e sacou uma garrafa quase congelada da geladeira a suas costas, abrindo-a com uma leve batida na superfície da banca em um truque que já virara rotina, e que mesmo assim fez o queixo do novato sentado no bar cair, enquanto ele arregalava os olhos. Tom riu e serviu dois copos até a boca, jogando-os em cima da bandeja sem derramar uma gota sequer e se preparando para levá-los para a mesa de seus costumeiros clientes. Ele passou pelo rapaz que acabara de fazer 18 anos e que estava muito impressionado com a habilidade do homem com os copos e garrafas.

– Este bar está na família desde antes de seus avos se mudarem para Grené, Timmy. São anos de experiência...

O rechonchudo dono do bar serviu as bebidas para o seu cliente favorito e para o xerife da cidade, que estavam ali há quase uma hora, imersos em uma conversa a qual ele ainda não conseguira descobrir o assunto.

– Aqui está Johnatan. Dê os meus cumprimentos a Martha, John.

– Sempre meu caro. Ela deve passar aqui na cidade ainda esse fim de semana.

Tom sorriu e assentiu com a cabeça, como se esperasse que os homens continuassem conversando. Ele demorou um pouco mais do que o necessário para secar a testa com o pano sujo que carregava no ombro e, finalmente, desistiu de aguardar os homens retomarem a conversa, entendendo que eles nada diriam enquanto ele estivesse ali parado.

– Então – continuou Johnatan, uma vez que o curioso garçom voltou ao bar – como eu ia dizendo, quer dizer que vocês não acharam nenhum vestígio da Equipe Rocket, George?

– Não, nada – respondeu o xerife, baixando o copo depois de uma golada – Mesmo com os novos policiais. Receio que teremos que abandonar as buscas John. Já rodamos toda nossa área de jurisdição.

O humilde fazendeiro se mostrou preocupado. Dando um alto suspiro, terminou a bebida de uma só vez e bateu o copo na mesa, sendo acompanhando pelo xerife. Suas expressões não estavam muito animadas. Eles se levantaram juntos, e Tom gritou uma despedida para Johnatan, que lhe pediu para botar as bebidas na sua conta.

Já do lado de fora, os dois homens apertaram a mão para se despedir.

– Bom George, você que fez o que pôde. Por falar nisso, como estão indo os novos policiais?

– Muito bem! – disse o homem fardado, deixando um leve sorriso de satisfação escapar – A menina Jenny será xerife aqui um dia, você vai ver...

– Que bom! – sorriu Johnatan, enquanto procurava as chaves da sua antiga, mas bem cuidada caminhonete – E você conseguiu arrumar um lugar decente para eles ficarem?

– Sim, sim... A delegacia alugou uma casa um pouco fora da cidade. Nada muito grande, mas tenho certeza de que estão melhor do que no celeiro do velho Ozell. Acho que eles estão confortáveis.

– Pelo menos eles não têm que aturar mais as maluquices dele... – riu-se o fazendeiro, entrando finalmente no veiculo vermelho – Espero você e a Joanna lá em casa mais tarde George. Martha está preparando um jantar especial...

– Claro, até mais! – respondeu George, acenando para seu grande amigo.

Johnatan seguiu a estrada por curtos vinte minutos, com todo o material que precisaria para continuar tocando sua fazenda pela próxima semana. Já passavam das três da tarde e ele perdera toda a manhã procurando os melhores preços nas escassas lojas de material de construção da pequena cidade. De fato, ele achara que conseguira economizar tudo o que podia, e talvez, se Martha conseguisse o mesmo nas compras do mês, eles conseguiriam guardar algum pouco dinheiro na poupança.

Desde que seu único filho saíra de casa, o casal tinha tidos alguns problemas para se adaptar com a falta que o menino fazia. Não só ele ajudava bastante na manutenção da fazenda, apesar da pouca idade, como a sua presença em casa parecia alegrar um pouco os dias de Martha. Johnatan, por sua vez, sentia falta de ensinar para o filho coisas simples da vida rural, como o jeito correto de se pregar um prego, e como colher as frutas de suas plantações. Apesar de ter conseguido um bom jovem que aceitasse um baixo salário para ajudá-lo, o que apertava ainda mais as contas, ele sentia falta da relação próxima com o filho que aprendeu a ter nos últimos anos.

Um pouco a frente, a direita da estrada, ele finalmente viu o portal que daria acesso a sua propriedade. Passou em baixo do alto arco de madeira, de onde se pendurava a placa entalhada a mão por ele mesmo, com os dizeres: “Fazenda Hairo – Seja bem vido”. Ele estacionou e saiu do carro, pegando as compras todas em sua mão de uma só vez. Subiu os três degraus para a entrada e sua mulher abriu a porta, cumprimentando-o com um breve beijo e um caloroso sorriso. Ela tentou pegar algumas sacolas, mas o marido, cavalheiro, não permitiu e então eles rumaram para dentro, para mais um sábado que corria normalmente.

A verdade é que Johnatan e Martha Hairo formavam um casal feliz. Os problemas financeiros e os esforços do dia-a-dia eram algumas das dificuldades que eles tinham que vencer na vida, mas aceitavam isso de bom grado, desde que pudessem enfrentá-las juntos. Todos na cidade os tinham em alta estima. Justos e honestos, eles nunca deixavam de pagar suas dividas, mesmo que isso significasse cortar os gastos e ter mais trabalho e, sempre que podiam, estavam contribuindo para a cidade. Semanalmente Martha trazia flores para os idosos que habitavam o pequeno asilo da cidade, juntamente com uma parte da pequena produção da horta da fazenda, que não tinha destinação comercial. Podia não ser muito, mas os senhores e senhoras tinham um motivo para sorrir todo domingo, e um cardápio variado todos os dias.

Seu único filho também era conhecido pela cidade, e todos estavam sempre perguntando como ele estava desde que partira. Nisso, porém, os Hairo eram reservados. Johnatan e a mulher pouco falavam sobre o menino, e nunca comentavam os locais por onde ele havia passado. Eles sabiam que falar sobre sua jornada poderia ser perigoso e procuravam manter o assunto morto com respostas curtas e sem muita informação, sempre seguidas de uma mudança rápida de assunto. Johnatan, entretanto, mostrava um grande interesse nas investigações policiais no ultimo mês, procurando saber tudo o que podia, principalmente, sobre o paradeiro da Equipe Rocket.

Desde que Dave partira, eles não puderam mais localizar nenhum vestígio de que a organização criminosa jamais estivera ali por perto. Naquela ocasião a cidade foi tomada por um caos completo. Agentes vestido de preto vasculharam casa por casa, depois de trancar a pequena força policial atrás das grades de sua própria prisão. Eles vasculharam tudo, mas não puderam ampliar as buscas para as fazendas ao redor do centro, com medo de perder o controle sobre a cidade. E então, uma manhã, os cidadãos acordaram como se nada tivesse acontecido, e como se os Rockets nunca tivessem existido.

A polícia, obviamente, aumentou seu batalhão de imediato, recrutando jovens aspirantes a policias oriundos de cidades vizinhas e nomeando um novo xerife para apurar o caso. Infelizmente, nem assim foi possível localizá-los. O laboratório que eles alegaram possuir nas proximidades parecia ter desaparecido do mapa, e alguns acreditavam que tinha sido uma invenção dos bandidos, tentando amedrontar a população. Nada foi encontrado, e a cidade, lentamente, ia deixando a imagem da organização se perder na memória.

Johnatan, entretanto, achava tudo aquilo muito estranho, e temia. Ele sabia que a organização era mesmo real, como confirmado pelas histórias que Dave lhe contara, e que eles, de fato, estavam em rebuliço com a fuga do tal Pokémon especial. Sabia também que o esquecimento era o primeiro passo para que se repetissem os erros cometidos no passado, e receava que, aos poucos, o estrito regime de segurança que a cidade adotara voltasse a relaxar permitindo a volta dos criminosos ao local.

Martha passou o resto do dia preparando o jantar que serviria para o juiz e a mulher, Joana, que era uma de suas melhores amigas, desde pequenas. Por volta das seis da tarde, com o forno ligado, ela deixou a cozinha e decidiu tomar banho, enquanto a comida aproveitava seus últimos momentos dentro do fogão. Johnatan parecia adormecido deitado no sofá, com a televisão ligada, onde se passava algum tipo de corrida que ela não reconhecia. A mulher sorriu e beijou a testa do marido, que simplesmente se virou no sofá e continuou a dormir. Desligou a televisão e se dirigiu para o banheiro.

Poucos minutos depois, enquanto Martha ainda estava no banho, Johnatan ouviu fortes batidas na porta. Ele acordou de sobressalto com o barulho e se sentou rapidamente, esfregando os olhos. A semana tinha sido bastante cansativa. Seu ajudante ainda estava se acostumando com o seu jeito de tocar a fazenda, e ele tinha que reiterar suas ordens com freqüência.

Ouviram-se batidas na porta mais uma vez, e o homem se levantou, caminhando em direção à porta. A rasa claridade alaranjada do fim de tarde denunciava que a noite estava a caminho, mas ainda não havia chegado. O George já chegou? Pensou ele com uma expressão de estranhamento colorindo seu sonolento rosto. Achei que tínhamos combinado um pouco mais tarde. Ele abriu a porta, sem se preocupar em checar pela janela quem o esperava e o choque com a visita terminou de acordá-lo.

Tudo o que vira, assim que atendeu a porta, foi a ponta de uma afiada lâmina que se postava firmemente a centímetros de seu rosto. Ela era contornada desde a ponta por um fino osso que a sustentava, coberto por uma camada verde de pele e pêlos. O olhar de Johnatan seguiu a lâmina curvada até que ela encontrou o seu fim em um braço nascido de uma estrutura circular, também verde, que parecia desempenhar o papel de ombro. O fazendeiro deu alguns passos atrás, assustado, e finalmente enquadrou aquele scyther por inteiro em seu campo de visão. Juntamente com o Pokémon, ele reparou que seu treinador também estava ali, com um breve sorriso ameaçador no canto da boca.

O homem tinha os cabelos sedosos e ondulados, balançando levemente com o vento, batendo na altura dos ombros. Com certeza era mais novo do que Johnatan, mas não era assim tão jovem. Tinha um porte físico atlético e era tão alto quanto o fazendeiro. Os dois teriam se enfrentado de igual para igual, se não fosse pelas duas lâminas do inseto humanóide que ele tinha a seu serviço. Vestia-se com uma calça preta longa de um tecido irreconhecível para o fazendeiro. Um casaco de couro branco aberto dava destaque a grande letra R vermelha, estampada na camisa, também preta, que ele usava por baixo.

O homem estudou Johnatan dos pés a cabeça, com uma mão no queixo, interessado. Ele parecia tentar se lembrar de alguma coisa e ficou ali parado alguns segundos, até ser despertado de seus pensamentos pela voz do fazendeiro.

– Quem é você? O que você quer? – sua voz estava assustada. Ele reconhecera o uniforme do visitante e rapidamente compreendeu as complicações daquela visita inesperada.

– Seu rosto me é familiar – disse o visitante, em um tom displicente. Deu um passo à frente entrando na casa pelo espaço que o homem mais velho desocupara ao dar passos atrás com o susto – É como se eu já tivesse lhe visto antes, ou pelo menos alguém muito parecido com você...

Espero que não tenha sido o Dave pensou Johnatan, tentando esconder a preocupação no seu rosto. O homem tinha sido mais rápido e entrara sem ser convidado, mas ele não poderia deixar que isso acontecesse de cabeça baixa.

– As pessoas não simplesmente batem a casa dos outros, os ameaçam com um Pokémon e saem entrando. Poderia, por favor, me dizer quem é você? – Apesar da educação em suas palavras, a voz de Johnatan estava firme, decidida.

– As pessoas normais podem não fazer isso, mas eu não sou qualquer pessoa, senhor... – ele hesitou enquanto tentava se lembrar do nome que fora mandado investigar - Hairo! Isso mesmo, Hairo... Eu sou um oficial da Equipe Rocket, e entramos onde bem entendemos.

– Equipe Rocket?! – exclamou Johnatan, fingindo surpresa – Chamarei a polícia agora mesmo!

– Acho que não chamará não – disse o criminoso, calmamente se sentando em uma poltrona da sala de estar. Scyther mais uma vez levantou seu braço, apontando a ponta de sua lâmina diretamente para o rosto de Johnatan – Você vai se sentar. Tenho apenas algumas perguntas para você e sua adorável mulher. Onde ela está, por sinal?

Sem poder reagir, Johnatan obedeceu o homem, sentando-se no sofá ao lado da poltrona onde estava o bandido. – Deixe Martha fora disso... – ele deixou escapar, por entre os dentes cerrados.

– Fique calmo meu bom homem. Não estamos aqui para machucar você ou a sua família. Como disse, só viemos fazer algumas perguntas – Um curto silêncio seguiu as palavras do rapaz, em que apenas se ouvia o barulho do chuveiro ligado, no banheiro ao lado. De repente, o som da água caindo também cessou.

– Parece que ela acaba de terminar o banho – disse o rapaz, sorrindo mais abertamente dessa vez, tentando se mostrar cordial – Alice, por favor, seja uma dama e escolte a senhora Hairo de seu quarto até a sala – ele olhava pela porta aberta quando uma mulher de cabelos loiros cumpridos entrou sem falar nada, fazendo uma educada reverencia em frente ao dono da casa, e se encaminhou para a porta que lhe era apontada por seu superior.

Johnatan abriu a boca para reclamar, vermelho de raiva, porém, antes que pudesse dizer qualquer coisa, foi interrompido mais uma vez.

–Meu nome é Peter, e nós estamos investigando o sumiço de um Pokémon relativamente raro que tivemos o infortúnio de deixar escapar recentemente – disse o moreno, cruzando as pernas. Assim que acabou de falar, Johnatan viu que Alice já voltava à sala, seguida por sua mulher, visivelmente assustada.

– O que está acontecendo Johnatan?! – perguntou ela, com um tom claramente abalado, apesar de tentar disfarçá-lo. Ela sentou-se ao lado de seu marido e apertou uma de suas mãos contra a dele. Ele a olhou nos olhos com um olhar significativo que tentava transmitir calma, e falou:

– Nada, eles só precisam de algumas respostas. – Seu rosto era sério e ele parecia entender o tamanho do problema que estava a sua frente. A entrada repentina de Alice, surgindo sem mais explicações do lado de fora de sua casa fez com que as coisas entrassem em perspectiva. Talvez cooperando ele conseguisse omitir mais do que causando problemas. Quantas pessoas será que eles ainda têm lá fora?

– Exatamente – continuou Peter – Como disse a seu marido agora pouco, estamos investigando o desaparecimento de um Pokémon que é de nossa propriedade. Ele fugiu a pouco mais de um mês, e o bosque em frente a sua fazenda me parece um dos prováveis locais em que ele poderia ter se escondido.

– E o que temos a ver com isso? – disse Martha, apressadamente – O bosque não faz parte da fazenda.

– Sim, claro, eu sei. Mas acontece, veja só, que nós já procuramos esse bosque inúmeras vezes, e nada pudemos encontrar. Pensamos que, com sorte, vocês poderiam tê-lo visto.

– Que Pokémon é esse? – perguntou Johnatan, antes que Martha pudesse responder que não sabiam de nada. Eles tinham que se fingir de desentendidos e interessados em ajudar, mas, para isso, não faria sentido se já respondessem negativamente, sem nem saber do que se tratava.

– Infelizmente não podemos revelar – disse Peter, baixando a cabeça. Johnatan aproveitou a brecha para, discretamente, virar de cabeça para baixo uma foto de Dave que estava na mesa de café, em frente ao sofá. – Entenda que a discrição é essencial para o exercício de nossa atividade. O que quero saber é se, em algum momento nesse último mês, avistaram ou tiveram contato com algum Pokémon que não costumam ver por essas áreas.

Martha entendera que era melhor deixar seu marido resolver a questão, e simplesmente ficara calada. O fazendeiro pareceu se demorar alguns segundos para responder, fingindo vasculhar a memória, e finalmente disse que não. Peter, entretanto, ainda não estava convencido. Ele resolveu colocar um pouco mais de pressão no casal.

– Vocês têm um filho não? Onde ele está agora?

A mulher prendeu a respiração com a menção de Dave, enquanto os lábios de seu marido se contraíram. Aparentemente, o criminoso era mais bem informado do que revelara ser imediatamente. Johnatan prosseguiu cautelosamente, tentando controlar a expressão em seu rosto enquanto falava.

– Sim temos, mas ele não se encontra.

Peter sorriu desdenhosamente enquanto acrescentava – Imaginei. A notícia que corre na cidade é que ele saiu em uma jornada Pokémon não é? - Johnatan parecia finalmente assustado com todo o conhecimento de Peter. O homem continuou sem esperar respostas – Isso também tem pouco mais de um mês não é?

– Sim, mas... - Marta disse, aterrorizada. Seu marido apertou a sua mão fazendo-a parar, mas Peter sorriu mais uma vez e continuou.

– Perdoem-me a curiosidade, mas com qual Pokémon ele saiu de casa?

Johnatan estava pronto para mentir, dizer que ele saíra com o Sandshrew que sabia que Dave já possuía, ou então que seu filho saíra de casa sem nenhum Pokémon, e que iria tentar capturar seu primeiro no caminho. A cabeça do homem trabalhava exaustivamente rápida e ele tentava controlar o suor que começava a surgir em sua testa, enquanto pensava na mentira que melhor protegeria seu filho. Antes, entretanto que pudesse responder, a sorte pareceu lhe ajudar. Um curto som agudo saiu de um dos bolsos da calça de Peter.

– Com sua licença - Ele pediu ao casal e pegou rapidamente um fone de ouvido com um pequeno dispositivo no fio e colocou em sua orelha direita. Alguém parecia lhe falar de modo rápido e apressado, e o sorriso em seu rosto diminuiu. Em voz baixa, ele respondeu pelo dispositivo que o casal agora reconhecia como microfone – O xerife? Nessa direção? – A voz fez outro som, impossível de se distinguir e Peter respondeu secamente, ainda mais baixo – Seu idiota! – e desligou.

– Bom, aconteceu um imprevisto e teremos que partir. Foi um prazer – disse ele se levantando, e apertando a mão do incrédulo fazendeiro, que não ousou se levantar – Nós sabemos o caminho da saída.

E com a mesma velocidade que entraram, a Equipe Rocket saiu pela porta da frente da casa dos Hairo e sumiu na escuridão. Martha abraçou fortemente seu marido e eles ficaram sentados por um bom tempo, sem se solta nem dizer nada, temendo em silêncio pela segurança de seu único filho. A comida queimara no fogão quando George, o xerife, chegou para jantar e Johnatan lhe contou tudo o que acabara de acontecer, detalhe por detalhe.Ele rapidamente convocou as forças policiais para uma nova busca nas redondeza, porem nada foi encontrado. De fato, mais uma vez, os criminosos tinham evaporado sem deixar vestígios.

***

Mais tarde aquela noite, em uma casa um pouco fora da cidade, Peter entrou aborrecido em uma sala clara, com paredes brancas desbotadas e alguns móveis em mal estado de conservação. Ele se jogou em um velho sofá desbotado, bufando de raiva, enquanto a bonita Alice entrava atrás dele, sentando-se ao seu lado e botando um dos braços em volta de seu pescoço. Ela sussurou próximo ao seu ouvido:

– Fique tranqüilo, Peter. Eu estou aqui...

– Não me enche – disse ele, se levantando – Vai e me traz o Timmy aqui.

Em poucos minutos a loira de olhos azuis saiu e voltou, trazendo um jovem amedrontado pelo braço. Ele vestia roupas da Equipe Rocket que eram demasiadamente largas para o seu esguio corpo e tinha a barba mal feita, com alguns machucados na pele, típicos de quem ainda não se acostumara com um barbeador. Acabara de completar dezoito anos, e tinha sido recrutado no mesmo período em que Eevee fugira do laboratório subterrâneo, agora desativado. Peter imediatamente começou a esbravejar com o rapaz.

– O que você tem na cabeça?! Qual foi a minha ordem expressa?! Monitorar todos os compromissos do Xerife! Como é que não sabia que ele iria para a casa dos Hairo essa noite?

– Desculpe senhor – disse o jovem, baixando a cabeça – eu estive no bar hoje seguindo ele e ele estava conversando com o senhor Hairo, mas não consegui ouvir sobre o que, mas imaginei que não iriam mais se encontrar...

– Imaginou? VOCÊ IMAGINOU?! Tem noção de não podemos visitá-los de novo sem chamar muita atenção? Não tolerarei mais falhas como essa! – disse ele, mandando seu subordinado para fora do quarto com um gesto grosseiro. Ele assentiu e saiu, de cabeça baixa e rosto vermelho, xingando a si mesmo.

– Alice, mande alguém ficar de olho nos Hairo, eles estão escondendo alguma coisa. Quero ter um pouco mais de informação antes de levantar qualquer suspeita para o resto da Equipe...

– Sim senhor, imediatamente!

–E mande alguém responsável dessa vez! É o meu pescoço que esta em jogo. – Adicionou ele, irritado.

Alice saiu, batendo a porta, deixando Peter sozinho, frustrado e enraivecido. E eu nem sei o que esse Eevee tem...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que não tenha ficado maçante no início.

Espero vocês nos comentários!



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